quarta-feira, junho 19, 2019

Tróia - Sagres - Dia 1

Já há alguns anos que não fazia a viagem de Tróia a Sagres em BTT, e nada o fazia prever que voltaria a fazer até há pouco tempo. Tudo começou quando estava a acampar em Porto Côvo com o Maria e o Fábio, e numa conversa comentei que o caminho de Tróia a Sagres passava ali. Ora o Fábio disse logo que gostaria de fazer, mas na altura não levei muito a sério, pensei que era um daqueles "gostava de fazer um dia". Bem, quando cheguei ao trabalho, no primeiro dia depois dessas férias já eles os dois estavam a fazer planos para a viagem, ao qual o Hugo também já se tinha juntado. 

Ora no curto espaço de um mês o Fábio e o Hugo esforçaram-se para se prepararem fisicamente para esta viagem, com a grande ajuda do Maria, inclusivamente o Hugo comprou uma bicicleta para conseguir fazer a viagem. Quanto a mim, estive quase todo o mês no "estaleiro" com uma infecção pulmunar que não me deixava fazer nada, pois qualquer mínino esforço me deixava ofegante. A minha tarefa acabou por ser definir o percurso visto ser o único do grupo que já tinha feito a viagem em BTT. Como das vezes anteriores ainda tinha feito grandes trajectos em alcatrão, especialmente no primeiro dia, queria algumas alternativas para "fugir" ao alcatrão. Para conseguir alguma ajuda falei com o Borja, o nosso colega galego que também tem muita experiência em viagens em BTT, e que me deu alguma dicas onde podia passar. Ora o percurso final acabou por ser um misto de sítios onde eu já tinha passado, onde ele já tinha passado, e algumas ligações que não conhecia de todo nem tinha a certeza se eram ultrapassáveis.


O dia da viagem chegou num instante, e não podia ter começado melhor. Estacionámos os carros na estação de comboio do Pinhal Novo e íamos de comboio até Setúbal para apanhar o primeiro ferry da manhã. Quando está a chegar o comboio o Maria diz - "Esqueci-me do telemóvel no carro, vou lá buscá-lo e vou a pedalar até Setúbal". Eu inicialmente até tinha a ideia de fazer isso, mas com mais tempo de margem, não tão em cima da hora do ferry. Nós os 3 fomos de comboio e depois calmamente até ao ferry e esperamos pelo Maria. Lá chegou ele 5 minutos antes do ferry, lavado em suor, mais ofegante que em qualquer outra altura durante toda a viagem.

O tempo estava impecável, sol, com pouco calor e um ligeiro ventinho pelas costas. Na Comporta entrámos pelos arrozais, um trajecto que nunca tinha feito e que é muito porreiro. Garças, cegonhas, uma beleza e tranquilidade natural foi tudo o que encontrei nesta zona. Nisto toca o telefone do Maria, era da creche do puto dele e era necessário ir buscar o miúdo. Como é óbvio, era impossível ele ir buscar o miúdo, então lá teve a fazer inúmeros telefonemas para resolver a situação. Saímos dos arrozais, entramos no Carvalhal e já quando estamos à saída do Carvalhal, numa rotunda, oiço um chiar atrás de mim, olho por cima do ombro, e vejo o Hugo a estatelar-se e o Maria a passar por cima da bicicleta dele. Felizmente foi só um susto e um pneu rebentado. Retomamos a marcha e passado 1 quilómetro novamente o pneu em baixo. Vimos onde era o furo, e desconfiámos que a fita ressequida da jante podia estar a furar a camara de ar. Improvisámos uma fita por cima dessa e aparentemente resolvemos o problema.


Como íamos pelo alcatrão estavamos a tentar voltar a um trilho. Na zona da Galé ainda tentámos apanhar outro caminho, mas era uma zona de areia demasiado fofa e alta então desistimos da ideia. Só a seguir a Melides é que conseguimos voltar a sair do alcatrão. Mais uma zona de arrozais, seguida pela parte mais complicada do dia, muita areia que tornava a deslocação extremamente complicada. Chegados a Vila Nova de Santo André era hora de almoço. O sítio escolhido para almoçar foi a Pizzaria Vera Itália, o local que escolho sempre nesta viagem para o primeiro dia, pizzas em forno de lenha, nunca desiludiu. A seguir ao almoço procurámos uma loja de bicicletas, precisávamos de camaras de ar e o Fábio tinha um prato empenado, a seguir a Vila Nova de Santo André dificilmente encontraríamos uma loja de bicicletas. Fomos ao Stand Coelho, onde fomos muito bem atendidos e simpaticamente resolveram o problema do prato empenado do Fábio de modo a retomarmos viagem o mais rapidamente possível.

Apesar de já serem 16h30m quando saímos de Vila Nova de Santo André estávamos tranquilos, já só faltavam cerca de 30 quilómetros e não tínhamos uma hora obrigatória de chegada. Apanhámos logo um pequeno trajecto em areia, mas foi curtinho e o último do dia. Até ao final do dia passámos por diversas herdades até chegar à Barragem de Morgavel. Dalí até Porto Covô foi uns instantinho. O Fábio e o Hugo estavam de parabéns, pela primeira vez tinham feito mais de 100 kms em um dia, aliás o máximo do Hugo era 40 kms. Para compensar o bom almoço, ao jantar levámos um barrete, fomos jantar ao Hortela da Ribeira, preços caros e qualidade insuficiente, bastava ir ver à internet informações sobre o restaurante que facilmente percebíamos a pouca qualidade que tinha. Hora de descansar que o dia seguinte seria o mais complicado da viagem.

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