Após a viagem falhada em Dezembro devido à falta de GPS, desta vez estávamos decididos a conseguir fazer o percurso entre Olhalvo e a Póvoa de Sto. Adrião em BTT. Chegámos a Olhalvo por volta das 9 horas e começámos a trabalhar nas supostas pequenas afinações que tinhamos de dar nas bicicletas. Ao fim de mais de 1 hora lá arrancámos...ou não...andámos praí 100 metros e a bicicleta do Nuno ficou KO, ali estava a nossa primeira baixa.
Já eram quase 11 horas e conseguimos começar efectivamente a andar, passar pelo meio de vinhas, pelo meio do mato, algumas dificuldades de orientação devido a ser a primeira vez que estávamos a usar aquele GPS e devido ao facto do nosso amigo Nuno ter traçado desleixadamente o traçado, obrigadinho Nuno por pensares que as bicicletas têm asas e passam por cima das casas!
Ao fim de mais ou menos 15 quilómetros de muito sobe e desce com cerca de 1h30m a andar tivemos as nossas 2 próximas vítimas, a máquina Go Pro do Pre (o relato dele pode ser visto aqui) que mesmo assim deu para fazer um vídeo porreiro e o primeiro conjunto de pilhas do GPS. Aí nos apercebemos que o GPS tinha tudo ligado e estava a consumir o máximo de energia, mais um erro de inexperiência, desligamos tudo o que era não essencial e o segundo conjunto de pilhas acabou por dar até ao fim da viagem sempre com a bateria no máximo.
Por volta dos 18 quilómetros apanhámos a parte que mais gostei, podem chamar-me de masoquista, mas era lama quase até ao pedais, a derrapar por todo o lado, a uma velocidade mínima. Aqui dei o meu primeiro tombo, ao tentar saltar com a roda da frente por cima de um buraco, quando a roda aterra fica atolada no barro (sim aquilo nem era bem lama) e lá fui com as mãos ao chão. Passada esta parte perder mais algum tempo a limpar as bicicletas que estavam a pesar o dobro.
Mais uns 5 quilómetros e mais um contratempo, o trilho estava mal marcado no GPS pois indicava-nos que tínhamos de andar por cima da linha do comboio, ao darmos uma volta maior a nossa opção para atravessar para o outro lado da linha levou-nos também a ter de atravessar uma ribeira, está bem que a água era só pelas canelas, mas devia ter tirado os sapatos, naquela altura não me chateou mas quando chegámos mais ao final da tarde paguei o facto de ter os pés molhados.
A seguir a isso a primeira grande subida mais ou menos 1km com uma pendente de 10%. 25 quilómetros percorridos e estávamos em Sobral de Monte Agraço, nessa altura começo-me a preocupar bastante, já eram 14 horas e ainda só tínhamos feito 1/3 do percurso. Aí sugeri começarmos a fazer alcatrão para ser mais rápido. Nessa altura seguimos em direcção a Vila Franca, foi um erro devíamos logo ter seguido em direcção a Loures, coisa que só fizemos 10km depois acabando por dar uma volta maior. Por volta dessa altura também comi a minha 4ª e última barra energética. Começámos numa subida que não sabíamos mas tinha a duração de 7 quilómetros e iríamos subir de altitude mais de 200 metros, foi duro, mas foi o último grande obstáculo. Não sabiamos mas se tivéssemos seguido o nosso trilho inicial de Sobral até ao topo desta subida tinha sido mais directo, só daqui para a frente é que devíamos ter feito alcatrão.
A partir daí foram cerca de 25 quilómetros a rolar em que o nosso principal inimigo foi a fome e falta de energia provocada pela mesma, acrescentando ainda o facto de estar a ficar frio porque a noite estava a cair. Chegámos mesmo em cima da hora pois já eram 18 horas e estávamos sem luzes na bicicleta e já não havia luz do dia. No total foram 66km com um desnível acumulado de 1100 metros.
Aprendemos várias lições nesta viagem e espero que com isto para a próxima consigamos seguir à risca o trilho que inicialmente éramos para fazer.
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