No ano passado foi a primeira vez que fiz a São Silvestre de Almada, mas como gostei tanto da passagem por dentro da base naval do Alfeite, decidi este ano repetir a corrida. Infelizmente não reparei antecipadamente no percurso, e este ano a prova não passava dentro do Alfeite, uma pena, contudo a corrida ficou significativamente menos dura. Não esperava fazer grande prova, na noite anterior tinha tido o jantar de natal do trabalho, propício a excessos e não me sentia na minha melhor forma para grandes esforços.
O tempo estava magnífico para correr, ligeiramente fresco mas sem vento e sem chover, perfeito. Arranquei relativamente forte de maneira a conseguir fugir da confusão inicial, e os 2 primeiros quilómetros apesar de ligeiramente a subir foram feitos a bom ritmo, segundo o meu relógio em 7m51s o que é óptimo tendo em consideração que era a subir. Conforme começo a descer tento aumentar ainda mais o ritmo e começo a conseguir ultrapassar corredores, o que não é nada normal eu conseguir fazer em descida. Nessa altura houve outro corredor que veio comigo, o que foi bom para mantermos um ritmo forte, ainda esperei 2 vezes por ele porque sabia que me poderia dar jeito ir com companhia.
Quando cheguei aos 5 quilómetros ia com menos de 19 minutos de prova, excelente, e ao mesmo tempo assustador, apesar dos últimos 3 quilómetros a descer estava muito longe da minha zona de conforto, e tinha a noção que poderia ficar sem "combustível" a qualquer altura, sabia que podia pagar os excessos da noite anterior. Nessa altura ia um pouco mais a frente um atleta a puxar a terceira classificada feminina, era a zona plana do percurso, acelerei um pouco de maneira a conseguir fazer a colagem, rebocando o corredor que já vinha comigo. E ali fiquei a aproveitar a boleia, a recuperar a respiração, mantendo a velocidade e descansando um pouco ao mesmo tempo. Enquanto isso, mais alguns corredores se juntavam a nós, não sei precisar quantos porque não olhei para trás, mas ouvia algumas novas passadas.
Por volta dos 7 quilómetros o meu companheiro de corrida acelerou, eu fui com ele, e senti que mais alguém continuava atrás de nós. Quando estávamos quase a chegar aos 8 quilómetros de prova a estrada começou a empinar, ai tomei a dianteira e comecei a largar as pessoas que vinham no grupo a pouco e pouco. Devo de admitir que não estava à espera da dureza dos 2 últimos quilómetros, custou-me mesmo muito e o meu ritmo cardíaco nessa altura confirma, ainda por cima ia sozinho e era difícil não ceder à tentação de abrandar um pouco. Um ponto negativo para a organização, o percurso estava mal marcado, e não fossem os espectadores, algumas vezes não saberia qual o lado a tomar nas bifurcações. Na última subida quando só faltava 500 metros parecia que levava o peso do Mundo às minhas costas, não faltasse tão pouco para o final e tinha batido contra o muro. Na recta que dava acesso à meta já em plano passou por mim um atleta que parecia que estava a começar a correr, nem o senti a chegar tal era a velocidade a que vinha. O resultado final para mim foi extraordinário, 39m04s, o que é o meu record em provas de 10 quilómetros, apesar do meu relógio não ter marcado exactamente 10 quilómetros, 5º lugar do meu escalão e 29º lugar na geral em quase 500 atletas que terminaram.
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