quinta-feira, dezembro 31, 2015

Retrospectiva 2015

Está no fim o 2015 e como se tornou tradição aqui vai a retrospectiva do ano aqui na chafarica do Sousa.
  • Duatlo da Amadora em que consegui ficar entre os 20 primeiros e por equipas contribui para o 3º lugar;
  • Acabei o Triatlo longo de Lisboa com 5h10m batendo claramente o meu objectivo de fazer um triatlo longo em menos de 5h30m;
  • Ajudei a organizar mais um Survival Xperience;
  • Já algum tempo não participava em acções de limpeza subaquática, este ano pela primeira vez participai na Clean up Atlantic;
  • Ao tempo que não ia andar de kart;
  • Julho foi o mês em que fiz pela primeira vez um cruzeiro, grande semana de férias;
  • Fui ao Vagos, primeira vez que fui a um festival de Verão, com o intuito de ver Within Temptation;
  • Fim de semana em Albufeira com a desculpa da despedida de solteiro do João;
  • Mais um passeio na serra da Arrábida, levando agora a equipa da Sky;
  • Decisão de participar no Ironman de Barcelona do ano que vem;
  • Maratona de Lisboa, bati o meu record mas ainda muito longe dos meus objectivos;
  • Visitar a exposição Real Bodies, muito fixe;
  • Adquiri uma bicicleta nova de estrada a pensar no Ironman;
  • Experimentar pela primeira vez conduzir motas todo o terreno;
  • Concerto de Gamma Ray;
  • Mini férias para conhecer a Madeira;
  • Tempo canhão (para mim) na meia maratona dos descobrimentos, um bocado inesperado;
  • Queda de bicicleta no Tróia-Sagres;
  • E para não acabar num registo negativo, consta-me que a cegonha para o ano me vai visitar.
Hoje é dia da já habitual São Silvestre da Amadora, para fechar bem o ano. Até para o ano...

domingo, dezembro 27, 2015

Tróia-Sagres 2015

Já passaram 2 semanas do Tróia-Sagres e já me apetece falar sobre o assunto. Devemos aprender com as coisas boas e com más por isso decidi escrever sobre o Tróia-Sagres apesar de não me ter corrido propriamente bem. Esta já era a 4ª vez que ia fazer este percurso, já sabia com o que podia contar a nível de percurso, o que não sabia era a quantidade brutal de pessoas que ia fazer o percurso, nas minhas viagens anteriores nunca tinha ido no dia oficial do Tróia-Sagres

Fui acompanhado pelos meus colegas da equipa de triatlo e desde cedo nos vimos a pedalar dentro de grandes grupos, a viagem fazia-se de modo confortável a nível de cansaço mas sempre algo tensa pelo facto de ir muita gente junta, e pior que isso muita gente que claramente não tinha comportamento correcto para andar em pelotão.


Fizemos a primeira paragem logo a seguir a Porto Covo, sentia-me super bem, só algum desconforto no pescoço mas tudo o resto estava como se tivesse acabado de começar a pedalar. O momento fatídico aconteceu pouco depois de Vila Nova de Mil Fontes, um outro ciclista passa por mim e em vez de manter a trajectória manda-se para cima de mim, bate-me do guiadouro, ainda me equilibrei, mas ele continua a encostar-se e bate com a roda traseira na minha roda dianteira, resultado, um queda  a rondar os 40km/h, em que fui a deslizar pelo alcatrão com o meu lado esquerdo.

Levanto-me, com a ponta dos dedos ensanguentada e olho para a bicicleta, a roda da frende com raios partidos e empenada, as fitas do lado esquerdo desfeitas, o selim raspado e a parte pior, o meu GPS riscado que quase me vinham as lágrimas aos olhos. Ao olhar para o ombro vejo a minha t-shirt da Sky toda rasgada, ai que dor no coração. Com isto tudo os meus colegas que vinham no grupo atrás de mim, o Gonçalo travou a fundo e rasgou o pneu (depois levou o meu pneu já que eu não ia seguir) e o Ricardo foi para a faixa contrária onde ia sendo levado por uma ambulância que vinha em sentido contrário, e o gajo que me mandou ao chão nem parou. 

No meio do azar alguma sorte, a ambulância parou e prestou-me logo auxilio. Depois disso, super frustrado, pontapeei o meu capacete, não podia acabar, tinha o equipamento todo danificado e eu próprio estava todo queimado do lado esquerdo, vá lá não tinha nada partido eram só feridas. Entrei para a carrinha e fui a apoiar os meus colegas até ao final era a única coisa que podia fazer. Acho que não volto a fazer o Tróia-Sagre no dia oficial.

quarta-feira, dezembro 09, 2015

Meia Maratona Descobrimentos 2015

Depois de ter participado na 1ª Meia Maratona dos Descobrimentos, há dois anos atrás, e apesar de não achar que o percurso não é propriamente fácil para bater records, como tinha sido nesta meia maratona que tinha feito o meu melhor tempo, decidi ir correr este ano novamente para tentar baixar da 1h30m. Não achava que tivesse feito uma preparação conveniente, estava com o volume ainda da Maratona de Lisboa, mas não me sentia com velocidade consistente para aguentar tanto tempo a um ritmo tão elevado, aliado a isso só tinha treinado uma vez por semana corrida, o último treino que queria fazer 14kms em 1 hora também tinha saído mal, e a minha asma também me andava a chatear um bocado, não sei se devido à humidade se devido a outro factor.

Os 2 primeiros quilómetros desta prova são os mais complicados, subir ao Restelo e recuperar o folgo custou-me estar atrasado mais ou menos 30 segundos. Na descida até Algés fiz um esforço por recuperar esse tempo, e no quilómetro a descer consegui recuperar esses 30 segundos, mas o meu coração rapidamente disparou para as 150bpm, estava desde muito cedo na minha zona de desconforto. Nesta altura tentei apanhar um grupo ou alguém que tivesse o mesmo ritmo para não começar a ter oscilações, o que acabou por acontecer, segui com outro atleta até que por volta do quilómetro 8 apanhámos um grande grupo onde ia a bandeira de 1h30m. Era aguentar pelo menos naquele grupo até ao final. Como me estava a sentir bem, apesar do meu coração continuar a bater muito rápido, quando um grupo saiu eu tentei ir com eles, pensei que como costumo ter quebra a meio da prova ganhava ali algum tempo para quando tivesse a quebra já ir mais à frente, e depois tentaria seguir novamente com o grupo da 1h30m quando me voltassem a apanhar.

À passagem dos 10kms ia com cerca de 41m30s, sabia que nesta altura teria de ir abaixo de 42m, estava com alguma margem mas não era muita não me podia descuidar. Como continuava naquele grupo com um bom ritmo queria continuar ali pelo menos até aos 14kms, e aí se estivesse abaixo de 1h de prova e se me senti-se bem logo saberia se era possível bater o tempo de 1h30m no final. Os 14kms chegaram por volta dos 58 minutos de prova, o ritmo continuava bastante bom e o grupo tinha crescido, por entre algumas breves conversas havia outro atleta, o de dorsal 1203, que me disse que também queria fazer abaixo de 1h30m, para nos ajudarmos. Claro que era boa ideia, nessa altura como me sentia bem decidi dar um pequeno esticão que partiu aquele grupo, seguimos só eu, o 1203 e mais 2 atletas. Dali até ao último abastecimento reboquei o grupo e tentei manter o ritmo vivo, a partir dali fomos-nos revezando, garantido que o ritmo era estável.

Ao passarmos os 18kms eu disse algo como - "Vamos abaixo de 1h15m, podemos fazer quase 5min/km até ao final e chegamos abaixo de 1h30m." - ao que o atleta 1203 me disse - "Agora que estamos aqui é para fazer abaixo de 1h28m." - este foi o mote dele para dizer que ia acelerar, e que aceleração jeitosa que deu naquele final. Até aos 20,5kms consegui seguir com ele, íamos quase a 4min/km, até que tive de largar a corda, não aguentava mais, pus o meu ritmo e marquei outros atletas que estavam à minha frente, que estavam progressivamente a perder vantagem para mim. Num último esforço acelerei o passo quase num sprint final e ainda ganhei ali uns lugares. O resultado final deu 1h27m23s, não poderia pedir melhor.

(Aos 18m28s)


Dados da minha prova:
  • Tempo final: 1h27m23s
  • Velocidade média: 14,49km/h
  • Tempo médio por quilómetro: 4m07s

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Mini férias na Madeira

Já queria conhecer a ilha da Madeira há alguns anos, ainda não tinha surgido a oportunidade, até que finalmente neste final de Novembro consegui convencer alguns amigos a me seguirem e a irmos todos conhecer a ilha. Antes de irmos fizemos um pequeno estudo dos sítios onde iríamos, falei com alguns amigos meus com raízes madeirenses sobre que sítios deveria visitar, e apesar dos escassos 4 dias que estive na Madeira deu para visitar bastantes sítios.

Ao contrário de quando fui a S. Miguel nos Açores (não me peçam para fazer comparações, toda a gente pede, é como comparar caramelo e mel, ambos são deliciosos e nenhum deles é melhor que o outro) cujo objectivo principal foi fazer mergulho, desta vez o objectivo foi conhecer a ilha através de caminhadas. Não tínhamos decidido quais as caminhadas que iríamos fazer, apenas alguns sítios que queríamos conhecer e tentar conciliar isso com os locais das caminhadas e o cansaço das pessoas menos preparadas.

Chegámos à Madeira por volta das 9h, como ainda era bastante cedo decidimos logo visitar a parte mais oriental da ilha, mais perto do aeroporto. Fomos até ao Caniçal onde tomámos o pequeno almoço, bem, uma sandes de polvo não é bem um pequeno almoço mas estava divinal. Seguimos até ao fim da estrada, até à Ponta de S. Lourenço quando sem querer encontrámos o trilho PR8. Já que ali estávamos toca aproveitar a percorrer o trilho, ainda de sapatos e roupa da viagem, nada confortável para caminhadas. Uma coisa que tenho de referir, e que foi transversal a todos os trilhos, é a sua excelente sinalização e estado de conservação, os trilhos são mesmo uma das jóias da Madeira que são bem preservados e divulgados para fins turísticos, aliás muita gente se via ao longo dos trilhos e poucos eram os portugueses.


Uma paisagem lindíssima, água a cercar uma pequena língua de terra pela qual nós caminhávamos em direcção à ponta mais oriental da ilha. Acho que o trilho apesar de classificado como médio devia de ser difícil, não era assim tão longo, 8kms, mas num constante sobe e desce e algumas vezes com inclinações nada simpáticas e o tipo de terreno nem sempre era muito fácil.

Depois de fazermos o trilho seguimos em direcção a Santana para vermos as típicas casas em paralelepípedo triangular, com telhados de palha, diga-se de passagem que é mesmo a única coisa de interesse em Santana. Antes disso ainda parámos para o almoço, nesta paragem gastronómica comi as duas coisas que tinha como objectivo provar na Madeira, lapas e espetada em pau de louro. Se as lapas valeram a pena a espetada não estava nada de especial, mas o objectivo estava cumprido.

Próxima paragem era S. Vicente para irmos às grutas. Nesta viagem percebi porque a ilha era toda furada por túneis, nesta zona não há túneis e que tortura de viagem foram estas dezenas de quilómetros, curva, contra curva, sobe, desce, estradas com buracos. Ainda parei no Farol de S. Jorge para descansar um bocado e apesar do resto do grupo não ter gostado muito da paragem eu gostei, achei piada conhecer o farol e puder ir até ao topo e perceber que a lâmpada era uma coisa pequena e que a iluminação era feita grandemente à custa de vidros e espelhos. Chegámos a S. Vicente às 18h, quando chegámos às grutas foi-nos informado que a última visita tinha começado às 17h, ficámos um bocado chateados, tínhamos feito uma viagem chata e tínhamos um prospecto que dizia que a última visita começava às 19h, não conseguimos ver as grutas e como ficavam um bocado fora de mão já não lá voltámos para fazermos a visita.

No dia seguinte lá fomos nós monte acima, no Fiat Panda, que na maior parte do tempo tinha de subir em primeira, até ao PR6, a Levada das 25 Fontes. Esta foi a caminhada que menos gostei, mas adorei na mesma, belíssima, super verdejante, deslumbrante. Primeiro foi a passagem por um pequeno túnel de cerca de 300 metros, totalmente escuro, onde se destacava o barulho da água a passar pela levada (e os gritos de uma das raparigas do meu grupo). O trilho era bastante plano e simples, sem nenhuma dificuldade, e ao fim de menos de 5 quilómetros chegámos à cascata que é o ex-líbris desta caminhada. Não podia deixar de ir dentro da água daquela pequena lagoa, acho que nunca entrei em água tão gélida, apesar de só ter entrado até ter água pelas cochas as cãibras rapidamente se apoderaram das solas dos meus pés e desisti de estar dentro de água, mas fui lá dentro, não tive foi a coragem de mergulhar como um dos meus amigos.


À saída da cascata vimos uns caminhantes locais a alimentarem tentilhões, nunca tinha visto tentilhões a deixarem-se alimentar como se fossem pombos. Ao falar com um senhor ele disse-me que se no retorno passássemos pela casa do Rabaçal que os tentilhões naquela zona era mais atrevidos e que às vezes vinham comer mesmo à mão. Para mim era algo totalmente estranho, para mim os tentilhões são dos pássaros mais ariscos e desconfiados que conheço. Então no regresso lá passámos pela casa do Rabaçal, e não é que consegui que o raio dos tentilhões viessem pousar na minha mão e comer uma coisa tão básica como pão.

Acabada a caminhada, não estávamos muito longe do miradouro do cabo Girão, então essa foi a nossa próxima paragem. Infelizmente o tempo estava um bocado fechado e não conseguimos ver o pôr do sol, mas o miradouro não deixa de ser fabuloso, aquele chão em vidro precipitado naquele cume a quase 600 metros de altura, impressionante.


No terceiro dia terceira caminhada, esta era a caminhada que mais queria fazer e não me desiludi, foi a que gostei mais, o PR1.2, a caminhada até ao topo do Pico Ruivo que é o ponto mais alto da Madeira. A subida foi sempre feita sobre um intenso nevoeiro e frio, quase sem visibilidade não conseguimos aproveitar o muito que aquele local tinha para oferecer. Quase a chegar ao topo aí sim, começou-se a ver uma imensidão de locais, uma paisagem de cortar a respiração, simplesmente magnífico. O nevoeiro continuou a não ajudar muito, mas conseguimos nos breves momentos apreciar a magnitude daquele local.


De seguida fomos até ao Curral das Freiras para lanchar. Na descida até ao Curral das Freiras a luz da reserva acendeu, bem quando lá chegasse abaixo teria de pôr gasolina, pensei eu. Ao chegar ao Curral das Freiras apercebemos-nos que não existe bomba de gasolina, só do outro lado do monte. Não podíamos fazer nada naquele momento então fomos primeiro lanchar. Aqui tenho de referir que comi o melhor bolo do caco da Madeira, muito bem servido e muito saboroso. Barriga cheia, vamos lá até à bomba da gasolina. Aquela subida parecia não acabar até ao topo do monte fui a rezar para que a gasolina não acabasse. Passado o topo relaxei, agora era sempre a descer até à bomba da gasolina.


O último dia foi o dia do típico turista. Depois do checkout do hotel fomos experimentar a descida nos cestos de vimes ou toboggans. Devo dizer que não fiquei nada impressionado, a descida até é feita devagar o que não dá grande estimulo. Bem, foram para aí 5 minutos a descer 2kms para depois demorar 30 minutos a pé a subir a colina. De seguida fomos ao jardim botânico, é giro mas esperava melhor também. Tudo o que é turístico na Madeira paga-se e os preços não são simpáticos, por isso ainda ficou por ver por exemplo o jardim tropical. Como já faltava pouco tempo para entregar o carro fomos até à baixa, junto à marina para uma última paragem na esplanada. Apanhar o avião e chegar a Lisboa quase às 23h. Adorei a Madeira, ainda ficou muita coisa por ver e provavelmente mais tarde ou mais cedo lá voltarei.