quinta-feira, junho 14, 2012

Dia 2: Santarém - Tomar

Como tinha constatado no final do dia anterior que estava com um furo lento a primeira coisa que fiz foi mudar a câmara de ar por uma suplente que tinha levado. Como ainda não tinha comido nada fui ao café por debaixo da pensão e aí passou-se uma daquelas cenas à saloon do velho oeste, tudo a beber cerveja, vinho e afins logo pela manhã e chego eu e peço um copo de leite. A mulher um bocado incrédula ainda perguntou - "Leite?!?! Mas só um copo de leite simples?".

Iniciamos então o nosso 2º dia de viagem cheios de moral e boa disposição. Mas passados 10 minutos estava novamente com o pneu em baixo então apercebi-me que tinha levado uma câmara de ar que tinha para reparar ao invés de uma nova. Diz o Pedro com o peito inchado - "Não te preocupes que eu trouxe 3 suplentes". Começo a por uma das câmaras de ar dele e aquilo não entra na jante da roda...aquele banana tinha comprado 2 câmaras de ar 24' em vez de 26'.  Pus então a única câmara de ar de 26', o que significava que de 4 câmaras de ar suplentes que tínhamos no início da viagem agora eram 0.

A viagem seguiu então sem mais demoras por entre campos de milho, até que chegámos à Azinhaga, terra de Saramago. Aqui conseguimos um carimbo na igreja local e diga-se que apanhámos a única pessoa antipática de toda a viagem, uma senhora que não estava com muita vontade de nos carimbar as credenciais e como nessa altura ainda tínhamos poucos carimbos aturámos a mau fígado da senhora. Sabendo o que sei agora teria ignorado a senhora e desejado um bom dia e até nunca mais.


Entretanto passámos pela bela vila da Golegã onde se respirava por todo lado clima equestre e saímos então em direcção ao Entroncamento para uma paragem um pouco mais prolongada para o que seria o nosso almoço e na altura devo dizer que achei que não necessitávamos daquela paragem pois mais 20km e estaríamos em Tomar o nosso destino final do dia.

À saída da Atalaia saímos da estrada e entrámos num eucaliptal, um cheiro fabuloso mas mal sabia o que me aguardava. Pela primeira vez na viagem fomos obrigados a apear e a subir uma colina à mão e mesmo assim era extremamente difícil e penoso com o calor que estava.


Esta parte do dia foi muito dura digna de uma manhã de BTT e não estava nada nos meus planos. Mas ao mesmo tempo aconteceu uma coisa que me confirmou que tinha o parceiro certo de viagem, no fim de uma subida dura virei-me para o Pedro e disse-lhe - "Tive mesmo para parar, senão fosses tu a fazer pressão mesmo atrás de mim tinha parado." - E ele responde - "Senão tivesses tu a puxar eu teria parado.".

À chegada a Tomar fomos até à igreja S. João Baptista para mais um carimbo. Como estávamos em Tomar claro que teríamos de ir ao Convento de Cristo. Aí o sr. da recepção foi impecável, o carimbo só existia na saída do convento, então ele passou-nos um bilhete a custo 0 como se fossemos jornalistas, o que nos possibilitou visitar o convento à borla e ainda conseguir o carimbo no final.

Este foi o primeiro de quatro dia que fizemos couchsurfing e devo dizer que o nosso anfitrião foi um espetáculo.  O João é dono da loja de aluguer de bicicletas NaBike e aconselho a quem for a Tomar e quiser passear de bicicleta que se dirija a ele pois é uma pessoa 5 estrelas. O dia acabou com o João a partilhar connosco e com outros amigos dele algumas das suas histórias das suas viagens, algo enriquecedor conhecer alguma das suas experiências de vida.


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