Já queria conhecer a ilha da Madeira há alguns anos, ainda não tinha surgido a oportunidade, até que finalmente neste final de Novembro consegui convencer alguns amigos a me seguirem e a irmos todos conhecer a ilha. Antes de irmos fizemos um pequeno estudo dos sítios onde iríamos, falei com alguns amigos meus com raízes madeirenses sobre que sítios deveria visitar, e apesar dos escassos 4 dias que estive na Madeira deu para visitar bastantes sítios.
Ao contrário de quando fui a S. Miguel nos Açores (não me peçam para fazer comparações, toda a gente pede, é como comparar caramelo e mel, ambos são deliciosos e nenhum deles é melhor que o outro) cujo objectivo principal foi fazer mergulho, desta vez o objectivo foi conhecer a ilha através de caminhadas. Não tínhamos decidido quais as caminhadas que iríamos fazer, apenas alguns sítios que queríamos conhecer e tentar conciliar isso com os locais das caminhadas e o cansaço das pessoas menos preparadas.
Chegámos à Madeira por volta das 9h, como ainda era bastante cedo decidimos logo visitar a parte mais oriental da ilha, mais perto do aeroporto. Fomos até ao Caniçal onde tomámos o pequeno almoço, bem, uma sandes de polvo não é bem um pequeno almoço mas estava divinal. Seguimos até ao fim da estrada, até à Ponta de S. Lourenço quando sem querer encontrámos o trilho PR8. Já que ali estávamos toca aproveitar a percorrer o trilho, ainda de sapatos e roupa da viagem, nada confortável para caminhadas. Uma coisa que tenho de referir, e que foi transversal a todos os trilhos, é a sua excelente sinalização e estado de conservação, os trilhos são mesmo uma das jóias da Madeira que são bem preservados e divulgados para fins turísticos, aliás muita gente se via ao longo dos trilhos e poucos eram os portugueses.
Uma paisagem lindíssima, água a cercar uma pequena língua de terra pela qual nós caminhávamos em direcção à ponta mais oriental da ilha. Acho que o trilho apesar de classificado como médio devia de ser difícil, não era assim tão longo, 8kms, mas num constante sobe e desce e algumas vezes com inclinações nada simpáticas e o tipo de terreno nem sempre era muito fácil.
Depois de fazermos o trilho seguimos em direcção a Santana para vermos as típicas casas em paralelepípedo triangular, com telhados de palha, diga-se de passagem que é mesmo a única coisa de interesse em Santana. Antes disso ainda parámos para o almoço, nesta paragem gastronómica comi as duas coisas que tinha como objectivo provar na Madeira, lapas e espetada em pau de louro. Se as lapas valeram a pena a espetada não estava nada de especial, mas o objectivo estava cumprido.
Próxima paragem era S. Vicente para irmos às grutas. Nesta viagem percebi porque a ilha era toda furada por túneis, nesta zona não há túneis e que tortura de viagem foram estas dezenas de quilómetros, curva, contra curva, sobe, desce, estradas com buracos. Ainda parei no Farol de S. Jorge para descansar um bocado e apesar do resto do grupo não ter gostado muito da paragem eu gostei, achei piada conhecer o farol e puder ir até ao topo e perceber que a lâmpada era uma coisa pequena e que a iluminação era feita grandemente à custa de vidros e espelhos. Chegámos a S. Vicente às 18h, quando chegámos às grutas foi-nos informado que a última visita tinha começado às 17h, ficámos um bocado chateados, tínhamos feito uma viagem chata e tínhamos um prospecto que dizia que a última visita começava às 19h, não conseguimos ver as grutas e como ficavam um bocado fora de mão já não lá voltámos para fazermos a visita.
No dia seguinte lá fomos nós monte acima, no Fiat Panda, que na maior parte do tempo tinha de subir em primeira, até ao PR6, a Levada das 25 Fontes. Esta foi a caminhada que menos gostei, mas adorei na mesma, belíssima, super verdejante, deslumbrante. Primeiro foi a passagem por um pequeno túnel de cerca de 300 metros, totalmente escuro, onde se destacava o barulho da água a passar pela levada (e os gritos de uma das raparigas do meu grupo). O trilho era bastante plano e simples, sem nenhuma dificuldade, e ao fim de menos de 5 quilómetros chegámos à cascata que é o ex-líbris desta caminhada. Não podia deixar de ir dentro da água daquela pequena lagoa, acho que nunca entrei em água tão gélida, apesar de só ter entrado até ter água pelas cochas as cãibras rapidamente se apoderaram das solas dos meus pés e desisti de estar dentro de água, mas fui lá dentro, não tive foi a coragem de mergulhar como um dos meus amigos.
À saída da cascata vimos uns caminhantes locais a alimentarem tentilhões, nunca tinha visto tentilhões a deixarem-se alimentar como se fossem pombos. Ao falar com um senhor ele disse-me que se no retorno passássemos pela casa do Rabaçal que os tentilhões naquela zona era mais atrevidos e que às vezes vinham comer mesmo à mão. Para mim era algo totalmente estranho, para mim os tentilhões são dos pássaros mais ariscos e desconfiados que conheço. Então no regresso lá passámos pela casa do Rabaçal, e não é que consegui que o raio dos tentilhões viessem pousar na minha mão e comer uma coisa tão básica como pão.
Acabada a caminhada, não estávamos muito longe do miradouro do cabo Girão, então essa foi a nossa próxima paragem. Infelizmente o tempo estava um bocado fechado e não conseguimos ver o pôr do sol, mas o miradouro não deixa de ser fabuloso, aquele chão em vidro precipitado naquele cume a quase 600 metros de altura, impressionante.
No terceiro dia terceira caminhada, esta era a caminhada que mais queria fazer e não me desiludi, foi a que gostei mais, o PR1.2, a caminhada até ao topo do Pico Ruivo que é o ponto mais alto da Madeira. A subida foi sempre feita sobre um intenso nevoeiro e frio, quase sem visibilidade não conseguimos aproveitar o muito que aquele local tinha para oferecer. Quase a chegar ao topo aí sim, começou-se a ver uma imensidão de locais, uma paisagem de cortar a respiração, simplesmente magnífico. O nevoeiro continuou a não ajudar muito, mas conseguimos nos breves momentos apreciar a magnitude daquele local.
De seguida fomos até ao Curral das Freiras para lanchar. Na descida até ao Curral das Freiras a luz da reserva acendeu, bem quando lá chegasse abaixo teria de pôr gasolina, pensei eu. Ao chegar ao Curral das Freiras apercebemos-nos que não existe bomba de gasolina, só do outro lado do monte. Não podíamos fazer nada naquele momento então fomos primeiro lanchar. Aqui tenho de referir que comi o melhor bolo do caco da Madeira, muito bem servido e muito saboroso. Barriga cheia, vamos lá até à bomba da gasolina. Aquela subida parecia não acabar até ao topo do monte fui a rezar para que a gasolina não acabasse. Passado o topo relaxei, agora era sempre a descer até à bomba da gasolina.
O último dia foi o dia do típico turista. Depois do checkout do hotel fomos experimentar a descida nos cestos de vimes ou toboggans. Devo dizer que não fiquei nada impressionado, a descida até é feita devagar o que não dá grande estimulo. Bem, foram para aí 5 minutos a descer 2kms para depois demorar 30 minutos a pé a subir a colina. De seguida fomos ao jardim botânico, é giro mas esperava melhor também. Tudo o que é turístico na Madeira paga-se e os preços não são simpáticos, por isso ainda ficou por ver por exemplo o jardim tropical. Como já faltava pouco tempo para entregar o carro fomos até à baixa, junto à marina para uma última paragem na esplanada. Apanhar o avião e chegar a Lisboa quase às 23h. Adorei a Madeira, ainda ficou muita coisa por ver e provavelmente mais tarde ou mais cedo lá voltarei.
No dia seguinte lá fomos nós monte acima, no Fiat Panda, que na maior parte do tempo tinha de subir em primeira, até ao PR6, a Levada das 25 Fontes. Esta foi a caminhada que menos gostei, mas adorei na mesma, belíssima, super verdejante, deslumbrante. Primeiro foi a passagem por um pequeno túnel de cerca de 300 metros, totalmente escuro, onde se destacava o barulho da água a passar pela levada (e os gritos de uma das raparigas do meu grupo). O trilho era bastante plano e simples, sem nenhuma dificuldade, e ao fim de menos de 5 quilómetros chegámos à cascata que é o ex-líbris desta caminhada. Não podia deixar de ir dentro da água daquela pequena lagoa, acho que nunca entrei em água tão gélida, apesar de só ter entrado até ter água pelas cochas as cãibras rapidamente se apoderaram das solas dos meus pés e desisti de estar dentro de água, mas fui lá dentro, não tive foi a coragem de mergulhar como um dos meus amigos.
À saída da cascata vimos uns caminhantes locais a alimentarem tentilhões, nunca tinha visto tentilhões a deixarem-se alimentar como se fossem pombos. Ao falar com um senhor ele disse-me que se no retorno passássemos pela casa do Rabaçal que os tentilhões naquela zona era mais atrevidos e que às vezes vinham comer mesmo à mão. Para mim era algo totalmente estranho, para mim os tentilhões são dos pássaros mais ariscos e desconfiados que conheço. Então no regresso lá passámos pela casa do Rabaçal, e não é que consegui que o raio dos tentilhões viessem pousar na minha mão e comer uma coisa tão básica como pão.
Acabada a caminhada, não estávamos muito longe do miradouro do cabo Girão, então essa foi a nossa próxima paragem. Infelizmente o tempo estava um bocado fechado e não conseguimos ver o pôr do sol, mas o miradouro não deixa de ser fabuloso, aquele chão em vidro precipitado naquele cume a quase 600 metros de altura, impressionante.
No terceiro dia terceira caminhada, esta era a caminhada que mais queria fazer e não me desiludi, foi a que gostei mais, o PR1.2, a caminhada até ao topo do Pico Ruivo que é o ponto mais alto da Madeira. A subida foi sempre feita sobre um intenso nevoeiro e frio, quase sem visibilidade não conseguimos aproveitar o muito que aquele local tinha para oferecer. Quase a chegar ao topo aí sim, começou-se a ver uma imensidão de locais, uma paisagem de cortar a respiração, simplesmente magnífico. O nevoeiro continuou a não ajudar muito, mas conseguimos nos breves momentos apreciar a magnitude daquele local.
De seguida fomos até ao Curral das Freiras para lanchar. Na descida até ao Curral das Freiras a luz da reserva acendeu, bem quando lá chegasse abaixo teria de pôr gasolina, pensei eu. Ao chegar ao Curral das Freiras apercebemos-nos que não existe bomba de gasolina, só do outro lado do monte. Não podíamos fazer nada naquele momento então fomos primeiro lanchar. Aqui tenho de referir que comi o melhor bolo do caco da Madeira, muito bem servido e muito saboroso. Barriga cheia, vamos lá até à bomba da gasolina. Aquela subida parecia não acabar até ao topo do monte fui a rezar para que a gasolina não acabasse. Passado o topo relaxei, agora era sempre a descer até à bomba da gasolina.
O último dia foi o dia do típico turista. Depois do checkout do hotel fomos experimentar a descida nos cestos de vimes ou toboggans. Devo dizer que não fiquei nada impressionado, a descida até é feita devagar o que não dá grande estimulo. Bem, foram para aí 5 minutos a descer 2kms para depois demorar 30 minutos a pé a subir a colina. De seguida fomos ao jardim botânico, é giro mas esperava melhor também. Tudo o que é turístico na Madeira paga-se e os preços não são simpáticos, por isso ainda ficou por ver por exemplo o jardim tropical. Como já faltava pouco tempo para entregar o carro fomos até à baixa, junto à marina para uma última paragem na esplanada. Apanhar o avião e chegar a Lisboa quase às 23h. Adorei a Madeira, ainda ficou muita coisa por ver e provavelmente mais tarde ou mais cedo lá voltarei.
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