terça-feira, agosto 30, 2022

Milagre Metaleiro 2022

Depois de 2 anos de adiamentos, 2022 marcou o regresso de um dos festivais mais interessantes no panorama do estilo metal. Uma pequena terra perdida no meio de Portugal, um local nada propício para este tipo de música, mas a verdade é que já é um festival fortemente implantado no panorama nacional. Começando pelo cartaz, as duas bandas que me levaram ao festival foram os Bloodbound e os Orden Ogan. Infelizmente os Orden Ogan cancelaram a presença, estando esta já marcada para 2023, por isso para o próximo ano já tenho motivo para voltar. 


As restantes bandas do cartaz ou mal conhecia, ou desconhecia de todo. Normalmente o que faço é ouvir um pouco dos últimos concertos de cada banda, para saber mais ou menos com o que contar, desta vez decidi ir às cegas, e perceber na altura a sonoridade de cada banda. No primeiro dia a primeira boa surpresa, e talvez a banda que mais gostei neste dia foram os Tri State Corner. Uma pequena banda com elementos da Grécia, Alemanha e Polónia, com uma sonoridade muito característica, em muito dinamizada pelo som característico de um bandolim. 


A segunda banda a merecer destaque foram os HEAT, que me levaram de volta ao final dos anos 80 e anos 90, a lembrar-me bandas como os Bon Jovi, tanto em aparência visual como sonora, um concerto muito dinâmico, onde o vocalista parecia que estava ligado à corrente. Em relação aos pesos pesados do dia, os Ensiferum e os Rage, conhecia um pouco mas não são bem a minha onda. 


O segundo dia foi maioritariamente focado em sons mais fortes, muitos guturais, muitos gritos, muito barulho para o meu gosto. Contudo tocavam os Bloodbound que eram o motivo da minha presença, e conheci uma banda espanhola os Zenobia. No que toca aos Zenobia gostei bastante da sonoridade, da musicalidade, da presença em palco, mas o facto de cantarem em espanhol é um enorme handicap


Avançando para a banda que mais me interessava em todo o festival, os Bloodbound. Foi um concerto um bocado estranho, sim gostei, mas ao mesmo tempo esperava mais. Não sei se foi o som, se foi a dinâmica de palco, se foi a sequência de músicas, alguma coisa ali não funcionou pois estava à espera de um concerto a todo o gás e houve bons momentos, mas também houve ali alturas que não se passava nada de especial. Pode ter sido uma má noite, mas gosto muito mais de os ouvir diariamente sem ser em palco.


Último dia de concerto, muito marcado por bandas nacionais. A primeira banda que foi uma agradável surpresa foram os Waterland, nem os conhecia de nome, mas foi das bandas que mais gostei no festival. Há ali imensas similaridades, tanto musicais como visuais, com os Epica. Já comecei a investigar um pouco mais o reportório desta banda e sem dúvida ganharam um fã.


Os Vhäldemar, mais uma banda espanhola, com um estilo muito metal clássico, a lembrar sons como Motörhead ou Iron Maiden. Um concerto muito interessante, que ao contrário dos compatriotas Zenobia, cantam em inglês o que faz toda a diferença. Gostei de os conhecer, sou até capaz de ir ouvir um pouco mais para conhecer melhor. Uma palavra para o guitarrista, que grande animal, dos guitarristas mais competentes que vi desde há muito tempo.


Os Iron Savior surpreenderam-me muito pela positiva. Oiço regularmente Iron Savior, conheço as letras de algumas músicas, e gosto do som, mas não é uma daquelas bandas que sejam 'uau' para mim, é agradável mas não estará no meu TOP10 de bandas que gosto. A verdade é que ao vivo foram espetaculares, talvez o melhor concerto de todo o festival, e tiveram o dom de me fazer vir lá detrás no início concerto, para passado meia dúzia de músicas estar perto do palco a saltar e a cantar. Curiosamente, ao contrário dos Bloodbound funcionam muito melhor ao vivo do que em álbum.


E para finalizar, mais uma bela surpresa nacional, os Oratory também já andam por cá há algum tempo, no entanto praticamente não os conhecia. Deram um bom concerto, numa altura que o cansaço já tomava conta de mim e já queria era voltar a casa. Fizeram-me estar ali com atenção e curiosidade a ouvir as músicas, e tal como os Waterland fizeram-me querer conhecer um bocadinho melhor o reportório da banda. E assim foram 3 dias intensos de concertos, cansativos, poucas horas de sono, partir de volta a Lisboa às 3h30m, chegar à Gare do Oriente às 8h20m, para enfrentar um dia de regresso ao trabalho, mas valeu a pena, este festival é algo de único.





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