segunda-feira, julho 21, 2025

Swim GP 2025 - 20Km

Cerca de duas semanas antes da prova do Swim GP, liga-me o Felício para me perguntar se eu conseguia substituir um dos kayakers que o tinha de acompanhar durante a prova dos 20kms, que partiria do Padrão dos Descobrimentos em direção à praia dos Pescadores em Cascais. Como o corajoso do Felício iria fazer a prova a rebocar o José, como a distância só por si já não fosse um verdadeiro desafio, precisava de duas pessoas no kayake, um para ele e outro para o José quando fosse a altura de os ajudar com os reabastecimentos. O outro kayaker seria o Rui, outro velho conhecido e parceiro de há muitos anos, por isso estava bastante confiante na composição da nossa equipa.

Quando o Felício me fez o convite claro que o teria de aceitar, seria uma honra poder ajudá-lo a concretizar mais um dos sonhos do José. No entanto devo dizer que não encarei este convite como um desafio, inconscientemente encarei-o como uma simples missão de acompanhamento, qual seria a dificuldade de duas pessoas, num kayake, acompanhar um nadador durante 20kms ainda por cima a rebocar outro kayake? Se eu pudesse viajar para o passado e falar com o meu eu do passado dir-lhe-ia - Seu idiota, não tens a mínima noção do que irás passar.

Na manhã da prova, enquanto preparávamos os kayakes o primeiro contratempo, que mais uma vez, na altura, relativizei e não esperei que durante a prova se tornasse num problema tão grave. O nosso kayake, que era insuflável, só mantinha ar nas duas laterais, a base estava com uma fuga e não retinha o ar. Colocámos o kayake na água, com toda a carga que teríamos de transportar e entrámos nós. O kayake ficava mais submerso do que seria suposto, mas a água não chegava ao topo...estava bom para seguir! Às 11h começou a prova, com o apoio da família presente na partida, lá seguimos nós rumo a Cascais.


Esta primeira fase da prova, ficou marcada pela boa disposição. Ao início alguma incerteza em relação às boias, no regulamento tinha lido que teríamos de dar o braço esquerdo às boias, mas durante a prova ninguém estava a respeitar as boias. Como éramos quase os últimos comecei a perceber as correntes e como ia no lugar da frente do kayake ajudei o Felício na orientação de modo a apanhar as melhores correntes e tentando fazer uma trajetória o mais a direito possível. Mesmo assim ainda confirmámos as boias com um elemento da organização, que nos disse que as boias eram só orientadoras, música para os meus ouvidos. A cada pequena baía que passávamos, como fizemos uma trajetória mais aberta, passávamos alguns nadadores. Claro que mais à frente voltávamos a ser passados mas nesses pequenos segmentos ganhávamos tempo aos restantes. E não fosse o Rui a dizer para sermos um pouco mais conservadores e eu teria traçado uma trajetória direta desde a Torre VTS de Algés até ao Forte de São Julião da Barra.

Esta fase foi tão boa, que inclusivamente o Felício aumentou o tempo entre abastecimentos, queria aproveitar a corrente forte durante o máximo tempo possível. O Rui levou a coluna portátil e até direito a música tivemos, o que fez José ainda mais sorridente do que é normal. Íamos ali os 3 a divertirmo-nos enquanto o Felício nadava com alguma facilidade. Os 10 primeiros quilómetros em menos de 2 horas são um forte indício da velocidade a que estava a corrente a nosso favor, o Felício não estava a nadar, estava a voar dentro de água.


Mas estávamos a chegar à parte dura. Chegados à praia da Torre começamos a sentir a corrente e a ondulação. Inicialmente tive a esperança que fosse só ali frente à praia da Torre porque sei que ali há sempre muita corrente. Nessa altura com a ondulação começou a entrar água no kayake, muita água, até que começámos a chegar a um ponto em que só eu remava e o Rui com um cantil tirava água do kayake. Uma das imagens que me fica, é o Felício a nadar e a parar para se rir de nós enquanto tirávamos água do kayake.

Naquele trajeto frente à praia de Carcavelos tive uma falsa sensação que estávamos a andar bem por dois motivos, primeiro ainda estava com bastante força física e segunda porque estávamos a ultrapassar novamente muitos nadadores que foram mais junto à praia e estavam a lutar contra a rebentação. Por volta dos 14kms parámos pela primeira vez numa plataforma de reabastecimento para apanharmos coisas para nós comermos. Passado 1 quilómetro e meia hora depois, para se perceber a dificuldade em que nos movíamos, paramos para alimentar o Felício e o José. Quando voltamos a arrancar percebo claramente que tínhamos sido puxados para trás pela corrente. Nessa altura disse-lhe, que a partir daquele momento só fazíamos paragens nas boias, de modo a agarrarmo-nos às boias e não sermos arrastados pela corrente.

O kayake cada vez metia mais água, o Rui cada vez passava mais tempo a tirar água, e eu sozinho tentava remar para não perdermos terreno para o Felício e o José. Nós não os estávamos a conseguir acompanhar e tive diversas vezes de pedir ajuda ao Rui para nos recolocar ao lado deles. O Felício virou-se para nós a dada altura e disse que parecia que não estávamos a andar. Eu tive de lhe dizer uma meia verdade, eu já tinha reparado que mal estávamos a andar, mas disse-lhe que era impressão dele que estávamos a ir bem dada a corrente contra que estava.

Pouco depois dos 16kms de prova estávamos a ficar tão atrasados por o Rui estar a tirar água do kayake, e eu estar a ficar exausto que não os conseguia acompanhar, que uma mota de água se ofereceu para nos recolocar ao pé deles. Mas o reboque da mota de água ainda encheu mais o kayake de água, ou seja, na boia seguinte foi o tempo todo a tirar água. Nessa altura também tivemos conhecimento que quase metade dos nadadores ou kayakeres tinham já desistido. Realmente já tinha reparado vários atletas dentro dos botes que passavam por nós, assim como ainda não tinham passado por nós todos aqueles nadadores pelos quais tínhamos passado frente à praia de Carcavelos.


Quando chegámos frente à praia de São Pedro um barco da organização diz-nos que a partir da boia seguinte faltava 4,5kms até à meta. Ao pararmos na boia eu estava no meu limite, ao ponto do Felício pedir-me um abastecimento e eu bloquear e de não me lembrar onde tinha guardado as coisas. O Felício percebeu que eu estava por um fio e disse que se alguém se sentisse mal que ninguém continuava, já tínhamos feito 17,5kms, já tinha sido bom e que parávamos. Claro que não iria desistir, o Felício era quem estava a fazer o esforço maior e se ele não quebrava, eu também não era o elemento da equipa que iria quebrar, nunca me perdoaria se por minha culpa não conseguíssemos chegar ao fim.

Até aos 19kms de prova foi o meu cabo das tormentas, de boia a boia, não conseguia recuperar por muito que me hidratasse e que me nutrisse, não sabia como iria conseguir terminar a prova. A cada paragem, a cada boia estava a ficar cheio de frio por o kayake estar sempre cheio de água. Aos 19kms parámos na última plataforma de reabastecimento, eu tive de sair do kayake e deitar-me na plataforma, estava exausto, cheio de dores de costas e com frio. O Felício e o José arrancaram e nós ainda ficámos mais uns segundos na plataforma para eu voltar ao kayake. Não estávamos a conseguir fechar o espaço, e um barco da organização queria rebocar-nos e recolocar-nos, mas eu reparei que eles vinham a rebocar um kayake duplo vazio e perguntei se podíamos mudar de kayake. O Rui ainda ficou meio renitente porque tínhamos de mudar tudo de kayake mas foi a melhor coisa que fizemos, o barco recolocou-nos e passadas 3-4 remadas percebi que precisava de fazer metade da força para andar ao dobro da velocidade. 


Os últimos 2,5kms foram uma tranquilidade para mim, conseguíamos dar algumas remadas, parar de remar e só puxar por eles, descansando nós próprios durante esses momentos. Senti que fazia mais 10kms se fosse preciso, mas visto agora com alguma sobriedade, era só uma sensação minha. Nessa altura passa por nós o barco que deveria vir a rebocar o nosso kayake, e disse-nos que tiveram de tirar o kayake da água que ele se estava a afundar, para se ver bem o estado daquele kayake. Até ao fim tivemos direito a guarda de honra, éramos a última equipa, que iriam acabar a prova, ainda dentro de água, e 3 motas de água mais 1 barco estavam a acompanhar-nos até à meta, inclusivamente uma das motas desviou um barco da nossa trajetória para não o termos de contornar. Depois de 8h4m, lá conseguimos atingir a meta, cerca de 2 horas para fazer os primeiros 10kms e 6 horas para fazer os seguintes 12,2kms provam bem a dureza do que foi a segunda parte da prova.

Ao sair do kayake, como se vê pelo vídeo, caí estatelado de costas na água, não me conseguia aguentar em pé. Quando voltei a levantar-me outra vez comecei a desequilibrar-se novamente para trás, começando a dar passos para trás para não voltar a cair, e só não caí porque fiquei com água pela cintura. Como na partida, à chegada estavam as meninas da minha vida a dar-me força, a Liliana, a Clara e a Luciana estavam lá para me dar carinho, força e cuidar de mim. O José estava em hipotermia, apesar de durante toda a prova nos estar constantemente a dizer que estava bem, de ter puxado pelo Felício até ao último metro, ele estava num péssimo estado, um herói, um exemplo para todos nós. Obrigado José por seres a nossa inspiração, obrigado Rui por teres aguentado quando eu estava no meu limite, obrigado Felício por me teres convidado a fazer parte desta maravilhosa equipa e por teres conseguido superar este tão grande desafio.

sexta-feira, julho 11, 2025

Corrida da Próstata 2025

Esta seria mais uma corrida para ajudar a Liliana, e não reverter a lesão que estava a debelar há duas semanas, por isso a ideia seria ir ao ritmo dela e não forçar. Começa a corrida e queria manter o ritmo nos 6min/km, com o objetivo de fazer a Liliana acabar os 10kms abaixo de 1h de corrida. Desde o início ela não se mostrou nada confortável, tentei que ela se abrigasse do vento atrás de mim, no entanto ela não estava mentalmente preparada para o esforço e sentia-se algo cansada. 

Por volta do 4 quilómetros de prova parou, dei-lhe algumas palavras de força de maneira a que recomeçasse a correr o mais depressa possível para não perder tempo, mas não era o dia dela. Após começarmos a correr bastante devagar ela disse-me que iria ficar na primeira passagem da meta, voltei a andar com ela a tentar que ela não desistisse, mas não era o dia dela.

Passei na meta a meio da prova com cerca de 30 minutos de prova, ou seja, mesmo com as paragens para andar era possível terminar a prova em menos de 1h. Como me estava a sentir bem decidi acelerar um pouco até um ritmo que fosse confortável a rondar os 4m30s/km. Apesar de estar sempre com um olho no gémeo esquerdo, a tentar perceber se teria algum desconforto, o único desconforto que sentia era do ritmo ter aumentado o gémeo parecia estável. Como não senti nada durante 2 quilómetros, quis aumentar mais um bocadinho nos 3 quilómetros finais para 4m15s/km de modo a testar um pouco mais o gémeo. Felizmente tudo correu bem e sem dores acabei a prova com 51m07s.


Com isto fiz mais ou menos 21 minutos na segunda volta, o que se tivesse feito o mesmo na primeira volta daria para ficar no TOP10 desta prova, e mesmo assim consegui fazer melhor tempo que no ano anterior, há um ano atrás estava na minha pior forma de sempre. Para o ano terei de repetir esta prova fazendo-a com o objetivo de conseguir tirar o melhor que consigo fazer.

domingo, junho 22, 2025

Marginal à noite

Estive até à última hora para decidir se ia fazer esta prova ou não. Depois de me ter lesionado na corrida de Santo António passei a semana fazer gelo e a pôr pomada no gémeo esquerdo a tentar recuperar minimamente de modo a conseguir fazer a prova. Acabei por ir à prova mas não ia forçar nada ia só rolar sem forçar o gémeo. Então o objetivo passou ser ajudar a Liliana a conseguir fazer a prova em menos de 50 minutos.

Ao ver a partida ao longe, tive aquela sensação de desânimo, de querer estar a competir na minha melhor forma, de querer estar ali a sofrer a correr ao meu ritmo, a fazer o meu melhor. Mas de todo não o podia fazer, passado menos de 1 quilómetro de prova ao ritmo da Liliana, comecei a sentir uma pequena pressão no gémeo, não podia de todo apertar mais. A Liliana estava a conseguir fazer um bom ritmo, quase sempre abaixo dos 6min/km, por isso se não quebrasse seria relativamente fácil fazer abaixo dos 50 minutos. Como começámos muito atrás tivemos de ultrapassar muitos corredores, é uma das críticas fortes que tenho à organização desta prova, que tem piorado de ano para ano, a prova/estrada não tem capacidade para tantos corredores, são só duas faixas para cada lado que não suportam tantos corredores, aliás durante alguns quilómetros os corredores tiveram de ocupar as 4 faixas e só quando os primeiros corredores começaram a vir no sentido contrário é que deixaram de ocupar as faixas em sentido contrário.

No retorno estávamos com 22m30s, ou seja, estávamos muito abaixo para acabar nos 50 minutos e o desafio passava a ser manter o ritmo para fazer abaixo dos 45 minutos. Na subida de Paço d'Arcos foi a pior fase, a Liliana começou a querer quebrar e tive de motivá-la pois a dificuldade até ao final era só aquela. Quando começámos a descer para a meta percebi que era possível fazer abaixo dos 45 minutos, era só apertar um bocadinho. Num esforço final chegámos à meta com o tempo de 44m53s, ótimo tempo para a Liliana e para mim foi positivo conseguir fazer a prova toda até ao fim, mesmo que tenha sido a um ritmo mais baixo.

quarta-feira, junho 18, 2025

Corrida de Santo António

Desde a corrida da Liberdade que não fazia uma prova de 10kms, e esta seria uma prova importante para mim como teste à minha forma, para saber o quão perto da minha melhor forma eu estava. A particularidade importante desta prova é que são 10kms totalmente planos, sem qualquer subida ou descida, por isso com as características ideais para um teste de forma. Quando me dirijo para a prova a descer o Restelo, por volta das 9h10m, noto ao fundo uma série de corredores já no percurso da prova, verifico rapidamente o horário e a prova tinha começado às 9h, ao invés do que eu julgava que era às 9h30m. O aquecimento foi então mal feito, num ritmo acelerado até à partida. Quando cheguei à partida já tinha saído inclusivamente a caminhada. 


Lá andei eu a acelerar pelo passeio, a saltitar de um lado para outro para conseguir ultrapassar toda aquela massa de gente. Contudo o ritmo não estava nada mal, a rondar os 4min/km e sem sinais de fadiga ou desconforto. Pouco depois dos 3kms sinto uma picada no gémeo esquerdo, o desconforto era evidente, mas como outras queixas que já tive durante outras provas julguei ser passageiro e seria só aguentar o desconforto momentâneo. Passado 1 quilómetro a dor não passava e bem pelo contrário, só piorava. Fui obrigado a descer a velocidade, aumentar o número de passos por minuto, diminuindo assim o impacto quando pousava o pé no chão.

Os últimos 2 quilómetros foram feitos em sofrimento, o coração estava bem e todo o corpo sentia-se bem, exceto a dor aguda no gémeo. Mesmo assim o tempo final de 42m38s é um ótimo tempo, ainda para mais tendo em consideração que só os 3 primeiros quilómetros fiz ao meu melhor ritmo.


Acredito que senão tivesse tido esta lesão teria feito com relativo à vontade um tempo abaixo dos 41 minutos, tendo em consideração o ritmo que tive nos primeiros 3 quilómetros. No final alonguei enquanto esperava pela Liliana, mas a perna cada vez ficou mais presa e a dor aumentou. Ainda fui ao posto médico onde me disseram que pelas minhas queixas era provável ser feito uma pequena rutura do músculo, ou seja, vou ter agora um período em que terei de reduzir a carga de treinos/provas para conseguir recuperar da lesão devidamente. Sei que vou ter de me manter calmo para recuperar bem da lesão, de modo a não piorar e então estender ainda mais tempo de recuperação.

Troféu de Oeiras - Linda a Pastora

Penúltima etapa do troféu de Oeiras, num dia de muito calor, como é hábito das últimas etapas do troféu. O objetivo seria continuar a minha melhoria de tempos e aproximação à minha melhor forma. Esta etapa não favorece muito as minhas características pois acaba a descer, e as minhas melhores características veem-se a subir. O início tem a parte mais dura da prova, sempre a subir e com a  inclinação cada vez mais acentuada. Nesta fase senti-me bem, forte a ultrapassar muitos atletas. A seguir às subidas demoro sempre ali uns segundos a conseguir intensificar a velocidade. 

Por volta dos 2,5kms de prova a última subida, com cerca de 500 metros, a partir desse ponto é praticamente sempre a descer ou plano até à meta. Tentei aumentar a velocidade ao máximo, aproveitando o terreno favorável. Apesar de ter aumentado o ritmo, sinto que em breve conseguirei fazer melhor, ainda me falta um pouco para voltar à minha melhor forma. E isso senti no último quilómetro, onde me senti bastante cansado e sem capacidade de manter ou aumentar o ritmo, dando aquele último esforço para conseguir um melhor tempo no fim. O tempo final de 29m31s já está muito mais próximo do meu melhor (menos 50s) do que o péssimo tempo que fiz no ano passado. Pouco a pouco voltar ao meu melhor.


terça-feira, maio 20, 2025

Imperial Age - Lisboa

Os Imperial Age são uma banda que ouço esporadicamente, posso dizer que não estão nas minhas bandas mais ouvidas, no entanto desta vez quis aproveitar ir ver ao vivo para ter uma noção mais clara do que vale a banda ao vivo. Talvez por o concerto ter sido em dia de dérbi, nunca tinha visto o RCA tão vazio, ainda me dei ao trabalho de contar e ao início não estavam mais de 30 pessoas, antes dos concertos das bandas de suporte, e mesmo durante Imperial Age não estariam mais de 50 pessoas, o RCA estava "despido" como nunca o tinha visto. Antes do início dos concertos o Mário, que por acaso também tinha ido ver o concerto, reparou que eu estava lá e foi porreiro porque já há algum tempo não estávamos juntos, e por acaso encontramo-nos, vimos os concertos juntos e ainda deu para conversar e saber as novidades.

A primeira banda a atuar foram os InHuman. Era a banda que estava mais longe do meu estilo musical, não é bem a minha praia por isso não gostei muito. O concerto tenta contar uma história, e como performance em palco não achei mau, mas realmente o estilo musical não se aproxima dos meus gostos.


Após isso atuaram os Aeon Gods. Era a banda que tinha mais curiosidade em conhecer pela sonoridade que gostei quando os ouvi durante a semana. Acontece muitas vezes só conhecer algumas das bandas de suporte, pouco antes dos concertos, e este foi um dos casos. Parece-me ser uma banda ainda com pouco reportório, as músicas são todas muito idênticas, em temática, em letra, em sonoridade, para subirem em qualidade têm de mostrar algo mais. O pouco que mostraram é bom, sonoridade, apresentação em palco, comunicação, mas ainda é pouco. Será uma banda que continuarei a seguir para ver se conseguem crescer e continuar a trazer boas músicas um pouco mais diversificadas que o album que têm até agora.


 A última banda de suporte foram os Grotesco Karma. Talvez tenham sido a banda desilusão para mim, pois pareciam mais musicais no que ouvi antes do concerto. O concerto em si foi um pouco "barulhento" para o que gosto, e talvez daí a minha desilusão, pois esperava outra coisa. Claramente não será uma das bandas que continuarei a ouvir. Uma coisa que a banda principal não deve fazer é trazer bandas de suporte com um estilo muito diferente do seu, porque depois acontece isto, pessoas que querem ver a banda principal perdem interesse nestes concertos das bandas de suporte, e não acrescenta quase nada a quem está a ver.


Depois de tantas bandas de suporte finalmente os Imperial Age. Vou começar pelo mais e pelo menos, pois quase se tocam. O mais foi a voz da Jane Odintsova, que é muito mais interessante ao vivo que nas músicas gravadas, fiquei agradavelmente surpreendido pela sua capacidade vocal. O menos foi o timbre do Aor o vocalista masculino, não gostei do timbre e achei que ele tinha dificuldades em chegar e manter algumas notas. Musicalmente é uma banda competente, tem boas musicas, talvez lhe falte um pouco de robustez tanto na potência das músicas, como no reportório, no entanto são capazes de dar um bom espetáculo. O que me interrogo é se não será prematuro andarem a fazer tours em nome próprio, em vez de se darem a conhecer primeiro sendo banda de suporte de outras bandas bem maiores que atraiam centenas ou milhares de espetadores. As poucas pessoas que estavam no RCA, está bem que algumas era devido ao dérbi, contudo acho que o dérbi é só um pequeno culpado e o espetáculo nunca teria mais de 100 pessoas. Certamente continuarei a segui-los, no entanto não sei se os voltarei a ver ao vivo, se nenhuma das outras bandas que atuarem nesse dia me puxarem para ir ver os concertos.

Imperial Age Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2025

Troféu de Oeiras - Outurela

Esta é a corrida em que "jogo em casa", pois é organizada pela minha equipa, no entanto, neste caso o jogar em casa não me traz nenhuma vantagem, já sei que temos 2 subidas para sofrer, a primeiro é quase um aperitivo, para depois encarar talvez a subida mais longa de todas as etapas do troféu.

A prova começa logo com uma pequena subida, para depois descer até aquela subida de Barronhos, a qual eu chamei de aperitivo. Até chegar ao aperitivo ainda não tinha sentido nada de especial, quando comecei a subida de Barronhos não estava com aquela "potência" que pretendia, não estava a perder tempo, mas também não estava a ganhar o tempo que queria ganhar na subida. Aproveitar a longa descida para descansar e enfrentar o melhor possível a longa subida.

A subida começa com cerca de 3kms de prova, ou seja, já vamos bem quentinhos quando começamos o esforço do prato principal. Os primeiros 900 metros da subida ainda me senti bem, mas quando chego à segunda rotunda e corto à direita, a minha vontade era andar e não correr, doíam-me as pernas e sentia-me sem força. Os restantes 500 metros de subida foram muito duros, e segundo a Liliana que estava no topo da subida, eu ia com uma cara de quem estava a desfalecer.

No falso plano seguinte foi tentar não quebrar muito para ainda conseguir impor algum ritmo na descida final. Como tudo o sobe (muito) também desce (muito), os últimos 2kms foram feitos rapidamente, o ritmo não foi mau, mas poderia ser melhor senão estivesse tão desgastado. O tempo final 32m20s, bem melhor que os 35m50s do ano passado, mas ainda tenho de me conseguir aproximar daquele ritmo que conseguia impor há 2-3 anos atrás que na parte mais fácil ainda tinha energia para conseguir ritmos mais rápidos.

segunda-feira, maio 05, 2025

Ainda sobre o apagão

Sem dúvida que o apagão da semana passada foi algo que ninguém esperava, mas daí ao alarmismo que se seguiu ainda deveria ir um longo caminho. Bem, quanto a mim o que se passou nos primeiros momentos foi o pior, a Luciana teve o Murphy contra ela e tinha começado a descer no elevador mesmo no momento em que deixou de haver eletricidade. Sem telefones ou internet foi um desafio conseguir alguém que viesse abrir a porta do elevador, o que ainda demorou cerca de 1 hora. Depois disso a Liliana acabou por chegar a casa com a Clara e visto já ter percebido que a eletricidade não voltaria tão cedo, pelas notícias que já circulavam, como não conseguia trabalhar, decidi ir ao parque com a Clara e aproveitar o bom tempo para estar com elas.

Quando venho relaxadamente do parque, reparo na bagageira aberta de um carro com garrafões até ao tejadilho! É nesta altura que a única coisa que me vem à cabeça é que alguns humanos estão mais perto dos símios do que eu julgava. E depois com as notícias a circular começo a aperceber-me que era geral, estes açambarcadores estavam a comprar tudo o que podiam e não podiam a preparar-se para o fim do Mundo, porque sim, a falha de eletricidade era o sinal do início do Armagedom. Pessoalmente estava só preocupado com a comida que tinha no congelador, e esperar que a eletricidade viesse antes de tudo estar descongelado. Outra coisa que estava curto era mesmo dinheiro físico, eu nunca ando com dinheiro e somente tínhamos 40€ em casa, sem caixas ATM e sem multibancos preocupava-me se precisasse de pagar algo como o faria.

Senti falta de uma coisa sim, um simples rádio a pilhas, que coisa tão básica, mas naquele dia foi a única forma de ter notícias. Durante a tarde jogámos às cartas e alguns jogos, o que é uma ótima maneira de passar o tempo. Ao final da tarde enquanto ainda havia luz ambiente fizemos o jantar porque temos gás em casa, por isso mais uma vez foi tranquilo. Depois de jantar ouvimos que em Lisboa já havia eletricidade então já que não estávamos a fazer nada em casa fomos até Lisboa ao Hard Rock café, quando voltámos tudo normalizado.

Troféu de Oeiras - Caxias

Depois da corrida da Liberdade, 2 dias antes, não posso dizer que estava totalmente recuperado para atacar esta corrida na melhor forma. Esta corrida o ano passado tinha-me custado imenso a fazer, ainda estava na fase que não estava a treinar porque a Clara tinha nascido há pouco tempo, por isso este ano teria que fazer bem melhor que o ano passado, mesmo com o cansaço da corrida da Liberdade.

Logo quando concluí o primeiro quilómetro percebi que ia sofrer bastante, as pernas estavam pesadas e doridas, era uma questão de saber se aguentaria até ao final, mas as sensações não eram boas. Até aos 3 kms de prova que era quase sempre a descer consegui enganar o cansaço, aí foi a altura que comecei a sofrer a sério. Os 2 kms seguintes de dureza, gastei todas as minhas energias para não perder muito ritmo nas subidas, e quando chego ao quilómetro 5 percebo que estava já muito "vazio" para o que restava de prova.

Nesse quilómetro tentei não abusar muito que as pernas estavam mesmo nas últimas, e guardar ainda alguma coisa para a subida. Na subida final, que normalmente seria onde eu recuperaria alguns lugares, acabei por perder 2 lugares e nem consegui tentar acompanhar, simplesmente passaram diretos. A faltar 150 metros para o final sinto as passadas de outro corredor a chegar ao pé de mim, nessa altura dei tudo o que ainda me restava e acelerei bastante mesmo a subir, o esforço compensou e não o deixei ultrapassar, mas cheguei ao final e quase não me aguentava nas pernas.

Infelizmente os dois que passaram por mim na subida eram do meu escalão, no entanto apesar dos 2 lugares perdidos a nível de pontos para a equipa foi a mesma coisa, contribui com os mesmos 3 pontos. Em relação ao tempo do ano anterior melhorei em quase 2 minutos, fazendo praticamente o mesmo tempo que fiz há 2 anos atrás, por isso, e mesmo com o cansaço, fico contente pelo bom resultado.

sexta-feira, maio 02, 2025

Escape Room

Mas que coisa tão FIXE!!! Já tenho tido muitas provas, desafios, mas o escape room é algo super divertido. Fui à Game Over ao pé da "Feira da Ladra" e foi algo que me entusiasmou como poucas coisas nos últimos tempos. Fui tentar escapar do quarto The Scream os Agrabah, que é um cenário inspirado na história do Aladino. Não posso revelar os detalhes senão perderia a piada para quem quiser fazer este quarto. A mecânica é sempre a mesma em todos os quartos, temos 60 minutos para resolver os muitos puzzles/enigmas que vamos descobrindo com a finalidade de conseguir abrir a porta da sala para sairmos. 

Gostei tanto da experiência que marquei logo uma segunda sala para uns dias depois, fomos fazer a Illuminati, que segundo os funcionários era a segunda sala mais difícil que tinham e era um pouco mais difícil que a primeira que tinha feito. Esta sala é inspirada no filme "Anjos e Demónios" Mais uma vez conseguimos sair com sucesso, mas a maioria do grupo gostou mais da primeira sala. Pessoalmente gostei de ambas, achei que esta segunda tinha um primeiro enigma muito chato de ultrapassar e estava a ficar frustrado ao ponto de me ter posto de parte e ter dito - Resolvam vocês que eu estou bloqueado e só vou atrapalhar. Esta segunda sala tinha mais enigmas numéricos e talvez um pouco repetitivos, por isso talvez tenham gostado mais da primeira sala. Pessoalmente adorei as duas, e se bloqueei no primeiro enigma, acho que os restante foram bastante fluídos, se não descobríamos a solução à primeira tentativa, à segundo ou terceira tínhamos a resolução.