quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Granfondo Algarve

Posso dizer que a prova começou logo bem, à partida tropecei logo no Guilherme que já não via há imenso tempo. Foi giro saber que ele também ia ser pai, o sacaninha teve foi mais sorte, gémeos, menino e menina, isto é quase a mesma coisa que sair o jackpot...acho eu!


Indo directo para a prova, durante a semana estive um bocado engripado por isso quase não treinei, mas também como o meu objectivo para o Granfondo do Algarve era treinar para o Ironman, não estava muito preocupado com o resultado final, apenas queria acabar o mais confortável possível. A primeira hora de prova andou-se muito bem, acabei nem sequer por parar no primeiro posto de abastecimento, apanhei só uma garrafa de água em andamento e segui caminho, nesta hora fiz 33kms, o que dava uma média bastante boa.


Pouco depois virámos em direcção a leste e o vento que tinha estado a ajudar, nessa altura começou a atrapalhar. Foi a única altura que me tentei resguardar no meio de um grupo, como o meu objectivo era treinar para o Ironman tentei propositadamente andar o mínimo possível à boleia dos outros, sei que no fim ia fazer com que o resultado fosse pior mas não era o resultado o mais importante.

Começa um ligeiro sobe e desce quebra pernas até que cheguei ao segundo abastecimento. Nessa altura foi parar, respirar um bocadinho, encher o cantil, comer qualquer coisa e mais dois dedos de conversa com os meus colegas Philippe que já estava parado, e o Vítor que entretanto chegou. Segui caminho com o Vítor durante uns minutos, mas entretanto ele mandou-me seguir e disse que ia pôr o ritmo dele. 

Muito tinha ouvido falar da subida ao alto do Malhão, mas quando vi no mapa pensei - "Ah isto são só 2,5kms, por muito duro que seja é um instante até chegar ao topo" - ena não podia estar mais enganado, devem ter sido das piores rampas que já apanhei, quase que me vinham as lagriminhas aos olhos e foi só por orgulho que não apeei, mesmo assim ainda ultrapassei vários ciclistas, por isso não era o que estava pior. Chegado ao topo, totalmente morto, pensei que ia ter descida para descansar, qual quê, mais sobe e desce de rampas bem agressivas. Cheguei ao 3 posto de abastecimento e foi recuperar, comer e beber. Quando perguntei a um senhor da organização se o pior já tinha passado e ele me diz que já a seguir ia ter uma subida que não era tão má como o Malhão mas que estava perto disso, foi o banho de água fria. 

Mais uma meia dúzia de quilómetros com rampas do pior que já apanhei. Os 100kms estavam ultrapassados e o pior estava agora feito, descidas e mais descidas para recuperar, porque forças para acelerar o andamento já não abundavam. O último abastecimento já foi super rápido, comer meia banana e meter água no cantil e seguir rapidamente. A 10kms do fim apanhei a última subida em que tive de usar a desmultiplicação mais leve, nessa altura já nem precisava para ser sincero, mas também já estava sem vontade de grandes cavalgadas. Os últimos quilómetros até Loulé voltaram a ser bastante rápidos, bom piso ao contrário da maioria do percurso e voltava a ter vento pelas costas. 

Acabei com o tempo oficial de 5h44m09s, acima do que eu esperava, mas também não esperava um percurso tão duro quanto este. Foi um bom  treino para o Ironman, bem sei que a distância será maior, mas duvido que o tempo em cima da bicicleta seja assim tão maior, este percurso era extremamente duro, coisa que não será no Ironman, por isso acredito que as sensações que tive no final sejam idênticas e nunca piores no Ironman, e pensando bem na coisa, se tivesse de fazer uma maratona a seguir estava moído sim, mas acho que ainda a faria, nem que fosse metade a correr e metade a andar.

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