Após ter levado uma grande tareia na meia maratona de Lisboa no fim-de-semana anterior, decidi que esta semana tinha de dar menos carga de treino para aferir da minha verdadeira capacidade nesta altura da época, e durante a semana apenas fiz 3 treinos de natação, por isso cheguei fresquinho que nem uma alface a esta prova. Estava algum vento e era algo que me preocupava no segmento de bicicleta, contudo devo dizer que durante a prova raramente senti o seu efeito. Mas comecemos pelo início, o primeiro segmento de corrida. Saí bem logo com os da frente e passado 1km ainda estava com o grupo, olhei para o relógio e marcava 3m30s, apesar de me sentir bem claramente era um ritmo superior ao meu, decidi desacelerar um pouco e ir a um ritmo que sabia que não me iria deixar marcas para o segmento de bicicleta.
Cheguei ao parque de transição com 17m30s na 12ª posição, tinha-me sentido mesmo bem na corrida e só não andei mais depressa porque não quis. Ia começar o meu martírio, a bicicleta. Os treinos que tenho feito de qualquer modo começam a dar resultado, sofri muito menos que é normal, mesmo na parede curta mas agressiva por onde passávamos 4 vezes. Atrás de mim a não a mais de 500 metros estava o Tiago Neto, sabia que mais tarde ou mais cedo iria ser apanhado por ele, o que acabou por acontecer na tal parede na 2ª vez que lá passei.
(Foto cortesia de Unspotdesign | Fotografia Digital)
Até ao final da bicicleta devo ter perdido outros 500 metros para o Neto, o que parece mau mas não foi nada pois o Neto é um ciclista muito mais forte do que eu. Quanto ao Pre arrancou na bicicleta um pouco atrás do Neto e a cada volta reparava que ele perdia muito pouco tempo para mim, acredito que se ele melhorar a técnica de descida, que é essencialmente onde perde tempo, faça um segmento de ciclismo igual ao meu. Ainda em relação ao Pre tenho de lhe tirar o chapéu, tem melhorado imenso na corrida o que faz com que a diferença entre nós seja cada vez menor. Acabei a bicicleta aproximadamente com 38m40s na 22ª posição, só perdi 10 lugares o que para mim é muito bom.
Comecei a corrida ainda algo distante dos atletas que iam à minha, tentei impor um ritmo forte visto só era pouco mais de 2kms, sem pensar no imediato em apanha alguém, tentando fazer o melhor que conseguisse. Quem estava à minha frente também estava a andar bem, era um atleta com um lenço na cabeça e facilmente identificável, tentei ir-me aproximando gradualmente sem me estoirar. Quando faltava 1km para o fim consegui colar e nessa altura ultrapassámos um outro atleta. Ao faltar aproximadamente 600 metros para o fim colámos noutro atleta, nessa altura o corredor de lenço na cabeça acelera o ritmo e diz algo como - "Agora é assim até ao final!" - tendo eu uma ponta final rápida, tinha de aguentar aquele esticão e no final fazer o que normalmente faço.
(Foto cortesia de Unspotdesign | Fotografia Digital)
O que vale é que aquela frase foi só intimidatória, pólvora seca...a aceleração foi curta e precipitada, só mantendo o ritmo deixei os dois para trás e o atleta do lenço acabaria curiosamente atrás do outro do grupo. A 100 metros do final vi que ainda estava um atleta à minha frente agarrado ao abdómen praticamente a arrastar-se, erro crasso, enviou-me um sinal de fraqueza e eu feito tubarão a sentir sangue na água não ia deixar de atacar. Ele de tão cansado que estava nem deu por mim a aproximar-me, já dentro do tapete da meta olha para trás ao sentir a minha presença mas era tarde demais para ele, eu vinha embalado e com a moral em alta por isso não ia perdoar.
No final acabei no que para mim é um brilhante 18º lugar, fiquei contente com o resultado e as sensações ao longo da prova. Uma palavra ainda para o meu colega de equipa o Henrique Coelho que acabou no 8º lugar sendo o 3º do seu escalão.