segunda-feira, fevereiro 24, 2025

Fim de semana em Estremoz

A única vez  que tinha ido a Estremoz tinha sido há 2 anos e meio atrás. Desta vez, a Liliana decidiu oferecer-me pelo dia dos namorados uma estadia de duas noites em Estremoz na Casa do Gadanha. Este Turismo de Habitação foi dos melhores sítios onde já estive, quartos grandes, limpinhos, simples mas bonitos, de destacar os miminhos que nos deixaram no quarto como as bolachas feitas por eles. Além disso tem um espaço no 2º andar onde tem bolachas, chás e cafés à disposição de todos os hóspedes. Uma palavra à simpatia e amabilidade dos proprietários, o Rúben e a Michele, um casal super simpático com o qual partilhámos algumas conversas e experiências, sem esquecer todos os funcionário que tudo fizeram para nos fazer sentir como se estivéssemos na nossa própria casa. Aliás o conceito deste espaço é muito familiar, muito de proximidade, é como se estivéssemos a visitar uns amigos. E finalmente os pequenos almoços...que delícia, tudo feito na hora, tudo com produtos biológicos locais, simplesmente de comer e chorar por mais.

Desta vez acabámos por passear um pouco pelas ruas empedradas, se a gastronomia desta bela cidade é do melhor que o país tem para oferecer, faltam alguns sítios de interesse para visitar. Da última vez que lá estive tinha ido ao museu e ao castelo, desta vez acabámos por não ter nenhum sítio para visitar em concreto, por isso passámos grande parte do tempo simplesmente a passear pela cidade. No sábado ainda fomos ao mercado local e aproveitámos para comprar alguns legumes e frutas locais, como o tempo estava frio as coisas aguentaram dentro do carro durante um dia. Ainda para mais a meio da tarde começou a chover por isso aproveitámos por desfrutar um pouco do alojamento. A nível de refeições experimentámos um sítio novo que vale muito a pena visitar, pela história do espaço, pela decoração e pela deliciosa comida, a Cadeia Quinhentista. Foi um fim de semana de tranquilidade e descanso mental, gostámos tanto que já agendámos para breve uma nova visita com os nossos queridos Malfeitores da Passarinha.


segunda-feira, fevereiro 10, 2025

Fim de semana em Roma

quase 10 anos atrás, quando fiz uma rápida visita a Roma, ficou a promessa a mim mesmo que um dia teria de voltar com mais tempo a esta bela cidade. A promessa foi cumprida no último fim de semana, numa cansativa e excitante visita a uma das cidades com mais história do Mundo. No primeiro dia visita ao Vaticano e à impressionante Capela de São Pedro. Por muitas vezes que se veja não podemos deixar de considerar algo maravilhoso e belíssimo, a magnitude, a arte são de tirar a respiração. 


Como o Castelo de Santo Ângelo era ali mesmo ao lado foi a nossa paragem seguinte. Este castelo ainda não conhecia, e se a nível de arte é muito mais pobre, a nível de arquitetura e estrutural é bastante interessante. Possibilita uma viagem aos tempos medievais, imaginando as batalhas ali travadas e o quão difícil seria invadir tal estrutura. A vista sobre o Vaticano e o Rio Tibre são espetaculares e algo que guardarei na minha memória.

A Fontana Di Trevi fica também relativamente perto mais uma caminhada. Na altura que tinha visitado Roma não me tinha apercebido da beleza deste monumento, pois na altura estava em manutenção e quase completamente vedada. Desta vez pude apreciar a sua beleza em todo o seu esplendor, aquelas lindas esculturas com uma água tão límpida e translúcida que parecia diretamente retirada de uma nascente. O dia já estava longo e era hora de procurar um sítio para comer uma pizza perto do hotel, descansar, porque o dia seguinte seria para acordar cedo.

O programa para o segundo dia era o Coliseu, o Forum Romano e o monte Palatino. Era tudo junto mas a previsão de chuva para a tarde fazia com que tivéssemos de visitar tudo na parte da manhã. Como já tínhamos andado muito no dia anterior, e queríamos chegar cedo, experimentámos a viagem de metro. Em relação a Lisboa as estações são mais velhas e a rede de metro não é muito boa, por acaso há estação ao pé do Coliseu e havia uma estação relativamente perto do hotel onde estávamos, mas se quiséssemos ir mais para o centro a opção teria de ser de autocarro. Pelo que percebi à planos de expansão das linhas de metro mas há ainda muitos sítios inacessíveis, é como imaginar Lisboa onde o metro fosse só ali ao Cais do Sodré, Marquês de Pombal e Santa Apolónia, e no meio destes 3 pontos não houvessem estações de metro. Uma coisa boa é a regularidade dos metros, nunca tivemos mais de 3 minutos à espera.


Chegámos ao Coliseu por volta das 10h mas já só havia entradas disponíveis para as 13h15m. Na altura que vim ao Coliseu recordo-me das imensas filas, provavelmente porque na altura não haviam bilhetes por horários, assim como está agora podem vender um limite de bilhetes para cada horário, o que evita aquelas filas monstruosas. Bem, como só podíamos ir ao Coliseu às 13h15m fomos primeiro ao Monte Palatino e ao Forum Romano


Não sei muito bem porque dividem estes dois locais, pois eles são indivisíveis, a entrada é a mesma para ambos e não há qualquer tipo de barreira a dividi-los, é para parecer que o bilhete dá acesso a 2 sítios diferentes quando na verdade é só a um. Tal como da primeira vez, achei este o local mais interessante de Roma, lindo, histórico, e mais uma vez conseguimos viajar no tempo, e imaginar o que seria viver como um romano naquela pequena cidade. A única coisa muito chata nesta visita foi andar com o carrinho da Clara, aquelas vias romanas estavam adaptadas a carroças mas não a carrinhos de bebé.


Chegada a hora fomos até ao Coliseu. A estrutura é impressionante, é imaginar construir uma estrutura como um estádio de futebol, com a tecnologia e materiais de há quase 2000 anos atrás. A visita já foi feita com muita chuva, se dentro das galerias isso não era um problema, quando íamos às bancadas a situação já não era nada agradável, ainda para mais com um carrinho de bebé. O resto do dia foi sobre chuva, logo não deu para passear grande coisa. Acabámos por ir jantar ao Hard Rock, um local que comecei a apreciar após ter ido pela primeira vez a um Hard Rock quando fui a Veneza. Gosto daquele ambiente com boa música ambiente, as montras com guitarras, roupas, instrumentos de artistas que aprecio.


Último dia o objetivo era voltar ao Vaticano, e assistir a uma missa dada pelo Papa. Eu não sou religioso nem acredito em entidades divinas, mas para a Liliana e a mãe era algo que as realizaria. Bem, mais uma comparação, ver aquela missa publicitada como sendo dirigida pelo Papa, teria sido para mim o mesmo que ir ver um concerto dos Rolling Stones, e eles tocarem uma música introdutória, depois tocar uma banda de tributo e os Rolling Stones fecharem o concerto com uns refrões. Pois, foi o que aconteceu, o debilitadíssimo Papa disse uma parcas palavras no início e no fim e o resto da missa foi dirigida por outro padre. O que interessa foi que elas adoraram, se fosse eu teria-me sentido enganado com as espectativas defraudadas.

Contudo nem tudo poderia correr bem nesta viagem, tem de haver sempre uma peripécia para apimentar a viagem. Íamos visitar o Museu do Vaticano, e não se percebe bem porquê mas fecha aos domingos, talvez o dia que é mais propício para ter visitas. Mas esta não foi a peripécia, a peripécia foi quando abri a carteira em frente ao Museu do Vaticano e me apercebi que tinha perdido o cartão de Cidadão e a Carta de Condução...PÂNICO... A carta de condução nem era o mais importante, mas sem o Cartão de Cidadão não podia apanhar o voo de volta na madrugada seguinte. Telefonei logo para o Hard Rock que tinha sido o último sítio onde tinha aberto a carteira e nada, os cartões não estavam lá. Voltar apressadamente para o hotel, apesar da esperança ser nula porque não tinha aberto a carteira depois do Hard Rock por isso os cartões não tinham como cair. Enquanto caminhava para o hotel tentei ligar duas vezes para a embaixada portuguesa, mas para piorar a situação era domingo e ninguém atendia.

Chegado ao hotel, revirar o quarto e nada como esperava. A única coisa que podia fazer era ir a uma esquadra e tentar arranjar uma declaração que me possibilitasse apanhar o avião, e mesmo assim era um tiro no escuro. A caminho da esquadra a Liliana pergunta-me onde eu tinha aberto a carteira antes do Hard Rock. Tinha sido num café onde bebemos um chocolate quente enquanto nos abrigávamos da chuva. Era o próximo local a ir após a esquadra, mas a Liliana ligou logo para lá. Eles atenderam e não é que a sorte estava do meu lado, eles disseram logo se procurávamos por uns cartões com o meu nome quando a Liliana perguntou se não tinham visto os cartões. Voltar ao café e recuperar os cartões. Já chegava de aventuras, voltar ao hotel descansar e jantar pois tínhamos de acordar às 3h para ir para o aeroporto e voltar a casa.