quarta-feira, março 18, 2020

COVID-19, como vejo a situação

Era impossível não falar sobre o assunto, é a primeira vez que todos estamos a passar por algo idêntico, por isso vou deixara algumas notas soltas sobre a minha visão sobre este novo Mundo:
  • Portugal foi dos últimos países onde se registaram casos de infectados, devemos (ou deveríamos, não sei se ainda vamos a tempo) de tirar partido disso;
  • O número de infectados diariamente será sempre uma função exponential, agora resta saber a sua inclinação/escala e quando chegaremos a um ponto de inversão, e isso depende maioritariamente dos nossos comportamentos como sociedade;
  • O estado de emergência já devia ter sido decretado à muito na minha opinião, o primeiro caso em Portugal foi detectado dia 2 de Março, e basta olhar para o que tem acontecido noutros países para perceber o que iria acontecer no nosso país. As escolas fecharam só quase 2 semanas depois e foi só aí que as primeiras medidas foram tomadas. Mas até compreendo a inércia inicial, até mesmo com amigos meus tive grandes discussões e era dos poucos a defender isto inicialmente;
  • A Europa pela sua arrogância como um todo, julgou que era uma doença que não iria chegar com a força que chegou, que era uma doença que iria afectar mais os países menos desenvolvidos, e agora está a pagar essa factura. Aliás a factura da Europa vai ser muito superior à da China por exemplo, que foi onde o vírus foi detectado e para o qual não podiam estar preparados, a Europa pela sua população envelhecida e por não se ter preparado vai ter mais mortos que a China;
  • O Reino Unido, como de costume quis ser diferente, mais uma vez na História julgou-se melhor ou mais esperto do que os outros, quis tomar medidas exactamente contrárias aos restantes, deixa infectar que é o que é preciso, diziam eles, afinal acabaram por perceber que ser diferentes desta vez só lhes ia trazer maus resultados;
  • Em Portugal, aliás como no resto da maioria dos países (vou excluir daqui um bom exemplo, a Coreia do Sul), os números estão a ser escondidos, neste momento estamos quase com 650 casos confirmados, mas acredito que os números são no mínimo 100 vezes superiores, e isso só representaria cerca de 0,6% da população portuguesa. Os números estão a ser escondidos porque não se estão a testar todos os casos suspeitos, bem longe disso, e além disso já se sabe que há uma grande quantidade de pessoas que está afectada pelo vírus mas que são assintomáticos, por isso não é detectado mas são agentes de propagação. Acredito que a percentagem de infectados estará no final muito perto dos 60%-70% falado pela Angela Merkel;
  • Se sabemos que a percentagem de infectados vai ser enorme, o objectivo terá de ser mitigar o seu efeito, se adoecermos todos ao mesmo tempo não haverá como dar resposta a todas as necessidades, a única forma será ter comportamentos que promovam uma infecção mais tardia, para conseguirmos espaçar o número de infectados pelo tempo;
  • Sim, isto é uma crise que se vai prolongar por meses, na China levou 3 meses só para controlar a propagação, e a seguir a esta crise virá uma crise económica gravíssima, os efeitos nefastos deste vírus não ficarão circunscritos ao seu controlo;
  • Por fim uma palavra de agradecimento para os profissionais de saúde, que arriscam a sua saúde e a dos seus familiares para cuidar de quem necessita, o meu obrigado.
Onde chegaram os números? É essa a questão que se segue...

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