Depois da experiência do triatlo olímpico do Estoril, e de me ter custado horrores a acabar a prova estava motivadíssimo a melhorar o meu desempenho, o que não era difícil. Visto que o triatlo de Peniche tinha metade da distância do triatlo do Estoril e fiz 3h04m no Estoril, a minha meta era acabar abaixo de 1h30m.
A natação desta vez começava já na água, ao contrário do triatlo do Estoril que começava em terra, acho que aqueles 5 minutos que estive parado na água fria à espera que a prova começasse, foi o que me custou mais de toda a prova. Até à primeira boia foi a confusão geral, normalmente tento ir nas laterais daquele aglomerado de corpos, mas desta vez acabei por ser apanhado no meio e até à primeira boia foi cacetada de todos os lados, até as pernas me tentaram agarrar. A saída da água era péssima, uma escada estreita difícil de subir para quem vinha em esforço o que provocava um pequeno engarrafamento. Nessa altura estava ao lado do Pedro Basílio que para quem conhece é um dos melhor atletas para-olímpicos nacionais, por isso era uma boa medida. Mesmo com o tempo perdido na escada demorei 13m28s a fazer o segmento de natação, por isso perdi algo como 1-1,5 minutos para o que faço em piscina, e acabei por sair no lugar 115 entre 262 atletas.
Na transição apanhei o Zé Correia, um dos meus colegas de equipa, ele estava a calçar os sapatos de ciclismo e eu como tinha os sapatos já encaixados na bicicleta acabei por sair antes do parque de transição. Nada me valeu porque enquanto estava a calçar os sapatos em andamento o Zé acabou por passar por mim. Acho que vou continuar a calçar-me antes de começar a pedalar, não vou perder mais de 10-15s e o stress de me calçar em andamento não compensa. Na bicicleta apesar do vento forte tivemos alguma sorte, porque apanhávamos o vento de frente quase sempre a descer e a subir era lateral e pelas costas.
O percurso era de 3 voltas e ao final da primeira volta consegui voltar a apanhar o Zé Correia, mas durante pouco tempo, ainda não tenho uma pedalada muito eficaz então não consigo durante muito tempo manter andamentos elevados. De qualquer forma senti que para o meu normal até estava com uma pedalada muito solta e fácil, conseguindo inclusivamente durante períodos fazer parte de alguns grupos. A meio da segunda volta lá vem o Pedro Basílio, ainda agarrei a roda dele durante uns minutos, mas decidi seguir ao meu ritmo e não ir à morte. Já na descida em direcção ao parque de transições apanhei um susto, numa curva a 90º para a direita começo a travar e a roda de trás foge-me toda para a esquerda, largo o travão, a roda agarra e volto a travar com os 2 travões, e a roda volta a fugir-me, largo novamente os travões, subo o passeio e bato com a roda da frente no muro da casa, fazendo uma pequena égua mas não caído. Apesar de ser a primeira prova que fiz com a minha bicicleta de estrada, tenho de agradecer à minha experiência e sangue frio vindos do BTT o facto de não ter caído.
À chegada do parque de transições desaperto os sapatos e desmonto correndo descalço até à minha zona de transição, esta foi uma boa decisão e vou continuar a fazê-lo nos próximos triatlos. A chegada ao parque depois da bicicleta é sempre uma desilusão para mim, vejo sempre o parque já bastante composto de bicicletas o que significa que estou na parte de trás da corrida. Acabei por fazer 48m01s já contando com as 2 transições sendo o 209º tempo nas bicicletas. Não foi bom, mas foi bom para mim tendo em conta que no triatlo do Estoril fui quase o último no segmento da bicicleta. Mas mais importante do que isso, sentia-me muito bem quase que como tivesse começado a correr à 5 minutos atrás.
Na corrida era dar o tudo por tudo, saí do parque de transições com 1h01m30s, ou seja, era preciso um grande desfalecimento para não conseguir cumprir o objectivo de 1h30m. O percurso era de 3 voltas e no final da 1ª volta apanho novamente o Zé Correia, mas desta vez estávamos no segmento de atletismo e comigo a sentir-me bem era difícil ele conseguir acompanhar-me. Quando vou a terminar a 1ª volta também noto que na direcção oposta vinha o Pedro Basílio a cerca de 200-300 metros à minha frente, por isso não tinha perdido assim tanto tempo no ciclismo.
Até ao final não fui ultrapassado por ninguém, ido sempre a ultrapassar diversos atletas o que me dava uma motivação extra. No final nem podia acreditar fiz o segmento de corrida em 19m52s, o que é uma média bastante melhor que a que tenho feito em provas de 10km de atletismo, fazendo o 129º tempo mais rápido no segmento de atletismo. Também acredito que a distância não fosse de 4,8km mas que tivesse menos uns 200 metros pelo que tive a ver pelo Google Earth, mas de qualquer maneira é um tempo extraordinário para mim. Acabei no lugar 162, já perto do meio da tabela, o que foi muito melhor que no Estoril que fui quase o último e acabei em grandes dificuldades, e se não fosse a bicicleta tinha acabado muito perto do top 100. O resultado final foi de 1h21m22s, estou super satisfeito.
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