terça-feira, fevereiro 05, 2008

Liberalização do despedimento

Quem terá sido o esclavagista com esta ideia peregrina? Basicamente isto era criar trabalho precário permanente, o que actualmente acontece é que pelo menos nos primeiros anos os trabalhadores estão sujeitos a trabalhar a recibos verdes ou a contratos de curta duração, se for criada uma lei para a liberalização dos despedimentos significa o mesmo que viver toda a vida nesta situação. O patronato já explora ao máximo os trabalhadores, com isto cria-se uma filosofia de desresponsabilização, não se quer ter mais encargos com uma determinada pessoa então dá-se um chuto dela e já está!

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma coisa é absolutamente certa: é necessária uma revisão imediata da lei laboral.

Se, por um lado, não se pretende que os trabalhadores sejam explorados, por outro lado a actual lei laboral prejudica as empresas e os próprios trabalhadores.

Actualmente:

1) É muito difícil despedir um trabalhador. O meu pai já teve um trabalhador que roubava mas como não o tinha visto em flagrante delito (foram testemunhos de outros trabalhadores) acabou por não o conseguir despedir por justa causa
2) Não existe perda de regalias: se a empresa estiver mal e for necessário baixar salários a trabalhadores sob vínculo salarial, não é possível. Por este motivo, muitas empresas reservam-se a subir os salários
3) O despedimento envolve o pagamento de brutais indeminizações (2 meses de salário por cada ano de trabalho), levando precisamente isso a que as empresas prefiram não fazer um contrato de trabalho.

Portanto, desde que devidamente regulado, só vejo a liberalização do despedimento como uma coisa boa. Naturalmente que em Portugal deverá ser tida em atenção o abuso e a ganância, dois adjectivos muito comuns nos portugueses.

Anónimo disse...

Nem mais :) Assim os empregados têm mesmo de se esforçar para que os patrões os queiram e ficarem na empresa :)

Lei da Oferta e da Procura :)

Tiago Sousa disse...

Obrigado pelos vossos comentários e por não o terem feito de uma forma anónima, visto que a maioria das pessoas que me confronta no meu blog o faz de forma anónima.
Concordo que se deve facilitar o despedimento nos casos dos trabalhadores mostrarem que não redem aquilo que podem reder, contudo não concordo com o despedimento das pessoas em final de carreira (acima dos 45 anos) só porque um trabalhador com metade da sua idade o pode substitur melhor. Apesar destes trabalhadores já não estarem no pico das suas capacidades dedicaram a sua vida à empresa e merecem ser reconhecidos por isso.

Quanto às reduções de salários também não concordo, o custo de vida aumenta por isso os salários só têm de aumentar, se não houvesse inflação então concordo com a não subida de ordenados. Quanto ao problema que apresentas acho que parte de uma má gestão das empresas, primeiro porque só deve ter um número necessário de trabalhadores com contrato a termo incerto, segundo deve ter capacidade para manter o volume de negócios, tendo assim redimentos suficientes para pagar aos seus trabalhadores.

Vitor Silva disse...

>>não concordo com o despedimento das pessoas em final de carreira (acima dos 45 anos)
tendo em conta que a reforma é aos 65 como é que podes considerar final de carreira uma idade acima dos 45 anos?...

>>Quanto às reduções de salários também não concordo, o custo de vida aumenta por isso os salários só têm de aumentar
não esquecer que esse custo de vida também se aplica às empresas... assim como nós temos que pagar mais caro a luz, transportes, telefones, etc as empresas têm que suportar o mesmo tipo de custos. portanto considerando um cenario em que o aumento de custos é igual quer para funcionarios quer para a empresa e imaginando um cenario em que a empresa (por qualquer razão) vende menos, o que estás a sugerir é que com menos dinheiro disponivel (menos lucros) se pague mais aos funcionarios. parece-me um bocado um contrasenso