segunda-feira, janeiro 22, 2018

Dakar 2018

Mais um ano de Dakar, mais um ano do mesmo, KTM triunfa nas motos (como nas 16 edições anteriores) apesar de mais dificuldades que o habitual, Peugeot com um domínio avassalador nos carros, os russos da Kamaz com mais uma vitória nos camiões e finalmente a Yamaha a cilindrar a concorrência nos Quad. Este ano com um percurso duríssimo, segundo alguns pilotos o mais duro de sempre, com muitas dunas e muita areia macia, muitas quedas e muitos atascanços.

Começando pelas motos, este ano para nós, portugueses, infelizmente não foi tudo como o mesmo, sem o Ruben Faria, Hélder Rodrigues e especialmente o Paulo Gonçalves, não mostrámos as nossas cores e não se ouviu falar dos portugueses como nos últimos anos tem acontecido. Mais uma vez o que para mim é o melhor motociclista, o Joan Barreda, não ganha e nem sequer chega ao final, ano após ano, seja por problemas na máquina, penalizações, quedas, erros infantis, ainda não conseguiu ganhar um Dakar. Uma prova que estava super interessante até à 10ª etapa, quando um erro de navegação colectiva entrega a disputa da prova a Matthias Walkner e a Van Beveren, depois uma queda deste último deixou a prova praticamente decidida.

Nos quad então não há nada a dizer, domínio absoluto e esmagador da Yamaha de Ignacio Casale, que depois do abandono de Sergei Kariakin a dúvida era saber quem o acompanhava no pódio. Mais de 1h30m de avanço para o segundo lugar diz muito do que foi a corrida nos quad.

Nos carros a Peugeot tem uma máquina muito a frente da concorrência, quem olha as imagens na televisão, apercebe-se facilmente o quão mais adaptável é o carro às difíceis condições do terreno em comparação com a concorrência. E curiosamente acaba por ganhar o piloto que para mim tem menos andamento dos 4 pilotos oficiais da Peugeot. Sebastian Loeb ainda não foi este ano, tem um andamento fantástico, muito melhor na navegação, mais ano menos ano ganhará naturalmente o Dakar. O sr. Dakar, Stéphane Peterhanse, este ano acumulou alguns erros que inclusivamente lhe custaram o pódio, sempre ao ataque, sempre a dar espetáculo, mais uma grande prova. Cyril Depres ainda não foi este ano que ganhou nos carros depois das inúmeras vitórias nas motos, e neste caso apesar de andar bem, acho que lhe falta qualquer coisa para ganhar o Dakar, vamos ver senão me engano. E finalmente o vencedor Carlos Sainz, que 8 anos após a primeira e única vitória volta a ganhar, não foi o melhor, mas foi o mais consistente e teve a sorte de ter Cyril Despres para o ajudar quando teve problemas mecânicos. O próximo ano vai ser curioso, a Peugeot vai sair, qual será o melhor carro para o ano? Alguém comprará os Peugeot deste ano e tentará ganhar com os mesmos carros deste ano? A Mini voltará em força e a dominar como fazia antes da Peugeot? Os Toyota mostrarão que a evolução que tiveram este ano não foi um acaso?

Nos camiões a Kamaz teve muitas dificuldades a renovar o título, apesar da vantagem final (de quase 4h!!!), não indicar isso. À entrada da penúltima etapa os camiões de Nikolaev e de Villagra estavam separados por 1 incrível segundo, depois de centenas de quilómetros, furos e avarias só 1 segundo separava os dois camiões. Nessa penúltima etapa Villagra foi obrigado a abandonar devido a problemas mecânicos e assim a corrida ficou decidida.

Até para o ano Dakar. 

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