segunda-feira, agosto 03, 2015

Roma - Cruzeiro

Roma, a cidade que já foi o centro do Mundo, a cidade que tem marcas profundas do seu passado e que, tal como Florença, respira a história a cada esquina. Esta sem dúvida foi a excursão mais bem organizada das cinco que fiz, ambos os nossos guias o Paolo e o Vicenzo super simpáticos e sempre disponíveis para esclarecer todas as dúvidas, mostrando bastante conhecimento da história da cidade. Como ir a Roma e não ir ao Vaticano não fazia sentido esta foi a nossa primeira paragem.


Nesta altura enquanto esperávamos para entrar na Basílica, o Paolo começou-nos a falar um pouco de como se inseria o Vaticano dentro de Roma, como eram as relações diplomáticas e quais as regras para entrar dentro do Vaticano. Nisto que um americano sai-se com uma frase que até foi forçada no meio do diálogo que estávamos a ter - "Não deixem é entrar aqui os muçulmanos senão eles vão destruir isto tudo!" - esta afirmação pura de ódio fez-me borbulhar o sangue e tentando ser educado tive de responder, dizendo algo também em inglês como - "É perigoso fazer essa discriminação, há pessoas boas e más em todas as religiões. Se olharmos para os tempos das cruzadas os cristãos também não podiam ser chamados de terroristas?" - mais uns comentários de outras pessoas pelo meio e virei-me para a Ana em português e disse - "É pá estes americanos estão todos formatados da mesma maneira que ideias estúpidas!"

Bem afinal aquela personagem era descendente de portugueses ou já tinha vivido em Portugal, não percebi bem, e como percebeu o que disse veio tentar explica-se. Nessa altura foi quando me apeteceu pregar-lhe um par de chapadas porque além das ideias estúpidas, ainda foram incutidas por osmose, ele nem era americano. A conversa acabou-se por prolongar durante alguns minutos em que se percebia que ambos discordávamos quase por absoluto mas que estávamos a ser diplomatas, em que ele afirmava que eu pensava assim porque nunca Portugal tinha sofrido ataques mas que no máximo em 10 anos íamos ser atacados, e onde eu respondi que nós sempre fomos um país neutro, que não gostamos de nos por em assuntos dos outros países, e que os EUA só se preocupavam em "libertar o povo" das ditaduras em países onde há petróleo.

Quando estávamos à entrada da Basílica o Paolo voltou avisar-nos novamente que não podíamos entrar com os joelhos visíveis, nessa altura eu e um senhor (por acaso também americano) puxámos os nossos calções para baixo para eles taparem os joelhos e eu digo em tom de brincadeira - "Bem, agora com os joelhos tapados e o rabo à mostra já me deixam entrar na basílica" - e ele responde - "Quer dizer ando sempre a dizer aos meus filhos para puxarem as calças para cima e agora sou eu que estou aqui a mostrar o rabo.". Devo dizer que para mim como ateu que sou, todas estas questões  e discussões religiosas me fazem muita confusão. A basílica é realmente imponente, é ainda maior do que imaginava e a quantidade de história que se pode aprender lá dentro é impressionante. De uma riqueza artística impressionante, e graças às explicações no Vicenzo consegui aperceber-me um pouco da grandeza que aquelas paredes continham.


Saído do Vaticano fomos almoçar ao centro de Roma onde comi o melhor gelado até hoje. A seguir uma pequena caminhada onde me apercebi de uma coisa, os condutores italianos ainda são piores que os portugueses, vários acidentes, os carros riscados, com retrovisores pendurados e pior do que isso, passadeiras para eles deve ser um desenho artístico no chão porque estarem lá ou não é a mesma coisa. E não fosse Itália o país das motas, é uma coisa impressionante a quantidade de motas em Roma, pelo menos não é como em Marselha que quando há trânsito as motas vão passar por cima dos passeios.


Passagem pela Fonte Trevi, que infelizmente continua em obras, mas que deve ser belíssima quando está totalmente operacional, e de seguida para o Coliseu. O Coliseu é algo que se me perguntassem eu dizia que era impossível para a época, é uma construção do século I, que demorou apenas cerca de 10 anos a ser construído e que é maior que um estádio de futebol. Só isto dá que pensar, como é que foi possível com os escassos recursos a coisas que dificilmente se podem comparar com maquinaria, terem construído aquela monstruosidade em tão pouco tempo. Felizmente tiveram a brilhante ideia de impedir a sua demolição ao longo dos séculos, sim não está como originalmente era, mas o que sobrou dá bem para ter uma ideia de quão glorioso seria na época.


Por fim visita ao Fórum Romano, aqui senti que tive pouco tempo, sim deu para aprender alguma da sua história, mas não deu para ver com olhos de ver toda aquela zona. Foi um dia muito bem organizado, deu para ver imensa coisa, e como estávamos numa excursão conseguimos evitar aquelas filas gigantes, conseguindo assim aproveitar melhor o escasso tempo.

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