Neste ano especial as férias foram bastante condicionadas, e por isso não foram bem férias, foram mini férias, apenas 4 diazinhos. A escolha do local/região, também foi condicionada, e queriamos algo com pouca confusão e com poucas pessoas. Já há um tempo quando tinha dormido 1 noite na zona centro, fiquei com curiosidade para conhecer as
aldeias de xisto, e este acabou por ser o casamento ideal, uma região que queria conhecer e que ao mesmo tempo me afastava da zona costeira, tradicionalmente com mais pessoas na época de Verão.
Fiquei hospedado em Miranda do Corvo por ser um dos pontos mais centrais e ficar relativamente perto de todos os locais que queria visitar. A primeira aldeia a visitar foi Gondramaz. Talvez tenha sido a aldeia que mais gostei, todas estão extremamente turística, com imensos alojamentos locais e restauração, mas Gondramaz talvez fosse a que se mantivesse mais original, com alguns detalhes estéticos deliciosos como algumas estatuetas embutidas em algumas paredes. Vale a pena a visita apesar de ser uma pequena aldeia.
Paragem seguinte o baloiço de Trevim. Segundo o google maps tínhamos 2 alternativas para lá chegar, a principal que era cerca de 13kms e a secundária cerca de 40km, então qual a dúvida? Claro que vamos pela mais curta que é muito mais curta, ainda por cima é a primária apresentada pelo google.
Agora gostava de saber quem disse ao google que a estrada Ferraria-Gondramaz-São Simão (M555) é uma estrada para carros? Quanto muito é para carroças, bicicletas de BTT, carros todos terreno, motas todo o terreno. Aquilo é uma estrada que na maior parte do tempo nem é daquela estrada de terra batida, gravilha, a maioria do percurso é um trilhozinho com ramos e mato no chão, entre os rastos das rodas dos carros. O percurso tem uma vista fantástica, pela beleza da floresta e pela vista no topo da montanha mesmo por baixo dos moinhos eólicos
O baloiço de Trevim vale pela paisagem a perder de vista, é um baloiço grande mas tirando isso não tem nada de especial. Se vale a pena lá ir? Se ficar em caminho ou se o desvio for pequeno sim, mas tirando isso não vale a pena o esforço e tempo perdido só para ir tirar uma foto no baloiço.
A seguir queríamos ir ao
passadiço de da Ribeira da Quelhas, mas como estava imenso calor e era quase hora de almoço fomos procurar um restaurante para comer. Ali naquelas bandas não era fácil encontrar um restaurante para comer algo, foi-nos aconselhado o restaurante
O Pífaro que ficava em
Bolo, ao qual fomos levados por um simpático motociclista que nos indicou o caminho até à porta do restaurante. Em conversa com o dono do restaurante, ele recomendou que com o calor que estava que fossemos até uma praia fluvial que ficava a poucos metros do restaurante, ao qual ele chamou de
Olhos de Água, apesar do nome da praia ser
Poço Corga. A praia era muito boa, com nadador salvador, água limpinha, e tudo muito bem arranjado.
Após duas horinhas, e passadas as horas de maior calor, lá fomos até ao passadiço de Ribeira de Quelhas. Chegados lá havia uma vedação frente ao passadiço. Não ficámos muito contentes porque queríamos mesmo fazer o passadiço. Nisto vem um casal a descer o passadiço. Falámos com eles e perguntámos se dava para fazer o passadiço, ao que eles disseram que dava perfeitamente que aparentemente não havia motivo para estar fechado, contudo com uma criança seria complicado chegar ao topo no fim do passadiço. Começamos a subir as escadarias e o Francisco decide querer fazer uma corrida, e começa a correr por aí fora. Lá pensei que aquilo seria sol de pouca cura, mas não é que o pirralho fez o passadiço de cerca de 1,2km e 160m de desnível sempre a correr, a passar por toda a gente que nos aparecia ao caminho, e que ficavam a olhar para ele com ar incrédulo.
Após chegarmos ao carro o Francisco adormeceu passado 5 minutos, tinha de recarregar a bateria. Ainda deu tempo para visitar a aldeia de xisto mais famosa, o Talasnal. Fiquei um pouco desiludido, esta sim é só alojamento local e restauração, nada de especial é simplesmente mais uma aldeia de xisto para se ver. Passsagem rápida pela aldeia de Casal Novo e regresso a Miranda do Corvo.
O dia seguinte começou também com uma paragem não programada no
castelo de Penela. Por acaso parámos lá porque íamos de passagem e valeu bem a pena. O castelo não é muito grande mas está bem tratado, tem uma vista lindíssima e a entrada é gratuita. Vale a pena a paragem.
Próxima paragem,
miradouro das Fragas de São Simão. Quando lá chegámos um calor daqueles tórridos, que até à sombra custava a estar. Apesar de muitas pessoas decidimos arriscar e descer até ao rio (a lotação deveria ser de 50 pessoas mas de certeza estavam lá algumas centenas), e procurar um local onde conseguissemos estar abrigados daquele calor. Claro que junto ao rio estava mais fresco e por sorte conseguimos um lugar à sombra, tivemos de subir o rio uns metros com água pela cintura mas conseguimos um sítio pequeno mas óptimo para passar aquelas horas de maior calor. Inicialmente nem estava a achar muita piada, detesto aquelas pedras de rio que me dão cabo dos pés, apesar de andar sempre descalço aquelas pedras incomodam-me imenso. Aconselho a quem lá for que leve calçado de rio que se possa molhar, o sítio é lindíssimo, e merece uma paragem para se conhecer.
Como estavamos ali ao lado ainda fomos visitar a
aldeia de São Simão, é mais uma, todas as aldeias de xisto me pareceram muito idênticas, muito turísticas e que pouco acrescentam umas às outras. Por fim uma paragem rápida pelo miradouro da
Pedra da Ferida. Gostava de ter ido à cascata que estava lá em baixo mas o caminho pareceu-me algo técnico e com o Francisco a dormir no carro foi impossível fazer a caminhada. Como conclusão destas férias, tenho a dizer que adorei os 3 dias na zona centro, tem imensas coisas para oferecer que não as aldeias de xisto, aliás atrevo-me a dizer que o menos interessante são mesmo as aldeias de xisto, visto uma o resto é praticamente mais do mesmo, mas os passadiços, as fragas, a beleza da natureza, os miradouros são tudo pontos de interesse que adorei conhecer.
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