segunda-feira, dezembro 11, 2023

Meia Maratona Descobrimentos

Há mais de um ano que não corria uma meia maratona, nem sequer em treino, o meu máximo deve ter rondado os 17kms em treino. Mas como otimista que sou pensei - Isto é só mais uma meia maratona como dezenas delas que já fiz, a bem ou a mal vou acabar. - quanto ao acabar não estava enganado, nunca pensei é que fosse tão a mal como foi.

Antes do arranque da prova encontrei o Júlio, com quem tinha corrido em Atenas, aquecimento entre dois dedos de conversa e aproveitámos para sair juntos. Arrancámos a um ritmo de 4m10s-4m20s/km, o que para mim estava ótimo, queria acabar abaixo de 1h35m, visto não estar na plenitude da minha forma, e aquele ritmo até me possibilitava ganhar alguma margem para o final. Por volta dos 4,5kms de prova percebi que não conseguia aguentar aquele ritmo, apesar de não me estar a sentir mal (ainda), decidi reduzir um pouco o ritmo, deixar o Júlio ir e eu ficar num ritmo mais confortável.

À entrada do quilómetro 8, passa o Filipe por mim a um ritmo pouco mais elevado que o meu. Ele estava a ajudar outro corredor a manter o ritmo e pensei que era um bom ritmo para seguir. Apesar do ritmo ser pouco mais elevado que o meu só o consegui manter por 1 quilómetro. Foi aqui que os primeiros alarmes soaram, o ritmo não era nada de anormal, deveria conseguir seguir com alguma facilidade, mas tive de reduzir. Estava a alimentar-me, estava a hidratar-me, mas algo não estava bem, começava a sentir-me demasiado cansado numa fase que nem metade da prova ainda esta concluída.

Passei aos 10 quilómetros com 43m55s, um tempo banalíssimo, no entanto se conseguisse manter o ritmo, acabaria abaixo mesmo assim de 1h35m, mas claro que já nessa altura eu sabia que não iria conseguir manter o ritmo até ao final. Pouco antes de chegar ao Cais do Sodré passa por mim o grupo da bandeira dos 4m30s/km, e eu nem esbocei a mínima capacidade para os acompanhar, parecia que estava a andar para trás.

Por volta dos 16kms foi a altura que comecei a pensar como ia conseguir acabar a prova? Estava vazio, só me apetecia parar, raramente me tinha sentido assim. Naquele momento estava a pagar a falta de treino, a falta de descanso, a falta de preparação no geral. Nessa altura passa o Sebastião por mim, e normalmente iria com ele, é o meu companheiro de treinos, estamos mais que habituados ao ritmo um do outro, mas o corpo não respondia, só sofria. Por volta do quilómetro 18 tive inclusivamente de andar durante uns segundos para conseguir comer, que nem folgo tinha para conseguir comer. Lá arrastei o cadaver até ao final para terminar com o vergonhoso tempo de 1h41m42s. Falta de preparação combinada com a arrogância de "ser só uma meia maratona" deu nisto, não voltarei a encarar um prova com a displicência que fiz nesta.


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