quarta-feira, novembro 19, 2025

Helloween + Beast In Black - Campo Pequeno

Primeira vez a assistir um concerto no Campo Pequeno, e passou a ser o meu sítio preferido para ver concertos, em ambos os concertos de Beast In Black primeiro, e Helloween depois, o som estava impecável, sem distorções, simplesmente perfeito. Inclusivamente, ao filmar com o telemóvel normalmente o som fica irreconhecível, neste caso percebe-se perfeitamente a música.

Os primeiros a entrar foram os Beast In Black, que eram a banda suporte. Quando os vi há 2 anos atrás achei que ao vivo ainda lhes faltava ali qualquer coisa, o som era diferente do som gravado, apesar de ter gostado não achei que tivesse sido uma apresentação que fosse de encontro ao que se ouve nos álbuns. Desta vez um belo concerto, som perfeito, apresentação perfeita, boa interação com o público, obrigado Helloween por terem trazido uma banda de suporte tão boa que eu iria ver o concerto só por eles. Gostei tanto do concerto que me virei para o Daniel (que veio de Barcelona para ver o concerto) e disse-lhe - os Helloween vão ter dificuldade em fazer melhor que eles, meteram a barra lá em cima! - voltem rápido que voltarei a ver e continuarei a seguir a sua carreira de perto.


Beast in Black Setlist Sagres Campo Pequeno, Lisbon, Portugal, Europe 2025

Bem que posso dizer da atuação dos Helloween? Que monstros! Não só fizeram melhor como deram dos melhores espetáculos que já vi. Já há 7 anos atrás quando os vi pela primeira vez tinha sido um concerto enorme e fenomenal, desta vez conseguiram-se superar. Muitas músicas do novo álbum e as clássicas fizeram uma bela mistura neste concerto. O concerto foi quase como assistir a um filme com banda sonora, dada a qualidade das imagens que passava no écran por trás da banda e que se integrava com cada música que era tocada.

Não teve muita pirotecnia, mas não senti a falta, dado todo o restante envolvimento, o concerto teve sempre motivos que o tornavam atraente. E uma coisa que me agradou muito, os elementos da banda apesar da idade, de estarem a comemorar os 40 anos de banda nesta digressão, parece que se divertem mais do que nunca a fazer o que estão a fazer. Não estão ali só pelo dinheiro, estão ali porque se divertem e porque gostam do que estão a fazer, e isso transparece e faz com que ainda tenhamos mais respeito pela carreira que construíram. Que voltem rápido é o que desejo.


Helloween Setlist Sagres Campo Pequeno, Lisbon, Portugal 2025, 40 Years Anniversary



sexta-feira, novembro 14, 2025

Viagem a São Miguel

Depois do relato das partes atribuladas da viagem, vamos lá então à parte que interessa, a parte que correu bem. A única vez que tinha ido a São Miguel tinha sido há 15 anos atrás, por isso muita coisa mudou e apesar de ter memórias dos sítios quando passava por lá, a maior parte das coisas foi um redescobrir. E quando chegámos chovia torrencialmente mas tivemos sorte, acabámos por apanhar só chuva à chegada na quinta feira e depois no domingo, no dia em que viríamos embora, por isso o tempo até acabou por colaborar conosco.

Como apanhámos uma aberta nessa tarde que chegámos, e não sabíamos como iria estar o tempo o resto dos dias, fomos até ao miradouro da Lagoa das Sete Cidades. Uma vista fantástica sobre a lagoa, o lado azul e o lado verde bem distintos. Descida até à lagoa e um passeio numa das margens da lagoa azul, num sítio lindíssimo sem turistas.


De seguida por entre caminhos de vacas, literalmente pois muitas vezes tivemos de esperar que as vacas saíssem do meio da estrada para nós passarmos, fomos até Rabo de Peixe. Decidimos fazer uma caminhada pelas ruas até ao porto cá em baixo. Vimos muitos locais onde a série de Rabo de Peixe é gravada, mas acima de tudo foi um choque de realidade. Os efeitos das drogas é facilmente visível nas ruas, nas pessoas, nas famílias, não pensei que a realidade fosse tão dura e tão notória como é. Lembro-me de ter usado uma expressão enquanto falava com a Liliana - Quem nasce aqui está praticamente condenado, deve ser quase impossível sair desta realidade


Como o dia tinha sido muito cansativo fomos jantar cedo à Associação Agrícola de São Miguel, que pelo nome quase parece um tasco, mas aproxima-se mais a um restaurante estrela Michelin, comida deliciosa, quantidades generosa e preço acima da média. 

No dia seguinte fui "à caça" da fábrica das queijadas de Vila Franca do Campo, tinha de mostrar à Liliana uma das maravilhas da ilha. Seguimos dali para a Lagoa das Furnas. Como nós gostamos muito de caminhadas decidimos aproveitar o bom tempo a e bela natureza para fazermos uma caminhada à volta da Lagoa, demorou algum tempo, mas valeu muito a pena.


Furnas vistas seguir para Poça da Dona Beija. Está tudo tão "arranjadinho", tudo muito mais turístico do que quando fui há 15 anos atrás. É verdade que está mais bonito, mas perdeu o aspecto mais selvagem, o aspecto mais natural, já não é possível ir para a ribeira, só podemos estar nos tanques de água quente. A Clara estava deleitada com a água quente, temos fotos lindíssimas dela com um sorriso de orelha a orelha. Depois disso fomos passear pela parte Este da ilha, muita curva e contra curva, caminhos onde se tinha de andar devagar, no entanto também estávamos em passeio por isso nada que nos preocupasse. Parámos no Miradouro do Pico dos Bodes, uma vista deslumbrante para o mar, vale a pena o desvio. Andámos um bom bocado às voltas para descobrir como chegar ao começo do trilho do Sanguinho, e quando lá chegámos já era um bocado tarde, pelos nossos cálculos iríamos acabar o trilho já de noite, então a Liliana, e visto estarmos com a Clara, não se sentiu confortável para irmos fazer a caminhada. No entanto, um dia que volte a São Miguel será uma das minhas prioridades. Seguimos para Nordeste e fizemos todo o Norte para depois voltar a Ponta Delgada e recarregar as baterias.


Sábado, era o último dia completo que tínhamos, por isso seria mais um dia a sair cedo do hotel e visitar o máximo de coisas possíveis. Primeira paragem na Caldeira Velha, mas como não tínhamos reserva não conseguimos entrar, aproveitámos e fizemos reserva para o dia seguinte no primeiro turno, de modo a termos tempo de voltar ao hotel e fazer o checkout. Viagem curta até às plantações de chá da Gorreana onde visitámos a fábrica e fizemos uma pequena caminhada nas plantações de chá. Seguir para o Parque Terra Nostra. Para mim o sítio mais bonito em São Miguel, está bem que as águas termais não se comparam aos outros lados, parece água com lama quente, tem aspeto sujo, contudo o parque é lindíssimo, simplesmente adorei o passeio que fizemos pelo parque.


Saída do parque e ainda tínhamos tempo para tentar fazer um trilho, ao que a Liliana sugeriu irmos até à Lagoa do Congro. Chegados ao parque onde estacionávamos o carro tentei procurar na internet o trilho visto não haver indicações nenhumas. Ainda nos metemos lá por um sítio cheio de lama que quase que deixava lá os meus tênis, mas voltámos para trás pois não era transitável. Outros grupos à procura do trilho como nós, tudo meio perdido. Até que vimos um grupo a vir de um sítio onde dizia passagem interdita, esse grupo disse-nos que o trilho era por ali, que o trilho principal estava fechado em manutenção mas dava para contornar e chegar lá abaixo na mesma. Pelo meio de muita lama e pedras lá conseguimos dar com o caminho e valeu bem a pena, apesar de difícil pelas condições a caminhada é bonita e leva-nos a uma lagoa praticamente selvagem.




Estoirados de mais um dia sem parar, estava na hora de voltar ao hotel. Essa noite decidimos ir jantar fora e pedimos uma sugestão no hotel, onde nos marcaram mesa para o restaurante São Pedro, comida muito boa recomendo vivamente. No último dia, domingo foi tomar o pequeno almoço rápido e ir para a Caldeira Velha para conseguir aproveitar o pouco tempo que tínhamos. Por falar em tempo, mas noutro tempo, nessa manhã chovia a potes, quando chegámos à Caldeira foi tentar trocar de roupa rápido para mantermos as nossas roupas secas e ir para as banheiras de água quente. A experiencia de estar na água quente e a chover imenso foi muito gira, a Clara estava a achar imensa piada. Quando foi para ir embora, outra guerra para voltar a vestir sem ficarmos todos molhados, voltar rapidamente ao hotel e arrumar as coisas para sairmos. Por fim como ainda nos restava algum tempo antes de ir para o avião fomos visitar as plantações de ananases, primeiro fomos às de Santo António e depois fomos às Augusto Arruda. Foi interessante perceber a história das plantações e como é feito a plantação do ananás, e perceber os incríveis 2 anos necessários para um ananás estar pronto a ser colhido.


Mais uma viagem curta em tempo, mas muito enriquecedora e divertida. Infelizmente a Clara quando for grande não se vai lembrar das coisas, mas ela tem aproveitado muito estas viagens curtas conosco, tem visto e aproveitado muitas experiências diferentes. 




sexta-feira, novembro 07, 2025

Viagem atribulada

A ideia era aproveitar um fim de semana prolongado, sair a uma 4ª feira à noite e voltar no domingo à noite, destino, Edimburgo, um dos destinos que tinha muita curiosidade em conhecer. Uma das coisas que nem costumamos fazer é planear o que fazer no destino, e desta vez até isso fizemos, tínhamos uma lista de sítios a visitar e tempo que demorávamos a fazê-lo. Voo por volta das 20h30m, chegar ao aeroporto por volta das 18h, mais do que tempo para passar o controlo, ainda para mais só com malas de cabine. E ali estávamos nós à espera para entrar no avião, eu, a Liliana e a Clara, mas como tínhamos bilhetes de staff teríamos de ficar para o fim. Problema, o avião estava em overbooking...quando chegamos para entrar o avião estava cheio e qual foi a solução, podem ir mas nos jump seat, a Clara não pode ir ou então só vai um de vocês. Vá lá, tentem outra vez, agora com uma solução realista. Ainda tentei propor que se algum outro passageiro não se importasse de trocar com um de nós para a Clara poder ir sentada ao colo de um de nós, ou no extremo se outro passageiro pudesse levar a Clara ao colo na descolagem e na aterragem de modo a irmos todos, mas nada nos foi permitido.

Tentámos logo arranjar outra solução como algum voo com escala que nos possibilitasse chegar durante o dia seguinte, mas tudo estava já overbooking por isso essa não seria a solução. Ainda remarquei o voo para o dia seguinte mas a partir de Faro, no entanto quando chegamos a casa começamos a fazer contas, e se o comboio não se atrasasse tínhamos só 1h30m para apanhar o avião, e o mais provável era atrasar o comboio. 

Foi aí que a Liliana teve outra ideia, temos estes 4 dias que íamos aproveitar, para Edimburgo não vai dar que tal tentarmos os Açores, São Miguel, isto por volta das 22h. Ver se à disponibilidade de voo, preço do hotel, aluguer de carro...tudo acabava por ficar mais barato inclusive que ir para Edimburgo. Marcar tudo à pressa pois o voo era às 6h e rezar para que desta vez tudo corresse bem. Poucas horas de sono e lá voltamos ao aeroporto. Estamos a passar o controlo e desta vez decidiram embirrar com o meu desodorizante, que tinha passado sem problema umas horas antes, sim a embalagem era de 150ml superior a 100ml permitidos, mas estava praticamente vazia. Este detalhe pode parecer irrelevante, mas mais à frente vai fazer sentido. 

Bem desta vez o voo foi limpinho, tinham muitos lugares vazios e até deu para irmos um ao lado do outro. Mas esta viagem estava condenada a ter contratempos e estava para continuar. Chegamos a São Miguel e chovia torrencialmente, íamos para Edimburgo sem chuva e agora em São Miguel chovia copiosamente. Dirigimo-nos para a rent a car, creio que por volta das 8h30m, muito cansados aquela hora da manhã e ainda para mais com a Clara que não parava. Nessa altura pediram-nos uma caução de 2800€!!! Só um dos nossos cartões de crédito possibilitava esse valor que era da Liliana. Apesar do saldo ser inferior pagámos de modo a ter saldo, voltamos ao balcão. A reserva estava em meu nome  e o cartão no nome da Liliana, não era possível...grrrrrrr...estavam mesmo a querer irritar-me. Além disso como a reserva tinha sido feito à pressa tinha-me enganado nas horas, só podia levantar o carro às 11h30m e pior que isso, no dia que viríamos embora queria entregar o carro só às 17h porque o avião era às 20h e a entrega estava para as 11h30m. Pedi para estender por umas horas e por essa extensão pediram-me o dobro do dinheiro que iría pagar pelos 4 dias de aluguer. Estava tão danado com o complicar de tudo que me borrifei para eles e marquei um aluguer com outra empresa, que acabei por pagar ainda menos do que iria pagar ali.

Lá nos foram buscar ao aeroporto e recolhemos o carro sem qualquer problema. Aproveitámos estar perto de um centro comercial e fomos comprar desodorizantes para mim e para a Liliana. Como só andávamos com a mochila da Clara, colocámos os desodorizantes na mochila para ser mais fácil. O resto do dia aproveitámos para passear e até correu bastante bem, voltando ainda cedo para o hotel pois estávamos muito cansados e precisávamos por as horas de sono em dia para aproveitar o resto da estadia.

No dia seguinte acordamos e eu tinha deixado a mochila da Clara no carro, então fui até ao carro buscar os desodorizantes. Abro a bagageira do carro e a mochila da Clara esta toda aberta com as coisas espalhadas no porta bagagem. Liguei à Liliana a perguntar se tinha sido ela a fazer aquele lindo serviço, ao que ela me respondeu que não. Começo à procura dos desodorizantes e não estavam lá, provavelmente tinha deixado o carro aberto durante a noite, com o cansaço não o devo ter fechado, e tinham assaltado o carro. Felizmente as carteiras, chaves, documentos tudo tinha ido conosco, o que me lembrei logo foi como voltaria se ficasse sem cartão do cidadão. Ao princípio nem fiquei nada chateado, 2 desodorizantes e 2 frascos pequenos de creme da Clara, estávamos a falar de 10€, não era nada significativo. Mas depois a Liliana lembrou-se do meu casaco que eu tinha deixado no porta bagagens, bolas, além de ter sido a prenda que ela me tinha dado no natal, o valor monetário do casaco e provavelmente ainda me ia fazer falta durante a estadia. O resto da estadia até correu bem, mas todas estas coisas foram demasiado atribuladas e provocaram um nervosismo totalmente desnecessário a umas férias que por definição é um período de relaxamento.