segunda-feira, outubro 19, 2015

Maratona de Lisboa 2015

Não estava nada confiante para esta prova, na 2ª feira anterior tinha ido treinar e passados 5kms já os joelhos me estavam a matar, ainda mazelas do triatlo longo de Cascais, fiz 15kms com muito sacrifício e com péssimas sensações. Durante o resto da semana foi descansar e esperar que as dores nos joelhos passassem. Uns dias antes da maratona lembrei-me de usar fitas de kinésio, nunca tinha usado anteriormente e devo dizer que até era algo séptico quando aos seus benefícios. O meu problema nos joelhos tem a ver com a minha passada, que provoca que a rótula mova-se para a parte interior comprimindo um tendão. Logo que coloquei as fitas de kinésio notei que tinha o movimento algo limitado e que a rótula parecia menos móvel, quem sabe não poderia dar resultado.

Depois disto tudo o meu objectivo não podia ser muito mais que tentar acabar. Comecei a corrida calmamente, tentando acima de tudo desfrutar do percurso. A nível de passada a estratégia era fazer passadas curtas e com uma cadência mais elevada de modo a sacrificar o mínimo os joelhos. Logo no primeiro quilómetro encostei no Rui Rodrigues, não o tinha visto na partida mas antes da corrida tínhamos combinado que ele ia fazer só meia maratona e que ia fazer de lebre para mim. Aos 10kms íamos  com 50m27s, estava mais lento 2 minutos que há 2 anos atrás quando fiz a maratona pela primeira vez, mas uma coisa que aprendi é que a maratona se decide nos últimos 10kms e não nos primeiros 10kms.

Por volta dos 15kms o joelho esquerdo parecia querer começar a chatear, desacelerei um pouco durante um bocado e a coisa acabou por não piorar, e com as dores que já tinha nos pés era fácil abstrair-me daquela moinha no joelho. Aos 21.1km passei com 1h47m36s, estava a perder mais de 4 minutos para o tempo de há 2 anos atrás, mas sentia-me muito bem, estava a desfrutar da corrida, da conversa com o Rui, realmente não estava em esforço ou sofrimento. Chegados aos 23kms, ao pé da estação de Algés, o Rui parou o treino dele e lá segui eu sozinho tentando manter o ritmo, era uma altura complicada porque perdi a minha referência.

Quando cheguei ao Cais do Sodré, onde há 2 anos bati na parede, continuava com muito boas sensações, tinha quebrado ligeiramente mas nada de relevante. Aos 32kms já estava quase com o mesmo tempo que em 2013, já só estava 1 minuto atrás, mas as sensações eram totalmente diferentes, no meu pensamento só ia algo como - "Só falta uma banar corrida de 10kms para chegar ao fim.". Passo aos 33kms com 2h53m07, já 6 minutos melhores que há 2 anos, tinha sido nesta altura que eu tinha quebrado de vez, e agora estava a conseguir manter o ritmo.

Quando eu pensava que já não ia bater contra a parede, aí que ela apareceu aos 34kms. Acho que foi um misto de cansaço físico e de desgaste psicológico, digo isto porque para mim um dos erros da organização foi juntar a maratona com a meia maratona a partir de Santa Apolónia, o pessoal da meia maratona parecia que ia a sprintar ao meu lado e que eu ia a andar, psicologicamente fui um bocado abaixo. Já que estou a falar de erros da organização, o primeiro abastecimento sólido foi só aos 23kms, onde estavam com a cabeça? Ainda bem que levei eu barras minhas, numa prova tão longa no mínimo devemos comer a cada 45 minutos.

Estes últimos quilómetros custaram-me mais que toda a restante corrida, o meu objectivo a partir daqui era não começar a andar e conseguir concluir pela primeira vez a maratona sempre a correr. Mesmo assim aos 40kms cheguei com 3h36m14s, cerca de 15 minutos melhor, ia melhorar imenso o meu tempo final da maratona. Conclui a maratona com 3h50m29s, cheguei bem dos joelhos e restantes articulações, sentia-me fraco e com os músculos a vacilar desta vez não consegui melhor por manifesta incapacidade física, tudo o que normalmente me limita por outro tipo de dores mais lesivas não aconteceram, por isso não poderia pedir melhores condições para fazer um bom resultado. Claro que no final estava contente com o resultado, mas não posso negar que estava algo frustrado por ter quebrado já tão perto do fim e ter perdido 5-10min em apenas 8kms. Agora é descansar, objectivos cumpridos para este ano, e desfrutar agora um pouco das últimas provas do ano que vou ter só em Dezembro sem grandes preocupações com resultados.


Dados da minha prova:
  • Passagem aos 10km ; tempo = 50m27s ; pace = 5:02/km ; velocidade = 11.89km/h
  • Passagem aos 21.1km ; tempo = 1h47m36s ; pace = 5:08/km ; velocidade = 11.65km/h
  • Passagem aos 30km ; tempo = 2h36m06s ; pace = 5:27/km ; velocidade = 11.01km/h
  • Passagem aos 32km ; tempo = 2h47m27s ; pace = 5:40/km ; velocidade = 10,57km/h
  • Passagem aos 33km ; tempo = 2h53m07s ; pace = 5:40/km ; velocidade = 10.57km/h
  • Passagem aos 36km ; tempo = 3h10m57s ; pace = 5:56/km ; velocidade = 10.09km/h
  • Passagem aos 40km ; tempo = 3h36m14s ; pace = 6:19/km ; velocidade = 9.49km/h
  • Final 42,195km ; tempo final = 3h50m29s ; pace = 6:28/km ; velocidade = 9.26km/h
  • Pace total = 5:26/km
  • Velocidade média total = 10,99km/h

sábado, outubro 10, 2015

Ironman Barcelona 2016

Pronto já está, acabei de me inscrever, o mesmo é dizer que assinei a minha sentença. Não há volta a dar, não há caminho de volta, falta 1 ano para o Ironman de Bacelona, dia 2 de Outubro de 2016 vai ser o grande dia.