terça-feira, junho 15, 2021

Fui atropelado

Tudo começou com um conjunto de más decisões. Ao final da tarde decidi ir andar de bicicleta para mais um treino, quando pego na bicicleta noto que o pneu da frente estava furado e que a própria camara de ar estava à vista. Bem, mudar o pneu, perder mais tempo e quando acabo já são quase 19h. Eu ando sempre de luvas, a última vez que não usei luvas foi...da última vez que tinha caído de bicicleta, mas esqueci-me das luvas em casa e como já era tarde não me apeteceu voltar a subir para apanhar as luvas, e como ia ser uma voltinha rápida deixei passar. Mais uma vez por ser tarde, mais uma má decisão, ir até o Cais do Sodré e voltar, como o trânsito aquela hora já seria reduzido. 

Fui até o Cais do Sodré, tudo estava a correr bem, sentia-me bem, estava a andar a um ritmo razoável. Quando voltei em direcção a Cascais o sol estava a baixar e por isso liguei as luzes da bicicleta. Ao chegar a Algés parei nos semáforos, quando volto a arrancar ponho-me de pé para voltar a ganhar velocidade, sento-me, coloco os braços nos extensores, e devia ir a volta dos 30km/h quando sinto uma forte pancada por trás. Num primeiro momento tento equilibrar-me, mas com os braços nos extensores mais difícil era de o fazer, a bicicleta sai cuspida pelo lado direito do carro, eu vou ao chão, enrolo-me até que finalmente paro praí 10 metros à frente da bicicleta.

Fiquei logo sentado, a tentar sentir o corpo, a ver se sentia algo de grave, mas naquele estado ainda aturdido pareceu-me só ardor das queimadelas do alcatrão. O rapaz que vinha atrás parou logo e veio ter comigo, o outro rapaz que me atropelou parou logo a frente e também veio ver como eu estava, ele vinha a tremer por todos os lados, claramente mais transtornado que eu, que ainda estava a tentar perceber em que planeta estava. O rapaz que me atropelou disse que nem sequer me viu pois estava encadeado pelo sol, que só se apercebeu na altura do impacto, e realmente eu não ouvi nenhuma travagem. Os 2 ajudaram-me a levantar, perguntaram se era preciso ambulância se queria que me levassem a algum lado. A minha preocupação foi levantar-me e tentar perceber se tinha algo impeditivo de continuar, eu estava nas condições mínimas. Peguei na bicicleta e na altura pareceu-me que as 2 rodas estava empenadas mas que talvez desse para chegar a casa.

O rapaz que me auxiliou a levantar perguntou se já podia ir andando, ao que respondi que sim, mas na altura nem me lembrei de pedir o contacto para se fosse preciso ter uma testemunha. O rapaz que me atropelou deu-me o contacto, mas nem fiquei com a matrícula do carro, que estupidez na altura não estava mesmo a pensar em nada a não ser chegar a casa e limpar as feridas. Comecei a tentar pedalar e a roda estava a roçar imenso ao ponto de cheirar a borracha queimada. Nisto ainda houve outro ciclista que parou e até simpaticamente se ofereceu para me ir por a casa, acabei por recusar pois tinha telefonado para me irem buscar. Afinal a roda não estava só empenada, o eixo da roda de trás tinha partido junto ao saque-rápido e era impossível seguir de bicicleta até casa. Agora vou ter uma paragem forçada e esperar que a recuperação seja rápida.








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