terça-feira, dezembro 02, 2025

Meia Maratona dos Descobrimentos

Esta era uma prova que me estava entalada, depois dos excelentes tempos nos distantes anos de 2013 e 2015, há dois anos atrás quando fiz a minha última meia maratona o tempo foi miserável e com muitas dificuldades para acabar, tendo inclusivamente andado. Este ano com treino queria vingar-me dessa prova.

Na sexta-feira anterior à prova tive o jantar de empresa e numa conversa descobri que um colega iria também fazer a prova e tinha o mesmo objetivo que eu, terminar abaixo 1h35, ou seja, fazer uma média inferior a 4m30s/km. Combinámos então fazermos a prova juntos para nos entre ajudarmos. A ideia dele seria fazer os 3 primeiros quilómetros a 4m30s e depois baixar para 4m25s. Para mim estava bom, já há 2 anos não fazia uma meia maratona e ser conservador não me pareceu má ideia. Logo no arranque tive de resfriar o meu ímpeto, senão fosse o Danilo a marcar o ritmo eu tinha logo ali pisado o acelerador e não sei que impacto negativo teria mais à frente. A partir dos 3 quilómetros então acelerei um pouco e fui tentando controlar sentia-me bastante bem, mas não queria ter nenhuma quebra.

E assim fomos nós, aquele ritmo certinho. Aos 10kms, pouco depois do Cais do Sodré, estávamos com 44m23s, a margem não era muita, no entanto tínhamos mais de 30 segundos de margem, era só manter o ritmo. Estava a sentir-me mesmo bem, apesar de ter tido um ligeiro episódio de asma nos dias anteriores, a respiração estava controlada, o ritmo cardíaco controlado e sem dores musculares. Estava com aquela sensação que corria facilmente 30kms aquele ritmo, esperava que nenhuma quebra acontecesse entretanto. Fui sempre falando com o Danilo para ir sabendo as sensações dele porque estava a notar algum desconforto na fala ofegante. 

Por essa altura sentia-se um pouco de vento de frente e eu avisei-o para se abrigar atrás de outro corredor e poupar energias. Quase a chegar ao retorno aos 12kms, ele perde uns metros para mim, desacelerei um pouco para ele recolar, mas percebi que ele estava a esticar o elástico e podia partir a qualquer momento. Falei com ele mais um pouco para o motivar e ver se ele seguia comigo, enquanto a minha fala continuava confortável, ele já pouco conseguia falar. O vento estava pelas costas e o ritmo tinha aumentado ligeiramente só por esse facto, o esforço continuava a ser o mesmo.

Já depois de termos passado o Terreiro do Paço, e já quase com 15kms de prova ele disse-me para seguir que tinha de abrandar que já não aguentava mais. Nem disse nada para o forçar a seguir-me porque já estava à espera que acontecesse, e para ele era melhor meter o ritmo dele para não perder muito mais tempo até ao final.

Como me estava a sentir bastante bem acelerei só um pouco, menos 5 segundos ao quilómetro, ainda faltavam 6kms para terminar e a ideia era fazer 3 quilómetros aquele ritmo e depois nos últimos 3 quilómetros dependendo no que ainda tivesse acelerava mais. Três quilómetros a 4m20s e estava na altura de queimar tudo até ao fim. Estava por baixo da ponte 25 de Abril e quase já cheirava a meta, meto um ritmo mais forte ali nos 4m10s-4m15s/km e era dar tudo até ao final. Nessa altura passa o Joel por mim e aproveito a boleia e vou com ele. No entanto ele estava a fazer a 4m/km, e eu não estava confortável por isso passado uns 500 metros tive de o deixar ir e tentar recuperar para o ritmo que estava anteriormente. Até ao final foi tentar dar o meu máximo, sabia que claramente iria acabar abaixo de 1h35m, mas queria fazer o melhor possível. No final o tempo oficial de chip foi 1h33m01s, bem abaixo do meu objetivo e como me senti tão bem acredito que se tivesse arriscado um pouco mais no início podia ter-me aproximado de 1h30m. Fica para a próxima...