Este talvez se tenha tornado no melhor festival metal do país (se considerarmos que o VOA não será um festival recorrente todos os anos), incrível o que cresceu este festival do ano passado para este ano, e mais incrível é pensar que a primeira vez que fui ao festival em 2019 era um festival de entrada gratuita. Não vou estar aqui a falar de todas as bandas que atuaram, pois foram muitas, e nem tomei atenção a todas, mas vou antes falar dos concertos que vi.
Quanto ao primeiro dia, a primeira banda que me despertou a atenção foram os Angus McSix, isto porque reconheci o vocalista dos Glory Hammer, ou pelo menos antigo vocalista. Os temas das músicas são um pouco estranhas devo admitir, claramente têm alguma inspiração no He-Man, mas faz tudo pouco sentido. No entanto musicalmente são interessantes e estou curioso para perceber a evolução da banda. Ponto alto do concerto, quando pediram a uma pessoa do público para ir buscar uma cerveja para a guitarrista, mas, teria de ir a fazer Crowd Surf num unicórnio insuflável, estas bandas lembram-se de cada coisa. Esta banda merece o título de agradável surpresa, pois foi a banda que não conhecia que mais gostei.
De seguida os
Orden Ogan, esta banda já era para ter vindo a este festival o ano passado, não veio mas foi a primeira confirmação para este ano, e foi o motivo inicial para querer ir ao festival. Não é que tenham desiludido, longe disso, mas esperava um pouco mais. A nível de video chip são uma banda muito mais polida, ao vivo ainda não conseguem trazer aquele poder todo que têm nos vídeos. Acredito que voltaram a Portugal e melhor do que desta vez.
Se houve uma banda que me desiludiu foram os
Therion, não consegui gostar de os ver ao vivo, em alguns momentos até os achei aborrecidos, não conseguem ter uma atuação constante, ou "matam" o público de tédio ou sai um bom momento musical. Destaque para a boa voz da vocalista espanhola, que não me recordo do nome dela, mas que tinha uma boa voz e boa presença em palco.
Para finalizar o dia a melhor banda nacional de Metal e a única com grande projeção internacional, os
Moonspell. Devo de admitir que o sub-género musical não é muito a minha praia, são músicas um pouco fortes para o meu gosto. No entanto ótima atuação, em dia de aniversário do Fernando Ribeiro, que tão estranho fica de cabelo curto. Mas fiquei impressionado, e percebi porque nacionalmente são os melhores, mesmo estando num espectro musical que não gosto tanto, adorei o concerto. Gostei muito das interpretações das músicas:
In Tremor Dei e
Alma Mater.
O segundo dia começou para mim com a banda que podia levar o título de melhor atuação do festival. Os
Eclipse, são uma banda não com uma grande projeção ao ponto de serem cabeça de cartaz, são uma banda de meio de cartaz, no entanto deram um belo espetáculo. Sem pirotecnia, sem grande iluminação, mas musicalmente irrepreensíveis. Não posso dizer que não tenha gostado de uma música, todo o concerto foi muito bom e espero no futuro voltar a vê-los.
Uma das bandas de maior projeção do cartaz, senão mesmo a de maior projeção, foram os
Stratovarius. Esta já foi a segunda vez que os vi ao vivo, e mais uma vez adorei o espetáculo. Ótima música, ótima interação com o público, tudo bom do início ao fim. Não levam o título de melhor do festival, simplesmente porque corresponderam às minhas altas espectativas. Das muitas músicas deles que adoro destaco o
Unbeakable, uma música tão antiga quanto intemporal.
Chegados ao terceiro dia, a primeira atuação a destacar foi dos
Serious Black. já os tinha visto
há muitos anos atrás como banda de abertura dos Gamma Ray. Com uma formação algo diferente da que atuou da última vez, mas com um belo desempenho novamente. Infelizmente estas bandas de meio cartaz tocam pouco tempo, por isso soube-me a pouco, gostava de ter visto mais desta banda. Fica novamente no ouvido a última música do alinhamento, a
High and Low.
Por fim, o último concerto que vi foi dos velhinhos
Grave Digger. Apesar de não conhecer profundamente a banda esperava outra coisa, foi um concerto um pouco ao lado do que esperava. Não sei se o alinhamento foi um que não me agradou tanto, se eles ao vivo já não têm grande capacidade de atuar, não sei exatamente o que foi, ou se até foi um conjunto de coisas. Sei que não foi um concerto tão divertido quanto esperava e no fim até já estava um pouco com vontade que acabassem para me ir embora.
Notas finais, este festival está definitivamente a crescer de um modo que não esperava, e quando há uns anos ouvi que estavam a tentar trazer um nome como os Sabaton, ri-me e disse que seria impossível, neste momento continuo a achar difícil por enquanto, mas já não duvido que os consigam trazer ou outra banda da mesma envergadura. Continua a ter muitas bandas espanholas e talvez por isso também a enorme quantidade de espetadores espanhóis, que não se viam em anos anteriores.
Coisas que funcionaram menos bem, e para o qual os organizadores se calhar não esperavam e podem tentar melhorar para o ano. Filas constantes para comer, tinha de se perder um concerto todos os dias para se conseguir jantar, tal era o tempo que se esperava. Ter dois palcos é uma ótima ideia para não haver tanto tempo de espera entre concertos, mas colocados lado a lado o que acontece é que a banda que está a fazer sound check incomoda a banda que está a tocar mesmo ao lado, deviam estar mais afastados como é o caso do Vagos. E por fim a confusão para sair de lá no final dos concertos, acho que aqui a única solução era não deixar estacionar na berma da estrada ao ponto de impedir a passagem de carros nos dois sentidos, talvez para o ano devessem ter polícias para ajudar a controlar o transito )mas não multar). Até para o ano Milagre Metaleiro.
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