quarta-feira, junho 20, 2018

Lisboa - Fátima

Há algum tempo que queria fazer o tradicional caminho do peregrino que parte de Lisboa e vai até Fátima. Depois da data típica do peregrino, e de vários amigos meus terem ido fazer o caminho de bicicleta, comentei no trabalho que gostava de experimentar fazer o caminho, visto já ter percorrido imensos sítios de bicicleta, e um caminho tão tradicional como o de Fátima nunca ter feito. Foi aí que entrou o João Maria, não era tarde nem era cedo, marcámos logo provisoriamente a data de 16 de Junho para ir fazer a nossa voltinha de bicicleta e convidámos vários amigos que se quisessem juntar a nós para um dia de ciclo-turismo até Fátima. Acabámos por juntar um grupo de 5 ciclistas, nós os 2, o Romão que eu não conhecia e era amigo do Maria, o Faneca com quem já tinha feito alguns passeios destes e o Gonçalo, o filho do Faneca.


A primeira parte da nossa jornada foi acessível, já conhecia o caminho porque é coincidente com o de Santiago de Compostela, apesar de algumas pequenas alterações devido a melhoramentos nos trilhos, novos passadiços, etc, e foi bastante divertido recordar a passagem por aquele caminho. Chegada a Valada e a primeira paragem para a bifana. Nessa altura estava a começar a sentir dores nas costas o que me preocupou, ainda estávamos a meio do caminho e a parte mais complicada ainda estava para vir. Até Santarém até se geriu bem o desconforto, depois daquela paragem de 1 hora em Valada as costas estavam mais aliviadas. Em Santarém a paragem já foi um bocadinho mais rápida e seguimos caminho para enfrentar a parte mais dura do caminho.

Um pouco mais à frente parámos à entrada de um estradão onde está um senhor com um barracão dedicado aos peregrinos, ainda estivemos lá algum tempo à conversa e a tirar umas fotos. A partir daqui foi a doer, tive de apear a primeira vez numa subida íngreme onde me fugiu a roda da frente por ir numa mudança leve, e depois devido à inclinação não consegui voltar a montar até um ponto em que a subida aliviava um bocadinho. A próxima paragem foi no Arneiro das Milhariças, estavam lá as festinhas da terra e estivemos outra vez mais de 1 hora a comer e a beber. As minhas costas estavam cada vez pior, já começava a não ter posição em cima da bicicleta, e o grupo tinha de diminuir a velocidade para eu os conseguir acompanhar, e segundo eles ainda faltavam subidas bem duras.


Até os Olhos de Água houve mais uma subida complicada mas que consegui passar. Aí fizemos uma paragem rápida para o café e preparar para entrar na Serra d'Aire, agora sim ia doer. A primeira subida consegui fazer com alguma dificuldade sem ter de apear, muito dura mesmo ainda por cima já com mais de 110 kms nas pernas. Na subida a seguir a Monsanto tive de apear, aí por falta de força, foi a primeira vez que me comecei a sentir realmente cansado, além das dores de costas estava a começar a sentir alguma fadiga, apesar de ter comido bem e hidratado bem ao longo do dia, com aquele imenso calor e esforço acumulado as pernas estavam a começar a não querer responder.

A meio da subida antes de Minde, já em alcatrão tive de pedir ao grupo para parar, há muito tempo que não me sentia assim, senti-me totalmente esgotado, sem forças e a precisar de um saco de soro directamente na veia. A coisa não estava mesmo nada fácil, já me doía tudo, o corpo não queria responder e só pedia para que as subidas parassem, não ia desistir de maneira nenhuma apesar de todo o meu corpo dizer para eu parar. Ao fim de 5-10 minutos deitado no chão de pernas para o ar lá arrancamos novamente e devagar. Como a subida era em alcatrão, calmamente lá chegámos ao topo e consegui recuperar o ritmo cardíaco, respirar normalmente e concentrar-me para a descida que aí vinha. A descida foi das partes mais divertidas do percurso, larguei-me estrada abaixo e cheguei aos 70km/h, finalmente estava a voltar a divertir-me.

Em Minde nova paragem um bocadinho mais demorada, beber um batido de morango que soube como se tivesse sido o melhor do mundo e um pão com chouriço. A subida que faltava estava a preocupar-me, estavam a dizer que era bastante difícil e eu não estava em grande condição física. Contudo só tive de apear uma vez em toda a subida e foi numa zona algo técnica e inclinada que noutras condições até passava, mas antes que caísse preferi seguir um bocadinho a pé. O fim da subida parecia não acabar, as eólicas que assinalavam o fim da subida pareciam estar mesmo ali mas nunca mais lá chegava. A seguir à subida era simples até Fátima, voltámos a aumentar a média para mais de 20km/h e foi bastante rápido até Fátima. A chegada ao cair da noite foi espectacular, fui poucas vezes a Fátima, mas sem dúvida que esta foi a melhor, o cair do sol atrás da catedral deu uma paisagem belíssima. Sofri como há muito não sofria, mas voltava a fazê-lo, obrigado aos meus excepcionais companheiros de viagem pela paciência que tiveram comigo, foi uma viagem memorável.

segunda-feira, junho 11, 2018

Swim challenge Cascais

Que belo dia que poderia estar no dia de Portugal para uma bela prova de natação de águas abertas, poderia, mas não esteve, chuva, água gelada, a única coisa que se aproveitava era o mar estar calmo. Depois da má prova de natação no triatlo de Oeiras estava com algumas expectativas para ver o que iria dar esta prova, quase 200 pessoas à partida para uma prova de 3,8kms a nadar é algo notável, ainda para mais a começar às 8h30m de uma manhã chuvosa e fria.


Arranquei rápido para tentar fugir à confusão, até à primeira bóia que estava a cerca de 250m da margem foi a dar forte para chegar à bóia antes da grande confusão, passei a bóia ao lado do Vítor que é um nadador muito melhor, e que acabaria com menos 8 minutos que eu, por isso sabia que estava acima do meu ritmo. O resto desta volta foi a ajustar, fui sendo passado por alguns grupos tentando permanecer o máximo em cada grupo. Quando acabei a primeira volta estava com cerca de 35m30s, o que abria a perspectiva de um óptimo tempo final talvez até abaixo de 1h10m que seria claramente o meu record.


A segunda volta foi mais estável a nível de grupos, consegui ir sempre junto a alguém não havendo grande oscilação de ritmo até à bóia mais distante. O que não estava bem era o meu fato, devido aos imensos remendos que já tem no ombro e axila esquerda, estava a começar a ficar com queimaduras por fricção, se em distâncias mais curtas não me incomodava, agora estava mesmo a tornar-se um problema. Quando iniciei o retorno estava com 55 minutos, sabia que 15 minutos para retornar seria apertado, por isso decidi acelerar um pouco o ritmo e tentar imprimir mais força nas braçadas. Nessa altura estava só com um nadador que ia quase sempre ao meu lado, parecia-me o Rui pela maneira como entrava com a mão na água, mas não tinha a certeza se era ele. Quando estava quase a chegar à última bóia bate a 1h10m, não ia conseguir baixar da barreira de 1h10m, mas como estava com outro nadador à minha frente e o Rui (que eu não tinha a certeza que era ele) não me largava os pés, decidi que era dar tudo por tudo para quando chegasse à areia estar pelo menos ao lado do nadador que estava à minha frente, e depois provavelmente como corro bem e estou habituado às transições seria mais rápido a passar da posição vertical para horizontal e a chegar à meta em corrida. Assim foi, e o Rui também ainda conseguiu ultrapassar o outro nadador, acabei com 1h13m36s na posição 100, com menos 9 segundos que à 2 anos, num percurso tão grande engraçado que foram uns míseros 9 segundos de diferença. A única coisa que correu menos bem foi a distância que fiz, foram quase 4 km, o que me indica que não estive assim tão bem a nível de navegação e não andei tão a direito quanto devia.

segunda-feira, junho 04, 2018

Dia da criança em Cascais

Não sei quem foi o responsável pela iniciativa, mas tenho de lhe tirar o chapéu, os festejos do dia da criança em Cascais só foi pena ser 1 dia, porque estava realmente bem organizado, com imensas actividades e orientado a crianças de diferentes idades. Desde as actividades mais lúdicas (insufláveis, paredes de escalada, campos de ténis, rapel, etc) até actividades mais sérias (regras de trânsito, rastreio dentário, pulseiras de localização), podia-se encontrar um pouco de tudo. Foram algumas horas muito bem passadas e o Francisco adorou o passeio que é o mais importante.