segunda-feira, junho 27, 2022

Tróia - Sagres - Dia 2

Após uma noite de sono, o corpo não estava totalmente recuperado, sentia os gémeos doridos e ao toque doíam, sabia que não podia apertar muito com eles senão voltaria a ter câimbras, era gerir o esforço ao longo do dia. A saída de Porto Côvo é muito bonita, mas a progressão é lenta, muitas vezes com a bicicleta às costas ou à mão numa areia completamente solta e funda. Este ano não cometemos o mesmo erro de há três anos, onde fomos pelas dunas desde a Ilha do Pessegueiro até ao Parque de campismo do Sitava o que nos fez perder a manhã toda. Fizemos uns estradões e um bocadinho de alcatrão até chegar a Vila Nova de Milfontes. Fui então procurar a loja de bicicletas, mas mais uma vez estava fechada porque havia uma feira em Vila Nova de Milfontes na qual eles estariam. Ainda fomos até à feira, mas ainda a estavam a montar, por isso nada de material de bicicleta. Bem, os sapatos pareciam estar a aguentar com a fita cola preta, tinha de arriscar seguir caminho, não podíamos perder mais tempo. Nessa altura o Tavares começa a queixar-se do joelho que estava a ter algumas dores, devo dizer que não me preocupei muito, não ter dores em alguma parte do corpo é que seria o anormal. Paragem em Almograve para almoçar e o pneu da frente do Maria em baixo. Incrivelmente desta vez este foi o único furo durante toda a viagem. De seguida a parte que mais gosto do percurso, o trilho entre o Cabo Sardão e o Porto das Barcas, um percurso fácil e lindíssimo, ideal para desfrutar da paisagem e da natureza. 

No final desse trilho ainda nos pediram ajuda para desatascar um carro preso na areia, é só parvo levar um carro para aquele local, por todos os motivos, porque só um todo terreno consegue passar algumas das partes em areia e essencialmente, porque é um local com uma natureza única e levar um carro para ali é só para destruir e perturbar. De seguida a montanha russa junto às praias, uma série de curtas descidas e subidas muito acentuadas até que chegamos à zona dos canais. Os canais são espetaculares de se fazerem, apesar de neste ano a vegetação estar muito mais serrada, com muitas silvas a dificultar a passagem e a torná-la mais dolorosa. 

A dificuldade do dia estava reservada para o final, a subida ao castelo de Aljezur, seguida de uma descida e mais uma grande subida para irmos em direcção a Arrifana. O Tavares cada vez se queixava mais do joelho e no final desse dia, levantou logo a bandeira, e disse que se tivesse assim no dia seguinte não iría arrancar conosco para a última etapa. Acabei o dia menos cansado que no anterior, parece que tinha sobrevivido ao pior, e a minha condição física estava a melhorar.


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