Fazer a subida à Torre de bicicleta era uma das coisas que estava na minha bucket list e este fim-de-semana consegui cumprir esse objectivo. Decidimos aproveitar a viagem até ao Fundão, e o Tiago Neto lançou-me esse desafio como era óbvio não podia recusar.
Infelizmente o dia previa-se abrasador, como se veio a confirmar, mas não tínhamos muita escolha por isso fizemos-nos à estrada mesmo prevendo temperaturas a roçar os 40ºC. A primeira parte até chegar à Covilhã serviu como aquecimento, fomos calmamente fazendo quilómetros só para habituar o corpo ao esforço que aí vinha. Quando analisei a altimetria esta parte inicial quase que me parecia plana, não podia estar mais enganado, era um sobe e desce constante, o problema é que devido à subida da Torre a escala era tão grande que parecia que aquela parte inicial, que viria a ser o final também, era quase plana.
A primeira subida mais a sério começou à entrada da Covilhã, umas rampas nada simpáticas, com um empedrado péssimo que fazia ressaltar a bicicleta por todo o lado. Parámos frente à câmara da Covilhã para tirar umas fotos e a partir daí seria sem parar até à Torre, estávamos mais ao menos a uma altitude de 650m e a Torre estava à nossa espera a quase 2000m de altitude e apenas a 20kms de distância. À saída da Covilhã deparámos-nos com as primeiras rampas bastante agressivas, nessa altura ainda seguimos juntos, mas quando a inclinação diminuiu ligeiramente deixei de conseguir acompanhar o Neto e resolvi seguir ao meu ritmo.
Uma das partes mais duras da subida foi entre o parque de campismo e a pousada, especialmente nas zonas das curvas onde a inclinação era brutal, cheguei a pedalar a menos de 7km/h nessa zona. Após isso acalmou um pouco, deu para respirar e só voltou a custar um pouco mais a seguir aos 1400 metros de altitude, pouco antes do hotel com rectas longas onde parecia que estava parado e dava cabo da moral. Depois disso a única parte a descer logo a seguir à nave, onde até cheguei aos 60km/h, faltavam agora 6kms e 400 metros de altimetria para subir.
Este segmento para mim foi terrível, o que me custou mais, à passagem pelo túnel ia com um desgaste imenso eram rampas atrás de rampas a mais de 10% de inclinação, só desejava que a seguir à próxima curva viesse uma rampa mais ténue, o que nunca aconteceu. A seguir à estátua da santa tive de parar pela primeira vez, já estava no último quilómetro mas estava mesmo muito desgastado, nem saí da bicicleta, agarrei-me lá a um poste e respirei fundo durante 10 segundos e segui caminho. Já junto ao cruzamento da Torre e de Seia voltei a parar, estava a menos de 500 metros do topo, mas estava tão mal disposto e tão tonto que tive mesmo de parar 2 minutos, comer, beber e recompor-me.
Quando estava a fazer já a rampa de acesso à Torre já vinha o Neto em sentido contrário a ver se estava tudo bem comigo, ele já lá tinha chegado à mais de meia hora e começava a ficar preocupado. Altura de comer, tirar fotos e apreciar a beleza do cume da Serra da Estrela.
Demorei cerca de 2h30m a fazer a subida de 20km, doeu imenso, sofri, mas cheguei e consegui. Estava curioso para ver se com a altitude iria sentir a privação de oxigénio, mas aparentemente não foi um factor que me limitasse, talvez a altitude não fosse a suficiente para sentir a influencia.
Faltava agora a descida, que coisa medonha, só pensava que se o travões faltassem, ou se perdesse a concentração por milésimos de segundo que podia cair por um precipício ou estatelar-me ao comprido a uma velocidade que quase sempre era superior a 50km/h. À passagem pelas Penhas da Saúde senti o tempo a aquecer, o ar tornou-se muito mais quente e a temperatura voltava a sentir-se. A parte final da descida que era muito sinuosa até tive de abrandar porque apanhei um conjunto de carros e eles fazem as curvas muito mais devagar que nós de bicicleta.
Faltava agora a descida, que coisa medonha, só pensava que se o travões faltassem, ou se perdesse a concentração por milésimos de segundo que podia cair por um precipício ou estatelar-me ao comprido a uma velocidade que quase sempre era superior a 50km/h. À passagem pelas Penhas da Saúde senti o tempo a aquecer, o ar tornou-se muito mais quente e a temperatura voltava a sentir-se. A parte final da descida que era muito sinuosa até tive de abrandar porque apanhei um conjunto de carros e eles fazem as curvas muito mais devagar que nós de bicicleta.
O que demorou 2h30m a subir demorou agora 30 minutos a descer, mas tínhamos chegado os 2 inteiros à Covilhã e sem nenhum tipo de acidente. Restava agora voltar a casa, o tal percurso que parecia inicialmente ser plano...e que pena que não era, depois de todo aquele desgaste aquele sobe e desce final com um calor insuportável foi um 'petisco' nada agradável até casa.
Parabéns companheiros, isto não é assim tão mau como pintam... apenas quer continuação.
ResponderEliminarGrande abraço cá do pelotão Cavaca da Covilhã.
http://cavaca.blogs.sapo.pt/
José Cavaca