quarta-feira, novembro 20, 2013

Formas de deslocação para o trabalho

Ontem à noite enquanto jantava estive a ler um artigo na Deco Proteste de Outubro (sim estou um bocado desactualizado), com o título de Mobilidade Sustentável. O foco principal do artigo era, qual seria a forma menos poluente de nos deslocarmos para o trabalho e ao mesmo tempo mais económica. Na minha opinião acabam ambos os objectivos por se complementar, e se formos a ver a maior parte das pessoas claro que se preocupa com a poluição, mas não vamos ser hipócritas, a maior parte das pessoas pensa primeiro em poupar algum dinheiro.

Claro que nesta análise temos de contar com alguns condicionalismos, como por exemplo se tiverem filhos e os tiverem de ir por à escola, como se não viverem numa metrópole os transportes públicos escasseiam, entre outros. 

A pé:
Nesta análise esta é a única forma que nunca utilizei, porque nunca tive a felicidade de ter um trabalho assim tão ao pé de casa. Económica, saudável, relaxante, são algumas das vantagens de nos deslocarmos a pé, a maior desvantagem será mesmo o mau tempo.

De bicicleta:
Já o fiz algumas vezes e devo dizer que é espectacular. As vantagens e desvantagens são basicamente as mesmas de ir a pé, com a vantagem adicional de conseguirmos cobrir uma distância maior caso necessário, e ainda pouparmos no ginásio. Mas vamos ser claros esta não é uma opção válida para todas as pessoas, porque muitas pessoas não têm a preparação física para o fazer, porque por exemplo Lisboa é uma cidade extremamente acidentada, ou porque como eu agora teria de fazer 100km de bicicleta por dia. Mesmo assim agora vão aparecendo cada vez mais ciclovias que facilitam a deslocação, diminuindo o perigo de andar no meio do transito. Contudo chegar ao trabalho de bicicleta estando minimamente suado ou sujo é uma arte. A nível de custo podemos contar com a revisão da bicicleta, mas claramente ao fim de um ano estamos a falar de um custo marginal.

De transportes públicos:
Se tivermos uma boa rede de transportes públicos entre casa e o trabalho é uma opção mais que válida. As vantagens é que continua a ser um meio de transporte relativamente barato, podemos tornar o tempo das viagens em tempo útil, lendo ou fazendo algo de interessante e quanto a mim é um meio confortável. As desvantagens são por exemplo as greves constantes, lembro-me a última vez que comprei o passe mais ao menos à 3 anos atrás, nesse mês houve pelo menos 4 greves, mas creio que foram mais, foi um mês e desisti, voltei à mota. O transbordo entre transportes também pode atrasar bastante a viagem especialmente se não tivermos sorte com o tempo de espera entre ligações.

De Mota (125cc):
Este é o meu meio de transporte de eleição desde à 4 anos para cá. A nível de custos é ligeiramente superior aos transportes públicos, mas sem dúvida que tem inúmeras vantagens. No meu caso actual se viesse de transportes demoraria de certeza mais de 2h, teria de apanhar no mínimo 3 transportes, ao contrário demoro 45-50 minutos. Adeus transito, adeus stress, adeus problemas de estacionamento, sem dúvida estas são as grandes vantagens. Se tivermos várias deslocações durante o dia, nada traz mais mobilidade que uma mota, então se for no centro da cidade nada é comparável. A maior desvantagem é mesmo o risco de queda, que aumenta ainda mais com mau tempo. O chuva em si nem é grande problema, nada que um impermeável médio não resolva, o problema é que a condução se torna muito mais difícil. Além disto a mota ainda tem a desvantagem de não ter bagageira, não será algo que seja necessário frequentemente nas deslocações para o trabalho, mas quando for é um ponto negativo da mota.

De carro:
Sem dúvida que a nível de conforto que bate qualquer dos outros, mas será que esse conforto compensa o stress do trânsito, os problemas de estacionamento e o custo muito mais elevado? Claro se tiverem filhos não há muita volta a dar, claro que se nenhuma das opções anteriores servir o único remédio é mesmo a utilização do carro.

Car sharing:
Ainda existe uma 6º opção, a partilha de carro. Quem anda no trânsito nota que no mínimo 90% dos carros leva só uma pessoa, se cada carro levasse 2 pessoas o que isso diminuiria o trânsito e o que simplificaria o estacionamento perto do trabalho? Pessoalmente utilizei esta opção no final de 2006 início de 2007, os custos eram reduzidos para metade porque éramos 2, como a distância não era muito longa e o gasóleo até estava barato, acabava quase por ficar ao mesmo custo que andar de transportes públicos. A grande desvantagem eram os horários, frequentemente um de nós tinha de estar à espera do outro, nos dias em que um de nós não ia logo para casa a seguir ao trabalho também tínhamos de levar 2 carros. Esta solução parece-me ideal especialmente para colegas universitários, que normalmente até fazem trabalhos de grupo juntos, têm as mesmas cadeiras, o que facilita a conciliação de horários.

segunda-feira, novembro 18, 2013

Corrida do Monge

Depois de 2 noites em que a minha asma não me tinha dado muito descanso não estava com muita vontade de ir à corrida do Monge, ou melhor, vontade até tinha mas não me sentia nada confiante. O pior que podia acontecer era acabar a andar, por isso que se dane, lá fui ciente que não estava a 100% mas que ia dar o meu melhor em todo o caso.

O tempo estava perfeito para correr, um solinho bom a cortar o frio que se fazia sentir, que passado 5 minutos de estar a correr já nem se sentia frio nem calor, perfeito. Sabia que os primeiros 4km seriam sempre a subir, fui a controlar a respiração inicialmente na companhia do Mário Santos um dos meus colegas de equipa, mas ao fim de 2,5km senti que a asma não me estava a afectar por aí além e dei um pequeno esticão para começar a subir uns lugares. Este tipo de subida longa não sei porque mas adapta-se perfeitamente à minha maneira de correr, sinto-me sempre muito bem e vou fazendo ultrapassagens com alguma facilidade, nunca parando de correr.

Começamos a descer e aí já não sou assim tão bom, talvez devido a já me ter lesionado numa descida em trail tento sempre resfriar o meu ímpeto de desatar a correr feito cabra montês. A descida era pouco técnica feita a boa velocidade, contudo com alguma perigosidade devido às raízes, leiras, pedra solta e a própria velocidade que se atingia. 

A última subida já era algo de respeito, ainda comecei por continuar a correr, mas rapidamente desisti da ideia, tinha outros atletas à minha frente que eram difíceis de ultrapassar pela irregularidade do terreno, mas mesmo que não tivesse pouco depois teria de andar porque o terreno era mesmo muito inclinado (mais de 20%), arenoso e extremamente irregular.

Voltamos a descer, aumentei um pouco o ritmo mas continuavam atletas a passar por mim nas descidas, estava muita pedra solta e não me sentia confortável para arriscar mais, decidi continuar a tê-los dentro do possível em linha de vista para ter uma referência. Marca dos 10km, faltava 1,5km de descida, já estávamos em estradão e sabia que até ao final seria sempre a descer em empedrado ou alcatrão. Pensei para mim, isto é o equivalente a uma série que estou acostumado a fazer, são só 1,5km de sofrimento que falta. Nessa altura alarguei o passo a sério e na curta distância que faltava ainda fui buscar 4 atletas que estavam à minha frente acabando a corrida quase em sprint.


Os resultados finais ainda não saíram e não esperei que fossem afixados no final, mas pelo que percebi acabei ali a rondar o 70º lugar, o que não foi nada mau porque estavam inscritos quase 600 atletas, a maior parte deles muito mais habituados a estas andanças do que eu, e mesmo assim fui o 1º do meu clube. Parabéns à organização em todo o caso pelos abastecimentos, era só água mas colocados mesmo nas alturas onde era necessário, o percurso fabuloso, e o saco no final também bem composto, tendo para mais  em consideração que a inscrição era só 7,5€.

Dados da minha prova:
  • Tempo de prova: 1h09m15s
  • Velocidade média 9,96km/h
  • Tempo médio por quilómetro: 6m01s

sexta-feira, novembro 15, 2013

Novo tipo de escravatura

Este post surge de uma conversa que um amigo meu teve com um CEO de uma empresa para a qual trabalhei. Nessa conversa esse CEO estava a tentar contratar o meu amigo, e acabaram por falar sobre mim, ao qual o CEO acabou por comentar algo do género - "O Tiago era muito bom mas o horário dele era das 9h às 17h...estivesse o que estivesse a arder".

Bem vamos começar pelo início, eu sou daquelas pessoas que gosta de chegar cedo ao trabalho, sempre antes das 9h, mas também gosto de sair cedo pois tenho outras actividades que realmente gosto de fazer, contudo nunca saí antes das 18h, nem houve algum dia que fizesse menos de 8h de trabalho, ou que deixasse alguma coisa a 'arder'.

Já ando nisto à quase uma década e sei o que "a casa gasta", na área de IT está mais ao menos institucionalizado que se trabalha mais de 8h por dia sem que se receba mais por isso, aliás quem tenta respeitar o que está no contracto que são 40h semanais é que é o mau, mas os que fazem mais horas não são bons, são os normais.

Também já fiz muitas horas extras, inclusivamente quando trabalhava para esse CEO houve um mês que trabalhei 30 dias e descansei 1, a fazer muitas horas por dia, a trabalhar noite dentro porque tinha intervenções nocturnas, e qual foi o reconhecimento disso...uma palmadinha nas costas, foi mais ao menos nessa altura que comecei a abrir os olhos.

Outra coisa muito comum na área do IT é chegar-se tarde ao trabalho e ficar a trabalhar até mais tarde, mas aí já não há problema porque se fica a trabalhar até tarde isso é que é importante, porque chegar às 11h e sair as 20h é diferente de entrar às 9h e sair às 18h. E se eu trabalhar 4h e ficar à assobiar para o ar 6h também está tudo bem, interessa é mostrar que se está presente. Sempre achei e continuo a achar que se trabalharmos bem 8h estamos no nosso limite de produtividade a partir daí começamos a demorar muito mais tempo a fazer algo pois já estamos inevitavelmente cansados e com muito menos concentração.

Uma estratégia comum das empresas de IT é contratarem pessoas deslocalizadas, o que é bastante inteligente pois essas pessoas não têm actividades para além do trabalho, então literalmente vivem para o trabalho. E quando dizem que algo está a 'arder' que é preciso fazer um 'esforço extra', vejam bem se as coisas estão mesmo a arder, por experiência não está nada a arder é simplesmente uma maneira de fazer pressão para se trabalhar mais horas. Lembro-me de uma vez ter ficado a trabalhar até bastante mais tarde porque era necessário ter algo pronto porque outra equipa dependia desse trabalho para começar no dia seguinte. O que vim a verificar é que a tal equipa só pegou no que eu fiz uma semana depois, mas era urgente estar pronto no dia seguinte senão tudo ia arder...

Agora eu pergunto aquelas pessoas que fazem horas extras não remuneradas, acham que devem de investir esforço desta maneira? Já vi empresas a fechar e onde fica o esforço dessas horas extras? Em lado nenhum, vão para o olho da rua como os outros. Já vi pessoas a mudar de empresa porque estão descontentes na actual e onde fica o esforço dessas horas extras? Em lado nenhum, pensam que vão receber algum bónus quando saem, só vão receber frases reprovadoras dizendo que estão a tomar a decisão errada em sair.

O que me diz a minha experiência é que se quiserem investir horas extras na componente profissional invistam a evoluírem, a aprenderem, a evitar que se tornem em dinossauros. Até agora só conheço 2 maneiras de ter aumentos de ordenado, 1ª sair para outra empresa, 2ª ter propostas melhor para outra empresa e a actual paga para ficar, mas lá está isto só é possível se continuar a aprender para cada vez ser um profissional mais valioso a nível de conhecimento. Tirando isto os únicos aumentos que se conseguem são migalhas - "Toma lá mais 20€ brutos por mês já que ficas todos os dias a trabalhar até tarde pelo menos num deles vais jantar fora". 

sexta-feira, novembro 01, 2013

Workshop de culinária

Ontem fui a um workshop de culinária no contexto da Prime IT, com os meus colegas de trabalho. Logo assim de entrada posso dizer que foi fenomenal, muito divertido, deu para aprender algumas coisas novas e gozar do momento com os colegas de trabalho.

O workshop foi no Kiss the Cook, dentro da LX Factory, para quem conhece sabe que é um espaço diferente, multi-cultural, ideal para momentos de descontracção. Fomos divididos em diversas equipas cada uma responsável por parte da refeição. Eu fiquei na parte das entradas, apesar de ter ficado de 'castigo' a descascar maçãs que pareciam nunca mais desaparecer, acho que tive sorte na estação em que fiquei, porque de todas as estações creio que a nossa foi a que fez a comida mais elaborada e mais diferente. A minha equipa também se organizou bem, fomos-nos entre ajudando uns aos outros, sempre com um bom espírito de equipa.


Aconselho vivamente às empresas que puderem oferecer este mimo aos seu colaboradores que o façam, pois num simples jantar acabamos por conviver mais com as pessoas mais próximas de nós, ali somos nós que fazemos o jantar, numa equipa na qual não conhecemos bem os outros elementos, e acaba por ser um bom modo de socializar e conhecer pessoas da mesma empresa mas que normalmente não trabalham connosco.

No final cada equipa explica o que fez às outras equipas, no caso da minha equipa até me coube a mim essa tarefa, e a seguir é comer de tudo o que se fez. Gostei imenso, o meu estômago é que nem por isso e hoje ainda está aqui aos saltos, mas valeu a pena...(ena a mosse de chocolate!!!)