sexta-feira, dezembro 06, 2024

Troféu de Oeiras - Milha de Queijas

Esta foi a primeira vez que fiz este percurso no Troféu de Oeiras, e foi a primeira vez também que fiz uma prova de distância tão curta. Na semana antes da prova fiz um treino em que fiz duas séries com a distância de uma milha para ver mais ou menos quanto tempo demoraria. Na primeira fiz 6m40s e na segunda já com o cansaço acumulado 6m50s. Era um mau tempo mas acreditava que em prova conseguiria fazer menos de 6m30s. Se fizesse abaixo deste tempo já me daria por feliz.

No dia antes da prova comecei a sentir-me mal, totalmente entupido, com dificuldades em respirar e mal disposto, pelo quase não comi no dia antes e na noite antes da prova mal dormi por me custar a respirar. Bem, iria dar o meu melhor, numa distância tão curta é cerrar os dentes e aguentar o sofrimento. Saí ao máximo que consegui, e passado 200 metros consegui estabilizar num ritmo constante. Conforme dou a volta a estrada inclina ligeiramente e foi na altura que me senti pior. Tinha de aguentar as pernas dormentes e o coração a bater descontroladamente. Até ao final foi sofre para não baixar muito o ritmo, na reta da meta ainda fui ultrapassado por outro corredor, mas já ia no meu limite por isso não consegui dar aquele pico final que normalmente dou. Tempo final de 5m56s muito bom, mesmo tendo em consideração que a prova não tinha exatamente a distância da milha mas sim a rondar os 1550m. Mesmo que fosse a distância da milha teria feito à volta de 6m05s-6m10s, o que teria sido bem melhor do que nos treinos. Com uma média de 3m50s/km não foi mau, apesar de ter terminado só no 24º lugar no meu escalão entre 48 corredores, estou no caminho certo para recuperar a minha forma.

quinta-feira, dezembro 05, 2024

Jantar na Plataforma 9 3/4

Não sou de longe um fã da saga do Harry Potter, nem consegui acabar de ver o primeiro filme de tão chato que achei, contudo é só a minha opinião e a verdade é que estou quase contra todo o Mundo. Por exemplo, nem sabia que o nome do restaurante se devia ao nome da plataforma do comboio onde os personagens desta saga apanham o comboio lá para o Mundo dos feiticeiros, espero não estar a cometer nenhum erro pois só vi esta parte do filme.


Vamos esquecer o valor da refeição, que dava para ir jantar a um restaurante estrela Michelin, porque o que na verdade considero que se esteja a pagar seja todo o espetáculo, ir a este restaurante tem de ser encarado como ir a uma casa de fados, vamos comer sim mas ver um espetáculo ao mesmo tempo. Já que estamos a falar da comida, apesar de ser simplesmente rodízio de pizzas, estas são muito boas, e não é preciso estar preocupado em passar fome porque vêm umas 10-12 fatias de pizza diferentes, já não consigo precisar com certeza a quantidade, mas mesmo para pessoas que comam bem é suficiente. Os cocktails também são muito bons e servidos em belas canecas, sendo que alguns ainda trazem fios de esfregão de aço à volta que é incendiado quando chega à mesa.


Falando do espaço, é belíssimo, com imensos detalhes e mesmo para um não fã, achei os detalhes deliciosos como nos transportassem para dentro do filme. Além do espaço ainda têm uma apresentação teatral inicial, a meio da refeição uma atividade para as crianças e o que mais gostei, um mágico que vai passando entre as mesas fazendo pequenos truques mas muito eficazes, ao ponto de não ter a mínima pista de como ele fez alguns. A experiência (sim a palavra experiência é a mais correta de ser aplicada aqui) vale a pena, e acredito que para quem gosta de Harry Potter deve ser um deleite, não tenciono voltar porque é demasiado caro, mas aconselho a ir uma vez para conhecer.

quarta-feira, dezembro 04, 2024

Veneza

Um dos países que mais tinha gostado de visitar foi a Itália. Aproveitando um fim-de-semana prolongado, decidi ir conhecer Veneza, um dos locais mais conhecidos de Itália. Chegado à entrada de Veneza, onde deixa de haver carros e passam só a haver barcos, o meu primeiro choque. Estava à espera do barco-táxi quando vejo um dos condutores de barco a fumar e a mandar a beata para o canal. Então não cuidam do seu ganha pão? A poluir assim gratuitamente a água do canal, não percebem que estão a destruir o que faz com que os turistas visitem Veneza? Bem talvez por isso se via muito pouca fauna, esperava ver muitos mais animais marinho, mas em todos os dias que lá estive em Veneza só vi um bando de patos e umas garças.

Mesmo estando em época baixa havia imenso turismo, ao ponto de ser desagradável andar pelas estreitas ruas e ruelas da cidade. O meu melhor amigo em Veneza foi o google maps, com tanta ruazinha ao início foi bastante complicado manter-me orientado, se nos últimos 2 dias melhorou ao início andava sempre a olhar para o mapa. O problema é que existem 3 pontes principais para atravessar entre ilhas, a Ponte Degli Scarlzi que ficava ao pé do nosso hotel, a Ponte di Rialto e a Ponte Dell Accademia, se falhássemos as pontes quando queríamos atravessar tínhamos de dar uma volta enorme. E normalmente até apontava o google maps para a ponte que queria senão ele dava-me o trajeto mas atravessando o canal de barco, coisa que não queria.

As ruas na sua maioria eram extremamente estreitas e de noite, devido à falta de iluminação, pareciam saídas de um filme de terror. Contudo nunca me senti inseguro, tirando os carteiristas e os esquemas de apostas ilegais de rua, não havia qualquer tipo de criminalidade, além disso haviam sempre pessoas a passar nas ruas e se me quisessem roubar o que levavam? Fraldas, toalhitas, roupa de bebé, fruta, bolachas, papa de bebé...acho que não era algo que fosse muito útil.

Falando de roubos, tudo o que está à venda é um pequeno roubo, os preços são super inflacionados, facilmente coisas básicas como roupa, candeeiros, colares, chegava aos milhares de euros. O café mais barato que bebemos foi 3€, um verdadeiro absurdo. Andar de gondola custava 90€ de dia e 110€ à noite, por uma volta de 30 minutos, por esse preço tinham de me trazer de volta a Portugal atravessando o Mediterrâneo. A única coisa que achei em conta foram os gelados, aqui em Portugal os gelados artesanais italianos são mais caros que em Veneza.

Voltando ao assunto da limpeza, ou da falta dela neste caso, as ruas eram sujas, com papeis, plásticos e beatas por todo o lado. Um dos fatores que pode potenciar isso é a falta de caixotes do lixo, houve uma vez que andei com lixo na mão mais de 15 minutos até achar um caixote. A recolha do lixo é feita em pequenos carrinhos, como os limpadores de rua aqui em Portugal, e depois existem barcos lixo, mas a implementação da limpeza não funciona nada bem.

Indo para as partes boas, Veneza, tal como toda a Itália, é cultura, é história, é arte. Visitámos as novas prisões, que estão desativas, e acabámos por ter uma aula de história sobre como se puniam os criminosos ao longo da história. Ficámos a conhecer as bocas de leão, que basicamente eram caras de boca aberta localizadas em algumas paredes, onde se podiam colocar papeis na boca em que se escrevia uma acusação contra alguém. Devido às inúmeras acusações infundadas, as caras foram retiradas sobrando só 4, duas no Pallazo do Ducale e outras duas localizadas noutros pontos da cidade. Aproveitámos e no dia seguinte fomos fazer uma busca pela cidade para encontrar uma dessas caras, e lá estava ela no sítio indicado.

Depois da visita às prisões visitámos o Pallazo do Ducale, que vale imenso a pena a visita. A visita é longa pois há muita coisa para ver, uma grande quantidade de arte e arquitetura, absolutamente fabuloso, imperdível para quem vai a Veneza. As filas de entrada são dissuasoras, mas vale a pena a espera. O bilhete de entrada para o Pallazo do Ducale também dava acesso ao Museo Correr e ao Museo Archeologico, e como é tudo na Piazza San Marco é muito fácil fazer todas estas visitas num só dia. Contrariamente aos preços das restantes coisas, visitar todos estes sítios fica barato, ainda para mais quem for em família e adquirir o bilhete familiar.

E vou acabar com com o que para mim, foi a melhor parte da viagem, a visita a Murano, Burano e Torcello. Para viajar até estas ilhas comprei o passe de 24h para os transportes públicos de Veneza, ou seja, para o barco público, uma espécie de ferry do Tejo. Mais uma vez, apesar de estarmos em época baixa as filas para o barco eram loucas, ao ponto de não conseguirmos entrar no barco e termos de esperar que viesse outro barco. E apesar de estarmos com uma bebé, ali a prioridade é pela carteira, ou seja, se comprar o passe prioritário que é mais caro passo a frente, se não, e apesar de ter uma bebé de 8 meses tinha de esperar como os restantes, parvoíce…

A primeira paragem foi em Murano, a ilha do vidro. Fomos ao Museu do Vidro que vale muito a pena e depois passeamos pelas desafogadas ruas da ilha, indo visitar a fábrica e as inúmeras lojas de vidro. Basicamente o vidro é a economia desta pequena ilha e tudo gira à volta disso. De seguida, voltar a esperar pelo barco que nos levaria até Burano. Esta é a ilha dos bordados e do linho, todas as lojas giram à volta disto. Esta ilha tem a característica de ter as casas pintadas de cores vivas, dando-lhe uma beleza única. Por fim a ida a Torcello, uma pequena ilha agrícola com somente um canal, em que a única rua que existe vai do caís do barco até á Basilica di Santa Maria Assunta. Pequena mas linda e muito diferente de todas as outras ilhas. Na volta para Veneza ainda passámos no Lido, apesar de não termos saído do barco por ser já um pouco tarde, por isso não posso dizer que tenha ficado a conhecer. E porque preferi estas ilhas a Veneza? Beleza natural, limpeza dos espaços, mais espaços verdes, preservação das casas e essencialmente, muitíssimo menos turístico, muito mais fácil de andar de um lado para o outro sem estar sempre a tropeçar noutras pessoas.

Resumindo a viagem, é um local que deve ser visitado uma vez, mas uma vez é suficiente, não faço intenções de voltar a Veneza, conheci e pronto não há nada que me faça querer voltar, pois iria ser mais do mesmo.

terça-feira, dezembro 03, 2024

Visions of Atlantis

Os Visions Of Atlantis são das bandas que mais oiço e até agora gosto de quase tudo o que têm. Felizmente estabilizaram enquanto banda e com ótimos resultados, os últimos álbuns são fantásticos, e a nível de divulgação dos mesmos a prova que estão a fazer um bom trabalho é o facto de os ter ido ver pela 4ª vez sendo que a última tinha sido ainda o ano passado.

A nível de bandas de suporte acho que acertaram, pois foram duas bandas com uma sonoridade idêntica, o que é sempre sensato, pois quem vai ver os concertos vai pelos cabeças de cartaz, e se gosta dos cabeças de cartaz provavelmente vai gostar das bandas de suporte. A primeira não era bem uma banda, era uma vocalista em nome próprio que tocava guitarra e tinha uma banda a tocar para ela, a Seraina Telli. Um estilo muito próprio, diria mesmo excêntrico, com uma excelente voz e atitude em palco, de fácil interação com o público. Tenho curiosidade para ver onde ela irá chegar, se em nome próprio conseguirá ter a sua notabilidade, ou se no futuro se acabará por juntar a uma banda, pois voz e atitude ela tem.
Seraina Telli Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024

A segunda banda foram os Illumishade, e nota-se já aqui alguma experiencia e trabalho. Estes suiços têm um enorme potencial, com uma temática diferente dos piratas dos Visions Of Atlantis, mas com uma sonoridade muito idêntica. Gostei da maioria das músicas, a única coisa que tenho a apontar é a ordem da setlist, meterem 2 músicas melancólicas/baladas de seguida mata um bocado o ritmo e a dinâmica do concerto, no entanto isto foi um pequeno detalhe. Acredito que esta banda possa a vir ser mais falada no futuro, têm tudo para o conseguirem fazer, é só continuarem o bom trabalho.


ILLUMISHADE Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024

E finalmente era hora do concerto dos piratas. Infelizmente o baixista adoeceu e não conseguiu comparecer no concerto, felizmente o concerto não foi cancelado ou adiado. Mesmo sem o baixista (talvez o membro menos carismático da banda e o que a falta menos se nota), o concerto não deveu nada a concertos anteriores que eu vi da banda, ótima dinâmica entre membros da banda, ótima setlist, com as novas músicas de um excelente novo álbum, não esquecendo os clássicos da banda. Em Portugal já têm uma legião de fãs e de pessoas que os seguem, já não são a banda de baixo de cartaz que vi em 2019 em Vagos.


Difícil de destacar alguma música, talvez por gosto próprio destacaria a Clocks, mas é só por gosto próprio porque quase todas as músicas tocadas são excelentes. Assim como a interação da banda com o público, sempre a pedirem apoio, sempre num diálogo com o público, como já tenho dito várias vezes um concerto não é só música é muito mais que isso, e a comunicação com o público é algo que dou muito valor. Podem continuar a vir todos os anos a Portugal, que se a qualidade música se mantiver terão sempre a minha presença no concerto.

Visions of Atlantis Setlist RCA Club, Lisbon, Portugal 2024, Armada

segunda-feira, dezembro 02, 2024

Corrida da Prostata

De volta às provas depois de ter terminado a época do Troféu de Oeiras e de ter estado o Verão praticamente sem correr. O que posso dizer desta prova é que foi um choque de realidade, sabia que não estava em forma, mas muito longe de pensar que estava tão mal, em alguns meses com fraco treino regredi anos na minha capacidade de correr, vamos lá ver quanto tempo demorarei agora a voltar a uma forma aceitável, sim, já nem digo perto da minha melhor forma.


O início de prova foi normal, saí a controlar o ritmo sem ser demasiado ofensivo, e no final do primeiro quilómetro estava com uma média de 4m23s/km, claramente não estava a ir a todo o gás, no entanto não estava com muito gás, pois comecei do nada a sentir uma falta de forças, as pernas a não conseguirem responder e comecei a perder lugares e a diminuir o ritmo gradualmente. Ainda pensei que fosse só uma má fase, mas conforme avançava na prova cada vez me sentia pior, as perdas presas, dificuldades de respirar, as sensações eram péssimas. Passei na meta a primeira vez a meio da prova com um tempo de cerca de 23m30s, não era brilhante mas ainda não envergonhava demais, era o que esperava estando em má forma.

No entanto a segunda volta ao percurso foi um autentico tormento, só me apetecia andar, sentia que não tinha mais forças para continuar, há muito tempo que não me sentia tão mal e impotente numa prova, e numa prova de 10km não me lembro se alguma vez me senti tão mal. A única coisa que me valeu foi a força que a Liliana e a Clara me deram de fora, acho que se viessem a correr ao meu lado não as tinha conseguido acompanhar. Acabei a prova com o tempo de prova de 52m23s e tempo de relógio de 52m01s, não consigo perceber esta diferença visto que comecei o meu relógio quando foi dado o tiro de partida pois estava perto da linha de partida, eram poucas pessoas. O tempo de qualquer forma é péssimo, qualquer coisa superior a 50 minutos é vergonhoso para quem já fez 10km abaixo de 39 minutos. Vamos lá voltar a treinar para conseguir pelo menos os mínimos.