terça-feira, maio 30, 2017

Final do Jamor

Já há alguns anos que gostava de ir ver uma final da Taça de Portugal, no mítico estádio do Jamor, este ano finalmente consegui conciliar o Benfica na final, e mais difícil, arranjar bilhete para o jogo. Fui de transportes para evitar a confusão e mal saio do comboio começa a chover, uma chuvinha passageira pensei eu, as finais do Jamor são conhecidas pelo calor tórrido e não por chuva, nao me lembro de nenhuma final com chuva. Fui andando para o estádio, sempre com uma chuva chatinha e a começar a preparar-me psicologicamente para o que aí vinha, apanhar chuva durante as 2 horas seguintes. Pelo caminho paragem obrigatória pelas roulotes para a bela da bifaninha e da imperial.

A entrada no estádio foi mas melhores coisas do jogo, uma moldura humana esplêndida, a metade do lado esquerdo pintada de branco com os adeptos do Guimarães, a parte direita pintada de vermelho com os adeptos do Benfica. Com alguma confusão lá encontrei o meu lugar, no meio de lama, sujidade e água, não é que me importasse, mas os lugares estavam tão sujos que ninguém se sentou, vimos o jogo todo em pé. E aquela cerimónia de abertura...que grande seca, aquilo não teve nada de especial, nada a ver com futebol, ainda por cima estado à chuva queríamos é que o jogo começasse.


O estádio é bonito sim, tem mística sim, mas para ver futebol não vale nada, péssimo mesmo, a bola na baliza contrária e não se via nada. Além disso estou mal acostumado ao estádio do Glorioso, confortável, mesmo que chova tem as bancadas cobertas, ali foi levar com chuva durante toda a partida. Ainda por cima fiquei junto com as claques, as claques são importantes para fazer barulho, cantar e puxar pela equipa, mas eu não quero estar no meio de um território de guerrilha. Com tochas a voar por cima da cabeça, com petardos a rebentar a meia dúzia de metros e a ficar com os ouvidos a zumbir, e a cereja no topo do bolo, ao intervalo como estava a chover e o pessoal devia estar com frio, decidiram andar à batatada nas escadas, com uma dezena de animais, todos adeptos do Benfica, a exibir a sua masculinidade (e as suas frustrações) com pontapés murros e ameaças de morte.



Fim da primeira parte, com o resultado ainda em 0-0 num jogo muito pouco interessante, com chuva constante e a aumentar de intensidade durante o intervalo, o que se ouvia era que ninguém queria que o jogo chegasse a prolongamento, que o Benfica resolvesse aquilo rápido porque ninguém queria estar mais 30-40 minutos à chuva. Começa a 2ª parte, pára de chover, e o Benfica resolve o jogo com 2 golos quase de seguida. A perspectiva de jogo é tão má neste estádio que no primeiro golo, quando o Jimenez faz a recarga deu-me a sensação que a bola ir passar super por cima da baliza, viro-me para o lado e disparo um vernáculo, quando de repente tudo começa a saltar e a gritar, olho incrédulo e a bola estava lá dentro da baliza.

A chuva retoma e logo nessa altura o Benfica faz uma bela jogada que acaba com remate do Jonas à trave, estava visto, o Benfica só marcava golos enquanto não chovia. Até ao final grande festa na bancada, apesar do Guimarães ainda ter marcado um golo o Benfica esteve sempre mais perto de marcar o 3-1 que o Guimarães empatar o jogo. Adepto do Benfica é assim, tem de sofrer até ao apito final. Acabou o jogo e nem esperámos pela entrega da taça, molhados e com a chuva a não dar tréguas, só houve tempo para uma paragem rápida para mais uma bifana e passo acelerado até à estação. Chegámos à estação e pára de chover, obrigado S. Pedro por teres feito chover durante todo o tempo que estive no Jamor, exceptuando os 10 minutos iniciais da 2ª parte o que deu para o Benfica ganhar o jogo.

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