segunda-feira, maio 29, 2023

Troféu de Oeiras - Caxias

Já fiz algumas provas do troféu de Oeiras, mas esta prova foi a primeira vez que a fiz, por isso não tinha noção do percurso. Assim à primeira vista parecia-me que iríamos começar num topo desceríamos até junto à praia e voltaríamos a subir.


Começa a prova e ainda dentro do primeiro quilómetro apanhamos uma parede daquelas que ninguém sai do mesmo lugar, ir a trote ou a passo era praticamente a mesma coisa, gosto de subidas mas quando são assim tão duras é muito difícil fazer diferença. De seguida uma grande descida até junto à praia, boa para recuperar um pouco o coração. Quando começamos novamente a subir ali por volta dos 3,5kms percebi que estava arrumado. Se até aqui a prova até não estava a correr mal, entrei naquela fase de super sofrimento. Isto não tem andado fácil para o meu lado, todas as provas me têm custado imenso, tem me faltado conseguir manter a intensidade na parte final. Ainda por cima fiquei um bocado isolado, tinha um grupo lá à frente e uns corredores um pouco atrás, então a última subida até àmeta foi um bocado de gestão, aproximar-me dos da frente se possível, mas essencialmente manter um pouco de energia para o sprint final visto que se estavam a aproximar de mim os que vinham atrás. 


Acabei por ficar novamente fora do TOP 10 pela segunda corrida seguida terminando só no 15°lugar com o tempo de 29m34s, e uma média de apenas 4m16s/km. Tenho de mudar um pouco os meus treinos, talvez fazer mais séries pois está a faltar-me intensidade na segunda parte das corridas. 

quinta-feira, maio 25, 2023

Troféu de Oeiras - Outurela

Esta é uma corrida especial para mim, porque é a prova organizada pelo meu clube e porque foi nesta prova que eu o ano passado comecei a falar com a Liliana. A prova não começou propriamente bem para mim, saímos atrasados de casa e cheguei à partida uns segundos antes do início da corrida, estava a pôr o dorsal e o apito da partida acontece ao mesmo tempo, o que fez com que o aquecimento tivesse sido inexistente. A partir daí o resto da corrida estava comprometida, adicionando à falta de treino estava dado o mote para mais uma corrida sofrida.


Na primeira parte da prova ainda me consegui aguentar, até à primeira passagem junto à meta consegui ir sofrendo e estando bem classificado. Durante a longa subida que se seguia ainda consegui manter e ganhar alguns lugares, mas cheguei ao topo totalmente vazio. Aquela parte final a rolar e depois a descer foi um sofrimento e uma frustração, pois parecia estar parado com imensos corredores a passarem por mim.


Cheguei à meta em esforço para não perder mais um lugar, se soubesse que não era do meu escalão nem teria chegado quase a vomitar à meta, teria mantido o ritmo e cortado a meta tranquilamente. Quanto ao resultado, o 14° lugar no meu escalão foi o meu pior resultado de sempre. Por outro lado vendo o tempo final de 30m12s foi só mais 34 segundos que o ano passado, ou seja, com o tempo do ano passado no qual acabei em 8° este ano só acabaria em 13°, o que me leva a dizer que esta corrida foi muito mais rápida que habitualmente é.

No final da prova, à semelhança do ano passado, voltámos a fazer o nosso almoço de equipa, gostava que fosse uma tradição que tivesse vindo para ficar. Agrada-me poder conviver com as restantes pessoas da equipa num ambiente mais descontraído, podendo conhecê-las um pouco melhor.





terça-feira, maio 23, 2023

Cabo Verde - Ilha do Sal

A minha primeira viagem a África, apesar de ter de admitir que sinto mais África na Amadora do que em Cabo Verde, pelo menos a maior parte a ilha do Sal é altamente turística e muito europeia. Logo inicialmente  houve algo que me provocou alguma estranheza, pensei que no voo fossem só praticamente portugueses e cabo verdianos, não poderia estar mais enganado, muitos espanhóis, franceses, ingleses e alemães, ainda não consegui perceber como Cabo Verde se tornou um destino tão universal, é surpreendente.

A ilha do Sal pode ser dividida em três regiões, apesar de toda a ilha ser árida e a única coisa que produzem ser sal, talvez daí o nome Sal. Temos o sul que é a zona dos resorts, praias deslumbrates, super limpa, muito europeia em que metade das pessoas devem ser turista. Zona centro onde está o aeroporto, a capital Espargos, a pequena vila pescatoria de Palmeiras e a maior extracção de sal na cratera de um vulcão as Salinas de Pedra de Lume. E finalmente a zona norte que é um deserto de pó totalmente árido onde a única coisa que tem para ver é o Buracona, que é um buraco na falesia que reflete a água num azul espetacular.






Uma coisa que devo referir é que nunca senti qualquer tipo de insegurança e andei bastante a pé de um lado para o outro, inclusivamente à noite e em sítios com pouca iluminação. Sim fui abordado algumas vezes para comprar coisas mas não mais que isso. O único sítio, que posso dizer que senti um pouquinho do que estamos habituados a ver de África, foi a norte de Espargos na transição para o deserto, onde há enormes bairros de lata com imensas crianças descalças a brincarem pelas ruas. Mas lá está, devo dizer que aqui perto na Damaia já vi coisas bem piores. 



Todas as pessoas foram afáveis connosco, seja dentro do resort, fora do resort, em todo o lado nos sentimos sempre bem acolhidos. Uma coisa que me deixou algo transtornado foi a quantidade de comida sempre disponível no resort, com pessoas a estragarem comida, e fora do resort pessoas a passarem miséria e fome. Inclusivamente cheguei a por comida na mala para dar a umas pessoas que me pediram. Mas o que é impressionante é que os cabo verdianos são pobres, têm muitas dificuldades, no entanto são um povo feliz, aliás muito mais sorridentes e de bem com a vida do que os turistas abastados que os visitam. O custo de vida é mais baixo que em Portugal mas não é proporcional aos baixos ordenados que têm, estamos a falar que o ordenado mínimo é de 13000 escudos cabo verdianos (foi tão engraçado voltar ao escudo) o que não chega aos 120€, e mesmo as pessoas do resort com quem falámos nao recebiam mais de 300€.


Apesar da língua oficial ser o português todos eles falam é crioulo entre eles, e o português muitas vezes não é o mais correcto e mesmo eles admitem algumas falhas a falar português. Mais uma coisa que me surpreendeu foi a capacidade de comunicarem em diferentes línguas, como disse muitos dos turistas não são portugueses. Quando fui fazer mergulho um rapaz lá do centro vi-o a falar inglês, francês e alemão, afinal não são só os portugueses que têm jeito para as línguas. E por falar em centro de mergulho, não poderia ir a Cabo Verde e não mergulhar, num dos melhores sítios de mergulho do mundo. Ainda fiz 3 mergulhos dos melhores e mais fáceis que fiz. Visibilidade de 20 metros, dizem eles que com menos de 7 metros cancelam os mergulhos, temperatura de 23°C e dizem eles que a água estava fria, deviam vir cá mergulhar a Portugal. E a quantidade de vida animal que se vê, simplesmente maravilhoso. Um bocado a contrastar com a vida animal fora de água, a ilha tem lagartos, pássaros e pouco mais. 


Comparo um bocado a ilha do Sal ao que era o Algarve há 30 anos atrás, um paraíso pronto a ser descoberto e explorado. Não é com espírito colonialista que digo isto, longe disso nem vivi nessa altura, mas é uma pena que Cabo Verde não tenha continuado a ser Portugal, seria mais barato viajar para lá, muito mais fácil, sem passaportes, sem câmbios, sentiriamos-nos ainda mais em casa do que já sentimos. E é um povo que merece ser ajudado, Portugal não é um país rico mas poderia fazer muito para melhorar as condições de vida dos cabo verdianos. Gostaria de voltar a viajar para o Sal, não sei o futuro, o que posso dizer é que adorei a ilha e o seu povo. 


terça-feira, maio 16, 2023

Triatlo de Oeiras

Já lá ia muito tempo desde a última vez que tinha feito um triatlo, e que bom foi regressar, que bom rever velhos amigos, que bom competir outra vez, que bom voltar a sentir aquelas sensações, o prazer e alivio de completar cada um dos segmentos.

Mas a primeira coisa que vou fazer é reclamar com a organização. Qual foi a ideia de ter um parque de transição que encerra às 9h30m para depois a prova só ter início às 13h30m...4 horas de espera? Está tudo parvo? Quase que a vontade foi de nem ir quando me apercebi dos horários. Para piorar as coisas, quando ia a pedalar para a prova senti fortes cólicas, que se concretizaram num violento distúrbio intestinal, ou seja, foram 4 horas de espera muito interessantes, sempre próximo de uma casa de banho. Em todo o caso ainda consegui dormir cerca de 1 hora à sombra na praia.

Como era de calcular, apesar de ter comido alguma coisa entretanto, não estava na minha melhor forma e a rezar para que tivesse limpo o intestino e durante a prova não tivesse nenhuma complicação. Primeiro segmento e a confusão habitual na água com muitos contactos, mas já sentia também falta daquele nervosismo, daquela máquina de lavar, em que não é só nadar mas escolher trajetórias e evitar levar pancada. A viragem da primeira boia foi particularmente confusa, apesar de ter escolhido um angulo aberto para não passar muito junto à boia, mesmo assim era muita gente. Depois a saída havaiana que detesto, aquele pôr na posição vertical para depois voltar à horizontal baralha-me todo, o voltar a nadar é um sacrifício. No contornar da segunda boia ainda levei com um calcanhar no queixo, lá está uma coisa que antigamente nunca acontecia, estou algo destreinado. Acabar o segmento de natação com cerca de 13 minutos para mim estava ótimo, é o segmento menos suscetível a oscilações de tempos, no entanto não deixou de ser bom. 

A transição é algo lenta devido à distância que se tem de correr entre a água e o parque de transição, acrescentando ainda que a primeira transição é sempre mais demorada. Inicia o segmento que tenho sempre receio, o segmento de ciclismo. Formou-se ali um mini pelotão à saída do parque que durou pouco só até Paço d'Arcos. Fiquei para trás só com um ciclista, mas fizemos um bom trabalho e fomos rodando entre nós e mantendo um bom ritmo. No Alto da Boa Viagem conseguimos agarrar num grupo e fomos descansando dentro do grupo. Viragem em Algés e novamente a acelerar o ritmo, tive dificuldade em me aguentar mas consegui até à nova subida para o Alto da Boa Viagem. À chegada a Caxias aparece o grupo das primeiras mulheres, o habitual, aos gritos umas com as outras e a chatearem para os homens não estarem junto delas. Comigo é muito simples, eu vou ao meu ritmo, se não quiserem ali estar ou aceleram ou deixam-se ficar para trás, eu não luto por nada, só luto contra mim, não me chateiem com as vossas guerras.

O grupo acabou por se dividir, houve homens que aumentaram o ritmo e consegui seguir com eles até ao alto de Paço d'Arcos, quando eu e outro perdemos o grupo, mas já estávamos mesmo a chegar e foram meros segundos perdidos, na transição ainda acabei por ultrapassar alguns deles. Acabei o ciclismo com praticamente 33 minutos e uma média de mais de 34km/h, espetacular para quem no último ano tinha feito um treino de 20km, a uma média pouco superior a 20km/h e a morrer no final.

Começa a corrida e eu a sentir-me muito bem mesmo, a ultrapassar atletas atrás uns dos outros, estava a uma velocidade totalmente diferente dos demais à minha volta. No retorno lá estava a Liliana para me apoiar e dar-me uma força final para o pouco que restava da prova. O primeiro atleta que passou por mim faltava pouco menos de 1km para o final da prova, nem tentei ir atrás dele, mas consegui mantê-lo a uma distância de uma dezena de metros. Conforme vou a fazer a curva para entrar na reta da meta pensei - vou acabar a corrida sem ser ultrapassado - comecei a sprintar e ainda o consegui voltar a ultrapassa-lo, creio que inclusivamente não era do meu escalão, mas foi só uma questão de poder dizer que não fui ultrapassado por ninguém. Acabei a corrida com pouco mais de 21 minutos, o que não parece uma grande média, e realmente já fiz melhor em anos anteriores, mas não deixa de ser uma boa média, depois de mais de um ano sem fazer triatlo conseguir acabar forte deixou-me muito satisfeito. Tempo final de 1h11m38s, na posição 109 entre 283, claro que fiquei contente.




quarta-feira, maio 03, 2023

Visions of Atlantis - Lisboa

Pela terceira vez fui ver um concerto dos Visions of Atlantis depois de os ter visto em 2019 e 2020, no meu último concerto pré pandemia. O que posso começar por dizer é que sem dúvida se nota evolução, a banda está cada vez melhor, mais consistente e preparada para subir na lista dos cartazes de festivais. Mas vou recuar um pouco, tenho de falar primeiro da banda de suporte os Autumn Bride.


Não conhecia a banda e a primeira vez que os ouvi foi na manhã do dia do concerto. A nível de sonoridade são agradáveis, não são espetaculares, mas como banda de abertura o som está no mesmo enquadramento que os Visions of Atlantis. Analisando um bocadinho melhor a banda, claramente vale pela vocalista, ótima presença em palco, boa voz, abafa o resto da banda e chama para si todas as atenções. Os músicos não são nada do outro mundo, não são virtuosos, não interagiam bem, estavam ali simplesmente a tocar, faltou emoção, faltaram uns solos para mostrarem a mestria e puxar pelo público 


Autumn Bride Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2023

Pela 3ª vez vi os Visions os Atlantis e cada vez estão melhores. Melhor som, melhor reportório, melhor presença em palco. É uma banda que já merecia mais reconhecimento, num palco maior que o RCA, apesar de estar bem composto, não é um espaço muito grande. Adorei o concerto, nem dei pelo tempo passar, valeu cada cêntimo que paguei pelo bilhete, que a bem da verdade, nem foi nada caro.

E se os Autumn Bride a nível de músicos não é nada de especial, os Visions of Atlantis têm um conjunto de músicos muito bons, destacando ainda mais o baterista. Normalmente o baterista é aquele músico que está lá atrás, escondido atrás dos instrumentos e mal se dá por ele, no caso do Thomas Caser, é um animal de palco que está ali, dá espetáculo, a bateria abana por todo o lado, chama a atenção para si, quanto a mim é o coração da banda. Outro factor que para mim é decisivo para o sucesso mais recente da banda, é a estabilidade no que toca a vocalistas. Esta banda andou diversos anos a trocar de vocalistas até que finalmente juntou a Clémentine e o Michele. Esta aliança franco-italiana sem dúvida que elevou a banda para outro nível, a química e harmonia entre eles dá outra qualidade a cada uma das músicas, e isso notasse mais em músicas que inicialmente foram cantadas por outros vocalistas.

Visions of Atlantis Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2023, Pirates over Europe