sexta-feira, agosto 14, 2015

Within Temptation - Vagos

Já tinha sido há quase 4 anos que os Within Temptation tinham vindo a Portugal, da última vez tinha sido no Coliseu e foi um grande concerto. Desta vez, e para minha agradável surpresa, o concerto seria no Vagos Open Air, que para quem conhece é o festival de Metal de Portugal. Já há 2 anos que andava para ir a este festival, mas sou um metaleiro algo contido, e apesar de gostar de algumas bandas que passaram por lá, a maioria nem me agradava, demasiados guturais, demasiado death metal para o meu gosto.

Este ano, com Within Temptation que é das bandas que mais gosto não poderia faltar ao festival, não vou falar das bandas que tocaram naquele dia porque mal as conhecia, apenas digo que houve umas que gostei mais que outras e que acima de tudo, gostei de ver o ambiente que envolvia todos os concertos, a educação, a irmandade de metaleiro que muita gente duvida e que já falei aqui algumas vezes, belíssimo ambiente de convívio.


No final de todos os outros concertos, aí vinham os cabeças de cartaz, os Within Temptation, não sendo uma banda unânime entre o público, que na maioria preferiam sons mais pesados e se interrogavam como podiam os Within Temptation ser cabeças de cartaz. Contudo haviam muitas pessoas como eu que foram ao festival por causa desta banda, e mesmo os que não foram não podem ter saído descontentes com o concerto. Este concerto era a apresentação do novo álbum Hydra, e começou com a música principal "Paradise" que é uma música cantada em parceria com a Tarja Turunen, que foi a melhor voz feminina que já ouvi ao vivo. Infelizmente não se pode ter tudo e as partes da Tarja eram cantadas por ela mas não ao vivo, também não poderia esperar outra coisa.


O concerto continuou a bom ritmo, algumas músicas antigas que até já as tinha ouvido ao vivo, com músicas do Hydra, sendo que algumas delas são parecerias com outros cantores, e nesses casos aí estavam os ecrans com esses cantores, tal e qual como tinha acontecido com a música inicial cantada pela Tarja. Lá mais para o fim do concerto aguardava-me uma das músicas antigas, a música que mais gosto de Within Temptation o "What Have You Done", a segunda vez que a oiço ao vivo e poderiam ser muitas mais.

Houve coisas que gostei mais no concerto do Coliseu, especialmente o som, num ambiente fechado é sempre melhor e a própria banda é mais intimista, mas no que toca a ambiente um festival tem uma moldura de pessoas muito mais poderosa, e sendo um festival só de metal ainda mais isto acontece, nem imagino como será no Wacken, talvez um dia destes dê lá um saltinho para ver como é.

Within Temptation Setlist Vagos Open Air 2015 2015, Hydra World Tour

quarta-feira, agosto 12, 2015

Capri - Cruzeiro

A última paragem do Allure foi em Nápoles. A excursão deste dia seria até à pequena ilha de Capri, sair do cruzeiro e apanhar um barquinho (idêntico a um cacilheiro) e quase 1 hora de viagem até à ilha. Começando pelas pessoas, esta foi a excursão que correu pior, os guias eram uns verdadeiros inúteis, não sabiam o que lhes perguntávamos, eram uns desorganizados e arrogantes mesmo chegando a roçar o mal educado. Grande diferença para as pessoas do norte de Itália que tinham sido sempre super prestáveis e amáveis.

Ao chegarmos à ilha rapidamente nos desmarcámos do grupo, os guias estavam lá para nos sacar dinheiro e por isso não queríamos mais saber das suas indicações. Aliás a mentalidade daquela ilha é pagar por tudo e mais alguma coisa, com e sem motivo. Ir ao WC...paga, ir à praia...paga, sentar na esplanada...paga, miradouro...paga, taxa de consumo só porque sim...paga.

Mas vamos lá às coisas boas, como ainda não estávamos fartos de barcos, voltámos a apanhar outro barco para dar a volta à ilha. A volta à ilha foi mesmo a melhor parte desta excursão, água belíssima de um azul intenso, passagem pelos farilhões e poder apreciar calmamente a costa da ilha, que diga-se de passagem apesar da sua beleza é essencialmente rochedos e penhascos por isso péssima para quem tem a ideia de ir fazer praia. E mais, não tem areia, só aquelas joguinhas típicas dos nossos rios que são uma tortura para os pés descalços. O mar apesar de lindíssimo é super salgado, nada amigo dos nossos olhos, se aqui em Portugal saio da água por causa do frio, em Capri tinha de sair porque os meus olhos já não aguentavam mais.


Mais um dos exemplos do paga tudo foi esta viagem à volta da ilha, na viagem estava dito que tínhamos passagem pela Grotta Azzura, que é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Capri. Sim tínhamos passagem, mas em letras pequeninas dizia que a entrada na gruta é paga à parte - "Ah a viagem vai passar pelo ponto X...mas a entrada é paga à parte e é tão cara como a viagem!" - é só a mim que isto não faz sentido? Estar 1 hora à espera para entrar numa gruta, pagar 13€/pessoa, e estar 5 minutos lá dentro...não me parece, ainda por cima tendo já visto coisas idênticas quando mergulho.


Acabada a volta de barco à ilha fomos visitar a ilha em si, apanhámos o elevador que nos levaria até à localidade de Capri, 1,8€/pessoa para usar o elevador cuja viagem dura 3m30s, se soubesse tinha ido a pé, pensava que era mais longe, e pelo menos teria dado para conhecer. A vista do topo é fantástica, a ilha é realmente bonita a nível de natureza, é pena estar tão esmagada pelo espírito turístico que torna tudo numa grande confusão de pessoas, de barcos, de mentalidades e da única coisa que importa é que os turistas gastem todo o dinheiro que têm, se é querem sequer mexer um pé. Em suma, gostei de conhecer a ilha mas não será um sítio onde voltarei.

segunda-feira, agosto 03, 2015

Roma - Cruzeiro

Roma, a cidade que já foi o centro do Mundo, a cidade que tem marcas profundas do seu passado e que, tal como Florença, respira a história a cada esquina. Esta sem dúvida foi a excursão mais bem organizada das cinco que fiz, ambos os nossos guias o Paolo e o Vicenzo super simpáticos e sempre disponíveis para esclarecer todas as dúvidas, mostrando bastante conhecimento da história da cidade. Como ir a Roma e não ir ao Vaticano não fazia sentido esta foi a nossa primeira paragem.


Nesta altura enquanto esperávamos para entrar na Basílica, o Paolo começou-nos a falar um pouco de como se inseria o Vaticano dentro de Roma, como eram as relações diplomáticas e quais as regras para entrar dentro do Vaticano. Nisto que um americano sai-se com uma frase que até foi forçada no meio do diálogo que estávamos a ter - "Não deixem é entrar aqui os muçulmanos senão eles vão destruir isto tudo!" - esta afirmação pura de ódio fez-me borbulhar o sangue e tentando ser educado tive de responder, dizendo algo também em inglês como - "É perigoso fazer essa discriminação, há pessoas boas e más em todas as religiões. Se olharmos para os tempos das cruzadas os cristãos também não podiam ser chamados de terroristas?" - mais uns comentários de outras pessoas pelo meio e virei-me para a Ana em português e disse - "É pá estes americanos estão todos formatados da mesma maneira que ideias estúpidas!"

Bem afinal aquela personagem era descendente de portugueses ou já tinha vivido em Portugal, não percebi bem, e como percebeu o que disse veio tentar explica-se. Nessa altura foi quando me apeteceu pregar-lhe um par de chapadas porque além das ideias estúpidas, ainda foram incutidas por osmose, ele nem era americano. A conversa acabou-se por prolongar durante alguns minutos em que se percebia que ambos discordávamos quase por absoluto mas que estávamos a ser diplomatas, em que ele afirmava que eu pensava assim porque nunca Portugal tinha sofrido ataques mas que no máximo em 10 anos íamos ser atacados, e onde eu respondi que nós sempre fomos um país neutro, que não gostamos de nos por em assuntos dos outros países, e que os EUA só se preocupavam em "libertar o povo" das ditaduras em países onde há petróleo.

Quando estávamos à entrada da Basílica o Paolo voltou avisar-nos novamente que não podíamos entrar com os joelhos visíveis, nessa altura eu e um senhor (por acaso também americano) puxámos os nossos calções para baixo para eles taparem os joelhos e eu digo em tom de brincadeira - "Bem, agora com os joelhos tapados e o rabo à mostra já me deixam entrar na basílica" - e ele responde - "Quer dizer ando sempre a dizer aos meus filhos para puxarem as calças para cima e agora sou eu que estou aqui a mostrar o rabo.". Devo dizer que para mim como ateu que sou, todas estas questões  e discussões religiosas me fazem muita confusão. A basílica é realmente imponente, é ainda maior do que imaginava e a quantidade de história que se pode aprender lá dentro é impressionante. De uma riqueza artística impressionante, e graças às explicações no Vicenzo consegui aperceber-me um pouco da grandeza que aquelas paredes continham.


Saído do Vaticano fomos almoçar ao centro de Roma onde comi o melhor gelado até hoje. A seguir uma pequena caminhada onde me apercebi de uma coisa, os condutores italianos ainda são piores que os portugueses, vários acidentes, os carros riscados, com retrovisores pendurados e pior do que isso, passadeiras para eles deve ser um desenho artístico no chão porque estarem lá ou não é a mesma coisa. E não fosse Itália o país das motas, é uma coisa impressionante a quantidade de motas em Roma, pelo menos não é como em Marselha que quando há trânsito as motas vão passar por cima dos passeios.


Passagem pela Fonte Trevi, que infelizmente continua em obras, mas que deve ser belíssima quando está totalmente operacional, e de seguida para o Coliseu. O Coliseu é algo que se me perguntassem eu dizia que era impossível para a época, é uma construção do século I, que demorou apenas cerca de 10 anos a ser construído e que é maior que um estádio de futebol. Só isto dá que pensar, como é que foi possível com os escassos recursos a coisas que dificilmente se podem comparar com maquinaria, terem construído aquela monstruosidade em tão pouco tempo. Felizmente tiveram a brilhante ideia de impedir a sua demolição ao longo dos séculos, sim não está como originalmente era, mas o que sobrou dá bem para ter uma ideia de quão glorioso seria na época.


Por fim visita ao Fórum Romano, aqui senti que tive pouco tempo, sim deu para aprender alguma da sua história, mas não deu para ver com olhos de ver toda aquela zona. Foi um dia muito bem organizado, deu para ver imensa coisa, e como estávamos numa excursão conseguimos evitar aquelas filas gigantes, conseguindo assim aproveitar melhor o escasso tempo.