domingo, dezembro 30, 2018

Retrospectiva 2018

Mais um final de ano, vamos cumprir com a tradição, relembrar o que de mais importante se passou durante este ano.
E amanhã para terminar o ano da maneira habitual lá estarei mais uma vez na S. Silvestre da Amadora, creio que desde de 2010 só falhei um ano e foi por estar doente.

quarta-feira, dezembro 26, 2018

Vila Natal de Cascais

Apesar de achar um bocadinho cara a entrada para as actividades que tem no interior, tendo em consideração que algumas delas são ainda pagas no interior, considero que vale a pena uma visita especialmente com crianças a partir dos 3 anos. O meu filho como ainda não tem 3 anos houve muitas actividades que não pode fazer, mas não foi por isso que não passámos uma manhã bastante agradável. Quando me perguntam porque vivo em Cascais trabalhando em Lisboa, a resposta está mais que à vista, além de uma beleza natural que tem tanto Cascais como os concelhos vizinhos, durante todo o ano há imensas actividades e eventos que dinamizam e satisfazem as pessoas que por cá vivem. A vila natal pode ser visitada até dia 1 de Janeiro, por isso ainda há tempo para uma visita.


quarta-feira, dezembro 19, 2018

Nemesis - O Jogo

Há muito tempo que não me entusiasmava tanto com um jogo de tabuleiro, mas o Nemesis é diferente de tudo o que tinha jogado até hoje, e com apenas um jogo feito em modo solitário contra o tabuleiro, arisco-me a dizer que foi o melhor jogo de tabuleiro que joguei até hoje. Fundamentalmente o jogo baseia-se na narrativa do filme Alien o 8º Passageiro, há quem diga que não, mas para mim é incontornável a semelhança. Acordamos de hibernação e um dos nossos companheiros está morto com um buraco no peito, a partir daí o objectivo é sobreviver aos aliens e fazer a nave chegar à Terra ou fugirmos numa cápsula. Podemos pesquisar os corpos tal, qual como no filme, podemos iniciar o sistema de destruição da nave, tal como no filme, temos objectivos pessoais e objectivos da empresa, tal como no filme e muitas outras semelhanças.


Bem, devo dizer que a preparação do tabuleiro deve ter demorado mais tempo que depois a jogar, jogando a solo o jogo acaba por ficar bastante rápido, e poderia ter sido ainda mais rápido senão tivesse parado algumas vezes para rever alguns detalhes das regras. Sim uma das dificuldades do jogo é a extensão e detalhe das regras, o que leva a gastar algumas horas antes de começar efectivamente a jogar. Durante a preparação do tabuleiro uma das coisas que acontece é a escolha da personagem com que se vai jogar, e ao contrário da maior parte dos jogos de tabuleiro, neste jogo cada personagem (peão) tem as suas características/regras o que torna a estratégia de jogo um pouco diferente dependendo da nossa escolha. Eu poderia ter escolhido entre o Capitain e o Mechanic (as duas personagens que me calharam em sorteio), como o Capitain pareceu-me ter cartas mais direccionadas para o multi player, decidi ficar com o Mechanic.

Ao início sorteamos também 2 cartas de missões, em que temos de cumprir uma delas para além de sobreviver para garantirmos a vitória no jogo. Então os passos que queria dar era, garantir que os motores estavam a funcionar e que a nave tinha as coordenadas do planeta Terra seleccionadas, depois logo via o que tinha de fazer antes de voltar a hibernar ou fugir numa escape pod.


Então os acontecimentos mais relevantes do meu jogo foram:
  • Primeira sala que encontrei foi logo a Engine Control Room (mega sorte porque é daquelas salas que pode nem estar presente no tabuleiro). Esta sala tem a capacidade incrivelmente útil de ver o estado dos motores. Então tinha o motor 1 e 3 avariados, precisava de por 1 deles a funcionar para a nave ficar funcional.
  • Ao entrar na 2ª sala, a Storage, fiz aparecer o primeiro alien, uma Larva. Isso obrigou-me a escolher uma das minhas missões e descartar a outra. Numa das minhas cartas tinha de enviar um sinal e, ou matar a Queen ou destruir a nave, na outra tinha de acabar o jogo numa escape pod ou a hibernar mas tinha de levar um ovo na mão em ambas as situações. Na primeira carta matar a Queen não me pareceu fácil, enviar o sinal tinha de descobrir a sala e destruir a nave também é fácil, mas isso implicaria fugir numa escape pod que pode tornar-se difícil. Então decidi ficar com a segunda carta em que a principal dificuldade era encontrar o Nest e roubar um ovo. Após isso matei a Larva.
  • Reparar o motor 3.
  • Saltar pelo Technical Corridor para a sala adjacente ao Cockpit que era o Generator (neste momento pareceu-me mais fácil destruir a nave e fugir pela escape pod).
  • Passar para o Cockpit, ver as coordenadas, que estavam mal, e corrigir as coordenadas para apontar para a Terra. Restava-me agora procurar o Nest para roubar o ovo.
  • Após passar pela Emergency Room, Canteen, Evacuation Section B, consegui achar o Nest.
  • Recolhi um ovo.
  • Matei mais uma Larva.
  • Tinha agora de voltar ao Hibernatorium que já estava novamente aberto. Decidi voltar para traz para a Evacuation Section B e mais uma vez apanhar a Technical Corridor para uma sala adjacente ao Hibernatorium.
  • Aqui cometi o meu único erro que me poderia ter custado a vitória. Entre as duas salas adjacentes ao Hibernatorium, uma já tinha descoberto que era o Engine Control Room, por isso decidi ir para a outra para descobrir mais uma.
  • Ao chegar à sala (Monitoring Room) a porta entre a sala e o Hibernatorium fecha, perdendo o acesso a ele. Como não tinha cartas para demolir a porta decidi voltar a passar pela Technical Corridor agora para o Engine Control Room que era a outra sala que dava acesso ao Hibernatorium.
  • Neste momento levo um Surprise Attack de um Adult, que me rende uma Serious Wound e uma Contamination Card. Em primeiro tinha de fugir do Adult, porque já não tinha balas, em segundo ou tentava hibernar de imediato mesmo correndo o risco de perder o jogo com a Contamination Card ou tentava encontrar a Surgery. Achei que era demasiado arriscada a segunda hipótese, já não tinha munições e já não restavam assim tantos turnos para o jogo acabar.
  • Escapei do Adult para o Hibernatorium e hibernei. Ao fazer Scan à Contamination Card não estava contaminado, VITÓRIA.

Acho que o Mechanic foi uma excelente escolha e foi o principal motivo para ter ganho o jogo. A capacidade que tem de se mover pelos Technical Corridors é fantástica o que acelera imenso o processo de ir para as principais salas. Contudo tem um poder de fogo muito reduzido, e se tivesse encontrado aliens mais fortes não teria tido tanta sorte. Estou curioso para voltar a jogar, especialmente com outros jogadores em vez de ser só a solo.

segunda-feira, dezembro 17, 2018

S. Silvestre Almada

Foi a primeira vez que participei nesta São Silvestre, e o que posso dizer é que o percurso de Almada me apanhou totalmente desprevenido, ao ponto de achar que é a corrida de estrada mais dura que já fiz, inclusivamente mais dura que a S. Silvestre da Amadora e a Corrida do Fim da Europa. Não existem momentos de plano, talvez o único plano sejam para aí 300-400 metros junto às fragatas dentro do Alfeite, de resto é uma montanha russa constante, um sobe e desce quebra pernas e que torna quase impossível um ritmo constante.

A temperatura estava maravilhosa para correr, mesmo como gosto, assim um pouco frio antes de começar e que fica perfeita depois de 1 minuto a correr. Como a corrida tem um percurso complicado é difícil ter um grupo constante, o que foi acontecendo é que estava no meio de um grupo de uma dezena de corredores, conforme se subia haviam alguns que se distanciavam, claramente eu subo muito melhor do que desço e nessa altura ganhava sempre espaço, enquanto que outros desciam melhor e eu tinha de penar para não perder muito terreno. Outra coisa chata do percurso é que tem muito empedrado, e estando a chover como era o caso ficava muito escorregadio especialmente a descer. Aliás ao entrar para a recta da meta um corredor que seguia a minha frente estatelou-se, outro corredor ajudou-o a levantar e ambos mantivemos as posições ao cortar a meta, por respeito ao que tinha caído.

E aquela subida, já muito perto do final que começava ao pé da rotunda Centro-Sul e ia até ao centro de Almada, é uma prova de sofrimento, não posso dizer que me tenha saído mal pois ainda ultrapassei alguns corredores, mas a nível de tempo final é totalmente arrebatadora, matando qualquer esperança de um bom tempo. Queria fazer 40 minutos de prova, e aos 5 kms ia com 20m20s, o que aparentemente até era bom, mas pelo que tinha visto até ali percebi logo que seria praticamente impossível, estava a uma cota muito inferior ao que estaria a meta, por isso ainda iria perder muito tempo em subidas. O resultado final foi 41m09s, que dada a dureza da prova não foi nada mau, ainda por cima recuperei 8 lugares na segunda parte da prova.



Uma coisa que me apercebi, foi que o sensor do relógio que mede a frequência cardíaca pode ser bom para repouso, mas para provas é uma grande porcaria, sei perfeitamente que andei sempre muito perto do meu limite, e o que o relógio registou foi quase um ritmo cardíaco de treino, por isso só voltarei a fazer uma prova sem a banda cardíaca se me voltar a esquecer dela.

sexta-feira, dezembro 07, 2018

Helloween - Lisboa

Vamos lá começar então pelo princípio, as bandas de suporte...ah espera..não houveram bandas de suporte! Os avozinhos tocaram durante quase 3 horas, sim um concerto, uma banda, quase 3 horas, um verdadeiro exemplo para as bandas com elementos na flor da idade que às vezes nem concertos de 1h30m conseguem aguentar. Se gosto de ir a concertos com bandas de suporte? Claro que sim, posso ouvir outros sons, que muitas vezes nem conheço, e que acabo por acompanhar. Mas não posso deixar de tirar o chapéu aos Helloween por não terem bandas de suporte para darem um concerto único de quase 3 horas e mais de 2 dezenas de músicas.

Quanto ao concerto que posso dizer? Épico! Conseguirem juntar aquele talento todo no mesmo palco foi soberbo, tantas músicas marcantes que influenciaram tantas bandas ao longo dos anos, e poder ter o privilégio de ver ao vivo este espectáculo é uma sorte. Mais de 30 anos de carreira condensados em 3 horas, que a banda agora continue junta durante muito tempo, e que edite o novo album como está prometido para 2020, com a mesma qualidade dos anteriores, e já agora que volte a Portugal para novo concerto.





segunda-feira, novembro 26, 2018

Estágio Taekwondo 2018

Mais um ano, mais um estágio com a fantástica equipa do Mais Taekwondo. Pelas minhas contas e se não estou em erro, já é o meu 5º estágio (2011, 2012, 2014, 2017), e mais uma vez fui super bem recebido, num grupo do qual só faço parte um fim-de-semana por ano, mas é como se treinasse com eles todo o ano.


Desta vez o destino foi perto de Tomar, um sítio que bem conheço e que gosto bastante. Talvez tenha sido o estágio fisicamente menos exigente de todos os que já participei, o que para mim foi bom, ainda estava a recuperar do meu cotovelo fracturado, para além de estar constipado e não me sentir muito bem. Este ano também não houve os típicos bungalows, ficámos numa espécie de residencial, mais conforto, mas pessoalmente prefiro aquele espírito dos bungalows. Muito obrigado a todos os que participaram e em especial ao Paulo e ao Nuno por mais uma vez me convidarem para o estágio.



P.S.: Gostei imenso dos ensinamentos sobre história

sexta-feira, novembro 16, 2018

Jornalismo de CUalidade

Hoje de manhã, quando chego ao escritório, um grande reboliço entre vários colegas sobre a reportagem de ontem da TVI sobre o IRA. Bem não conhecia a entrevista, nem conhecia o IRA, mas fui investigar. No mínimo a entrevista é manipulada, e qualquer bom jornalista não devia fazer a montagem que foi feita, porque é sensacionalista e deturpada. Agora vejam a entrevista TVI, tirem as ilações e façam um julgamento com base nessa entrevista. Depois vejam o segundo vídeo e digam o que pensam da entrevista. Ainda não consegui investigar o IRA, mas pelos vistos quem fez a entrevista também não, o que posso dizer é que há pessoas a dizer mal, mas também há muita gente a dizer bem.


segunda-feira, novembro 12, 2018

Sirenia Lisboa

De volta ao RCA Club, apesar do pequeno espaço gosto imenso do ambiente cavernoso/armazém, acho um espaço e ambiente ideal para o género de música que vamos ouvir. A primeira banda a actuar foram os Paratra, não conhecia, nunca tinha ouvido nada deles e só soube na altura quem eram. Pela sonoridade calculei logo que eram indianos, o facto de não terem baixo mas sim uma sitar, denunciava-os, e dá-lhes uma sonoridade muito única. Apesar da música ser algo básica, não foi uma má apresentação, o guitarrista "cheio de pinta", estava ali a curtir à grande e a tentar puxar pelo pouco público que lá estava. Foi bom para conhecer, mas não irá ser uma banda que irei seguir.


A segunda banda foram os Triosphere, que já os tinha ouvido há cerca de ano e meio, quando foram a primeira banda a tocar na digressão dos Sonata Artica (foram agora a segunda banda, subiram de relevância). Gostei mais deste concerto, a nível de músicas acho que estão com um melhor reportório, e essencialmente mais consistente. Além disso foi um concerto maior, com mais músicas, melhor para mostrar o que valem. Agora a voz da cantora é que me continua a irritar, no final de cada frase vai lá acima aos agudos, de forma descontrolada, em vibrato e aos gritos, não fosse essa mania as músicas funcionariam muito melhor, até eu noto que ela se está a mandar para fora de pé.


Quanto aos Sirenia devo dizer que ia com as expectativas baixas para o concerto, gosto mais das músicas mais antigas e não tanto do novo album, e como grande parte do concerto seria composto pelo novo album, não estava muito entusiasmado, mas como nunca os tinha visto ao vivo decidi ir na mesma. Ainda bem que fui porque foi um óptimo concerto, mesmo as músicas que à partida não gostaria tanto, ao vivo, funcionaram muito melhor, e a apresentação da banda em palco foi sempre muito empática e calorosa com o público. Eu já sabia que eles não estavam a tocar a música nesta tour, mas gostaria de ouvir a "Sirens of the seven seas", para mim a melhor música deles, pode ser que no futuro ainda tenha a oportunidade de a ouvir ao vivo.

Sirenia Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2018, Arcane Astral Aeons

segunda-feira, novembro 05, 2018

Maratona do Porto

Há atletas que têm malapata com algumas provas, no meu caso a minha malapata é com a maratona, sempre que estou a preparar uma maratona acontece qualquer coisa para me dar cabo do resultado, ou são lesões, ou condições climatéricas adversas, ou percursos desadequados, ou simplesmente um mau dia da minha parte. Desta vez fracturei o cotovelo 5 semanas antes da prova, resultado, 2 semanas sem treinar de braço ao peito, retomo os treinos e faço 3 treinos numa semana sempre com imensas dores de costas, mais uma semana parado a tentar sequer dormir com imensas dores nas costas, e finalmente mais 2 treinos na semana antes da prova. Ou seja, em 5 semanas fiz 5 treinos, em que o somatório de tempo e distância não chegava ao que iria fazer na maratona do Porto. Quando me inscrevi na prova o meu objectivo era bater o meu record pessoal de 3h50m29s que já vinha da maratona de Lisboa de 2015, e de preferência baixar de 3h30m. Com todas estas peripécias, e apesar de alguma pressão familiar para não ir por não estar recuperado, decidi ir e simplesmente aproveitar e desfrutar da prova, sem nenhum objectivo a nível de tempo. Tenho de agradecer à Joana Pico pelas sessões de osteopatia e à Ana pelas sessões de fisioterapia, foram as únicas coisas que me aliviaram as dores nas costas, numa altura que nem dormir conseguia com tantas dores, e sem isso provavelmente não tinha ido à prova.

Numa manhã fria e chuvosa, o tempo de espera para o início da prova foi difícil de se passar, no entanto para mim era o tempo ideal para correr, temperatura fria quanto baste e uma chuva que apesar de não parar era maioritariamente aquela chuvinha dita "molha parvos" ou estando no Porto "molha tolos". Comecei a ver as bandeiras dos pace makers com 3.00, 3.15, 3.30, 3.45, 4.00, 4.30, 4.45, e julguei que aquilo era o ritmo ao quilómetro, ou seja, 3m00s/km, e caraças isto é uma corrida só para homens de barba rija. Só depois quando a corrida começou é que me apercebi que o 3.00 significava acabar a prova em 3h00m. Quando estava a menos de 5 minutos para o arranque da prova, já alinhado para partir, no meio daquele ambiente, daquela música, daquela multidão, pensei para mim - "Sinto-me bem, o que tenho a perder? Vou correr como se a preparação tivesse sido a ideal, provavelmente vou rebentar com grande estilo e mais cedo do que nunca na maratona, mas até quando me sentir confortável vou correr para o meu objectivo".


Mais ou menos por volta dos 3,5 quilómetros de prova chego à bandeira do ritmo de 3h30m de prova, estava a sentir-me bem e passo directamente, era o meu ritmo confortável por isso segui. No retorno em Leixões por volta dos 8 quilómetros reparo que estou mais ou menos entre as bandeiras de 3h15m e de 3h30m, mais do que perfeito, mas a maratona é uma prova longa e enganadora, sabia que isto eram só indicadores e que podia bater contra a parede a qualquer instante. Além disso o percurso era muito mais duro do que pensava inicialmente, pensava que era maioritariamente plano como a maratona de Lisboa, mas não, apesar de não ter subidas duras todo o percurso era muito ondulado.

Quando concluí os 16 quilómetros, e numa altura que o vento de frente me começava a incomodar, sentia que estava a perder ritmo, um grupo de mais ou menos uma dezena de corredores chegou ao pé de mim. O ritmo era mesmo o ideal 4m50s/km, decidi seguir com eles e abrigar-me do vento.Fomos trocando algumas impressões e sensações, na altura lembro-me até de dizer que me sentia bem, mas que até às 3 horas de prova era o aquecimento, dali para a frente é que começava a maratona, que normalmente até aos 32-34 quilómetros o corpo não acusa muito dali para a frente é que se tem de saber lidar com o desgaste. Aos 20 quilómetros o primeiro abastecimento sólido, quanto a mim veio um bocado tarde, e com a preocupação de conseguir agarrar alimento perdi um bocado o contacto, ainda por cima aquelas ruas da Ribeira com pedras escorregadias não me davam muita segurança, por isso tive de me acalmar e recuperar calmamente e só na subida que dava acesso à ponde D. Luís é que consegui recolocar-me novamente. Pouco depois a passagem pelo pórtico da meia maratona, onde estava sensivelmente com 1h43m, ou seja, tinha 2 minutos de margem para acabar a segunda parte da prova o que é uma margem mínima.


Quando damos a volta do lado de Gaia por volta dos 24,5 quilómetros de prova, noto novamente o vento de frente, claramente o vento soprava de Este, e apesar do ritmo naquela altura já não ser confortável para mim, já nem conseguia falar, percebi que era importantíssimo continuar dentro do grupo abrigado, até darmos a volta já do lado do Porto em direcção a Oeste, e passar a ter o vento pelas costas. Por volta dos 26 quilómetros, depois de passarmos por baixo da ponte da Arrábida o grupo começa a perder elementos, eu com algum custo lá me fui aguentando na cauda do grupo. Até que por volta dos 30 quilómetros, durante um abastecimento perdi o contacto, o coração estava demasiado acelerado, e percebi que se me esforçasse mais para apanhar o grupo novamente iria pagar muito caro. Como estava quase a inverter o sentido em direcção a Oeste não me preocupei muito, mesmo assim estive 14 quilómetros com este grupo o que se revelaria fundamental. Uma coisa que faço constantemente quando corro são contas de cabeça, faltavam-me 12 quilómetros para o final, tinha mais ou menos 3 minutos de vantagem para o ritmo que queria no final, o que dava que teria de fazer mais ou menos 5m15s/km até ao final.


Durante os 4 quilómetros seguintes achei que estava em controlo do que se passava, inclusivamente consegui ultrapassar 3 elementos do grupo onde inicialmente estava integrado. Mas tinha chegado a hora do sofrimento, estava com dificuldades em mater o ritmo, só pensava que não podia desperdiçar a oportunidade de fazer 3h30m estando já tão perto do final. Tranquilizei um bocado quando o relógio marcou 39 quilómetros e eu tinha 3h12m de prova, ou seja, para 3,2 quilómetros que me faltavam tinha de fazer um ritmo de mais ou menos 5m40s/km, totalmente controlável. Mas um sentimento de insegurança tomou-me quando o relógio marcou 40kms, mas a placa dos 40kms da organização estava ainda algo distante, seria a placa que estava mal colocada ou o relógio que estava com erro? Decidi acelerar o máximo que pudesse para não ser apanhado desprevenido. Já depois de ter entrado no último quilómetro, sou apanhado pelo pace maker com 3h30m de prova, ele a falar com outro atleta disse que faltavam 5 minutos para as 3h30m, olho para o meu relógio e a mim faltava-me praticamente 6 minutos, fiquei descansadinho da vida, nem preocupei em segui-lo, deixei-o ganhar 40-50 metros quando começámos a entrar nos insufláveis da meta, tinha 3h28m e segundo o meu relógio faltavam 200 metros para o final. Mas os insufláveis nunca mais acabavam, o último que via era branco, que era diferente dos outros assumi que era ali o final, quando lá chego tinha 3h29m50s e apercebo-me que ainda tenho de cortar à esquerda e ainda faltavam praí 100 metros,  desatei a sprintar, mas cortei a meta com 3h30m10s. Alguma frustração por não baixar oficialmente das 3h30m, mas não deixou de ser um tempo muito melhor do que alguma vez imaginei depois de toda a falta de preparação, e finalmente consegui um record já respeitável na maratona.

Agora infelizmente nem tudo foi bom, aliás atrevo-me a dizer que o que se passou a seguir a cortar a meta foi péssimo e imperdoável. Ao me deslocar para a recolha do meu saco deparo-me com filas intermináveis, onde estive mais de 30 minutos ao frio e à chuva, algo totalmente inaceitável e que devia deixar extremamente envergonhado qualquer organizador. Quando chego perto da mesa para a recolha dos sacos depara-me com um cenário onde todos os sacos estavam amontoados, tudo ao molho e fé em Deus, à chuva, e onde quem entregava os sacos pareciam baratas tontas a tentar encontrar cada saco no meio de centenas de sacos, uma falta de profissionalismo e um amadorismo a todos os níveis.

Antes de me entregarem o meu saco ainda, tive de deixar passar um senhor que por se estar a sentir mal, foi-se embora sem sequer recolher o saco dele, isto é o respeito que os organizadores tiveram para com os atletas que encheram a prova, depois de um esforço de correrem mais de 42kms. E no final a cereja no topo do bolo, recebo o meu saco, com a minha roupa que esperava estivesse seca para me trocar e estava toda ensopada porque o saco estava à chuva. Com isto tudo cheguei a um dos hotéis da organização, já eram quase 14h30m, e tinha de fazer o checkout até às 15h, escusado será dizer que mal deu para tomar banho. Para não falar na má imagem pela qual fizeram passar o nosso país, com imensos participantes estrangeiros a reclamarem, e tal como nós, a dizerem que nunca tinham passado por nada idêntico, nas diversas maratonas que já tinham feito por esse Mundo fora. Por isto tudo não voltarei a participar na maratona do Porto e desaconselho outros atletas a participarem.

quarta-feira, outubro 24, 2018

Mais um para o clã

E já por cá anda (bem andar é um verbo muito forte neste momento), o mais novo elemento da família, o meu sobrinho João. Mais um pilinhas para a colecção, 3 netos para os meus pais, 3 meninos. Não estava com muita vontade de sair cá para fora, estava quentinho no forno, mas aparentemente até é um bebé bastante tranquilo.

terça-feira, outubro 09, 2018

E mais uma vez de braço ao peito

Por vezes levo com uma lembrança que os anos vão passando e já não tenho 20 anos. Ora uma queda quase insignificante e um braço fracturado, no rádio junto ao cotovelo. Ainda pensei nem ir ao hospital que devia ser uma distensãozinha, mas acabei por ir, e acabei por levar com a marreta da realidade que me diz - "Temos de imobilizar o braço que tem uma fractura". Uma semana e meia depois e já sem o gesso dou-me por contente, aparentemente a fractura está a consolidar bem, obrigado corpo por voltares a consolidar bem uma fractura e por novamente evitares uma pequena cirurgia. Agora, fisioterapia e recuperar rapidamente que daqui a menos de um mês há uma maratona para fazer, praticamente sem treino, vai ser tão bonito...


segunda-feira, outubro 01, 2018

De volta ao mergulho

Há mais de 3 anos que não mergulhava, por uma série de motivos, mas devido a isso estava um pouco apreensivo com o estado do equipamento. Por isso quando surgiu a oportunidade de acompanhar baptismos de mergulho, onde a profundidade máxima seria os 5 metros achei a oportunidade ideal para testar o equipamento e voltar a relembrar todas as técnicas e regras de mergulho. E apesar de ser um mergulho muito básico não deixou e ser um bom mergulho com boa visibilidade e em que se conseguiu ver bastante vida. Não quero voltar a estar tanto tempo sem mergulhar.


segunda-feira, agosto 20, 2018

Feira Medieval - Santa Maria da Feira

Já não é o primeiro ano que fui à feira medieval, mas acho que este foi o ano que mais gostei, essencialmente porque consegui ver muito mais espectáculos do que das outras vezes. As reconstituições históricas, pirotecnia e concertos são de se aproveitar, e antes de ir devemos ter uma noção do calendário para aquele dia de forma a aproveitar ao máximo as actuações.

Em relação ao resto é praticamente igual de ano apara ano, a colocação das barraquinhas, das comidas, das bebidas, das lembranças, todos os anos que fui estavam dispostas praticamente da mesma maneira.


terça-feira, agosto 14, 2018

Vagos 2018

Já há uns bons meses que não ia ver um concerto, mas esta é a altura do ano que há Vagos, a Meca do metal em Portugal, e este ano voltei lá por duas bandas, que curiosamente tinha visto há menos de 2 anos. Quando soube que Kamelot e Sonata Artica iam a Vagos desejei logo que tocassem pelo menos em 2 dias seguidos para conseguir ver as 2, e quando saiu o alinhamento final e eram as 2 no mesmo dia então era mesmo imperdível. As restantes bandas que tocaram durante o dia não foram muito do meu agrado, por isso com o passar dos concertos só queria mesmo que chegássemos aos concertos que queria.

Os primeiros a entrar em palco foram os Sonata Artica, numa setlist um pouco mais baladeira do que é habitual neste tipo de festivais mas não deixou de ser um concerto muito bom, curto, mas bom. Que acabou em beleza com o Full Moon e o Life. A interacção do vocalista com o público foi sempre bastante próxima, algo que me agrada bastante, das coisas que gosto mais de ver em concertos é uma boa química entre banda e público. Neste caso é bem notório que o vocalista sobrepõe-se à própria banda em si, isto acontece com alguma frequência em diversas bandas, e no caso dos Sonata Artica acho extremamente vincado, sendo daqueles casos que se o vocalista deixasse a banda, esta muito provavelmente deixaria de existir.



Sonata Arctica Setlist Vagos Metal Fest 2018 2018, The Ninth Hour World Tour
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Avançando para os Kamelot estava com bastante expectativas para este concerto, visto que o concerto que tinha visto deles tinha tido um péssimo ajuste de som e quase não se conseguia ouvir a voz do vocalista. Primeira boa surpresa foi a presença da Lauren Hart, a vocalista dos Once Human, e que participou no último album dos Kamelot. Normalmente quando há este tipo de participações, nos espectáculos ao vivo, a voz dessas participações é gravada não é cantada ao vivo. Para além disso os Kamelot têm imensas músicas que tiveram participações de vozes femininas, e ter uma vocalista ao vivo que dê a voz a todas essas músicas é uma mais valia para quem está a ver o concerto. Depois uma setlist perfeita, as melhores músicas dos 2 últimos álbuns e todas aquelas músicas icónicas que tornaram os Kamelot grandes. Uma maravilha de concerto, boas músicas, bom som, boa interacção com o público, não poderia pedir muito mais.



Até para o ano Vagos!

segunda-feira, julho 09, 2018

Triatlo Longo de Caminha 2018

Caminha foi o primeiro triatlo longo que fiz, e na altura apesar de ter doído imenso fiquei sempre com vontade de voltar pela beleza da prova. Este ano infelizmente o segmento de bicicleta não foi na belíssima Serra D'Arga, mas por outro lado tornou o percurso muito mais fácil, mas já irei a essa parte. O pré prova não foi lá muito bom, no dia anterior fomos jantar rodízio de pizza durante o jogo de Portugal, 2 horas a comer portanto. Escusado será dizer que a meio da noite todas aquelas pizzas não me caíram bem e passei grande parte do tempo agarrado à sanita. Depois de mal ter comido o pequeno almoço lá fomos para a prova. A manhã estava mesmo convidativa, quase sempre a chover e algumas vezes com alguma intensidade, só me perguntava o que estava ali a fazer e que estava sem vontade nenhuma de competir.


Lá fomos nós até o meio do Rio Minho, onde somos largados para os quase 2000 metros do segmento de natação. Os tempos deste segmento não podem ser comparados a nenhum outro segmento de natação, o percurso é feito a favor da corrente o que torna este segmento super rápido e tranquilo. O único ponto onde temos de ter mais cuidado é a chegada ao caís, pois o Rio Coura desagua no Rio Minho o que cria corrente lateral e se não formos o mais junto à margem possível antes da união, facilmente somos arrastados e temos de nadar contra a corrente para chegar ao caís. Fiz 28m20s de tempo de natação, com disse, só mesmo a favor da corrente é possível fazer este tempo canhão.

Seguindo para o segmento de ciclismo, como já tinha dito este ano não tivemos de enfrentar a duríssima Serra D'Arga, o percurso foi muito mais fácil, apesar de não tão fácil como esperava, tem um ondulado chato. O meu objectivo era fazer média de 30km/h, ou seja completar o segmento de ciclismo abaixo das 3h. O percurso consistia em 4 voltas a um circuito e logo na primeira volta reparei que o vento soprava de sul para norte, o que criava discrepâncias grandes na velocidade em que se fazia cada parte do trajecto, por isso teria de analisar a média volta a volta. A chuva continuou a ser uma constante, mas como o percurso era pouco técnico e só de atingia alguma velocidade em pequenas descidas que tínhamos naquele percurso ondulado, os grandes perigos eram só mesmo as rotundas. Ao fim da primeira hora estava com 30,5km/h de média, e quando estava a meio do percurso, com duas voltas completas estava com 1h28m de prova, por isso estava dentro do tempo que desejava.

Na terceira volta tive de parar para a aliviar a bexiga, quase quando estava a chegar à parte mais sul do percurso, e aproveitei para respirar 1 minuto. O vento estava a ficar mais forte o que tornava o segmento que ia para sul cada vez mais difícil. Quando estava quase no fim da 3ª volta passam os primeiros por mim, aquilo pareciam locomotivas, que diferença de andamento. Aos 60kms estava com 1h58m30s, apesar de ter perdido um tempinho com a paragem, ainda estava acima de 30km/h. O problema foram os 10kms finais, depois do esforço do último troço que me levava até a ponta mais a sul do percurso, comecei a sentir que estava a perder gás, e nos últimos 10kms já não consegui manter a média. De qualquer forma o tempo final do ciclismo foi de 3h02m48s, o que me abria boas perspectivas de bater o meu record pessoal no triatlo longo, só precisava de fazer uma corrida abaixo de 1h40m, que é algo que não sendo super fácil depois da tareia que já levava, era perfeitamente alcançável.


O percurso de atletismo apesar de ser plano, tem piso irregular e muito diferente, alcatrão, passadiço, areia, empedrado, o que é uma dificuldade adicional. Comecei a um bom ritmo de 4m30s/km, mas depois de 3kms reduzi ali para 5min/km, sentia-me mais confortável, e já tinha ganho alguma margem para conseguir 1h40m de tempo final se mantivesse o ritmo. Na zona do retorno havia um segmento de empedrado, quando vejo toda a gente a sair da estrada e a correr no passeio que era mais regular, olha que boa ideia pensei eu e fui também para o passeio para não massacrar tanto os pés. Nisto há um árbitro que me manda parar, devo dizer que já ando pelos cabelos com os árbitros do triatlo, por isso o meu nível de tolerância com eles está mesmo no mínimo, assim como o respeito que tenho por eles, porque na sua maioria não o merecem. Então a conversa foi basicamente isto:

-"Não sabes que não podes ir pelo passeio, sai lá aí de cima e para aqui!" - E nisto o triatleta que ia atrás de mim salta do passeio para a estrada e passa por nós.
- "Ok está bem não sabia" - E preparava-me para seguir caminho
- "Onde vais? Já te dei autorização para seguir? Onde viste a última indicação do percurso?"
- "Foi lá atrás, havia uma seta a dizer para cortar à esquerda. Não dizia nada que tínhamos de ir fora do passeio." - E continuavam a passar outros triatletas pelo passeio.
- "Então volta lá atrás até essa seta e faz todo o percurso pela estrada." - Bem nesta altura é que perdi o último pingo de paciência, não tinha feito nada que me tivesse dado vantagem sobre os outros triatletas, todos o estavam a fazer, não tinha cortado caminho, simplesmente estava a ir por um sítio que era mais confortável ao pisar. Estava farto daquele parvalhão, prepotente, que deve de ser um recalcado que não dá ordens a ninguém na vida, e vai para ali descarregar as suas frustrações do dia a dia.
- "Deve de ser verdade! Vai tu lá atrás!" - E viro costas e começo a correr quando oiço.
- "Olha que eu tenho o teu número e vou desclassificar-te." - Nisto eu viro-me para trás e ainda respondo.
- "Faz o que quiseres...ah e já agora... desclassifica também aqueles que vêm ali atrás." - E apontei lá para o fundo, para outro grupo que vinha no passeio. Vamos lá ver, aquelas ameaças de desclassificação até podem assustar a maioria, mas eu sou um atleta do meio da tabela para trás, não luto por pódios, e neste caso até tinha 5 colegas meus à minha frente por isso nem para a classificação por equipas contaria, a minha luta é contra mim e contra o relógio, o que me interessa é o meu tempo final, não é se acabo no lugar 150 em 200 ou se sou desclassificado.

Quando estava a acabar a primeira volta passo por dois colegas meus a Diana (que foi a 3ª classificada feminina) e o Paulo. Nessa altura, a meio do percurso, estava com menos de 50 minutos de corrida, por isso o meu objectivo de bater o meu record estava intacto. No entanto nessa altura começou a doer-me mais o joelho esquerdo, algo que já me vinha a incomodar ligeiramente desde o fim do ciclismo, e quando acaba o quilómetro 13 tive de diminuir um pouco a velocidade. Quando vou a passar pelo pinhal vem o tal árbitro a andar em sentido contrário, ainda pensei eu perguntar-lhe se já me tinha desclassificado, como provocação, mas achei que lhe estaria a dar mais importância do que ele merecia. Dali até ao fim foi gerir, não queria massacrar muito o joelho para não me lesionar, mas queria acabar. Ainda fui ultrapassado por 3-4 corredores, o que não é nada habitual no final de um triatlo, mas acabei. O tempo final foi de 5h21m32s, ainda fiquei algo longe do meu record, mas talvez um dia destes o consiga bater. E ainda acabei por contar para a classificação da equipa, não fui desclassificado, e o Mário que tinha sido o primeiro da equipa foi desclassificado ainda não sabemos porquê, mas pronto deve ter sido mais uma picuinhice da arbitragem.

quarta-feira, junho 20, 2018

Lisboa - Fátima

Há algum tempo que queria fazer o tradicional caminho do peregrino que parte de Lisboa e vai até Fátima. Depois da data típica do peregrino, e de vários amigos meus terem ido fazer o caminho de bicicleta, comentei no trabalho que gostava de experimentar fazer o caminho, visto já ter percorrido imensos sítios de bicicleta, e um caminho tão tradicional como o de Fátima nunca ter feito. Foi aí que entrou o João Maria, não era tarde nem era cedo, marcámos logo provisoriamente a data de 16 de Junho para ir fazer a nossa voltinha de bicicleta e convidámos vários amigos que se quisessem juntar a nós para um dia de ciclo-turismo até Fátima. Acabámos por juntar um grupo de 5 ciclistas, nós os 2, o Romão que eu não conhecia e era amigo do Maria, o Faneca com quem já tinha feito alguns passeios destes e o Gonçalo, o filho do Faneca.


A primeira parte da nossa jornada foi acessível, já conhecia o caminho porque é coincidente com o de Santiago de Compostela, apesar de algumas pequenas alterações devido a melhoramentos nos trilhos, novos passadiços, etc, e foi bastante divertido recordar a passagem por aquele caminho. Chegada a Valada e a primeira paragem para a bifana. Nessa altura estava a começar a sentir dores nas costas o que me preocupou, ainda estávamos a meio do caminho e a parte mais complicada ainda estava para vir. Até Santarém até se geriu bem o desconforto, depois daquela paragem de 1 hora em Valada as costas estavam mais aliviadas. Em Santarém a paragem já foi um bocadinho mais rápida e seguimos caminho para enfrentar a parte mais dura do caminho.

Um pouco mais à frente parámos à entrada de um estradão onde está um senhor com um barracão dedicado aos peregrinos, ainda estivemos lá algum tempo à conversa e a tirar umas fotos. A partir daqui foi a doer, tive de apear a primeira vez numa subida íngreme onde me fugiu a roda da frente por ir numa mudança leve, e depois devido à inclinação não consegui voltar a montar até um ponto em que a subida aliviava um bocadinho. A próxima paragem foi no Arneiro das Milhariças, estavam lá as festinhas da terra e estivemos outra vez mais de 1 hora a comer e a beber. As minhas costas estavam cada vez pior, já começava a não ter posição em cima da bicicleta, e o grupo tinha de diminuir a velocidade para eu os conseguir acompanhar, e segundo eles ainda faltavam subidas bem duras.


Até os Olhos de Água houve mais uma subida complicada mas que consegui passar. Aí fizemos uma paragem rápida para o café e preparar para entrar na Serra d'Aire, agora sim ia doer. A primeira subida consegui fazer com alguma dificuldade sem ter de apear, muito dura mesmo ainda por cima já com mais de 110 kms nas pernas. Na subida a seguir a Monsanto tive de apear, aí por falta de força, foi a primeira vez que me comecei a sentir realmente cansado, além das dores de costas estava a começar a sentir alguma fadiga, apesar de ter comido bem e hidratado bem ao longo do dia, com aquele imenso calor e esforço acumulado as pernas estavam a começar a não querer responder.

A meio da subida antes de Minde, já em alcatrão tive de pedir ao grupo para parar, há muito tempo que não me sentia assim, senti-me totalmente esgotado, sem forças e a precisar de um saco de soro directamente na veia. A coisa não estava mesmo nada fácil, já me doía tudo, o corpo não queria responder e só pedia para que as subidas parassem, não ia desistir de maneira nenhuma apesar de todo o meu corpo dizer para eu parar. Ao fim de 5-10 minutos deitado no chão de pernas para o ar lá arrancamos novamente e devagar. Como a subida era em alcatrão, calmamente lá chegámos ao topo e consegui recuperar o ritmo cardíaco, respirar normalmente e concentrar-me para a descida que aí vinha. A descida foi das partes mais divertidas do percurso, larguei-me estrada abaixo e cheguei aos 70km/h, finalmente estava a voltar a divertir-me.

Em Minde nova paragem um bocadinho mais demorada, beber um batido de morango que soube como se tivesse sido o melhor do mundo e um pão com chouriço. A subida que faltava estava a preocupar-me, estavam a dizer que era bastante difícil e eu não estava em grande condição física. Contudo só tive de apear uma vez em toda a subida e foi numa zona algo técnica e inclinada que noutras condições até passava, mas antes que caísse preferi seguir um bocadinho a pé. O fim da subida parecia não acabar, as eólicas que assinalavam o fim da subida pareciam estar mesmo ali mas nunca mais lá chegava. A seguir à subida era simples até Fátima, voltámos a aumentar a média para mais de 20km/h e foi bastante rápido até Fátima. A chegada ao cair da noite foi espectacular, fui poucas vezes a Fátima, mas sem dúvida que esta foi a melhor, o cair do sol atrás da catedral deu uma paisagem belíssima. Sofri como há muito não sofria, mas voltava a fazê-lo, obrigado aos meus excepcionais companheiros de viagem pela paciência que tiveram comigo, foi uma viagem memorável.

segunda-feira, junho 11, 2018

Swim challenge Cascais

Que belo dia que poderia estar no dia de Portugal para uma bela prova de natação de águas abertas, poderia, mas não esteve, chuva, água gelada, a única coisa que se aproveitava era o mar estar calmo. Depois da má prova de natação no triatlo de Oeiras estava com algumas expectativas para ver o que iria dar esta prova, quase 200 pessoas à partida para uma prova de 3,8kms a nadar é algo notável, ainda para mais a começar às 8h30m de uma manhã chuvosa e fria.


Arranquei rápido para tentar fugir à confusão, até à primeira bóia que estava a cerca de 250m da margem foi a dar forte para chegar à bóia antes da grande confusão, passei a bóia ao lado do Vítor que é um nadador muito melhor, e que acabaria com menos 8 minutos que eu, por isso sabia que estava acima do meu ritmo. O resto desta volta foi a ajustar, fui sendo passado por alguns grupos tentando permanecer o máximo em cada grupo. Quando acabei a primeira volta estava com cerca de 35m30s, o que abria a perspectiva de um óptimo tempo final talvez até abaixo de 1h10m que seria claramente o meu record.


A segunda volta foi mais estável a nível de grupos, consegui ir sempre junto a alguém não havendo grande oscilação de ritmo até à bóia mais distante. O que não estava bem era o meu fato, devido aos imensos remendos que já tem no ombro e axila esquerda, estava a começar a ficar com queimaduras por fricção, se em distâncias mais curtas não me incomodava, agora estava mesmo a tornar-se um problema. Quando iniciei o retorno estava com 55 minutos, sabia que 15 minutos para retornar seria apertado, por isso decidi acelerar um pouco o ritmo e tentar imprimir mais força nas braçadas. Nessa altura estava só com um nadador que ia quase sempre ao meu lado, parecia-me o Rui pela maneira como entrava com a mão na água, mas não tinha a certeza se era ele. Quando estava quase a chegar à última bóia bate a 1h10m, não ia conseguir baixar da barreira de 1h10m, mas como estava com outro nadador à minha frente e o Rui (que eu não tinha a certeza que era ele) não me largava os pés, decidi que era dar tudo por tudo para quando chegasse à areia estar pelo menos ao lado do nadador que estava à minha frente, e depois provavelmente como corro bem e estou habituado às transições seria mais rápido a passar da posição vertical para horizontal e a chegar à meta em corrida. Assim foi, e o Rui também ainda conseguiu ultrapassar o outro nadador, acabei com 1h13m36s na posição 100, com menos 9 segundos que à 2 anos, num percurso tão grande engraçado que foram uns míseros 9 segundos de diferença. A única coisa que correu menos bem foi a distância que fiz, foram quase 4 km, o que me indica que não estive assim tão bem a nível de navegação e não andei tão a direito quanto devia.

segunda-feira, junho 04, 2018

Dia da criança em Cascais

Não sei quem foi o responsável pela iniciativa, mas tenho de lhe tirar o chapéu, os festejos do dia da criança em Cascais só foi pena ser 1 dia, porque estava realmente bem organizado, com imensas actividades e orientado a crianças de diferentes idades. Desde as actividades mais lúdicas (insufláveis, paredes de escalada, campos de ténis, rapel, etc) até actividades mais sérias (regras de trânsito, rastreio dentário, pulseiras de localização), podia-se encontrar um pouco de tudo. Foram algumas horas muito bem passadas e o Francisco adorou o passeio que é o mais importante.


terça-feira, maio 29, 2018

Triatlo Oeiras 2018

Este foi o primeiro triatlo do ano, e já estava com algumas saudades de fazer triatlo e reunir-me com a equipa. O dia estava com condições meteorológicas excelentes para a prática de desporto, a temperatura amena, sem vento, e as condições do mar óptimas como eu nunca tinha visto nas últimas 5 edições do triatlo de Oeiras. Em primeiro lugar os meus parabéns à organização, ter partidas divididas por escalões foi uma óptima solução para o problema de ter imensos atletas inscritos, evitou a típica confusão no início do segmento de natação, aliás posso dizer que provavelmente foi o segmento de natação menos confuso que fiz alguma vez num triatlo curto. Pessoalmente não me senti muito bem neste segmento, bastante ofegante sem nenhum motivo aparente e só depois da viragem da primeira bóia senti que a minha natação estava mais fluída. Acabei quase com 14 minutos o segmento.

No segmento de ciclismo formou-se rapidamente um grupo de 5-6 ciclistas onde rodávamos a uma velocidade bastante boa. Mas nunca me senti confortável no grupo, senti sempre que estava em esforço, e quando chegámos à subida do Alto da Boa Viagem, acabei logo por ficar para trás não conseguindo seguir com o grupo e baixando bastante a velocidade. Após a viragem em Algés voltei a conseguir entrar num grupo que me apanhou, mas a história repetiu-se e quando cheguei novamente à subida em sentido inverso do Alto da Boa Viagem fiquei para trás. À chegada a Paços de Arcos vem outro grupo e tento seguir com o grupo, mas não estava a conseguir igualar a velocidade do grupo, já estava muito perto da cauda do grupo e a pensar que não conseguiria seguir com eles, quando o Nélson foi o salvador da pátria e deu-me um ligeiro empurrão que foi o suficiente para eu conseguir seguir com o grupo. A velocidade aumentou e estava mais descansado, só vantagens, e foi a única altura que me senti bem em todo o segmento. Ainda partilhei a minha água com o Nélson, mas a ajuda que ele me tinha dado tinha sido muito superior.

À saída do parque de transições para o segmento de corrida, junto à zona de abastecimento, há um idiota que me dá um toque no calcanhar e eu quase que vou ao chão. Em vez de pedir desculpa como era natural ainda refila que eu não ia a direito, claro, uma estrada tão grande ele queria-me passar junto à mesa de abastecimento quando eu me aproximava para apanhar uma garrafa de água. A pressa era tanta e a velocidade dele era tão grande que passados 200 metros já o estava a ultrapassar e a deixá-lo "apeado". Sem dúvida que este é o meu melhor segmento, sentia-me bem, solto, a ultrapassar imensos atletas. No final da primeira volta o Filipe ainda chega ao pé de mim, passei-lhe a minha garrafa de água que ele não tinha conseguido apanhar nenhuma e incentivei-o para acabar forte. O tempo final não foi grande coisa apesar da óptima recuperação no segmento de atletismo, acabei acima de 1h10m.


AnoTempo finalS1T1S2T2S3
20141h14m51s15m11s2m55s35m09s1m06s20m30s
20151h12m04s13m24s3m03s32m46s1m32s21m32s
20161h02m59s11m08s2m49s28m56s56s19m07s
20171h07m40s11m31s3m04s30m20s1m10s21m34s
20181h10m48s13m54s2m55s33m50s1m03s19m06s

Olhando para a tabela dos meus tempos das minhas participações no triatlo de Oeiras, é claro como água o que se passou na minha prova e claramente há uma relação directa com o tipo de treino que ando a fazer. O atletismo estou tão ou mais forte como quando andei a treinar para o Ironman, o ciclismo está pela hora da morte, quase não consigo treinar e isso reflecte-se claramente, o segmento da natação para mim é um mistério, sinto que tenho treinado bem, as condições do mar estavam propícias a bons tempos, mas não me senti bem dentro de água e o tempo indica que não fiz um bom segmento. A próxima prova que vou ter será o swim challenge, numa distância de 3,8 kms e aí poderei averiguar se realmente foi um mau dia de natação ou se realmente não estou tão bem quanto pensava.

segunda-feira, maio 07, 2018

Eco maratona Lisboa 2018

Desde o Ironman que não tinha voltado a fazer uma maratona, não me tinha sentido suficientemente desafiado para o fazer, mas devido à dificuldade do percurso a Eco Maratona de Lisboa chamou-me a atenção, e vi aqui um desafio interessante e diferente do que estou habituado.

A semana antes da prova não foi propriamente a melhor a nível de preparação, andei durante 2 dias bastante mal disposto, a vomitar, com diarreia, a comer mal e a desidratar, além disso mal consegui treinar. Mas devo de admitir que esta nem era a minha maior preocupação, estava mais preocupado com os meus joelhos, já há muito tempo que não corria mais de 30kms e normalmente quando corro distâncias maiores os joelhos começam a doer. Antes da corrida lá passei o belo do Voltaren nos joelhos e rezei a todos os santinhos para que não me doessem.

O dia estava demasiado quente, a sorte é que a corrida iria decorrer quase inteiramente em Monsanto onde as árvores nos iriam abrigar do calor. Na linha de partida começo a olhar para toda a gente que não era muita, e eram só cromos da corrida, pareciam-me todos super batidos, super bem preparados, ao ponto de pensar para mim que o importante era acabar e tentar não ficar nos 10 últimos. Olho para um rapaz de sandálias e pensei que pelo menos à frente deste devo ficar, quem se lembraria de fazer uma maratona trail de sandálias?

A corrida começou bastante calma a um ritmo que não deveria ser superior a 4m30s/km, ainda pensei em seguir com o grupo da frente, mas aquilo era uma maratona, por isso era melhor conter o meu ímpeto e seguir ao ritmo mais confortável possível e deixar passar quem quisesse passar sem tentar ir atrás. Por volta dos 4 km de corrida passa o rapaz das sandálias por mim e pensei que nem este ia ficar atrás de mim, devo estar mesmo a deixar-me ficar para os últimos lugares. Ainda lhe perguntei como era possível fazer uma maratona de sandálias, ao que ele me respondeu que estava em vantagem porque ia mais leve. Mas pouco depois demos a volta e comecei a ver em sentido contrário os corredores que iam atrás de mim, e ainda eram muitos e alguns já com má cara, por isso pensei que dos últimos lugares me iria livrar.

Durante algum tempo andei a passar alguns corredores nas subidas que posteriormente passavam por mim nas descidas e isto durante algum tempo. Por volta dos 7 kms segui durante algum tempo com o meu primeiro companheiro de corrida o Ulisses Nunes. Partilhámos experiências de corridas antigas, de desafios, e fomos ali na conversa de modo a que a corrida custasse menos. Como estávamos os 2 a gerir a prova, foi uma óptima companhia para ir controlando o ritmo de uma maneira inteligente. Aos 10 km ia com 57 minutos de prova na posição 31 da geral, se conseguisse continuar a este ritmo seria óptimo, pois com a elevada altimetria da prova seria bastante difícil fazer melhor.

Aos 14,5 kms cruzámos com a prova da meia maratona que tinha saído 1h depois de nós, e por sorte o João Maria viu-me e seguimos juntos, visto que o percurso seria o mesmo durante algum tempo. Por volta dos 17 km disse ao Maria para seguir sem mim, estávamos a entrar na subida ao lado da A5, ele tinha menos 11 kms nas pernas e menos 1h de prova que eu, e senti que não devia de ir ao choque com ele, além disso quando ele acabasse para mim ainda me faltaria cerca de 1h de prova, por isso não me podia desgastar tão cedo na prova. Por volta desta altura também perdi o Ulisses, durante a subida ele não conseguiu seguir comigo e ficou para trás.

Aos 20kms estava com 1h51m15s de prova na posição 28, tinha recuperado 3 lugares, muito graças à subida onde sou mais forte que a maioria. Tinha demorado 54m15s nos segundos 10 kms de prova, estava mais rápido, apesar de ser relativo comparar devido à imensa altimetria da prova que era diferente ao longo do percurso. Por volta dos 20,5 kms fiquei com o meu 2º companheiro de corrida, o João Antunes, comentámos entre nós que o facto de termos ido juntos com a meia maratona, mesmo que fosse inconscientemente, tinha feito com que aumentássemos o ritmo. Ao quilómetro 22,5 apanhei o rapaz das sandálias, ainda lhe disse para seguir connosco, mas ele respondeu que não era o dia dele e ficou ao seu ritmo. Por volta dos 24 kms numa descida mais acentuada deixei o João seguir, ele estava bem e preferi seguir no meu ritmo.

Ao quilómetro 26 no 3º posto de controlo, estava na posição 26, tinha conseguido recuperar mais 2 lugares. Ali por volta dos 28 kms foi quando me senti pior, sentia-me cansado e parecia que estava a quebrar o ritmo, apesar de não estar a ser passado por ninguém também não estava a conseguir manter o meu ritmo nem via ninguém. E andei assim para aí durante uns 8 quilómetros, meio em gestão, sem grande motivação porque não via ninguém nem atrás nem à frente. No posto de controlo aos 30 kms estava na posição 25, mesmo quebrando o ritmo tinha recuperado mais uma posição e estava com 2h49m25s de prova, tinha demorado 58m10s nos terceiros 10 kms de prova.

A minha motivação só voltou perto dos 35 kms quando voltei a ver um corredor à minha frente. Comecei a contar o tempo e ele estava cerca de 30 segundos à minha frente, decidi por enquanto não aumentar muito o ritmo e calmamente ir chegando ao pé dele. E logo na subida seguinte ele começa a andar, tarefa facilitada, passei por ele a correr e ele nem tenta vir comigo. Quase a chegar aos 36 kms havia um posto de abastecimento onde vi mais um corredor à minha frente que estava a demorar um pouco a comer e a beber no posto de abastecimento. À saída do posto deveria levar 15s-20s de atraso em relação a ele. O terreno era maioritariamente a descer e estava com alguma dificuldade em fechar o espaço, mesmo tendo aumentado o ritmo, mas lá consegui ir-me aproximando progressivamente. À entrada do quilómetro 37 havia uma pequena subida e decidi que era ali, já faltava muito pouco para o final e era queimar tudo o que tinha ali para o passar e deixar definitivamente para trás, apesar de saber que a subida final até o parque Eduardo VII me iria favorecer mesmo no final preferi cavar logo ali algum tempo para poder gerir no final. Aos 38,5 km olhei para trás e já tinha aberto uma boa distância que me dava algum conforto até ao final, mas como estava com boas sensações continuei a apertar o ritmo. Quando cheguei à última subida junto ao Jardim da Amnistia Internacional, a distância ainda tinha aumentado mais e sabia que poderia fazer a subida final tranquilamente. Acabei com o tempo final de 3h58m33s, ainda abaixo das 4h quando inicialmente queria fazer abaixo das 4h30m para considerar um bom resultado, na posição 21 entre 101 corredores que acabaram. Não posso dizer que é o meu 2º melhor tempo de sempre na maratona porque a prova tinha 41,5 kms, mas não deixou de ser um óptimo tempo final.


Relive 'Lisboa Eco Maratona 2018'


sábado, abril 14, 2018

Viagem a Londres

O melhor que posso dizer da cidade é que facilmente me via a viver lá, está bem que segundo me disseram apanhei os melhores dias do ano a nível meteorológico, e o mau tempo é o meu principal problema com o Reino Unido, mas fiquei realmente enamorado pela cidade.

Os dois primeiros dias foi em trabalho, finalmente após quase 4 anos a trabalhar na Sky, fui conhecer o campus da Sky perto de Londres. Fiquei totalmente espantado com a dimensão e organização. Logo para começar há autocarros, gratuitos para trabalhadores da Sky, que vão constantemente entre as estações de metro mais próximas e o campus da Sky. Os refeitórios e restaurantes são óptimos e com comida a preços bastante reduzidos, os edifícios são super bem organizados e os mais recentes são bastante bonitos. Podemos ver as gravações e noticiários que estão a ser gravados no momento, temos um cinema, mais uma vez gratuito, ginásio a baixo preço, estacionamento enorme para bicicletas, sim em Londres a bicicleta é um verdadeiro meio de transporte. Apesar do mau tempo habitual há imensas pessoas a andar de bicicleta a qualquer hora do dia, quando oiço que é estupidez fazer ciclovias em Lisboa só me apetece chamar a essas pessoas de estúpidos e ignorantes, sim Lisboa é muito mais acidentada e daí? Londres, assim como a maioria das capitais e países por essa Europa fora, são muito piores a nível de meteorologia e não é por isso que a bicicleta não é um meio de transporte largamente usado e respeitado.


Na 6ª feira ao final da tarde fui para o Hotel onde ia passar o fim-de-semana perto da Tower of London. Já tinha combinado com o Nuno que iríamos correr em Londres, então aproveitámos para ir conhecer o Victoria Park, que de outra maneira não iríamos ter tempo de conhecer. Talvez a coisa que me deixou mais mal impressionado em Londres foram os barcos-barracas atracados na ribeira do parque, isso e os sacos de lixo espalhados pelos passeios à espera de serem recolhidos. A história do pessoal se juntar na 6ª feira a tarde depois do trabalho nos pubs, não é história, é a mais pura das verdades, conforme íamos a correr os passeios frente aos pubs estavam totalmente apinhados de pessoal. Nessa noite fomos jantar perto de Leicester Square e como já que estávamos ali fomos à loja dos M&M. Só entrar lá é uma overdose de chocolate devido ao maravilhoso cheiro, é giro de conhecer mas um conselho, quem quiser comprara M&M compre no aeroporto, é metade do preço.


Mas no sábado é que foi, era o dia que tínhamos inteiro por nossa conta para conhecer o máximo que conseguíssemos, andámos cerca de 25kms mas valeu a pena. Começámos por ir à Tower Bridge (não tenho a certeza mas creio que foi a única ponte que sobreviveu à segunda guerra mundial), passagem pela Tower of London e pelo Tower Hill Memorial, onde há uma homenagem a todos os tripulantes de marinha mercantil que sucumbiram durante a segunda guerra mundial, aliás há imensos sítios de Londres onde se percebe o impacto que a guerra teve sobre a cidade, desde memoriais até a faixadas que se percebe que foram atingidas por tiros. 

Apanhámos o metro para perto do London Eye, passámos a ponte em direcção ao Big Ben (que pena estar neste momento em reparações), vimos a Abadia de Westminster, passámos à entrada da Downing Street e seguimos por St James Park em direcção ao Palácio de Buckingham. Subimos Hyde Park, onde fizemos uma pequena pausa junto ao lago para descansar os pés e pernas, passámos junto ao memorial da princesa Diana e fomos ver o Science Museum. Uma curiosidade dos locais culturais em Londres é que ou têm entradas extremamente caras ou então são à borla e simplesmente pedem um donativo à entrada, o Science Museum é um desses casos.


Mesmo ao lado do Science Museum está o Natural History Museum, que era o sítio que tanto eu como o Nuno mais queríamos conhecer em Londres, mas estava uma fila interminável, talvez por também ser gratuito e ser sábado. Então decidimos que no dia seguinte o museu abria às 10h e nós estaríamos lá meia hora antes. Como já era um bocado tarde fomos almoçar a um Five Guys ali ao pé. A seguir ao almoço não havia descanso, fomos de metro até ao Madame Tussauds, onde não íamos entrar mas queríamos passar por lá, fomos ao Regent's Park e seguimos em direcção a Leicester Square onde o Nuno queria ir à loja da Lego. Pelo meio e por engano ainda passámos pela China Town de Londres, e eu a pensar que só havia bairros de indianos, afinal também há um sítio de grande concentração de chineses. Apesar da comunidade indiana ser mesmo enorme em Londres, e que sotaque difícil de entender eles têm, a cidade é muito pluricultural onde nos cruzamos com facilidade com pessoas de diversos países.

Depois disso descemos em direcção ao rio onde ainda visitámos a National Gallery, mais uma vez a entrada era um donativo. Devo de admitir a minha ignorância em relação a pinturas, aquilo era tudo extremamente bonito, mas não percebia nada, nem conhecia grande parte dos pintores, até que chegou a um ponto que disse ao Nuno que já estava farto de ver quadros. Passámos então por Trafalgar Square e apanhámos o metro para o hotel, estávamos tão moídos que decidimos ir descansar a ver um filme até à hora do jantar. Arranjar um restaurante para jantar foi um desafio, sábado à noite pensava eu que seria outra noite de pubs cheios mas não, é sim de restaurantes cheios, sem reserva foi uma sorte termos mesa para jantar.

No dia seguinte saímos de malas e bagagens directos para o Natural History Museum Ao contrário dos dias anteriores, no domingo estava a chuviscar e ainda estivemos uns 40 minutos à espera junto à porta de entrada, contudo valeu a pena a espera, primeiro porque fomos os primeiros da fila e passados poucos minutos de lá chegarmos estava formada uma fila enorme, e depois porque o museu vale mesmo a pena ser visitado. Grande parte da exposição é centrada na geologia, pedras, vulcanismo, terramotos, etc. Contudo a parte que mais gostei foram os esqueletos de dinossauros e animais pré históricos. Depois de uma manhã inteira no museu fomos directos ao aeroporto, já não havia tempo para mais, mas Londres é um sítio a voltar, adorei a cidade e ficou ainda tanto por ver.