Em primeiro lugar tenho de dar os parabéns aos organizadores desta prova, em homenagem à Analice, a prova passou-se a chamar Corrida da Areia - Analice Silva, mais do que merecido. Em relação à prova, este ano tenho andado a treinar menos e continuo algo limitado do joelho, por isso decidi fazer a prova dos 10km em vez da meia maratona. Sendo assim, o meu objectivo apesar de saber que era difícil, era conseguir fazer um TOP 10, algo que já não acontecia há muitos anos.
A corrida começou logo muito rápida, ali com médias a rondar os 3:40-4:00/km, isto na areia o que provocava um super desgaste. Rapidamente formou-se um grupo de 3 corredores mais à frente, outro isolado atrás desses e depois ia eu em 5º lugar. Aquele ritmo para mim durou pouco, já estava com o coração na boca, com vento de frente e na areia, não podia continuar naquele ritmo. Nisto passa por mim um corredor, vindo não sei de onde, a um ritmo estupidamente superior, passa por mim, passa pelo outro corredor que ia à minha frente e vai colar-se ao grupo de 3 que estava isolado lá a frente. Neste momento ia em 6º lugar, o que estava dentro do meu objectivo.
Passado 1-2km chegam mais 2 corredores ao pé de mim, serrei os dentes e senti que tinha de ir com eles, estava a perder ritmo e ia sozinho com vento de frente, tinha de me abrigar e conseguir manter um ritmo constante. Com estes 2 corredores cheguei ao atleta que estava à nossa frente isolado, correr sozinho é sempre uma desvantagem, é sempre um desgaste extra, tanto é assim que passámos directo por ele, sem que ele conseguisse sequer seguir-nos. Foi nessa altura que um dos corredores que ia comigo acelerou o ritmo e deixou-me a mim e ao outro corredor para trás, nesta altura a situação de corrida era um grupo de 4 na frente, mais 1 intermédio, e depois ia eu e outro corredor num grupo.
Até à viragem foi um sofrimento para mim, apesar do ritmo não parecer muito alto 4:40/km, o vento de frente estava a matar-me, o meu coração não saia lá de cima. A situação de corrida foi-se mantendo assim, aliás a tendência era os da frente afastarem-se e os de trás cada vez a ficarem mais longe também. Depois da viragem, já com vento pelas costas, a coisa ficou mais fácil, o ritmo aumentou para 4:15-4:20/km mas sentia-me mais confortável, nesta altura ainda trocámos uma palavras. E assim fomos, sempre com ele a rebocar-me, eu só queria aguentar ali. Quando faltava 1 quilómetro para o fim já se via a meta, aliás, a meta já se via desde muito antes, é uma das características desta prova, como é em linha recta a meta parece que já está ali, mas ainda falta imenso para lá chegar. Ele acelerou e eu com a língua de fora lá segui com ele. Como me tinha rebocado a prova toda, não estávamos a lutar pelo pódio e tinha o TOP 10 garantido, já tinha na minha mente que não o ia ultrapassar, seria um bocado ingrato da minha parte. De qualquer forma mesmo se quisesse não sei se conseguiria, o aumentar de ritmo neste último quilómetro tinha-me deixado no meu limite, tinha de ter sido muito frio e aguentar até os últimos 20-30 metros e aí aproveitar o pico final que costumo ter. No final um óptimo 7º lugar, o ritmo parece não ser muito elevado com 4m26s/km, mas o meu coração disse o contrário, andei em Z5 praticamente toda a corrida, muito sofrido e com sentimento de dever cumprido.
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