segunda-feira, julho 25, 2016

Triatlo de Setúbal

Este foi o último teste numa prova de triatlo antes do Ironman, distância olímpica, nem é para ir a fundo nem é para gerir esforço, é preciso não perder intensidade e ao mesmo tempo não gastar demais para não morrer no final. 

Além de ser uma preparação para o Ironman também ia tentar fazer meu melhor tempo na distância olímpica, bem sei que estive demasiado tempo a treinar pouco devido a ter sido pai há 1 mês, mas não ia deixar de tentar porque o treino antes dessa altura estava bom e os resultados estavam a aparecer. Pela primeira vez ia fazer o segmento de natação sem fato isotérmico, a água estava a 23ºC (não me parecia mesmo nada) por isso fato não era permitido. Para mim nadar sem fato é terrível, sou friorento e custa-me imenso aguentar o frio da água.

Antes de começar a prova fui nadar um bocado e percebi logo a forte corrente que estava, além de não ter fato ia também ser difícil por causa da corrente. Consegui afastar-me da confusão e traçar uma trajectória, que tendo em conta a corrente, me levou direito à primeira bóia. A segunda parte do segmento foi o mais duro, sempre a nadar contra a corrente avançava-se muito devagar, tentei sempre me proteger atrás de outros nadadores de modo a desgastar-me o mínimo possível. No fim acabei por fazer quase 1900m ao contrário dos 1500m que deveria ter o segmento. Aliado à distância maior e a não ter utilizado fato isotérmico, acabei por fazer cerca de 36 minutos neste segmento onde no mínimo deveria ter feito menos 10 minutos em situações normais, isto desde logo deitava por terra as minhas aspirações de fazer um tempo final inferior a 2h30m.


A transição julgava que ia ser rápida porque não tinha fato para despir, mas não correu bem, tive dificuldades em calçar as meias e perdi alguns segundos a mais do que gostava. Saí para o segmento de ciclismo e logo procurei formar um grupo para ser mais fácil fazer este segmento. Infelizmente o grupo era somente um trio o que fez com que me tivesse de desgastar durante muito tempo. Durante a primeira volta fomos apanhados pelo grupo das primeiras mulheres que tinham saído 15 minutos antes. Muito elas refilam com tudo e com todos, gritam, berram, resmungam, tanta testosterona que ali estava acumulada. Nisto vem um árbitro mostrar-nos, aos 3 homens um cartão azul de aviso, em que ou íamos embora ou tínhamos de ficar para trás que não podíamos rodar com elas. A nossa reacção pode-se dizer que não foi nada amistosa, dissemos que ele era um trabalhador circense, que fosse para uns determinados sítios, alguns comentários sobre a mãe dele, e ainda falámos da extraordinária capacidade que ele tinha de avaliação as situações. Ora se elas tinham vindo detrás e depois tinham ficado ao pé de nós o problema não era nosso, se elas vinham mais rápido é que nos tinham de deixar para trás, não éramos nós que nos tínhamos de ir embora ou diminuir o ritmo a que íamos.

Esta palhaçada durou 2 voltas em que nós acelerávamos para ficar uns 10 metros à frente delas, depois elas passavam novamente e ficavam ao pé de nós. Nesta altura acho que nós os três gastávamos mais energia a refilar com o árbitro que a pedalar, pois nós estávamos ali só para fazer o melhor e elas é que estavam ali a lutar para ganhar a prova delas, por isso para nós era irrelevante ganhar alguns segundos ou mesmo minutos por estarmos a circular num grupo maior. Passadas 2 voltas de esticões constantes não consegui seguir com os outros 2, e acabei por ficar ali naquele grupo, que não era grupo, pois eu não podia estar junto das raparigas. Foi uma volta sempre com o peito ao vento, dum lado da faixa ia eu do outro lado da faixa iam as raparigas a revezarem-se a passar pela frente. Quando faltava uma volta e meia para o final chegaram 3 homens aquele grupo, o árbitro de imediato começou a embirrar com os 3, nessa altura um deles acelera para deixar o grupo e desta vez consegui ir na roda. Formámos um pequeno grupo de 4 elementos que não voltou a ser apanhado pelas raparigas, mas que também não íamos assim tão rápido. No final acabei os 40kms com uma média de 34km/h não foi brilhante mas também não foi mau de todo tendo em conta que fui muito tempo sozinho ou em grupos pequenos, não foi bom para o resultado da prova mas foi um bom treino para o Ironman.


Não consegui tirar os pés a tempo antes de entrar no parque de transição, o empedrado e o cansaço dificultaram-me a tarefa e acabei por correr com os sapatos calçados mas já desapertados no parque de transição. Contudo a transição até foi boa. No último retorno da bicicleta contei o tempo, e ia mais ou menos 6m30s atrás do João Cruz e do João Santos da minha equipa, o meu objectivo na corrida era agora conseguir chegar ao pé deles. Tendo em consideração que passava pouco das 14h, num dia de Verão onde estava um calor insuportável, (quem se terá lembrado que era boa ideia uma prova a estas horas) os primeiros quilómetros feitos a um ritmo de 4:15-4:25/km não estava mesmo nada mal. 


Claramente estava a aproximar-me dos meus colegas de equipa até que por volta os 6,5kms os consegui apanhar. Nessa altura já estava bastante cansado, apesar de ter seguido no meu ritmo notava-se que já não estava assim tão mais rápido que eles. A dificuldade que tive a calçar as meias também fez com que não as puxasse devidamente, a do pé direito estava enrugada e a começar a incomodar-me na planta do pé, não foi um final muito agradável. Acabei por fazer 47m20s no segmento de atletismo, dada a alta temperatura e o desgaste acumulado não foi mau, apesar de estar longe dos meus melhores tempos. Acabei a prova com o tempo oficial de 2h37m55s, longe de 2h30m que era o que pretendia, mas percebo facilmente os motivos disto ter acontecido. Depois da prova não me senti muito bem, dores de cabeça e suores constantes, provavelmente devido ao elevado calor durante a prova, mas foi um bom teste rumo ao Ironman.

domingo, julho 03, 2016

Fuga de água

Menos de uma semana depois do Francisco nascer, como isso só por si não fosse preocupação suficiente, e depois de ter feito obras no esgoto da casa de banho em Janeiro, apareceu-me o raio de uma fuga na canalização.

Tudo começou com a Ana a sair da casa de banho depois de ter tomado banho e a dizer-me - "Cuidado que devo ter deixado pingar água aqui no hall e o chão está molhado". Entretanto vou à casa de banho e parece-me ouvir água a correr junto ao chuveiro. Venho cá fora ao hall e a água no chão além de não ter desaparecido parecia que estava a aumentar. Desligo a água na torneira geral, volto à casa de banho, e já não há qualquer barulho. Ligo a água e novamente o barulho, arredo os móveis do hall e começo a ver água a escorrer peça parede, até no interruptor da luz escorria água, apresso-me a desligar novamente a água.

Isto já era quase meia noite e nada havia a fazer naquela altura. Mando uma mensagem a um amigo que já me desenrascou umas vezes com obras cá em casa, e por sorte minha ele estava de férias e disponibilizou-se a vir cá no dia seguinte. Quando ele chegou liguei novamente a água e identificámos mais ou menos o sítio de onde vinha o barulho. Ainda bem que a Ana fotografa tudo e tínhamos fotografias de quando tínhamos feito obras o que deu para confirmar que naquele sítio passavam vários canos. Partimos os azulejos e começámos logo a reparar que o cimento estava mole e húmido, e rapidamente encontramos uma união que jorrava água a montes.


Qual foi o nosso espanto quando tirámos o bujão que tapava uma das saídas e verificámos que o artista que me tinha feito a canalização não tinha colocado um bujão mas sim uma união tapada com uma moeda de 2 cêntimos que com o passar dos anos foi corroendo até que furou, como era espectável.


Fui comprar um bujão por uns meros 0,70€, e o problema ficou resolvido. Ora por causa de 0,70€ tive sem água durante umas 18 horas, com um recém nascido em casa, e ainda tive de partir azulejos na casa de banho. Queria era partir a cara à estalada a quem me fez as obras na casa de banho, que amadorismo, nem eu que pouco ou nada percebo de canalização faria tal coisa.


sexta-feira, julho 01, 2016

O futuro da linhagem

Foi no dia 23 de Junho, pelas 17:07 que nasceu o futuro da minha linhagem, a linhagem Sousa. Com 3,08kg e 49cm veio ao Mundo, enrolado no cordão umbilical o Francisco Manuel Sousa. Depois de muita discussão em torno do nome, decidimos que o apelido Francisco passaria a nome, o meu apelido seria o apelido, e por fim o nome do meio que combina com os outro lindamente, seria uma homenagem ao avô e ao bisavô, e que dá sempre jeito ter um segundo nome quando se quer ralhar com a criança.

Desde o rebentamento das águas até ao parto foram quase 20 horas, não foi fácil, tal como o pai ele achava que o quentinho da barriga da mãe era muito bom e não queria sair lá de dentro. Mas nasceu saudável e cheio de força, a mamar que nem um campeão como se tivesse feito aquilo toda a vida. Os primeiros dias foram algo preocupantes, o Francisco só urinava uma vez por dia o que me deixou bastante apreensivo, mas a coisa foi melhorando, primeiro só urinava sem fralda posta (ajuda a poupar fraldas), até que agora já parece totalmente regularizado, evitava era de fazer xixi para cima do pai.

Toda a gente diz que ele é parecido comigo, o que é bom, senão eu dizia que ele era filho do guarda nocturno, pois de dia é um anjinho a dormir e de noite quando quero descansar, ele está sempre acordado num berreiro como se o estivessem a esventrar, come, muda-se fralda, massagem anti cólicas e nada, mas estou com esperança que progressivamente consiga começar a dormir de noite.

Agora falando da experiência de ser pai, o que posso dizer é que já estou a pensar no próximo, por isso não haverá muito mais a dizer.