segunda-feira, fevereiro 10, 2025

Fim de semana em Roma

quase 10 anos atrás, quando fiz uma rápida visita a Roma, ficou a promessa a mim mesmo que um dia teria de voltar com mais tempo a esta bela cidade. A promessa foi cumprida no último fim de semana, numa cansativa e excitante visita a uma das cidades com mais história do Mundo. No primeiro dia visita ao Vaticano e à impressionante Capela de São Pedro. Por muitas vezes que se veja não podemos deixar de considerar algo maravilhoso e belíssimo, a magnitude, a arte são de tirar a respiração. 


Como o Castelo de Santo Ângelo era ali mesmo ao lado foi a nossa paragem seguinte. Este castelo ainda não conhecia, e se a nível de arte é muito mais pobre, a nível de arquitetura e estrutural é bastante interessante. Possibilita uma viagem aos tempos medievais, imaginando as batalhas ali travadas e o quão difícil seria invadir tal estrutura. A vista sobre o Vaticano e o Rio Tibre são espetaculares e algo que guardarei na minha memória.

A Fontana Di Trevi fica também relativamente perto mais uma caminhada. Na altura que tinha visitado Roma não me tinha apercebido da beleza deste monumento, pois na altura estava em manutenção e quase completamente vedada. Desta vez pude apreciar a sua beleza em todo o seu esplendor, aquelas lindas esculturas com uma água tão límpida e translúcida que parecia diretamente retirada de uma nascente. O dia já estava longo e era hora de procurar um sítio para comer uma pizza perto do hotel, descansar, porque o dia seguinte seria para acordar cedo.

O programa para o segundo dia era o Coliseu, o Forum Romano e o monte Palatino. Era tudo junto mas a previsão de chuva para a tarde fazia com que tivéssemos de visitar tudo na parte da manhã. Como já tínhamos andado muito no dia anterior, e queríamos chegar cedo, experimentámos a viagem de metro. Em relação a Lisboa as estações são mais velhas e a rede de metro não é muito boa, por acaso há estação ao pé do Coliseu e havia uma estação relativamente perto do hotel onde estávamos, mas se quiséssemos ir mais para o centro a opção teria de ser de autocarro. Pelo que percebi à planos de expansão das linhas de metro mas há ainda muitos sítios inacessíveis, é como imaginar Lisboa onde o metro fosse só ali ao Cais do Sodré, Marquês de Pombal e Santa Apolónia, e no meio destes 3 pontos não houvessem estações de metro. Uma coisa boa é a regularidade dos metros, nunca tivemos mais de 3 minutos à espera.


Chegámos ao Coliseu por volta das 10h mas já só havia entradas disponíveis para as 13h15m. Na altura que vim ao Coliseu recordo-me das imensas filas, provavelmente porque na altura não haviam bilhetes por horários, assim como está agora podem vender um limite de bilhetes para cada horário, o que evita aquelas filas monstruosas. Bem, como só podíamos ir ao Coliseu às 13h15m fomos primeiro ao Monte Palatino e ao Forum Romano


Não sei muito bem porque dividem estes dois locais, pois eles são indivisíveis, a entrada é a mesma para ambos e não há qualquer tipo de barreira a dividi-los, é para parecer que o bilhete dá acesso a 2 sítios diferentes quando na verdade é só a um. Tal como da primeira vez, achei este o local mais interessante de Roma, lindo, histórico, e mais uma vez conseguimos viajar no tempo, e imaginar o que seria viver como um romano naquela pequena cidade. A única coisa muito chata nesta visita foi andar com o carrinho da Clara, aquelas vias romanas estavam adaptadas a carroças mas não a carrinhos de bebé.


Chegada a hora fomos até ao Coliseu. A estrutura é impressionante, é imaginar construir uma estrutura como um estádio de futebol, com a tecnologia e materiais de há quase 2000 anos atrás. A visita já foi feita com muita chuva, se dentro das galerias isso não era um problema, quando íamos às bancadas a situação já não era nada agradável, ainda para mais com um carrinho de bebé. O resto do dia foi sobre chuva, logo não deu para passear grande coisa. Acabámos por ir jantar ao Hard Rock, um local que comecei a apreciar após ter ido pela primeira vez a um Hard Rock quando fui a Veneza. Gosto daquele ambiente com boa música ambiente, as montras com guitarras, roupas, instrumentos de artistas que aprecio.


Último dia o objetivo era voltar ao Vaticano, e assistir a uma missa dada pelo Papa. Eu não sou religioso nem acredito em entidades divinas, mas para a Liliana e a mãe era algo que as realizaria. Bem, mais uma comparação, ver aquela missa publicitada como sendo dirigida pelo Papa, teria sido para mim o mesmo que ir ver um concerto dos Rolling Stones, e eles tocarem uma música introdutória, depois tocar uma banda de tributo e os Rolling Stones fecharem o concerto com uns refrões. Pois, foi o que aconteceu, o debilitadíssimo Papa disse uma parcas palavras no início e no fim e o resto da missa foi dirigida por outro padre. O que interessa foi que elas adoraram, se fosse eu teria-me sentido enganado com as espectativas defraudadas.

Contudo nem tudo poderia correr bem nesta viagem, tem de haver sempre uma peripécia para apimentar a viagem. Íamos visitar o Museu do Vaticano, e não se percebe bem porquê mas fecha aos domingos, talvez o dia que é mais propício para ter visitas. Mas esta não foi a peripécia, a peripécia foi quando abri a carteira em frente ao Museu do Vaticano e me apercebi que tinha perdido o cartão de Cidadão e a Carta de Condução...PÂNICO... A carta de condução nem era o mais importante, mas sem o Cartão de Cidadão não podia apanhar o voo de volta na madrugada seguinte. Telefonei logo para o Hard Rock que tinha sido o último sítio onde tinha aberto a carteira e nada, os cartões não estavam lá. Voltar apressadamente para o hotel, apesar da esperança ser nula porque não tinha aberto a carteira depois do Hard Rock por isso os cartões não tinham como cair. Enquanto caminhava para o hotel tentei ligar duas vezes para a embaixada portuguesa, mas para piorar a situação era domingo e ninguém atendia.

Chegado ao hotel, revirar o quarto e nada como esperava. A única coisa que podia fazer era ir a uma esquadra e tentar arranjar uma declaração que me possibilitasse apanhar o avião, e mesmo assim era um tiro no escuro. A caminho da esquadra a Liliana pergunta-me onde eu tinha aberto a carteira antes do Hard Rock. Tinha sido num café onde bebemos um chocolate quente enquanto nos abrigávamos da chuva. Era o próximo local a ir após a esquadra, mas a Liliana ligou logo para lá. Eles atenderam e não é que a sorte estava do meu lado, eles disseram logo se procurávamos por uns cartões com o meu nome quando a Liliana perguntou se não tinham visto os cartões. Voltar ao café e recuperar os cartões. Já chegava de aventuras, voltar ao hotel descansar e jantar pois tínhamos de acordar às 3h para ir para o aeroporto e voltar a casa.

quarta-feira, janeiro 29, 2025

Troféu de Oeiras - Queluz de Baixo

No passado fim de semana voltei ao troféu de Oeiras, à etapa de Queluz de Baixo. Esta é uma etapa que já a faço pela terceira vez e já tenho algum conhecimento da mesma. Dureza quase toda concentrada na parte final, com uma das piores subidas do troféu, a subida da fábrica da pólvora.

Tenho continuado a treinar por isso queria fazer um bom tempo, ou seja, algo perto do que normalmente faria. O arranque é sempre rápido nesta prova pois começa numa descida acentuada, mesmo que não consciente é um arranque rápido. Depois tem um falso plano, ligeiramente a subir, aí tentei pôr-me atrás de alguém grande para me poupar, visto que estava algum vento frontal. Voltar a descer bastante e pouco depois dos 4kms de prova começar a subir aquela infernal subida. A pior parte é entre os 4,5kms e os 5,3kms de prova, mesmo muita gente a andar o que não deixa de ser impressionante aquele nível ver pessoas nem a conseguirem fazer um pequeno trote.

Chegado o topo da subida fazer parte do falso plano outra vez mas agora a descer, subida curta de 300 metros mas dura e descer, descer, descer até à reta da meta. Pouco antes da reta da meta a descer sou ultrapassado por dois corredores. 


Mal começa a subida acelero para os tentar apanhar, um deles passei e nem dei hipótese de resposta, o outro acelerou quando me viu a ultrapassar o primeiro e conseguiu resistir, precisava de mais 20 metros a subir para o apanhar. Acabei no 16º lugar do meu escalão com o tempo de 32m01s, pouco mais de 20 segundos a mais que o ano passado, por isso fiquei satisfeito, senti-me bem ao longo de toda a prova, nunca senti que tivesse perto de rebentar, e o tempo final foi praticamente igual ao do ano passado.



segunda-feira, janeiro 27, 2025

E aí vão 19 anos

Feliz aniversário querido blog, sei que te devia dar mais carinho, sei que devia estar mais atento a ti, mas com esta idade já tens capacidade para andar por ti próprio e não dependeres tanto de mim. Isto seria o que diria a um jovem adulto de 19 anos, infelizmente para um blog o carinho e atenção tem de ser constante pois ele é uma extensão de nós próprios.

Continuo a atrasar um pouco a publicação dos meus posts, no entanto tenho conseguido estar de pedra e cal e continuo a não deixar cair o blog. Primeiro porque me dá prazer escrever e mais importante que isso tudo dá-me muito prazer recordar, e o que escrevo aqui são as minhas memórias, as minhas vivências. E enquanto sentir isto este blog continuará bem vivo a contar a Minha Visão do Mundo.

quarta-feira, janeiro 08, 2025

São Silvestre da Amadora

Mais um ano e a tradição cumpriu-se, última prova do ano é sinónimo de São Silvestre da Amadora. O objetivo para este ano era simplesmente conseguir fazer abaixo de 45min, de modo a ser elegível para a caixa sub45 nas próximas provas de 10kms. Apesar de andar a treinar mais regularmente no último mês, a última prova que tinha feito de 10km tinha sido uma desgraça, onde tinha demorado mais de 50 minutos, por isso a minha confiança estava moderada.

Saí a um ritmo forte mas confortável e ao fim do primeiro quilómetro estava com 4m10s, tendo em consideração que metade da subida estava feita, o tempo era ótimo. Segundo quilómetro a 4min36s e a subida estava toda feita, apesar do segundo quilómetro ter sido bem mais lento a subida também é mais agressiva e eu sentia-me bem, era apertar agora na parte mais fácil. Cheguei a meio da prova com cerca de 21m50s, faltando só uma parte dura, a subida dos comando, tinha uma boa margem para acabar abaixo dos 45min.

A subida dos comandos foi feita a um ritmo bom para a sua dureza, ultrapassando vários corredores. O meu maior pecado nesta prova foi a seguir à subida dos comandos, naquele percurso que é até ligeiramente a descer até ao centro da Amadora quando se apanha a subida da linha do comboio, nunca consegui impor um ritmo forte e sofri para não ser ultrapassado por mais corredores. Aquele 7º quilómetro deveria ter sido feito quase a 4min/km e demorei 4m27s, aqui perdi alguns segundos pouco justificáveis.

Após a subida do comboio, voltei a conseguir manter um bom ritmo até ao final, quase sempre a descer e consegui soltar-me e ir a um bom ritmo até ao final. No final ainda forcei um bocadinho de modo a acabar abaixo dos 44min. Esta prova comprovou que estou a conseguir melhorar o meu ritmo apesar de só ter voltado a treinar melhor há pouco tempo, mas acredito que ainda vou conseguir melhorar bastante. Se algum dia vou voltar a fazer os 10km abaixo dos 40min, acho difícil, ou pelo menos requererá muito mais treino, mas ainda tenho muito para melhorar.




terça-feira, dezembro 31, 2024

Retrospectiva 2024

Mais um ano passou e muita coisa aconteceu por aqui, vamos lá rapidamente a uma retrospectiva do que se passou durante este ano. Este foi um ano muito importante pois ocorreu um acontecimento muito importante, a família aumentou, mas vejamos todos os pontos importantes:

E agora é tempo de descansar pois daqui a umas horas tenho o meu tradicional fim de ano, a corrida São Silvestre da Amadora. Até para o ano...

Troféu de Oeiras - Cruz Quebrada

Última prova do ano do Troféu de Oeiras, uma das etapas mais fácil do troféu com um percurso muito mais plano que o habitual. Após um breve aquecimento, arranquei um pouco mais atrás do que o normal, como tenho estado com um ritmo mais baixo não queria incomodar ninguém. No entanto acabei eu por ser incomodado, tendo de fazer slalons por diversos corredores durante o primeiro quilómetro. 


Depois de conseguir começar a correr a um ritmo constante até me senti bem, aparentemente o treino que tinha começado a ser mais regular e metódico desde há 3 semanas atrás estava a ter algum efeito. Na única subida longa do percurso já parecia o velho Tiago, consegui ultrapassar vários corredores não tendo sido ultrapassado por ninguém. Curta descida e voltar a subir ligeiramente, desta vez já custou mais, mas mesmo assim não fui ultrapassado por ninguém. 

Parte mais rápida do percurso, nessa altura apanhei um senhor que nada comigo algumas vezes e fomos a puxar um pelo outro. Antes da reta final há uma pequena descida onde ele acelerou e não o consegui seguir. Guardei alguma energia para a reta final onde ainda consegui ultrapassar 3 corredores. Foi uma prova onde me voltei a sentir muito bem e à vontade, apesar de ter feito 32m10s, mais 38s que o ano passado as sensações foram boas, no ano passado estava em queda na minha forma física, neste momento sinto que estou a melhorar e pouco a pouco voltarei à minha melhor forma. Depois ainda deu tempo para acompanhar a Liliana na prova dela com a nossa filhota, mais uma bela etapa do troféu de Oeiras em família.


sexta-feira, dezembro 06, 2024

Troféu de Oeiras - Milha de Queijas

Esta foi a primeira vez que fiz este percurso no Troféu de Oeiras, e foi a primeira vez também que fiz uma prova de distância tão curta. Na semana antes da prova fiz um treino em que fiz duas séries com a distância de uma milha para ver mais ou menos quanto tempo demoraria. Na primeira fiz 6m40s e na segunda já com o cansaço acumulado 6m50s. Era um mau tempo mas acreditava que em prova conseguiria fazer menos de 6m30s. Se fizesse abaixo deste tempo já me daria por feliz.

No dia antes da prova comecei a sentir-me mal, totalmente entupido, com dificuldades em respirar e mal disposto, pelo quase não comi no dia antes e na noite antes da prova mal dormi por me custar a respirar. Bem, iria dar o meu melhor, numa distância tão curta é cerrar os dentes e aguentar o sofrimento. Saí ao máximo que consegui, e passado 200 metros consegui estabilizar num ritmo constante. Conforme dou a volta a estrada inclina ligeiramente e foi na altura que me senti pior. Tinha de aguentar as pernas dormentes e o coração a bater descontroladamente. Até ao final foi sofre para não baixar muito o ritmo, na reta da meta ainda fui ultrapassado por outro corredor, mas já ia no meu limite por isso não consegui dar aquele pico final que normalmente dou. Tempo final de 5m56s muito bom, mesmo tendo em consideração que a prova não tinha exatamente a distância da milha mas sim a rondar os 1550m. Mesmo que fosse a distância da milha teria feito à volta de 6m05s-6m10s, o que teria sido bem melhor do que nos treinos. Com uma média de 3m50s/km não foi mau, apesar de ter terminado só no 24º lugar no meu escalão entre 48 corredores, estou no caminho certo para recuperar a minha forma.

quinta-feira, dezembro 05, 2024

Jantar na Plataforma 9 3/4

Não sou de longe um fã da saga do Harry Potter, nem consegui acabar de ver o primeiro filme de tão chato que achei, contudo é só a minha opinião e a verdade é que estou quase contra todo o Mundo. Por exemplo, nem sabia que o nome do restaurante se devia ao nome da plataforma do comboio onde os personagens desta saga apanham o comboio lá para o Mundo dos feiticeiros, espero não estar a cometer nenhum erro pois só vi esta parte do filme.


Vamos esquecer o valor da refeição, que dava para ir jantar a um restaurante estrela Michelin, porque o que na verdade considero que se esteja a pagar seja todo o espetáculo, ir a este restaurante tem de ser encarado como ir a uma casa de fados, vamos comer sim mas ver um espetáculo ao mesmo tempo. Já que estamos a falar da comida, apesar de ser simplesmente rodízio de pizzas, estas são muito boas, e não é preciso estar preocupado em passar fome porque vêm umas 10-12 fatias de pizza diferentes, já não consigo precisar com certeza a quantidade, mas mesmo para pessoas que comam bem é suficiente. Os cocktails também são muito bons e servidos em belas canecas, sendo que alguns ainda trazem fios de esfregão de aço à volta que é incendiado quando chega à mesa.


Falando do espaço, é belíssimo, com imensos detalhes e mesmo para um não fã, achei os detalhes deliciosos como nos transportassem para dentro do filme. Além do espaço ainda têm uma apresentação teatral inicial, a meio da refeição uma atividade para as crianças e o que mais gostei, um mágico que vai passando entre as mesas fazendo pequenos truques mas muito eficazes, ao ponto de não ter a mínima pista de como ele fez alguns. A experiência (sim a palavra experiência é a mais correta de ser aplicada aqui) vale a pena, e acredito que para quem gosta de Harry Potter deve ser um deleite, não tenciono voltar porque é demasiado caro, mas aconselho a ir uma vez para conhecer.

quarta-feira, dezembro 04, 2024

Veneza

Um dos países que mais tinha gostado de visitar foi a Itália. Aproveitando um fim-de-semana prolongado, decidi ir conhecer Veneza, um dos locais mais conhecidos de Itália. Chegado à entrada de Veneza, onde deixa de haver carros e passam só a haver barcos, o meu primeiro choque. Estava à espera do barco-táxi quando vejo um dos condutores de barco a fumar e a mandar a beata para o canal. Então não cuidam do seu ganha pão? A poluir assim gratuitamente a água do canal, não percebem que estão a destruir o que faz com que os turistas visitem Veneza? Bem talvez por isso se via muito pouca fauna, esperava ver muitos mais animais marinho, mas em todos os dias que lá estive em Veneza só vi um bando de patos e umas garças.

Mesmo estando em época baixa havia imenso turismo, ao ponto de ser desagradável andar pelas estreitas ruas e ruelas da cidade. O meu melhor amigo em Veneza foi o google maps, com tanta ruazinha ao início foi bastante complicado manter-me orientado, se nos últimos 2 dias melhorou ao início andava sempre a olhar para o mapa. O problema é que existem 3 pontes principais para atravessar entre ilhas, a Ponte Degli Scarlzi que ficava ao pé do nosso hotel, a Ponte di Rialto e a Ponte Dell Accademia, se falhássemos as pontes quando queríamos atravessar tínhamos de dar uma volta enorme. E normalmente até apontava o google maps para a ponte que queria senão ele dava-me o trajeto mas atravessando o canal de barco, coisa que não queria.

As ruas na sua maioria eram extremamente estreitas e de noite, devido à falta de iluminação, pareciam saídas de um filme de terror. Contudo nunca me senti inseguro, tirando os carteiristas e os esquemas de apostas ilegais de rua, não havia qualquer tipo de criminalidade, além disso haviam sempre pessoas a passar nas ruas e se me quisessem roubar o que levavam? Fraldas, toalhitas, roupa de bebé, fruta, bolachas, papa de bebé...acho que não era algo que fosse muito útil.

Falando de roubos, tudo o que está à venda é um pequeno roubo, os preços são super inflacionados, facilmente coisas básicas como roupa, candeeiros, colares, chegava aos milhares de euros. O café mais barato que bebemos foi 3€, um verdadeiro absurdo. Andar de gondola custava 90€ de dia e 110€ à noite, por uma volta de 30 minutos, por esse preço tinham de me trazer de volta a Portugal atravessando o Mediterrâneo. A única coisa que achei em conta foram os gelados, aqui em Portugal os gelados artesanais italianos são mais caros que em Veneza.

Voltando ao assunto da limpeza, ou da falta dela neste caso, as ruas eram sujas, com papeis, plásticos e beatas por todo o lado. Um dos fatores que pode potenciar isso é a falta de caixotes do lixo, houve uma vez que andei com lixo na mão mais de 15 minutos até achar um caixote. A recolha do lixo é feita em pequenos carrinhos, como os limpadores de rua aqui em Portugal, e depois existem barcos lixo, mas a implementação da limpeza não funciona nada bem.

Indo para as partes boas, Veneza, tal como toda a Itália, é cultura, é história, é arte. Visitámos as novas prisões, que estão desativas, e acabámos por ter uma aula de história sobre como se puniam os criminosos ao longo da história. Ficámos a conhecer as bocas de leão, que basicamente eram caras de boca aberta localizadas em algumas paredes, onde se podiam colocar papeis na boca em que se escrevia uma acusação contra alguém. Devido às inúmeras acusações infundadas, as caras foram retiradas sobrando só 4, duas no Pallazo do Ducale e outras duas localizadas noutros pontos da cidade. Aproveitámos e no dia seguinte fomos fazer uma busca pela cidade para encontrar uma dessas caras, e lá estava ela no sítio indicado.

Depois da visita às prisões visitámos o Pallazo do Ducale, que vale imenso a pena a visita. A visita é longa pois há muita coisa para ver, uma grande quantidade de arte e arquitetura, absolutamente fabuloso, imperdível para quem vai a Veneza. As filas de entrada são dissuasoras, mas vale a pena a espera. O bilhete de entrada para o Pallazo do Ducale também dava acesso ao Museo Correr e ao Museo Archeologico, e como é tudo na Piazza San Marco é muito fácil fazer todas estas visitas num só dia. Contrariamente aos preços das restantes coisas, visitar todos estes sítios fica barato, ainda para mais quem for em família e adquirir o bilhete familiar.

E vou acabar com com o que para mim, foi a melhor parte da viagem, a visita a Murano, Burano e Torcello. Para viajar até estas ilhas comprei o passe de 24h para os transportes públicos de Veneza, ou seja, para o barco público, uma espécie de ferry do Tejo. Mais uma vez, apesar de estarmos em época baixa as filas para o barco eram loucas, ao ponto de não conseguirmos entrar no barco e termos de esperar que viesse outro barco. E apesar de estarmos com uma bebé, ali a prioridade é pela carteira, ou seja, se comprar o passe prioritário que é mais caro passo a frente, se não, e apesar de ter uma bebé de 8 meses tinha de esperar como os restantes, parvoíce…

A primeira paragem foi em Murano, a ilha do vidro. Fomos ao Museu do Vidro que vale muito a pena e depois passeamos pelas desafogadas ruas da ilha, indo visitar a fábrica e as inúmeras lojas de vidro. Basicamente o vidro é a economia desta pequena ilha e tudo gira à volta disso. De seguida, voltar a esperar pelo barco que nos levaria até Burano. Esta é a ilha dos bordados e do linho, todas as lojas giram à volta disto. Esta ilha tem a característica de ter as casas pintadas de cores vivas, dando-lhe uma beleza única. Por fim a ida a Torcello, uma pequena ilha agrícola com somente um canal, em que a única rua que existe vai do caís do barco até á Basilica di Santa Maria Assunta. Pequena mas linda e muito diferente de todas as outras ilhas. Na volta para Veneza ainda passámos no Lido, apesar de não termos saído do barco por ser já um pouco tarde, por isso não posso dizer que tenha ficado a conhecer. E porque preferi estas ilhas a Veneza? Beleza natural, limpeza dos espaços, mais espaços verdes, preservação das casas e essencialmente, muitíssimo menos turístico, muito mais fácil de andar de um lado para o outro sem estar sempre a tropeçar noutras pessoas.

Resumindo a viagem, é um local que deve ser visitado uma vez, mas uma vez é suficiente, não faço intenções de voltar a Veneza, conheci e pronto não há nada que me faça querer voltar, pois iria ser mais do mesmo.

terça-feira, dezembro 03, 2024

Visions of Atlantis

Os Visions Of Atlantis são das bandas que mais oiço e até agora gosto de quase tudo o que têm. Felizmente estabilizaram enquanto banda e com ótimos resultados, os últimos álbuns são fantásticos, e a nível de divulgação dos mesmos a prova que estão a fazer um bom trabalho é o facto de os ter ido ver pela 4ª vez sendo que a última tinha sido ainda o ano passado.

A nível de bandas de suporte acho que acertaram, pois foram duas bandas com uma sonoridade idêntica, o que é sempre sensato, pois quem vai ver os concertos vai pelos cabeças de cartaz, e se gosta dos cabeças de cartaz provavelmente vai gostar das bandas de suporte. A primeira não era bem uma banda, era uma vocalista em nome próprio que tocava guitarra e tinha uma banda a tocar para ela, a Seraina Telli. Um estilo muito próprio, diria mesmo excêntrico, com uma excelente voz e atitude em palco, de fácil interação com o público. Tenho curiosidade para ver onde ela irá chegar, se em nome próprio conseguirá ter a sua notabilidade, ou se no futuro se acabará por juntar a uma banda, pois voz e atitude ela tem.
Seraina Telli Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024

A segunda banda foram os Illumishade, e nota-se já aqui alguma experiencia e trabalho. Estes suiços têm um enorme potencial, com uma temática diferente dos piratas dos Visions Of Atlantis, mas com uma sonoridade muito idêntica. Gostei da maioria das músicas, a única coisa que tenho a apontar é a ordem da setlist, meterem 2 músicas melancólicas/baladas de seguida mata um bocado o ritmo e a dinâmica do concerto, no entanto isto foi um pequeno detalhe. Acredito que esta banda possa a vir ser mais falada no futuro, têm tudo para o conseguirem fazer, é só continuarem o bom trabalho.


ILLUMISHADE Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024

E finalmente era hora do concerto dos piratas. Infelizmente o baixista adoeceu e não conseguiu comparecer no concerto, felizmente o concerto não foi cancelado ou adiado. Mesmo sem o baixista (talvez o membro menos carismático da banda e o que a falta menos se nota), o concerto não deveu nada a concertos anteriores que eu vi da banda, ótima dinâmica entre membros da banda, ótima setlist, com as novas músicas de um excelente novo álbum, não esquecendo os clássicos da banda. Em Portugal já têm uma legião de fãs e de pessoas que os seguem, já não são a banda de baixo de cartaz que vi em 2019 em Vagos.


Difícil de destacar alguma música, talvez por gosto próprio destacaria a Clocks, mas é só por gosto próprio porque quase todas as músicas tocadas são excelentes. Assim como a interação da banda com o público, sempre a pedirem apoio, sempre num diálogo com o público, como já tenho dito várias vezes um concerto não é só música é muito mais que isso, e a comunicação com o público é algo que dou muito valor. Podem continuar a vir todos os anos a Portugal, que se a qualidade música se mantiver terão sempre a minha presença no concerto.

Visions of Atlantis Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024, Armada