domingo, dezembro 31, 2023

Retrospetiva 2023

Que ano! Se o último ano foi dos anos mais atribulados da minha vida, este posso dizer que foi o ano de regresso a uma nova normalidade. Foi o ano de encerrar assuntos pendentes, de definitivamente virar a página, de fixar um novo rumo, e a minha espectativa é que o próximo ano seja um ano espetacular, pelo menos tudo está a acontecer conforme desejava de uma forma muito natural, e posso desde já adiantar que o clã Sousa irá ter um incremento. Então aqui ficam os momentos mais marcantes de 2023:

E como é tradição acabar hoje o ano com a São Silvestre da Amadora. Foi um ano muito bom, com altos e baixos mas no final tudo se compôs a meu favor. Que venha 2024!

São Silvestre Lisboa

Das experiencias mais gratificantes que já tive, é assim que defino esta prova. Há cerca de uma semana atrás liga-me o Felício e pergunta - "Estás inscrito para a São silvestre de Lisboa? Qual é o teu objectivo?" - ao que respondi - "Vou conter-me porque no dia seguinte tenho a São silvestre da Amadora." - então surgiu a proposta - "Olha não queres levar o Zé que eu não consigo ir?". Obviamente que a minha resposta foi sim, já conhecia o Zé de outra corridas onde o Felício o tinha guiado, e era algo que eu já queria ter experimentado, por isso a minha reposta não poderia ter sido outra.

Durante o aquecimento queria sentia a sensação de empurrar a cadeira de rodas, especialmente a subia a avenida da Liberdade. Durante o aquecimento conheci outro cadeirante através do Zé. Na altura pedi se podia sair ao lado deles visto que não tinha experiência com cadeira de rodas e seria mais fácil se tivesse companhia. Um grupo de corredores rodeou-nos para nos ajudar, entre eles o Maria que ia comigo e disponibilizou-se a não fazer a sua corrida para me ir a abrir caminho.

Dada a partida ao som de Thunderstruck (parecia que estava de volta ao Ironman de Cascais), e esperar 10 minutos para passar a partida pois estávamos mesmo no fim do pelotão. Os primeiros 2 quilómetros foram terríveis, quase impossível de correr, se não fossem o Maria e a Joana (conhecidos agora por equipa Maria Joana) teria sido um pânico e teria atropelado uma dúzia de pessoas, assim só atropelei uma dúzia de vezes o Maria. 


O Zé, também fazia o trabalho bem feito, a gritar constantemente - "Cadeira saiam da frente" - e a gritar comigo - "Mais rápido Tiago!" - ao que eu dizia que não poderia ir, não tinha espaço para passar. Se a maior parte das pessoas quando se apercebia facilitava a passagem e ainda apoiava, mesmo assim ainda houve uns idiotas a refilar que tinham tanto direito de ir a correr como nós, pronto que se pode dizer... 

Quando conseguimos começar a rolar tornou-se bem mais fácil, quase como se não fosse a empurrar uma cadeira de rodas. No Cais do Sodré, já no retorno tive de pedir ao Maria para não apertar mais, tinha de reservar algumas forças para a subida. Aí vinha o empedrado escorregadio e logo de seguida uma pequena inclinação até ao Rossio e logo ali percebi onde estava a grande dificuldade de empurrar uma cadeira, qualquer pequena inclinação era penosa. Passado o empedrado escorregadio do Rossio pensei que talvez o pior já estivesse, mesmo que fosse a subir já não tinha empedrado. Enganei-me, a subida foi uma dor, houve alturas que só olhava para o chão e esperava que o Maria e a Joana me tivessem a abrir caminho para eu não bater em niguém. Tanto que me apeteceu andar mas o Zé gritava - "Força Tiago, és grande, força, mais rápido, tu consegues." - não podia vacilar, com tanto apoio de peso aguentei aquela dura subida. E o Maria sempre a dizer - "Só faltam 200 metros" - eu olhava para o topo para a rotunda do Marquês e respondia - "Sim, sim, 200 metros mais IVA".

Finalmente chegados ao topo, agora era diversão até à meta e esperar que ninguém se metesse à frente, a cadeira de rodas não tem travões e não é fácil parar com a força de corpo, especialmente com o chão escorregadio. Mesmo assim o tempo final foi abaixo de 1h, era o menos importante mas foi bom. Já fiz muitas provas mas esta será uma que não me irei esquecer. Muito obrigado equipa "Maria Joana" e MUITO OBRIGADO ZÉ.


terça-feira, dezembro 19, 2023

Troféu de Oeiras - Cruz Quebrada

De volta mais uma temporada do troféu de Oeiras, com a primeira prova a ser a Cruz Quebrada. Esta etapa nunca tinha feito por isso não sabia bem o que esperar, não conhecia bem o percurso, só do que tinha visto no mapa. Para aquecimento ainda acompanhei o Sebastião em 4kms de aquecimento, já há algum tempo que não treinávamos juntos por isso também foi bom para pôr as novidades em dia.

Indo para a prova, o objetivo era tentar ir ao máximo durante o tempo que conseguisse, sendo que o máximo neste momento anda ali a rondar os 4min/km. Fiquei surpreendido com a pouca dificuldade da prova, certamente e de longe, a prova mais fácil do troféu de Oeiras. A única real dificuldade está na subida entre as piscinas do Jamor e o estádio, não sendo uma subida curta também não é muito agressiva.


Devo dizer que me senti bem durante a prova, talvez melhor do que esperaria, tirando o fim da subida do Jamor, onde estava ofegante, o resto da prova até consegui controlar muito bem o esforço, respiração e frequência cardíaca. Além disso senti que não quebrei em nenhum momento, não fui ultrapassado por muitos durante a prova e também não ultrapassei muitos depois de estabilizar a posição. No final quando vi a linha de meta ainda tentei acelerar para tentar ganhar mais dois lugares, mas quem estava à minha frente também ainda tinha algum "combustível no tanque" e quando me aproximei aceleraram e não consegui ultrapassar ninguém. Não é que tenha feito uma média brilhante, 4m12s/km não é espetacular, no entanto dada a minha falta de treino e últimos resultados, não foi um mau resultado e as sensações também foram boas. O 25º lugar no meu escalão com 31m32s, mostra o quão forte está este troféu.


quinta-feira, dezembro 14, 2023

Novo meio de transporte para o trabalho

Pois é, uma das vantagens de morar perto de Lisboa é poder ter formas mais alternativas de me deslocar para o trabalho. Os cerca de 10kms que separam a minha casa do meu trabalho são feitos em cerca de 30 minutos com uma trotinete elétrica. Não é espetacular, mas é mais ou menos o mesmo tempo que demoraria se fosse a pé até ao metro e depois a pé do metro para o escritório. É cerca de 10 minutos a mais do que de mota, mas ainda é mais barato que a mota e mais seguro, o único problema são mesmo as pessoas nas ciclovias. Por falar em ciclovias, tenho praticamente ciclovia desde a porta de casa até à porta do trabalho, são apenas umas centenas de metros entre a saída da Buraca e a entrada em Monsanto que não tenho ciclovia, em que tenho de ir no passeio ou estrada.


Uma coisa boa é que facilmente se muda entre o passeio e a estrada, ainda não percebi onde é mais seguro andar, mas por enquanto tenho evitado a estrada exceto em situações pontuais onde não é possível ou não é fácil andar no passeio. A autonomia tendo em consideração a potência máxima da trotinete e as luzes ligadas andará nos 15-18kms, podendo ter mais autonomia, sem tirar partido da velocidade máxima. Já me aconteceu ficar quase sem bateria e a velocidade é cortada radicalmente. Uma coisa que afeta muito a autonomia é o declive, e uma das coisas que mais me chateia é a falta de velocidade nas subidas, a velocidade facilmente desce dos 25km/h para os 15km/h com pequenas subidas. O tempo de carga ronda as 5h para carregar totalmente quando descarregada. No fundo acaba por ser uma maneira mais económica e relaxada para me deslocar para o trabalho, quase como ir a passear até ao trabalho e depois passear de volta a casa ao final do dia.




segunda-feira, dezembro 11, 2023

Meia Maratona Descobrimentos

Há mais de um ano que não corria uma meia maratona, nem sequer em treino, o meu máximo deve ter rondado os 17kms em treino. Mas como otimista que sou pensei - Isto é só mais uma meia maratona como dezenas delas que já fiz, a bem ou a mal vou acabar. - quanto ao acabar não estava enganado, nunca pensei é que fosse tão a mal como foi.

Antes do arranque da prova encontrei o Júlio, com quem tinha corrido em Atenas, aquecimento entre dois dedos de conversa e aproveitámos para sair juntos. Arrancámos a um ritmo de 4m10s-4m20s/km, o que para mim estava ótimo, queria acabar abaixo de 1h35m, visto não estar na plenitude da minha forma, e aquele ritmo até me possibilitava ganhar alguma margem para o final. Por volta dos 4,5kms de prova percebi que não conseguia aguentar aquele ritmo, apesar de não me estar a sentir mal (ainda), decidi reduzir um pouco o ritmo, deixar o Júlio ir e eu ficar num ritmo mais confortável.

À entrada do quilómetro 8, passa o Filipe por mim a um ritmo pouco mais elevado que o meu. Ele estava a ajudar outro corredor a manter o ritmo e pensei que era um bom ritmo para seguir. Apesar do ritmo ser pouco mais elevado que o meu só o consegui manter por 1 quilómetro. Foi aqui que os primeiros alarmes soaram, o ritmo não era nada de anormal, deveria conseguir seguir com alguma facilidade, mas tive de reduzir. Estava a alimentar-me, estava a hidratar-me, mas algo não estava bem, começava a sentir-me demasiado cansado numa fase que nem metade da prova ainda esta concluída.

Passei aos 10 quilómetros com 43m55s, um tempo banalíssimo, no entanto se conseguisse manter o ritmo, acabaria abaixo mesmo assim de 1h35m, mas claro que já nessa altura eu sabia que não iria conseguir manter o ritmo até ao final. Pouco antes de chegar ao Cais do Sodré passa por mim o grupo da bandeira dos 4m30s/km, e eu nem esbocei a mínima capacidade para os acompanhar, parecia que estava a andar para trás.

Por volta dos 16kms foi a altura que comecei a pensar como ia conseguir acabar a prova? Estava vazio, só me apetecia parar, raramente me tinha sentido assim. Naquele momento estava a pagar a falta de treino, a falta de descanso, a falta de preparação no geral. Nessa altura passa o Sebastião por mim, e normalmente iria com ele, é o meu companheiro de treinos, estamos mais que habituados ao ritmo um do outro, mas o corpo não respondia, só sofria. Por volta do quilómetro 18 tive inclusivamente de andar durante uns segundos para conseguir comer, que nem folgo tinha para conseguir comer. Lá arrastei o cadaver até ao final para terminar com o vergonhoso tempo de 1h41m42s. Falta de preparação combinada com a arrogância de "ser só uma meia maratona" deu nisto, não voltarei a encarar um prova com a displicência que fiz nesta.


quarta-feira, novembro 29, 2023

Estágio Taekwondo

Desde 2018, pré pandemia ainda, que não ía ao estágio de taekwondo. Poucas pessoas têm-se mantido ao longo dos anos (o primeiro ano que fui ao estágio foi 2011), no entanto o espírito mantem-se e isso muito se deve ao mestre Paulo Diniz, que desde já lhe dou os parabéns por formar um grupo com valores tão fortes, mas também por ter comemorado 30 anos de Taekwondo.

Este ano talvez tenha sido o ano fisicamente menos desafiante, mas isso é o que menos importa, o que realmente importa é o convívio e a aprendizagem. A caminhada do estágio começou com 15 minutos de silêncio, e nesse tempo deveríamos refletir, pensar em 3 verbos que nos definissem como pessoas, que definissem o nosso propósito. Os meus 3 verbos foram:
  • Lutar - porque a vida é cheia de desafios, de momentos maus (e atravessei uma fase complicada por isso esta palavra me veio à cabeça com naturalidade), de adversidades, logo temos de ter a força para lutar contra eles e seguir em frente.
  • Resistir - porque nem sempre é fácil superar os problemas, eles tendem a deixar marcas, podem levar-nos a desanimar, e por isso tenho de ser resistente e aguentar até a tempestade passar.
  • Evoluir - depois da tempestade vem a bonança, e temos de tirar as nossas lições da tempestade pela qual acabámos de passar, sim iremos cometer novamente erros, mas que sejam novos erros e não voltar a cometer os erros do passado.

Mais uma vez todos fizeram-me sentir parte do grupo, se calhar conhecia menos de metade das pessoas que lá estava, no entanto era como se treinasse com eles todas as semanas. O meu obrigado em primeiro lugar ao Nuno por mais uma vez proporcionar-me a participação no estágio, mas também a todos eles, os que conhecia melhor, os que conhecia mais ou menos e os que nem conhecia, pela simpatia, companheirismo e por me fazerem sentir como um deles.


terça-feira, novembro 28, 2023

Feira do cavalo da Golegã

Já tinha ido à Golegã anteriormente, mas nunca na altura da feira do cavalo, e a melhor comparação que posso fazer é que a Vila da Golegã parece o Marquês de Pombal quando o Benfica é campeão, estão lá 10 vezes mais pessoas do que é possível para aquele espaço. É mais fácil estacionar em Vilamoura em pleno Agosto do que na Golegã durante a feira do cavalo.

Não sou uma aficionado do cavalo, no entanto gosto de ver, acho bonito, as estradas cheias de cavalos e charretes como se vivêssemos há 2 séculos atrás, até os cheiros que para a maior parte das pessoas são desagradáveis trazem-me memórias de outras alturas, os espetáculos, os desfiles é tudo muito divertido de se assistir.

A nível de comércio, especialmente restauração é tudo estupidamente caro, querem fazer em 10 dias o mesmo dinheiro que fazem o resto do ano, mas a verdade é que é quase impossível comer em todo o lado, está tudo totalmente esgotado. Foi um bom fim-de-semana, aconselho pelo uma vez a vivenciar aquele ambiente, mas para ficar lá a dormir é preparar para gastar dinheiro numa dormida muito a cima da média.


Vila de Rei

Depois de um mês muito cansativo, com quase todos os fins de semana a trabalhar, decidi passar um fim-de-semana fora para relaxar e compensar-me a mim próprio pelo cansaço que tinha tido durante o mês de Outubro. Então queria ir para um sítio não muito loge de Lisboa, para evitar muito tempo de viagem, ainda para mais estava um fim-de-semana de mau tempo. A escolha acabou por ser Vila de Rei, um sítio que já tinha ido há uns anos atrás e inclusivamente tinha lá feito uma prova.

Em relação ao hotel levámos uma banhada, ficámos no novo Villa Rey Hotel & Spa e quase tudo foi mau, já estive em pensões melhor que este hotel de 4 estrelas. Spa frio, limpeza pobre, atendimento do staff péssimo, receção fechada, porta principal fechada era preciso entrar pelo restaurante, pequeno almoço a fazer jus ao termo pequeno, para entrar no estacionamento era preciso deixar o carro parado no meio da estrada, ir abrir o portão, voltar ao carro e rapidamente entrar.

No que toca à comida o contrário, comemos muito bem e a preços reduzidos dada a qualidade e quantidade do que comemos, destaco O Cobra em Vila de Rei e o Ponte Velha na Sertã.

Como esteve quase sempre a chover acabámos quase sempre por andar a passear de carro, saído pouco porque o tempo não o permitia. Na única altura onde a chuva nos deu tréguas aproveitámos para ir ao Passadiço do Penedo Furado, aquilo está muito melhor do que da última vez que lá tinha ido, muito bonitinho e quase todo bem arranjado. Foi um bom fim-de-semana, apesar do hotel e do tempo, deu para descansar e aproveitar o passeio.


Aquashow

Já lá iam 9 anos desde a última vez que tinha ido ao Aquashow, outros tempos, mas a mesma diversão. O que é engraçado é que passados tantos anos, e muitas atrações novas, a minha preferida continua a ser o White Fall, desta vez até o meu filho foi lá e tal como eu delirou com aquela atração.

Em relação às atrações novas, para mim não sei há quanto tempo lá estão:

  1. FeeFall; é o equivalente a um clister de adrenalina, se é que dá para perceber a comparação.
  2. MammothBlast: valeu a pena a espera, é especialmente divertido se for feito em grupo, das melhores atrações que o parque tem agora.
  3. Twin Space Shuttle: Tanto tempo à espera para nada de especial.
  4. Shark e Pink Slide: Não é espetacular mas também não desilude.
Por fim há as antigas atrações que continuam a ser bastante divertidas e nas quais andei várias vezes: Montanha Russa, Speed Race, Pistas Foam e a Wild Snake. Foi um dia muito bem passado e gosto de anos a anos voltar aos parques aquáticos.



segunda-feira, setembro 25, 2023

Milagre Metaleiro 2023

Este talvez se tenha tornado no melhor festival metal do país (se considerarmos que o VOA não será um festival recorrente todos os anos), incrível o que cresceu este festival do ano passado para este ano, e mais incrível é pensar que a primeira vez que fui ao festival em 2019 era um festival de entrada gratuita. Não vou estar aqui a falar de todas as bandas que atuaram, pois foram muitas, e nem tomei atenção a todas, mas vou antes falar dos concertos que vi.

Quanto ao primeiro dia, a primeira banda que me despertou a atenção foram os Angus McSix, isto porque reconheci o vocalista dos Glory Hammer, ou pelo menos antigo vocalista. Os temas das músicas são um pouco estranhas devo admitir, claramente têm alguma inspiração no He-Man, mas faz tudo pouco sentido. No entanto musicalmente são interessantes e estou curioso para perceber a evolução da banda. Ponto alto do concerto, quando pediram a uma pessoa do público para ir buscar uma cerveja para a guitarrista, mas, teria de ir a fazer Crowd Surf num unicórnio insuflável, estas bandas lembram-se de cada coisa. Esta banda merece o título de agradável surpresa, pois foi a banda que não conhecia que mais gostei.


De seguida os Orden Ogan, esta banda já era para ter vindo a este festival o ano passado, não veio mas foi a primeira confirmação para este ano, e foi o motivo inicial para querer ir ao festival. Não é que tenham desiludido, longe disso, mas esperava um pouco mais. A nível de video chip são uma banda muito mais polida, ao vivo ainda não conseguem trazer aquele poder todo que têm nos vídeos. Acredito que voltaram a Portugal e melhor do que desta vez.


Se houve uma banda que me desiludiu foram os Therion, não consegui gostar de os ver ao vivo, em alguns momentos até os achei aborrecidos, não conseguem ter uma atuação constante, ou "matam" o público de tédio ou sai um bom momento musical. Destaque para a boa voz da vocalista espanhola, que não me recordo do nome dela, mas que tinha uma boa voz e boa presença em palco.


Para finalizar o dia a melhor banda nacional de Metal e a única com grande projeção internacional, os Moonspell. Devo de admitir que o sub-género musical não é muito a minha praia, são músicas um pouco fortes para o meu gosto. No entanto ótima atuação, em dia de aniversário do Fernando Ribeiro, que tão estranho fica de cabelo curto. Mas fiquei impressionado, e percebi porque nacionalmente são os melhores, mesmo estando num espectro musical que não gosto tanto, adorei o concerto. Gostei muito das interpretações das músicas: In Tremor Dei e Alma Mater.


O segundo dia começou para mim com a banda que podia levar o título de melhor atuação do festival. Os Eclipse, são uma banda não com uma grande projeção ao ponto de serem cabeça de cartaz, são uma banda de meio de cartaz, no entanto deram um belo espetáculo. Sem pirotecnia, sem grande iluminação, mas musicalmente irrepreensíveis. Não posso dizer que não tenha gostado de uma música, todo o concerto foi muito bom e espero no futuro voltar a vê-los.


Uma das bandas de maior projeção do cartaz, senão mesmo a de maior projeção, foram os Stratovarius. Esta já foi a segunda vez que os vi ao vivo, e mais uma vez adorei o espetáculo. Ótima música, ótima interação com o público, tudo bom do início ao fim. Não levam o título de melhor do festival, simplesmente porque corresponderam às minhas altas espectativas. Das muitas músicas deles que adoro destaco o Unbeakable, uma música tão antiga quanto intemporal.


Chegados ao terceiro dia, a primeira atuação a destacar foi dos Serious Black. já os tinha visto há muitos anos atrás como banda de abertura dos Gamma Ray. Com uma formação algo diferente da que atuou da última vez, mas com um belo desempenho novamente. Infelizmente estas bandas de meio cartaz tocam pouco tempo, por isso soube-me a pouco, gostava de ter visto mais desta banda. Fica novamente no ouvido a última música do alinhamento, a High and Low.


Por fim, o último concerto que vi foi dos velhinhos Grave Digger. Apesar de não conhecer profundamente a banda esperava outra coisa, foi um concerto um pouco ao lado do que esperava. Não sei se o alinhamento foi um que não me agradou tanto, se eles ao vivo já não têm grande capacidade de atuar, não sei exatamente o que foi, ou se até foi um conjunto de coisas. Sei que não foi um concerto tão divertido quanto esperava e no fim até já estava um pouco com vontade que acabassem para me ir embora.


Notas finais, este festival está definitivamente a crescer de um modo que não esperava, e quando há uns anos ouvi que estavam a tentar trazer um nome como os Sabaton, ri-me e disse que seria impossível, neste momento continuo a achar difícil por enquanto, mas já não duvido que os consigam trazer ou outra banda da mesma envergadura. Continua a ter muitas bandas espanholas e talvez por isso também a enorme quantidade de espetadores espanhóis, que não se viam em anos anteriores. 

Coisas que funcionaram menos bem, e para o qual os organizadores se calhar não esperavam e podem tentar melhorar para o ano. Filas constantes para comer, tinha de se perder um concerto todos os dias para se conseguir jantar, tal era o tempo que se esperava. Ter dois palcos é uma ótima ideia para não haver tanto tempo de espera entre concertos, mas colocados lado a lado o que acontece é que a banda que está a fazer sound check incomoda a banda que está a tocar mesmo ao lado, deviam estar mais afastados como é o caso do Vagos. E por fim a confusão para sair de lá no final dos concertos, acho que aqui a única solução era não deixar estacionar na berma da estrada ao ponto de impedir a passagem de carros nos dois sentidos, talvez para o ano devessem ter polícias para ajudar a controlar o transito )mas não multar). Até para o ano Milagre Metaleiro.


quarta-feira, setembro 20, 2023

Badoca Park

Já foi há dois meses atrás, sim tenho estado um bocado atrasado a publicar as coisas aqui no blog, mas não posso deixar de assinalar a ida ao Badoca Park. A única vez que tinha ido ao Badoca Park tinha sido quase há sete anos atrás, estava na altura de voltar e ver as diferenças. Bem, as diferenças não são quase nenhumas, pelo menos do que me lembro, não há assim nenhuma novidade de assinalar no parque. 

Gostei do "safari", o guia explicava tudo ao detalhe e tinha o cuidado de aproximar-nos o máximo possível dos animais. Depois os espetáculos das aves e dos répteis foram bons, mas mais uma vez, não notei grandes novidades desde a última vez que lá tinha estado.

A maior novidade para mim foi ter ido ao rafting desta vez, acho um pouco mau ser pago à parte, já que a entrada no parque não é nada barata. Mas valeu a pena, fiz o circuito uma meia dúzia de vezes, e foi uma ótima forma de combater o intenso calor que se fazia sentir.



Rammstein - Estádio da Luz

Os Rammstein eram daquelas bandas que há muito queria ver ao vivo, ainda para mais atuando no glorioso estádio da Luz, não poderia perder a oportunidade. Quando soube que vinham a Portugal até pus um alarme para me lembrar no dia em que os bilhetes eram postos à venda de modo a garantir que compraria bilhete antes que esgotasse.

Queria muito ver os Rammstein não só pela música, que gosto mas de longe que não é uma banda que meta no meu TOP10 de bandas preferidas, mas essencialmente por todo o espetáculo. Já tinha visto muitos vídeos dos Rammstein a atuar ao vivo, mas ver sem ser em vídeo é algo impressionante.

Primeiro uma palavra para as Abélard a dupla de pianistas que foram a banda de abertura. Bem sei que a música nada tem a ver com os Rammstein, mas o público não foi muito respeitoso com a banda, foram praticamente ignoradas por todo o público, todos pareciam distraídos e abstraídos da sua atuação, continuando a conversar uns com os outros, sendo que a atuação servia apenas para ter música de fundo. Parabéns pela boa música e pelo profissionalismo.

Quanto aos Rammstein posso descrever o espetáculo como único e fabuloso, começando pelo imponente e enorme palco, que coisa monstruosa. Depois a pirotecnia não tem igual em qualquer outra banda que já tenha visto, impressionante o calor que se sente quando ativavam os canhões de chama, parecia aquela sensação quando se abre o forno e se sente aquele bafo de calor.


Não sendo a música mais conhecida, ou a música que eu mais gosto dos Rammstein, vou destacar a Sonne, gostei imenso da interpretação e da sensação que a música dá cantada ao vivo. Outro ponto que destaco da atuação foi o momento em que a banda se deslocou para o palco secundário, passando mesmo à minha frente, para irem cantar ao som dos pianos das Abélard. Por fim o retorno ao palco, a bordo dos seus barcos insufláveis a "navegarem" por cima do público.

Troféu de Oeiras - Linda a Pastora

Última prova do troféu de Oeiras, já numa altura de calor intenso mesmo para quem faz a prova mais cedo como são os homens que arrancam às 9h30m. Mais uma vez não foi uma prova fácil para mim, a minha baixa de forma faz-me sofrer imenso nestas provas curtas e intensas.

Se até ao final da primeira subida até me sentia bem e estava a bom ritmo, quando cheguei ao topo e apareceu a parte mais plana não consegui impor um ritmo forte. E começou o sofrimento ainda muito cedo na prova. O que não ajudou também foi passar muito tempo sozinho, fiquei meio sozinho a tentar que não chegassem ao pé de mim e a tentar não perder o contacto com os que estavam à minha frente.

Na segunda subida da prova voltei a sofrer, e depois foi tentar gerir até ao final perdendo o menos tempo possível. O tempo não foi assim tão mau, 30m25s (mais 1m40s que no ano anterior) mas de longe a minha pior classificação de sempre, somente no 23º lugar do meu escalão.



sexta-feira, julho 21, 2023

Marginal à noite

há muitos anos que não fazia a Marginal à Noite, o motivo é simples, na altura não faziam blocos de saída por tempos, mas sim por ter ou não o chip, o que tornava o primeiro quilómetro uma verdadeira tortura para quem quer correr. Bem, e o mesmo aconteceu este ano, o primeiro quilómetro feito aos solavancos, enervante e desgastante.

Quando estou a chegar ao primeiro noto que não tinha ligado o relógio, perdi ali um bocado da noção a que ritmo ia, mas não julgava ser muito bom pois quase não consegui correr no primeiro quilómetro. Depois disso senti que a prova até me estava a correr bem, estava a ultrapassar tudo que me aparecia pela frente. Quando olho para o tempo do primeiro quilómetro registado tenho 4m09s...bem não era grande tempo, do segundo quilómetro 4m05s...parecia que estava a andar rápido porque tinha arrancado lá de trás e estava a ultrapassar pessoas muito lentas, contudo o meu tempo não era nada de especial.

No retorno em Caxias fui apanhado por um corredor que vinha mais rápido do que eu, decidi tentar seguir com ele. Até à subida de Paço d'Arcos ainda consegui ir com ele, ainda chegámos a ultrapassar atletas que tinham saído no bloco de elite, não percebi muito bem como era definido aquele bloco pois o ritmo dos que ultrapassei era bastante baixo. Depois de largar a minha 'lebre' foi um sacrifício até ao fim, o último quilómetro e meio foi um sacrifício.

Conclusão, tempo final de 32m14s para fazer um pouco menos de 8 kms, foi um minimizar de perdas, e se não fosse aquele arranque lentíssimo, talvez tirasse 1 minuto ao tempo final, de qualquer forma muito longe dos 30 minutos. Só voltarei a fazer esta prova se tal como este ano me oferecerem a inscrição, porque aquela (des)organização nos blocos de partida não me agrada nada, já deixei de fazer a meia maratona da ponte 25 de Abril pelo mesmo motivo, e esta é outra prova que sofre do mesmo mal.



quinta-feira, julho 20, 2023

Estrela da Amadora de primeira

O Estrela da Amadora sempre foi um clube pelo qual tive algum carinho, mas desde que me mudei para a Amadora e estou a viver mesmo de frente para o estádio, tendo o meu camarote VIP privado das janelas de minha casa, ainda mais fã do Estrela da Amadora me tornei. Aqui em casa passámos todos a assistir e a torcer pelo Estrela da Amadora, vimos quase todos os jogos em casa do Estrela da Amadora desde que voltaram a jogar no Estádio José Gomes no início deste ano.

Quase todos os jogos do Estrela foram muito bem conseguidos, mas andaram a perder pontos importantes nos minutos finais de muitos jogos, o que levou com que o Estrela ficasse em 3º lugar e tivesse de discutir o playoff da primeira divisão com o Marítimo. E mais uma vez foi sofrer até ao fim, no segundo jogo estávamos apurados para a primeira divisão até aos descontos do jogo da segunda mão, quando mais uma vez sofremos um golo nos últimos minutos e fomos obrigados a ir a prolongamento. No prolongamento sofremos, até chegar aos pênaltis. E muito justamente fomos felizes nos pênaltis, tínhamos merecido subir à primeira divisão em 2º lugar e no playoff de acesso fomos claramente melhores. Para o ano teremos aqui a primeira liga na nossa bancada privada.




Troféu de Oeiras - Jamor

Mais uma prova do troféu de Oeiras, mais uns quilómetros de sofrimento. Este ano está muito difícil de fazer bons resultados, primeiro porque não estou tão bem, mas principalmente porque o nível subiu muito, mesmo que tivesse no meu melhor nível fazer TOP10 seria difícil. 

Quanto à corrida, esta é a única corrida do troféu de Oeiras que uso ténis de trail, e ao mesmo tempo, pode parecer uma contradição, mas é a corrida mais fácil do troféu de Oeiras, pois apesar de não ser em alcatrão, é a prova de longe com menos desnível. 

A prova consistem em duas voltas ao Jamor em que quase toda a volta é plana ou em ligeira descida para no final de cada volta apanhar uma curta mas dura rampa.


Arranquei ao máximo que conseguia, não entrando em loucuras, e no final da primeira volta sentia que tinha corrido 10kms em vez de 3kms, de qualquer modo levava cerca de 12 minutos, por isso o tempo nem era assim tão mau. Sofri muito na segunda volta, e quando pensava que tinha caído imenso da primeira para a segunda volta, fiz praticamente o mesmo tempo da primeira volta, acabando com 24m08s, pouco pior do que tinha feito o ano passado com 23m45s. Com isto fiz apenas o 19º lugar no meu escalão que até agora foi a pior classificação que tive numa prova do troféu de Oeiras. Se tivesse feito o tempo do ano passado teria feito apenas o 17º lugar, que teria sido pouco melhor, tempo esse que o ano passado me deu o 10º lugar.


Battle Beast - Lisboa

Os Battle Beast é uma daquelas bandas que ouço com bastante frequência, e que até já os tinha visto ao vivo, por isso vindo eles a Lisboa teria de aproveitar para os ver novamente. Por acaso senão fosse o Mário este teria sido um concerto que teria-me passado ao lado e teria ficado muito chateado se não o tivesse visto.




As hostilidades abriram com os Glasya. Já é a segunda vez que vejo esta banda portuguesa e eles têm pinta, têm bom som. Mais uma vez gostei de os ver, mas sei que fazer música em Portugal não é fácil, ainda por cima música não comercial. Têm um som característico que se encaixa muito bem como banda de abertura dos Battle Beast, por isso para mim, foi uma óptima escolha e uma boa abertura.

Já a banda seguinte os Dark Embrace, tinha ouvido um pouco nesse dia, só para perceber o que esperava, para mim foi um fiasco, ao ponto de ter vindo para o fundo do armazém e tendo ficado a jogar no telemóvel. Aquilo para mim é barulho, e custa-me a perceber como foram escolhidos para ser banda de suporte dos Battle Beast. Uma sonoridade totalmente diferente, o que leva a que pessoas que como eu que gostam do estilo de Battle Beast não tenham o mínimo interesse em ouvor esta banda. Atenção, não estou a dizer que é uma má banda, simplesmente não gosto do seu estilo de música.

Por fim Battle Beast, se tivesse de descrever brevemente diria - Super concerto - que qualidade, que presença em palco, que bom som. Ao contrário do que achei dos Beast In Black, que acho que são uma banda que ainda tem de crescer um bocadinho, os Battle Beast alem do que já mencionei têm ainda outra coisa, um reportório grande e consistente, já têm muitas músicas boas, mas que já não cabem na setlist do concerto.


Gosto imenso do poder da voz da Noora, mas toda a banda é muito boa a nível instrumental, de presença em palco e interacção com o público. Com certeza se tiver oportunidade de os voltar a ver ao vivo o fazei.

segunda-feira, maio 29, 2023

Troféu de Oeiras - Caxias

Já fiz algumas provas do troféu de Oeiras, mas esta prova foi a primeira vez que a fiz, por isso não tinha noção do percurso. Assim à primeira vista parecia-me que iríamos começar num topo desceríamos até junto à praia e voltaríamos a subir.


Começa a prova e ainda dentro do primeiro quilómetro apanhamos uma parede daquelas que ninguém sai do mesmo lugar, ir a trote ou a passo era praticamente a mesma coisa, gosto de subidas mas quando são assim tão duras é muito difícil fazer diferença. De seguida uma grande descida até junto à praia, boa para recuperar um pouco o coração. Quando começamos novamente a subir ali por volta dos 3,5kms percebi que estava arrumado. Se até aqui a prova até não estava a correr mal, entrei naquela fase de super sofrimento. Isto não tem andado fácil para o meu lado, todas as provas me têm custado imenso, tem me faltado conseguir manter a intensidade na parte final. Ainda por cima fiquei um bocado isolado, tinha um grupo lá à frente e uns corredores um pouco atrás, então a última subida até àmeta foi um bocado de gestão, aproximar-me dos da frente se possível, mas essencialmente manter um pouco de energia para o sprint final visto que se estavam a aproximar de mim os que vinham atrás. 


Acabei por ficar novamente fora do TOP 10 pela segunda corrida seguida terminando só no 15°lugar com o tempo de 29m34s, e uma média de apenas 4m16s/km. Tenho de mudar um pouco os meus treinos, talvez fazer mais séries pois está a faltar-me intensidade na segunda parte das corridas. 

quinta-feira, maio 25, 2023

Troféu de Oeiras - Outurela

Esta é uma corrida especial para mim, porque é a prova organizada pelo meu clube e porque foi nesta prova que eu o ano passado comecei a falar com a Liliana. A prova não começou propriamente bem para mim, saímos atrasados de casa e cheguei à partida uns segundos antes do início da corrida, estava a pôr o dorsal e o apito da partida acontece ao mesmo tempo, o que fez com que o aquecimento tivesse sido inexistente. A partir daí o resto da corrida estava comprometida, adicionando à falta de treino estava dado o mote para mais uma corrida sofrida.


Na primeira parte da prova ainda me consegui aguentar, até à primeira passagem junto à meta consegui ir sofrendo e estando bem classificado. Durante a longa subida que se seguia ainda consegui manter e ganhar alguns lugares, mas cheguei ao topo totalmente vazio. Aquela parte final a rolar e depois a descer foi um sofrimento e uma frustração, pois parecia estar parado com imensos corredores a passarem por mim.


Cheguei à meta em esforço para não perder mais um lugar, se soubesse que não era do meu escalão nem teria chegado quase a vomitar à meta, teria mantido o ritmo e cortado a meta tranquilamente. Quanto ao resultado, o 14° lugar no meu escalão foi o meu pior resultado de sempre. Por outro lado vendo o tempo final de 30m12s foi só mais 34 segundos que o ano passado, ou seja, com o tempo do ano passado no qual acabei em 8° este ano só acabaria em 13°, o que me leva a dizer que esta corrida foi muito mais rápida que habitualmente é.

No final da prova, à semelhança do ano passado, voltámos a fazer o nosso almoço de equipa, gostava que fosse uma tradição que tivesse vindo para ficar. Agrada-me poder conviver com as restantes pessoas da equipa num ambiente mais descontraído, podendo conhecê-las um pouco melhor.





terça-feira, maio 23, 2023

Cabo Verde - Ilha do Sal

A minha primeira viagem a África, apesar de ter de admitir que sinto mais África na Amadora do que em Cabo Verde, pelo menos a maior parte a ilha do Sal é altamente turística e muito europeia. Logo inicialmente  houve algo que me provocou alguma estranheza, pensei que no voo fossem só praticamente portugueses e cabo verdianos, não poderia estar mais enganado, muitos espanhóis, franceses, ingleses e alemães, ainda não consegui perceber como Cabo Verde se tornou um destino tão universal, é surpreendente.

A ilha do Sal pode ser dividida em três regiões, apesar de toda a ilha ser árida e a única coisa que produzem ser sal, talvez daí o nome Sal. Temos o sul que é a zona dos resorts, praias deslumbrates, super limpa, muito europeia em que metade das pessoas devem ser turista. Zona centro onde está o aeroporto, a capital Espargos, a pequena vila pescatoria de Palmeiras e a maior extracção de sal na cratera de um vulcão as Salinas de Pedra de Lume. E finalmente a zona norte que é um deserto de pó totalmente árido onde a única coisa que tem para ver é o Buracona, que é um buraco na falesia que reflete a água num azul espetacular.






Uma coisa que devo referir é que nunca senti qualquer tipo de insegurança e andei bastante a pé de um lado para o outro, inclusivamente à noite e em sítios com pouca iluminação. Sim fui abordado algumas vezes para comprar coisas mas não mais que isso. O único sítio, que posso dizer que senti um pouquinho do que estamos habituados a ver de África, foi a norte de Espargos na transição para o deserto, onde há enormes bairros de lata com imensas crianças descalças a brincarem pelas ruas. Mas lá está, devo dizer que aqui perto na Damaia já vi coisas bem piores. 



Todas as pessoas foram afáveis connosco, seja dentro do resort, fora do resort, em todo o lado nos sentimos sempre bem acolhidos. Uma coisa que me deixou algo transtornado foi a quantidade de comida sempre disponível no resort, com pessoas a estragarem comida, e fora do resort pessoas a passarem miséria e fome. Inclusivamente cheguei a por comida na mala para dar a umas pessoas que me pediram. Mas o que é impressionante é que os cabo verdianos são pobres, têm muitas dificuldades, no entanto são um povo feliz, aliás muito mais sorridentes e de bem com a vida do que os turistas abastados que os visitam. O custo de vida é mais baixo que em Portugal mas não é proporcional aos baixos ordenados que têm, estamos a falar que o ordenado mínimo é de 13000 escudos cabo verdianos (foi tão engraçado voltar ao escudo) o que não chega aos 120€, e mesmo as pessoas do resort com quem falámos nao recebiam mais de 300€.


Apesar da língua oficial ser o português todos eles falam é crioulo entre eles, e o português muitas vezes não é o mais correcto e mesmo eles admitem algumas falhas a falar português. Mais uma coisa que me surpreendeu foi a capacidade de comunicarem em diferentes línguas, como disse muitos dos turistas não são portugueses. Quando fui fazer mergulho um rapaz lá do centro vi-o a falar inglês, francês e alemão, afinal não são só os portugueses que têm jeito para as línguas. E por falar em centro de mergulho, não poderia ir a Cabo Verde e não mergulhar, num dos melhores sítios de mergulho do mundo. Ainda fiz 3 mergulhos dos melhores e mais fáceis que fiz. Visibilidade de 20 metros, dizem eles que com menos de 7 metros cancelam os mergulhos, temperatura de 23°C e dizem eles que a água estava fria, deviam vir cá mergulhar a Portugal. E a quantidade de vida animal que se vê, simplesmente maravilhoso. Um bocado a contrastar com a vida animal fora de água, a ilha tem lagartos, pássaros e pouco mais. 


Comparo um bocado a ilha do Sal ao que era o Algarve há 30 anos atrás, um paraíso pronto a ser descoberto e explorado. Não é com espírito colonialista que digo isto, longe disso nem vivi nessa altura, mas é uma pena que Cabo Verde não tenha continuado a ser Portugal, seria mais barato viajar para lá, muito mais fácil, sem passaportes, sem câmbios, sentiriamos-nos ainda mais em casa do que já sentimos. E é um povo que merece ser ajudado, Portugal não é um país rico mas poderia fazer muito para melhorar as condições de vida dos cabo verdianos. Gostaria de voltar a viajar para o Sal, não sei o futuro, o que posso dizer é que adorei a ilha e o seu povo. 


terça-feira, maio 16, 2023

Triatlo de Oeiras

Já lá ia muito tempo desde a última vez que tinha feito um triatlo, e que bom foi regressar, que bom rever velhos amigos, que bom competir outra vez, que bom voltar a sentir aquelas sensações, o prazer e alivio de completar cada um dos segmentos.

Mas a primeira coisa que vou fazer é reclamar com a organização. Qual foi a ideia de ter um parque de transição que encerra às 9h30m para depois a prova só ter início às 13h30m...4 horas de espera? Está tudo parvo? Quase que a vontade foi de nem ir quando me apercebi dos horários. Para piorar as coisas, quando ia a pedalar para a prova senti fortes cólicas, que se concretizaram num violento distúrbio intestinal, ou seja, foram 4 horas de espera muito interessantes, sempre próximo de uma casa de banho. Em todo o caso ainda consegui dormir cerca de 1 hora à sombra na praia.

Como era de calcular, apesar de ter comido alguma coisa entretanto, não estava na minha melhor forma e a rezar para que tivesse limpo o intestino e durante a prova não tivesse nenhuma complicação. Primeiro segmento e a confusão habitual na água com muitos contactos, mas já sentia também falta daquele nervosismo, daquela máquina de lavar, em que não é só nadar mas escolher trajetórias e evitar levar pancada. A viragem da primeira boia foi particularmente confusa, apesar de ter escolhido um angulo aberto para não passar muito junto à boia, mesmo assim era muita gente. Depois a saída havaiana que detesto, aquele pôr na posição vertical para depois voltar à horizontal baralha-me todo, o voltar a nadar é um sacrifício. No contornar da segunda boia ainda levei com um calcanhar no queixo, lá está uma coisa que antigamente nunca acontecia, estou algo destreinado. Acabar o segmento de natação com cerca de 13 minutos para mim estava ótimo, é o segmento menos suscetível a oscilações de tempos, no entanto não deixou de ser bom. 

A transição é algo lenta devido à distância que se tem de correr entre a água e o parque de transição, acrescentando ainda que a primeira transição é sempre mais demorada. Inicia o segmento que tenho sempre receio, o segmento de ciclismo. Formou-se ali um mini pelotão à saída do parque que durou pouco só até Paço d'Arcos. Fiquei para trás só com um ciclista, mas fizemos um bom trabalho e fomos rodando entre nós e mantendo um bom ritmo. No Alto da Boa Viagem conseguimos agarrar num grupo e fomos descansando dentro do grupo. Viragem em Algés e novamente a acelerar o ritmo, tive dificuldade em me aguentar mas consegui até à nova subida para o Alto da Boa Viagem. À chegada a Caxias aparece o grupo das primeiras mulheres, o habitual, aos gritos umas com as outras e a chatearem para os homens não estarem junto delas. Comigo é muito simples, eu vou ao meu ritmo, se não quiserem ali estar ou aceleram ou deixam-se ficar para trás, eu não luto por nada, só luto contra mim, não me chateiem com as vossas guerras.

O grupo acabou por se dividir, houve homens que aumentaram o ritmo e consegui seguir com eles até ao alto de Paço d'Arcos, quando eu e outro perdemos o grupo, mas já estávamos mesmo a chegar e foram meros segundos perdidos, na transição ainda acabei por ultrapassar alguns deles. Acabei o ciclismo com praticamente 33 minutos e uma média de mais de 34km/h, espetacular para quem no último ano tinha feito um treino de 20km, a uma média pouco superior a 20km/h e a morrer no final.

Começa a corrida e eu a sentir-me muito bem mesmo, a ultrapassar atletas atrás uns dos outros, estava a uma velocidade totalmente diferente dos demais à minha volta. No retorno lá estava a Liliana para me apoiar e dar-me uma força final para o pouco que restava da prova. O primeiro atleta que passou por mim faltava pouco menos de 1km para o final da prova, nem tentei ir atrás dele, mas consegui mantê-lo a uma distância de uma dezena de metros. Conforme vou a fazer a curva para entrar na reta da meta pensei - vou acabar a corrida sem ser ultrapassado - comecei a sprintar e ainda o consegui voltar a ultrapassa-lo, creio que inclusivamente não era do meu escalão, mas foi só uma questão de poder dizer que não fui ultrapassado por ninguém. Acabei a corrida com pouco mais de 21 minutos, o que não parece uma grande média, e realmente já fiz melhor em anos anteriores, mas não deixa de ser uma boa média, depois de mais de um ano sem fazer triatlo conseguir acabar forte deixou-me muito satisfeito. Tempo final de 1h11m38s, na posição 109 entre 283, claro que fiquei contente.




quarta-feira, maio 03, 2023

Visions of Atlantis - Lisboa

Pela terceira vez fui ver um concerto dos Visions of Atlantis depois de os ter visto em 2019 e 2020, no meu último concerto pré pandemia. O que posso começar por dizer é que sem dúvida se nota evolução, a banda está cada vez melhor, mais consistente e preparada para subir na lista dos cartazes de festivais. Mas vou recuar um pouco, tenho de falar primeiro da banda de suporte os Autumn Bride.


Não conhecia a banda e a primeira vez que os ouvi foi na manhã do dia do concerto. A nível de sonoridade são agradáveis, não são espetaculares, mas como banda de abertura o som está no mesmo enquadramento que os Visions of Atlantis. Analisando um bocadinho melhor a banda, claramente vale pela vocalista, ótima presença em palco, boa voz, abafa o resto da banda e chama para si todas as atenções. Os músicos não são nada do outro mundo, não são virtuosos, não interagiam bem, estavam ali simplesmente a tocar, faltou emoção, faltaram uns solos para mostrarem a mestria e puxar pelo público 


Autumn Bride Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2023

Pela 3ª vez vi os Visions os Atlantis e cada vez estão melhores. Melhor som, melhor reportório, melhor presença em palco. É uma banda que já merecia mais reconhecimento, num palco maior que o RCA, apesar de estar bem composto, não é um espaço muito grande. Adorei o concerto, nem dei pelo tempo passar, valeu cada cêntimo que paguei pelo bilhete, que a bem da verdade, nem foi nada caro.

E se os Autumn Bride a nível de músicos não é nada de especial, os Visions of Atlantis têm um conjunto de músicos muito bons, destacando ainda mais o baterista. Normalmente o baterista é aquele músico que está lá atrás, escondido atrás dos instrumentos e mal se dá por ele, no caso do Thomas Caser, é um animal de palco que está ali, dá espetáculo, a bateria abana por todo o lado, chama a atenção para si, quanto a mim é o coração da banda. Outro factor que para mim é decisivo para o sucesso mais recente da banda, é a estabilidade no que toca a vocalistas. Esta banda andou diversos anos a trocar de vocalistas até que finalmente juntou a Clémentine e o Michele. Esta aliança franco-italiana sem dúvida que elevou a banda para outro nível, a química e harmonia entre eles dá outra qualidade a cada uma das músicas, e isso notasse mais em músicas que inicialmente foram cantadas por outros vocalistas.

Visions of Atlantis Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2023, Pirates over Europe