sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Locais onde já trabalhei

Hoje apeteceu-me fazer um pequeno exercício de memória, tentar recordar-me de todos os locais por onde já trabalhei. Vamos lá ver, para o mês que vem faz 10 anos que comecei a trabalhar, ao longo destes 10 anos passei por 5 empresas diferentes. Dentro de cada empresa trabalhei em diversos locais, o que pelas minhas contas, e se não me esqueci de nenhum, perfaz um total de 18 locais. 

Alguns locais foram só durante um mês, outros mais de um ano, muitas pessoas conheci, muitos amigos fiz e alguns deles em sítios que até trabalhei pouco tempo, e à outros ainda que me acompanharam em diversos locais. Se me esqueci de algum sítio peço que alguém que tenha trabalhado lá comigo me recorde e dos sítios que estão marcados se quiserem assinalem que trabalharam lá comigo. 


Ao olhar para o mapa até dá para me interrogar, como aceitei ir trabalhar para a Urbanos? Ir para a outra margem já me parece algo estranho, mas ir para S. Julião do Tojal que é exactamente na ponta oposta de onde moro...

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

20km Cascais 2015

Como é tradição não há 20km de Cascais sem chuva, e mais um ano, mais uma partida à chuva. Este ano tinha como objectivo fazer menos de 1h25m, já a pensar no outro objectivo que é fazer a meia maratona em menos de 1h30m.

Logo ao princípio do 2º km apanhei o Clélio, o ritmo estava bom e fomos juntos a puxar um pelo outro mais ao menos até ao primeiro abastecimento ao quilómetro 5. Nessa altura estava com 21m39s, precisava de fazer a passagem aos 21m15s por isso já estava algo atrasado, está bem que a parte mais difícil a nível de altimetria já estava passada mas ainda faltava apanhar o vento  de frente no Guincho.

Como é um sítio que costumo treinar e já fiz esta prova várias vezes, sabia que até darmos a volta no Guincho o vento seria praticamente sempre frontal, a estratégia é sempre a mesma, ir atrás de alguém o mais alto possível para não dar o peito ao vento. Aos 10km estava com 43m02s o que significava que ainda estava mais longe uns segundos do meu objectivo, devia estar a passar a 42m30s, se aos 5 quilómetros estava 24s atrasado agora estava 32s.

Já depois da viragem por volta dos 12kms vem o Tiago Neto que vinha a fazer uma corrida de trás para a frente, disse que ao início não tinha ido ao choque mas que tinha estado sempre a 10s-15s de distância de mim. Foi uma altura óptima, até à subida para a Casa da Guia fomos os 2 juntos a um ritmo certinho e sabia que senão perdesse a corda até poderia conseguir chegar abaixo de 1h25m. Na subida para a Casa da Guia tive mesmo de ir ao limite, as minhas pernas estavam a doer por todo o lado mas sabia que era a última dificuldade. Consegui aguentar ao lado do Neto, mas durante o abastecimento frente à Casa da Guia comecei a pagar a factura, deixei o Neto distanciar-se 3-4 metros que nunca mais consegui recuperar. Ainda fiz um forcing no 19º quilómetro mas estava demasiado desgastado e acabei por cortar a meta mesmo no limite das minhas capacidades.


Cortei a meta com 1h25m39s, falhei por pouco o meu objectivo e como calculava se tivesse conseguido ir com o Neto tinha chegado dentro do tempo pois ele fez 1h24m59s, mesmo o tempo que queria fazer. De qualquer modo fiquei contente fiz uma coisa que muito raramente faço, e em provas de mais de 10km foi a primeira vez que fiz, que foi fazer a 2ª metade da corrida mais rápida que a primeira, significa que estou a conseguir manter o ritmo mesmo aumentando a distância das provas.

Este já é o 5º ano que faço esta prova e fazendo aqui uma pequena viagem pelas provas dos anos anteriores constato uma coisa, de ano para ano tenho conseguido melhorar os meus desempenhos, pensar que em 5 anos numa prova de 20km melhorei 15 minutos é algo que me deixa bastante contente.

2011 - 1h40m32s
2012 - 1h36m31s
2013 - 1h32m14s
2014 - 1h27m51s (prova de 21kms em que na passagem aos 20kms ia com este tempo)
2015 - 1h25m39s

De ano para ano tem sido mais difícil retirar tempo, vamos lá ver se para o próximo ano consigo baixar de 1h25m, acho possível mas começo a chegar a um ponto que cada segundo a menos me custa um imenso sacrifício.


Dados da minha prova:

  • Tempo final: 1h25m39s
  • Tempo médio por quilómetros: 4m17s/km
  • Velocidade média: 14,01km/h

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Transplante de bonsai

Um dos momentos mais críticos no que toca a cuidar de um bonsai é o transplante. 

Porquê fazer o transplante? 
Porque temos uma pequena árvore, que apesar de pequena tem grandes necessidades nutricionais como qualquer árvore, e ao contrário de uma árvore na natureza, tem uma área confinada para as raízes do tamanho do seu vaso. É necessário renovar o solo, assim como limpar as raízes menos interessantes para o crescimento da árvore.

Quando e de quanto em quanto tempo deve ser feito o transplante?
Para uma árvore saudável o transplante no mínimo deverá ter um intervalo de 2 anos, podendo mesmo chegar a 5 se for uma árvore mais adulta num vaso maior. A regra normalmente que sigo é ao final dos 2 anos se as raízes não estiverem estranguladas no vaso e se o solo se apresentar ainda com boas características de drenagem então deixo estar e espero mais um ano. A altura do ano é esta em que estamos, final do inverno, início da primavera. Mas para ser mais exacto devemos ir observando a árvore se estamos a pensar em transplantá-la, e quando o processo de brotação começar a dar o mínimo sinal de estar a começar então essa é a altura ideal, em árvores de folha caduca isto é ainda mais visível. É importante ser nesta altura para se aproveitar ainda algum adormecimento da árvore, porque quando a árvore é transplantada fica mais frágil e depois de já estar com a folhagem completa já teve um grande desgaste, logo não a podemos sujeitar a ter um novo desgaste para se recompor do transplante. A minha sugestão, que vale o que vale, quando o transplante não é feito na altura certa é preferível aguardar mais um ano para o transplante.

Que vaso e que terra/solo devo utilizar?
A maior parte das pessoas quando pensa em transplantar um bonsai pensa num vaso maior, e normalmente esta é uma ideia errada, a maior parte das vezes não se troca o vaso. De uma forma grosseira, a altura do vaso deve ser da altura da base do tronco, mas claro que existem casos que não respeitam esta regra especialmente devido a alguns estilos, nomeadamente o estilo cascata. Quanto ao solo depende do tipo de árvore e das suas necessidades de água, se estiver a falar por exemplo de uma Taxodium (sobre a qual já escrevi anteriormente) o terreno tem de ser menos poroso se estivermos a falar de uma Serissa (que vou utilizar neste post mais à frente para demonstrar o transplante) claramente tem de ser um terreno mais poroso. Em caso de dúvida utilizar um terreno mais poroso, a desvantagem é ter de regar mais vezes se estivermos errados, se utilizarmos um solo menos poroso numa árvore que não goste tanto de água corremos o risco de apodrecer as raízes.

Fazer o transplante
A estrela deste transplante será a minha Serissa, curiosamente nunca falei aqui sobre ela e é a árvore que está à mais tempo comigo sendo este já o 2º transplante que lhe faço.


O primeiro passo é retirar o bonsai do vaso como se retira uma qualquer flor do vaso. Se estiver muito preso costumo passar uma faca junto o bordo do vaso para desprender a terra do vaso.


Agora vem a parte que normalmente é mais chata, remoção da terra das raízes. É bom tentar tirar toda a terra, mas se por algum motivo existir alguma zona mais complicada, mais vale deixar um pouco de terra antiga do que partir raízes boas. A técnica que para mim funciona melhor é usar um jacto de água na terra. Uso um arame para esgravatar a terra e depois com o jacto de água normalmente a terra solta toda.


De seguida é a parte tecnicamente mais complicada, depois das raízes estarem limpas da terra deve-se remover entre 1/4 a 1/3 das raízes. Como escolher as raízes? Como se vê na imagem anterior as raízes onde a água estão a bater são claras, estas raízes estão saudáveis, em primeiro lugar devemos procurar raízes escuras e quebradiças o que significa que estão em apodrecimento e não estão lá a fazer nada. Contudo num bonsai saudável não é natural ter raízes apodrecidas por isso a ideia é retirar parte das raízes saudáveis.

Existem 2 tipos de raízes, as de absorção que servem para retirar os nutrientes e água do solo, são as raízes finas com um género de micro vilosidades, e as raízes de sustentação, mais grossas e que servem para agarrar a árvore ao solo. Neste caso vamos querer remover as raízes de sustentação, além de não contribuírem para o crescimento do bonsai são as que ocupam mais espaço dentro do vaso. Mas atenção à regra de 1/3, numa árvore que já tratemos há algum tempo ou que o antigo dono tenha tido cuidado nos transplantes prévios, não é normal encontrar muitas raízes de sustentação pois elas vão sendo removidas ao longo dos transplantes anteriores. Contudo bonsais importados é normal retirarmos a terra e depararmos-nos com 3-4 raízes de sustentação, nestes casos aconselho a remover 1-2 raízes no máximo para não debilitar muito o bonsai, e deixar as restantes para remover num futuro transplante.


Agora é altura de voltar a colocar o bonsai no vaso e fixa-lo visto que lhe tirámos as raízes de sustentação e essencialmente o desprendemos do solo. Primeiro agarramos em 2 arames e entrelaçamos  os 2 no ser meio, ficando com um género de dois Y como se vê na imagem anterior.


Coloca-se agora um quadrados de rede de escoamento em cada buraco do vaso e fazem-se passar duas pontas do arame por cada buraco, ficando a parte do arame que está entrelaçado entre os dois buracos, na parte de baixo do vaso.


A partir de  agora não há grande ciência, é colocar uma ligeira camada de solo no fundo vaso e espalhar por cima um pouco de estimulante radicular. No meu caso eu utilizei o Rhiza Bonsai, mas poderá ser outro com o mesmo princípio. No caso do Rhiza Bonsai, no mercado português ou se compra directamente na Luso Bonsai ou poderá ser adquirido num qualquer Leroy Merlin.

Coloca-se agora o bonsai no vaso e está na altura de o  prender com os arames. A técnica consiste em pegar nas duas pontas do lado esquerdo por exemplo, e passá-las para o lado direito do bonsai, entrelaçando-as uma à outra junto do tronco do bonsai, repetir o mesmo processo com as pontas do lado oposto. O bonsai deverá ficar suficientemente preso que se consiga agarrando no bonsai de modo que o vaso não caia apesar de só se agarra no bonsai, e ao mesmo tempo não deverá estar demasiado apertado de modo a não ferir o tronco com o aperto dos arames.


Como se removeu cerca de 1/3 das raízes está na altura de remover 1/3 da folhagem. Isto é necessário essencialmente nas árvores de folha não caduca, e é necessário porque visto que temos menos raízes para absorver nutrientes e a árvore está debilitada, logo também tem de ter menos folhas a exigirem esses nutrientes e a forçarem a planta a um desgaste maior. Facilmente se nota a diferença da folhagem da primeira imagem que coloquei para esta última imagem.

Finalmente cobrir com solo, nunca o calcando, somente dando pequenas sacudidelas para ele cair pelo meio das raízes, pode-se ir regando para ajudar o solo a entranhar-se pelo meio das raízes. Agora e durante um mês deve-se dar especial atenção a este bonsai, não apanhar vento, não apanhar sol em demasia e não regar com produtos que possam queimar as raízes que estão frágeis por terem sido cortadas. Pessoalmente a única coisa que costumo acrescentar à água nas regas é Bio Bonsai.