O Survival é uma competição com um conceito interessante, que é disputado por equipas durante um fim-de-semana, em provas de orientação, raciocínio, espírito de equipa e capacidade física. A minha equipa os "Malfeitores da Passarinha", participava pelo segundo ano com o objectivo de dar o melhor e com a experiência adquirida do ano anterior tentar não repetir os mesmos erros de novatos e conseguir quem sabe ganhar. Apesar da nossa capacidade física e resistência no primeiro ano cometemos imensos erros no que toca a orientação por falta de experiência, este ano os 5 malfeitores estavam de volta: eu (o eléctrico), o Pedro Santos (o esfomeado), o Nuno Silva (o resmungão), o Tiago Neto (o resistente) e o Jorginho (o pêndulo).
Para mim e para o Pedro Santos o Survival VII ia começar mais cedo, decidimos ir até Avis (local do Survival) de bicicleta, onde tínhamos de estar 6ª feira ao final da tarde. A estratégia seria partir na 5ª feira de manhã, aproveitando a Eco Pista que liga o Montijo a Badajoz dormindo de 5ª para 6ª feira em Mora na casa de um amigo o Tiago Coelho.
A tarefa não se avizinhava fácil pois íamos fazer 3 etapas do percurso da Eco Pista num só dia, então a decisão foi estar cedo no Montijo para termos o máximo tempo possível para fazer a viagem que segundo o track iria ser de aproximadamente 155kms. Em dia de greves lá as conseguimos fintar e apanhar o barco para o Montijo que saía do Cais do Sodré às 7:30.
O tempo estava espectacular, sol, sem calor excessivo e mais importante sem vento. O percurso em si não tem nenhuma beleza fora do comum (especialmente para quem já fez o caminho de Santiago e a Costa Vicentina), constituído essencialmente por estradões de areia solta a lembrar a prova de BTT Quinta do Pinhão. Para piorar onde a areia era menos profunda havia lombinhas provocadas pela passagem das rodas dos carros que faziam a bicicleta estar sempre a saltitar perdendo a aderência e sendo desconfortável a vibração, pelo menos a nível de altimetria o percurso não era muito exigente.
Para conseguirmos almoçar foi outra dificuldade, só passávamos por terriólas e encontrar um mini mercado aberto foi uma aventura. Chegámos a Coruche (fim da segunda etapa) por volta das 15:30, já com quase 110kms percorridos, o rabo começava a dar sinais de desconforto em cima do selim. Devo dizer que os últimos 40kms foram feitos um bocado em agonia, estava mal disposto do almoço e até pararmos num café já muito perto do fim onde bebi uma água das pedras a coisa não estava fácil.
Chegámos a Mora já quase de noite onde após um banho fomos jantar uma merecida refeição.
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