terça-feira, janeiro 28, 2020

E 14 anos depois...

Comecei este blog fez ontem 14 anos, ontem lembrei-me do facto mas devido a constrangimentos de tempo não consegui fazer o devido post a marcar a data. Mas não me esqueci do facto, manter este blog é algo que me continua a dar muito prazer, é poder ter aqui um registo fácil e acessível de factos importantes da minha vida. Quantas vezes já dei por mim a pesquisar por eventos neste blog, para me lembrar em que data é que aconteceu, para me lembrar quem estava comigo, para me lembrar de um nome de um localidade, e tantas outras coisas. É verdade que os meus interesses se foram alterando ao longo dos anos, o que é normal, e coisas às quais dou importância agora não o dava à 10-14 anos atrás, e vice-versa. Contudo essa também é a beleza da nossa evolução como seres humanos, percebermos que mudamos, percebermos o porquê de mudarmos, e percebermos que há coisas que não mudam porque fazem parte da nossa essência, dos nossos princípios. Cada vez mais fora de moda, e cada vez me faz mais sentido continuar a manter este blog, caminhamos para uma década e meia d'A Minha Visão do Mundo.

quarta-feira, janeiro 15, 2020

Troféu De Oeiras - Valejas

Quando fui desafiado para fazer algumas etapas do troféu de Oeiras encarei estas corridas como um treino um pouco mais a sério. Sempre julguei, por serem provas pouco divulgadas, por terem distâncias curtas, que seriam provas pouco participadas e com um nível mais baixo. Não poderia estar mais enganado, e fiquei agradavelmente surpreendido quando vejo uma moldura humana bastante apreciável antes de começar a minha prova. Uma coisa que não gostei foi a partida, metade das pessoas estavam à frente da linha da partida, nada parecia preparado, e sem que desse por nada começam todos a correr e eu apercebo-me que a prova já tinha começado. Lá fiquei para trás a tentar passar por metade do pelotão. 


Mas quando eu pensava que o nível não seria muito alto estava bem enganado, mesmo muitos atletas a andarem a velocidades de profissional, basta dizer que os 2 primeiros quilómetros andei a 3m35s/km e não senti que estivesse mais rápido dos que estavam à minha volta, não estava a ultrapassar ninguém. Está bem, os 2 primeiros quilómetros eram praticamente sempre a descer, o 3º quilómetro era o primeiro a subir onde passávamos junto à meta e depois era mais 1 quilómetro a descer vertiginosamente. Percebi aí que o final de corrida ia ser complicado. Os últimos 4 quilómetros eram praticamente sempre a subir, nessa altura o ritmo já ia tão apertado que poucas ultrapassagem houveram, para aí 3 atletas passaram por mim e eu passei por uns 3, aliás à entrada do último quilómetro as posições ficaram definidas, apesar de eu ainda ter encostado ao atleta que ia à minha frente no topo da subida, mas não o consegui ultrapassar nos últimos 100 metros sempre a descer. Foi um bom treino, e talvez ainda consiga encaixar mais alguma prova do troféu de Oeiras.

segunda-feira, janeiro 13, 2020

RIP Paulo Gonçalves

Este ano não era para escrever sobre o Dakar, estou chateado com o Dakar pela mudança da América do Sul para a Arábia Saudita, simplesmente por motivos económicos e não por um melhor espetáculo, ou por condições de segurança para os pilotos e comitiva, como aconteceu quando se mudaram de África para a América do Sul. Infelizmente ontem de manhã fui surpreendido pela notícia da morte do Paulo Gonçalves, quando me contaram nem queria acreditar, pensei que quem me contou estivesse equivocado, mas não, ao ver as notícias constatei a negra realidade, Portugal tinha perdido um dos seus melhores pilotos do automobilismo de sempre, e certamente o seu melhor piloto de todos os tempos em todo o terreno.

Sempre acreditei que o Paulo estava destinado a ganhar um Dakar, como escrevi em 2016, era uma questão de ter alguma sorte e uma boa mota, porque tudo o resto ele tinha, experiência, andamento, sacrifício, etc. Mas acima de tudo, o que fica, é o grande desportista que era. As imagens das quais me recordarei dele serão sempre imagens fortes, como dele a chorar quando a sua mota incendiou, como ele a parar para ajudar um Cyril Despres que estava atascado na lama e depois de ajudar ficar ele atascado sem ajuda de ninguém e serão imagens dele a parar quando liderava o Dakar para ajudar outro piloto caído no chão, ficando lá sem se preocupar com a classificação, isto era o Paulo Gonçalves. Serás sempre recordado como um dos grandes.


quinta-feira, janeiro 02, 2020

São Silvestre Amadora 2019

Final de ano que se preze começa com a magnífica S. Silvestre da Amadora. Este ano voltou a crescer imenso a nível de participantes com mais de 1800 corredores a acabar a prova, e muitos corredores de bom nível, aliás, acho que se comparar com outras provas, esta é a prova que em percentagem acabam mais corredores à minha frente. Desde que a prova é organizada pela HMS tem estado a crescer, não sei se se está a tornar mais comercial, parece-me que sim, mas espero que continue com aquele espírito popular, e com os habitantes da Amadora a fazerem a festa e a darem um apoio ímpar aos corredores. Este ano tivemos uma estreante, a Cláudia correu pela primeira vez os 10km, os meus parabéns por ter concluído a prova com sucesso, e agora o objectivo tem de ser fazer uma meia maratona. 


Quanto à prova, o meu objectivo continua a ser baixar dos 40 minutos neste exigente percurso, tenho andado ano após ano perto de o conseguir mas sempre ali pertinho. Estas provas de 10 kms, são bastante complicadas de gerir, temos de andar sempre acima dos 90% do nosso esforço, ou seja, a margem de erro é muito curta entre o andar devagar demais e o andar depressa demais. Mais um ano em que o São Pedro deu trégua, estando um tempo fantástico para correr. Quando saí senti alguma dificuldade a nível das pernas, pareciam que não estavam a responder, tinha passado muito tempo entre o aquecimento e o arranque da prova, e as pernas não estavam a querer sair aquele ritmo. Quando cheguei aos 2kms de prova, já perto do topo mais alto da prova estava com 8m20s, apesar da parte mais dura da prova estar quase a acabar, pareceu-me na altura que já estava a perder muito tempo, e as sensações também não eram as melhores, não me sentia nada solto. Mais tarde, comparando com os resultados dos anos anteriores, nunca tinha feito aquela subida tão rápido.

Aos 5kms estava com 20m20s, estava a perder os mesmos 20 segundos que estava aos 2kms, por um lado era bom que ainda tinha o objectivo dos 40 minutos ao meu alcance, mas por outro não tinha conseguido recuperar nada num terreno que maioritariamente era a descer. A prova foi um sofrimento constante, andei sempre muito perto do meu limite, a subida dos comandos foi uma guerra interna, o coração a querer sair-me pela boca e todo o meu corpo a dizer para eu abrandar. Depois da subida sobre a linha da comboio sabia que tinha de aproveitar a descida, estava a perder cerca de 1 minuto devido à subida dos comandos e a esta subida. Tinha 2,5kms para recuperar 1 minuto, ou seja, teria de andar abaixo dos 3m40s/km, mesmo a descer era pouco provável. Acabei com 40m23s, o meu melhor tempo com este percurso, mas ainda não foi desta que deu, mais uma vez terá de ficar para o ano.

Fazendo uma retrospectiva das últimas 10 edições da S. Silvestre da Amadora, consigo ver uma clara evolução, e ao mesmo tempo uma consistência de resultados nos últimos anos, que provam que mantenho a forma, mas que está a ser extremamente difícil baixar dos 40 minutos de prova.

2010 - 46:07
2011 - 46:43
2012 - 45:35
2013 - Doente
2014 - 42:16 (percurso diferente)
2015 - 39:47 (percurso diferente)
2016 - 41:08
2017 - 40:30
2018 - 40:45
2019 - 40:23