Este ano não era para escrever sobre o Dakar, estou chateado com o Dakar pela mudança da América do Sul para a Arábia Saudita, simplesmente por motivos económicos e não por um melhor espetáculo, ou por condições de segurança para os pilotos e comitiva, como aconteceu quando se mudaram de África para a América do Sul. Infelizmente ontem de manhã fui surpreendido pela notícia da morte do Paulo Gonçalves, quando me contaram nem queria acreditar, pensei que quem me contou estivesse equivocado, mas não, ao ver as notícias constatei a negra realidade, Portugal tinha perdido um dos seus melhores pilotos do automobilismo de sempre, e certamente o seu melhor piloto de todos os tempos em todo o terreno.
Sempre acreditei que o Paulo estava destinado a ganhar um Dakar, como escrevi em 2016, era uma questão de ter alguma sorte e uma boa mota, porque tudo o resto ele tinha, experiência, andamento, sacrifício, etc. Mas acima de tudo, o que fica, é o grande desportista que era. As imagens das quais me recordarei dele serão sempre imagens fortes, como dele a chorar quando a sua mota incendiou, como ele a parar para ajudar um Cyril Despres que estava atascado na lama e depois de ajudar ficar ele atascado sem ajuda de ninguém e serão imagens dele a parar quando liderava o Dakar para ajudar outro piloto caído no chão, ficando lá sem se preocupar com a classificação, isto era o Paulo Gonçalves. Serás sempre recordado como um dos grandes.
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