Nunca tinha experimentado o triatlo longo e para quem só faz triatlos há 1 ano achei que era um risco ir fazer um triatlo longo, ainda por cima o de Caminha que para quem conhece é um dos triatlos mais duros do país, mas lá me deixei convencer pelos meus colegas de equipa.
Arrancámos para Caminha no sábado às 6 da manhã, 450km e 5h30m depois lá chegámos a Caminha, o tempo totalmente fechado de chuva e eu a começar logo a dizer mal da minha vida. Queríamos ir fazer o reconhecimento de parte do percurso mas nem isso estava fácil, sempre a chover. Lá para as 16h30m lá houve uma aberta, agarrámos nas bicicletas e fomos fazer os quilómetros iniciais onde estão algumas das rampas mais agressivas. Quando acabamos a primeira rampa de 2-3 quilómetros e com percentagem média acima dos 10%, com rampas superiores a 20%, pergunto-me a mim mesmo: "Eu amanhã vou ter de passar 2 vezes por aqui e já com desgaste acumulado...estou desgraçado, como vou fazer isto?". Voltamos para casa e vamos fazer o reconhecimento da corrida, fomos correr para uma parte de pinhal com um pouco de areia solta, não era muito duro, mas também não era alcatrão.
À noite fomos jantar juntamente com os outros atletas num jantar promovido pela organização, uma atitude de tirar o chapéu à organização, oferecer o jantar a todos os atletas que quisessem e promover o convívio muito boa iniciativa, ainda para mais o jantar estava bem servido e a pensar em quem ia fazer um esforço significativo no dia seguinte. Durante a noite, por volta das 5 da manhã acordo com a chuva a bater violentamente na janela, mais uma vez começo a dizer mal da vida, a chuva iria tornar as descidas de bicicleta muito mais perigosas além do frio que iríamos ter por estarmos molhados.
Quando me levanto às 6h30m já a chuva tinha passado, não sabia nessa altura mas íamos ter sorte com o tempo, acabou por não chover, só caiu um pequeno borraço no topo da serra durante a primeira volta do segmento de ciclismo, e o tempo manteve-se enublado quase até ao fim do ciclismo, ou seja acabou por estar uma temperatura ideal para quem fazia um esforço físico e sem chuva durante toda a prova.
A prova começou já eram quase 9h, a organização esteve bem mais uma vez, este ano o segmento de natação foi feito a favor da corrente, a prova já é dura o suficiente para termos de nadar contra a corrente como foi o ano passado. A ida de ferry até à partida no meio do rio também é giro, vamos ali todos na amena cavaqueira a trocar experiências enquanto o nervosinho miudinho começa a aparecer. Com a corrente a favor escusado será dizer que parecíamos foguetes na água, queria fazer um tempo abaixo dos 35 minutos neste segmento e acabei por fazer 29m30s, sem grande esforço e fazendo certamente mais de 2 quilómetros em vez dos 1,9 quilómetros que era suposto fazer em linha recta. Acabei por ser o 70º neste segmento ali no meio do pelotão como é habitual no segmento de natação.
Preparar para a tortura, o segmento de bicicleta, esperar ter a sorte de não ter nenhuma avaria nem nenhuma queda visto que as descidas eram algo perigosas e eu gosto de descer rápido. Ao final das 2 primeiras grandes subidas passa por mim o meu colega João Santos, não consegui ir com ele mas mantive-o sempre em linha de vista, as rampas duras não deixavam criar grandes distanciamentos. Quando começaram as descidas mais técnicas apanhei-o e passei por ele. A parte final de cada volta era um pequeno sobe e desce constante, nessa altura eu e o João mantivemos-nos juntos de modo a psicologicamente ser mais fácil.
No início da segunda volta na parte das rampas mais agressivas perdi o João de vista, senti que tinha de controlar o ritmo porque as coças estavam a ficar pesadas. No final das rampas mais agressivas pensei para mim que o pior já estava, o problema é que estava muito mais desgastado do que na primeira volta, e rampas curtas mas agressivas que na primeira volta fazia com a potência do embalo agora a coisa já não era bem assim. Nesta altura ainda me juntei a um atleta do Alhandra e fomos puxando um pelo outro e trocando umas palavras como maneira de esquecer o sofrimento. Quando faltava 15-20 quilómetros para o final e começa novamente aquele pequeno sobe e desce constante nessa altura foi quando me senti pior ao longo de toda a prova, as pernas já não respondiam, doía-me as lombares e as dorsais, e além disso tinha ficado sem a companhia do atleta do Alhandra passaram por mim uma meia dúzia de atletas. No final desse sobe e desce aproveitei para parar 1 minuto para a minha 2ª paragem por motivos fisiológicos e ao mesmo tempo conseguir respirar que o segmento da bicicleta estava quase a acabar e o pior já tinha passado, mas agora tinha de "dar o litro" na corrida.
Acabei o segmento de ciclismo ligeiramente abaixo das 4 horas que era o meu objectivo, apesar disso fui só o 118º na bicicleta e estava com a sensação que não tinha mais ninguém atrás de mim, que era mesmo o último. Estava agora com sensivelmente 4h30m de prova, queria apanhar pelo menos 1 atleta na corrida para garantir que não ficava em último, mas não via ninguém quando saí do parque de transições. As sensações eram boas, estava a correr bem e abaixo do meu objectivo que era 5min/km. Quando entro no pinhal que era uma parte mais dura começo a passar atletas, rapidamente passo 4, já não ia ser último. Nessa altura passa em sentido contrário o Carlos Sá que estava a fazer em estafeta, no final ainda acabei por trocar umas palavras com ele, um simples "Parabéns pela prova!", mas deu para perceber a humildade de um dos melhores atletas nacionais e um dos nossos porta estandarte.
Voltando ao segmento de atletismo, entro na parte mais dura que nem estava contar com ela, muita areia solta, muitas pedras, ao bom estilo de uma corrida de trail, e aí sozinho e sem referências a minha média começou a baixar um pouco, apesar de me continuar a sentir bem mas não tinha o estimulo de ter alguém à frente ou atrás. Após esses troços mais duros começo a avistar atletas claramente debilitados, alguns a andar inclusivamente, entro em modo predador, apanho um, e mais um, e mais um...acabei inclusivamente por ultrapassar o João Santos que o tinha perdido no início da segunda volta do ciclismo e o atleta do Alhandra que tinha feito parte da segunda volta do ciclismo comigo. Durante o segmento de atletismo apanhei 15 atletas, o que vamos ver acaba por não ser anormal, tenho um ciclismo muito fraco e saiu tarde, como o meu atletismo é forte, acabo por estar junto a atletas com menos disponibilidade física, torna-se fácil ganhar lugares.
No final acabei o atletismo com uma média pouco superior ao que queria, mas em boas condições físicas, sentia que se tivesse de correr mais 10kms corria e ainda ia apanhar mais meia dúzia de atletas. Acabei por ser o 70º no segmento de atletismo tal e qual como fui na natação, o que normalmente acontece a minha posição na natação é idêntica à da corrida, acabando com 6h20m de prova no lugar 101º da classificação geral. Super contente por ter acabado inteiro o meu primeiro Half Iron Man, assim como pelos meus companheiros de equipa, todos nós os 6 acabámos, sendo 4 de nós estreantes nesta distância, apenas o Nelson teve uma pequena queda na bicicleta que lhe deixou uma mão esfolada, mas sobreviveu e acabou a prova. Uma palavra de agradecimento à organização, bons abastecimentos (tirando depois de cortar a meta que não havia nada de substancial para comer), simpatia, prova lindíssima a nível de ambiente natural, bom esforço para que tudo corresse bem. Fica aqui a foto dos estreantes no final da prova para a posteridade com o Nuno Santos, o Nelson Moreira, eu e o Ricardo Costa.
No início da segunda volta na parte das rampas mais agressivas perdi o João de vista, senti que tinha de controlar o ritmo porque as coças estavam a ficar pesadas. No final das rampas mais agressivas pensei para mim que o pior já estava, o problema é que estava muito mais desgastado do que na primeira volta, e rampas curtas mas agressivas que na primeira volta fazia com a potência do embalo agora a coisa já não era bem assim. Nesta altura ainda me juntei a um atleta do Alhandra e fomos puxando um pelo outro e trocando umas palavras como maneira de esquecer o sofrimento. Quando faltava 15-20 quilómetros para o final e começa novamente aquele pequeno sobe e desce constante nessa altura foi quando me senti pior ao longo de toda a prova, as pernas já não respondiam, doía-me as lombares e as dorsais, e além disso tinha ficado sem a companhia do atleta do Alhandra passaram por mim uma meia dúzia de atletas. No final desse sobe e desce aproveitei para parar 1 minuto para a minha 2ª paragem por motivos fisiológicos e ao mesmo tempo conseguir respirar que o segmento da bicicleta estava quase a acabar e o pior já tinha passado, mas agora tinha de "dar o litro" na corrida.
Acabei o segmento de ciclismo ligeiramente abaixo das 4 horas que era o meu objectivo, apesar disso fui só o 118º na bicicleta e estava com a sensação que não tinha mais ninguém atrás de mim, que era mesmo o último. Estava agora com sensivelmente 4h30m de prova, queria apanhar pelo menos 1 atleta na corrida para garantir que não ficava em último, mas não via ninguém quando saí do parque de transições. As sensações eram boas, estava a correr bem e abaixo do meu objectivo que era 5min/km. Quando entro no pinhal que era uma parte mais dura começo a passar atletas, rapidamente passo 4, já não ia ser último. Nessa altura passa em sentido contrário o Carlos Sá que estava a fazer em estafeta, no final ainda acabei por trocar umas palavras com ele, um simples "Parabéns pela prova!", mas deu para perceber a humildade de um dos melhores atletas nacionais e um dos nossos porta estandarte.
Voltando ao segmento de atletismo, entro na parte mais dura que nem estava contar com ela, muita areia solta, muitas pedras, ao bom estilo de uma corrida de trail, e aí sozinho e sem referências a minha média começou a baixar um pouco, apesar de me continuar a sentir bem mas não tinha o estimulo de ter alguém à frente ou atrás. Após esses troços mais duros começo a avistar atletas claramente debilitados, alguns a andar inclusivamente, entro em modo predador, apanho um, e mais um, e mais um...acabei inclusivamente por ultrapassar o João Santos que o tinha perdido no início da segunda volta do ciclismo e o atleta do Alhandra que tinha feito parte da segunda volta do ciclismo comigo. Durante o segmento de atletismo apanhei 15 atletas, o que vamos ver acaba por não ser anormal, tenho um ciclismo muito fraco e saiu tarde, como o meu atletismo é forte, acabo por estar junto a atletas com menos disponibilidade física, torna-se fácil ganhar lugares.
No final acabei o atletismo com uma média pouco superior ao que queria, mas em boas condições físicas, sentia que se tivesse de correr mais 10kms corria e ainda ia apanhar mais meia dúzia de atletas. Acabei por ser o 70º no segmento de atletismo tal e qual como fui na natação, o que normalmente acontece a minha posição na natação é idêntica à da corrida, acabando com 6h20m de prova no lugar 101º da classificação geral. Super contente por ter acabado inteiro o meu primeiro Half Iron Man, assim como pelos meus companheiros de equipa, todos nós os 6 acabámos, sendo 4 de nós estreantes nesta distância, apenas o Nelson teve uma pequena queda na bicicleta que lhe deixou uma mão esfolada, mas sobreviveu e acabou a prova. Uma palavra de agradecimento à organização, bons abastecimentos (tirando depois de cortar a meta que não havia nada de substancial para comer), simpatia, prova lindíssima a nível de ambiente natural, bom esforço para que tudo corresse bem. Fica aqui a foto dos estreantes no final da prova para a posteridade com o Nuno Santos, o Nelson Moreira, eu e o Ricardo Costa.
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