Grande prova, desde já parabéns à organização por conseguir montar uma prova, gratuita (está bem que com fortes patrocinadores por trás, mas podia ter cobrado inscrições e não o fez), e com imensa qualidade. As informações que tínhamos antes da prova eram poucas, mas devido à experiência que tínhamos em outras provas, esta acabou por não fugir muito ao que esperávamos.
Sendo uma prova de equipa também tive uma sorte enorme com a equipa em que estava inserido, o Tiago Neto um dos meus fieis companheiros neste tipo de provas, o Pedro Santos uma das pessoas com mais experiência neste tipo de prova e com o qual integrei uma equipa fantástica à muito pouco tempo quando organizámos o Survival Xperience, e finalmente o Daniel Barradas que só conhecia como adversário em provas deste género mas que se revelou uma muito agradável surpresa.
O Discovery Day consistia em percorrer o centro da cidade de Lisboa, com a orientação de um GPS no qual tinha os pontos marcados e para quem já tem alguma experiência em orientação era uma brincadeira de criança, chegando a esses pontos ler um código de barras. O código de barras podia desbloquear perguntas sobre o Discovery Channel, aqui tenho de tirar o chapéu ao Pedro Santos pela cultura impressionante que tem sobre o Discovery Channel, desbloquear experiências que irei falar mais a frente, dar pontuação extra directa ou simplesmente ser um ponto falso que não dava nada.
A movimentação entre pontos podia ser feita como quiséssemos, a pé, de bicicleta, de mota, de carro, de transportes públicos... como quiséssemos. A nossa decisão foi andar a pé, e segundo a minha opinião depois da prova continuo a achar que foi uma boa decisão se todos os elementos da equipa estivem em boa forma física. Mas a minha opinião não é unânime, alguns elementos da minha equipa acharam que a bicicleta também tinha sido boa opção. Acho que nas colinas, no Bairro Alto, em Alfama, nas escadarias, não tinha dado muito jeito a bicicleta, mas é só a minha opinião, garantidamente digo que o importante é ter uma grande mobilidade. Tinha um amigo numa equipa que andava de mota, o Rodrigo Coelho, e mota até tem mobilidade, no entanto eles não nos ganhavam vantagem entre pontos, parar a mota, tirar e por capacete, esperar uns pelos outros, semáforos...
Quanto às experiências, das 10 conseguimos fazer 5, as outras não tivemos tempo apesar de termos todas desbloqueadas. Aqui foi a parte mais chata, porque como haviam muitas equipas, mais do que a organização previa inicialmente, os tempos de espera para realizar as experiências eram ainda consideráveis, o que não nos possibilitou fazer todas as experiências e ainda nos faltou passar por cerca de 10 pontos dos 89 pontos que estavam disponíveis para encontrar.
A experiência de mudar os pneus do carro foi a que nos correu pior, não conseguimos a pontuação máxima e ainda me aleijei num dedo, sem gravidade, mas sujei aquilo tudo de sangue, o Tiago Neto esteve bem, eu acabei por demorar muito a conseguir pôr o 1º pneu no sítio para ele voltar a apertar e foi aí que perdemos os segundos que não nos possibilitaram fazer a pontuação máxima. A experiência do rappel o Pedro Santos é pro naquilo e demorou menos de 5 segundos quando tinha 45 segundos para fazer a descida e obter a pontuação máxima.
A experiência da comida étnica eu queria ir fazer porque estava com curiosidade, e como os outros 3 elementos da equipa nem a queriam fazer fui eu fazer. Comi pernas de rã (se me dissessem que eram pernas de codorniz para mim era a mesma coisa), crista de galinha, até é saboroso, mioleira de borrego, esta sim não foi nada agradável parecia um bocado de gelatina mal saborosa, um rim gigante não sei de que animal, com um sabor que me era algo indiferente, nem bom, nem mau e finalmente um copinho de sopa de lesmas que apesar do aspecto repugnante nem era nada mau. O mais importante era abstrai-nos do que era a comida e do aspecto, e ter uma mente aberta, se fizéssemos isso até acabávamos por apreciar, aliás quando estava a comer as pernas de rã até as estava a saborear até que a minha equipa me começa a dizer - "Olha que isto tem tempo limite o objectivo é comer rápido...".
Na 4ª experiência, era a experiência do inventor, tínhamos de entrar para um armazém, podíamos levar o que quiséssemos e lá dentro teríamos de fazer algo. Como engenheiros que somos, acabei por ir eu e o Pedro Santos, a prova consistia em construir uma cana de pesca com o pouco material que eles davam e o material que nós tínhamos connosco. Eu reparei que o que nos faltava era a corda no material que eles nos tinham fornecido, rapidamente me lembrei que o meu camelback tinha um elástico que serviria para o efeito. Eu e o Pedro olhámos um para o outro, ele tinha reparado a mesma coisa e perguntou-me - "Consegues arranjar a corda?" - Eu disse que sim e que podíamos começar. Acabámos por construir a cana de pesca rapidíssimo e ainda tivemos o cuidado de fazer um anzol bem feito pois não sabíamos se ainda a teríamos de utilizar para apanhar algum tipo de objecto, mas não era só mesmo fazer a cana.
A última experiência era a do canhão de ar comprimido, em que com um tiro tínhamos de acertar num de 3 alvos, quanto mais longe mais pontos daria. O que eu sugeri era que arriscássemos acertar no que estava mais longe porque acreditava que as pontuações iam ser muito apertadas, e perdido por 100 ou perdido por 1000 era a mesma coisa. Como não tínhamos nenhum especialista e ninguém estava confiante, acabámos por tirar em sorte e foi o Pedro que foi disparar. Ele conseguiu acertar na estrutura que tinha o alvo mais longe, não chegámos a saber se era considerado válido, era uma decisão que no final seria tomada pela organização.
Voltámos ao Terreiro do Paço com quase 17,5 km nas pernas, mas muito contentes porque nos divertimos à grande e funcionámos super bem como equipa. No Terreiro do Paço ainda tivemos direito a bifanas, pasteis de natas e bebida diversa, o que mais uma vez para uma prova gratuita é de louvar. Fizemos o nosso melhor sim, mas com o conhecimento que obtivemos mudaríamos alguns pequenos detalhes que provavelmente nos possibilitariam fazer um pouco melhor. Também fiquei contente por ver amigos que já não via a algum tempo como a Liliana Correia, o Rodrigo Coelho, o Nuno Marques, o Jorge Graça ou o Rodrigo Chagas. Ainda não há resultados oficiais publicados, mas segundo o que aporei conseguimos o 5º ou 6º lugar entre mais de 220 equipas, o que foi um resultado muito bom apesar de ter ficado o amargo de boca de termos ficado à porta dos prémios. Para a próxima lá estaremos outra vez...
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