quinta-feira, fevereiro 27, 2014

A Marmita

Desde que comecei a trabalhar nunca fui muito de ir almoçar fora, por 2 motivos, a refeição sai muito mais cara e nem sempre se come bem. Quando digo comer bem falo tanto em quantidade como qualidade, por exemplo eu utilizo muito pouco sal da cozinha, e quando almoço fora a maior parte das vezes sinto a comida salgada, além de eu utilizar pouco sal os restaurantes normalmente até usam mais que o normal para aumentarem o consumo de bebidas.

Logo a solução é trazer a marmita de casa com o comerzinho confeccionado na noite anterior. Mas às vezes chego a casa tarde e cansado dos treinos, cozinhar não é a coisa que me apeteça mais. Esta semana a minha empresa fez uma parceria com uma empresa que por curiosidade se chama 'A Marmita'. O serviço que esta empresa disponibiliza é a entrega no escritório da refeição, a preços mais apelativos e o comer vem até nós. A quantidade não é a ideal para um animal como eu, mas devo dizer que até é simpática, tudo muito profissional, a comida vem devidamente embalada e pronta a aquecer no microondas. 

Além desta empresa ainda encontrei outra que disponibiliza os mesmos serviços o almoço.come. Não vai ser a minha solução diária, mas sem dúvida que vai ser a minha solução desenrasca, até às 23h do dia anterior posso fazer a encomenda do almoço do dia seguinte, nalgum dia que chegue a casa mais tarde e não tenha almoço para o dia seguinte, aqui vou eu chamar a Marmita.

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Preparar colonoscopia e colonoscopia

Este post tem de começar pela típica frase readers discretion is adviced (avisam-se os leitores mais sensíveis), pois não vou ser meiguinho nas palavras. Tudo começou com umas dores abdominais que tenho tido, e como já ia nisto há mais de um mês decidi ir ao a uma consulta de gastrenterologia. Após uma consulta preliminar o médico não detectou nada de anormal à apalpação intestinal, mas em todo o caso decidiu fazer uma fibrosigmoidoscopia, que basicamente é uma colonoscopia mas muito menos invasiva pois analisa só o cólon esquerdo que é onde tenho sentido dores.

A preparação para a colonoscopia 
Apesar de não ir fazer uma colonoscopia o médico decidiu que deveria fazer a preparação como se fosse para uma colonoscopia (e a boa hora o fez) de forma a que o intestino estivesse o mais limpo possível. Apesar do médico ter dito que poderia fazer meia preparação, acabei por fazer a preparação total, pois quem faz meia também faz a total (e a boa hora também o fiz) e assim não corria o risco de ter de repetir o exame por o intestino não estar limpo o suficiente.

A preparação para uma colonoscopia pode ser encontrada em diversos sítios (aqui, aqui e aqui por exemplo) e apesar de pequenas divergências existem algumas regras base:
  • No penúltimo e antepenúltimo dia antes do exame não comer nada que tenha digestão mais demorada como: frutos secos, leguminosas, hortaliças, cereais ou casca de frutas. Nestes dias ter também refeições mais leves.
  • Último dia só de líquidos e não comer ou beber nada nas 6 horas antecedente para o caso de ser necessário anestesia.
Esmiuçando um pouco mais o que me aconteceu no último dia porque para mim foi a parte mais complicada desta história toda. O meu pai, que já fez uma colonoscopia, avisou-me que deveria por férias no dia da colonoscopia porque a preparação do último dia era um bocado 'complicada', e assim o fiz apesar de pensar que o ia fazer só por descargo de consciência.

A minha fibrosigmoidoscopia estava marcada para as 18h, almocei no dia anterior e durante a tarde não comi mais nada. Fui jogar a minha futebolada semanal e escusado será dizer que quando cheguei a casa às 22h estava esganado de fome. Entra então a parte dos líquidos e do Moviprep que é um laxante. Poderia comer 3-4 tostas com doce, que seria a minha última dieta sólida antes do exame, com 1 litro de Moviprep, seguido de pelo menos 1 litro de outro líquido como água ou chá. Dizem a maior parte das pessoas que beber 1 litro de Moviprep é muito custoso, da minha experiência não me custou, é igual a beber sais digestivos como Eno, e como não tenho problemas em beber líquidos sem sede isso também não foi um problema, e além disso também dava para enganar a fome.

Em 30 minutos lá foi o Moviprep e agora era pelo menos 1 litro de chá, este já demorou mais tempo porque já devia ter o estômago cheio e beber mais de 2 litros de líquidos em uma hora não é propriamente normal. Como me disseram que o Moviprep ia provocar uma diarreia quase instantânea ainda estive acordado até à 1h da manhã, fui à casa de banho mas a vontade não era muita nem sequer era em forma de diarreia. Às 3h30m acordo e aí foi correria até à casa de banho como se o Mundo fosse acabar, 10 minutos de feroz sonoridade na casa de banho volto para a cama preparado para terminar o meu sono de beleza. Não...nem 2 minutos depois de me deitar nova correria para a casa de banho e aí a diarreia passa de semi-líquida para totalmente líquida, o que era o esperado acontecer antes do exame. Volto à cama e desta vez sim para dormir mais umas horinhas.

Às 7h da manhã a segunda ronda, repetir o processo, mais 1 litro de Moviprep e 1 litro de chá. Posso dizer que nas 2 horas seguintes o tampo da sanita não arrefeceu, não sei quantas vezes fui à casa de banho mas estive lá sem dúvida mais de 80% do tempo. Já pensava para mim - "De onde vem tanta merda!?!?". Daí até as 17h, hora que saí de casa, foi uma fominha, ui...era mascar pastilha, derreter rebuçados na boca, todo o truque permitido para enganar a fome, só pensava em comer um rodízio quando saísse do exame.

A colonoscopia
Como o exame iria ser uma simples fibrosigmoidoscopia, o médico decidiu não usar anestesia, ia ser um procedimento simples de 10 minutos. Agora entra a parte que normalmente melindra a nossa masculinidade - vão enfiar-me um tubo pelo cu acima - bem devo dizer que esse procedimento é algo idêntico a tomar um supositório, por isso não é nada demais, basicamente é colocado um tubo no ânus pelo qual é passado então a câmara para visualizar o intestino, então porque raio normalmente se leva anestesia? O problema é que o intestino naturalmente está colapsado e é necessário injectar ar para passar a câmara, e isso vai provocar cólicas.

Logo no início do exame o médico detectou um pólipo que com a minha idade não deveria estar lá. Depois de umas breves palavras ele disse que iria avançar mais visto eu ter feito a preparação total e o intestino estar bastante limpo, então uma fibrosigmoidoscopia de 10 minutos passou  a ser uma colonoscopia de 30 minutos...sem anestesia. Tudo corria bem até chegarmos à entrada do intestino delgado, apesar das cólicas as dores eram suportáveis. Nessa altura é que a coisa complicou a válvula entre os intestinos não estava com vontade de abrir e durante mais de 5 minutos o médico tentou passar a câmara porque era importante ver a mucosa intestinal. Depois de muito ar colocado dentro do intestino e dores já bastante significativas lá conseguiu aceder ao intestino delgado, estava tudo bem.

Altura de voltar ao início do intestino e remover o pólipo, nessa altura parecia um balão a perder ar, a minha zona abdominal deve ter reduzido para metade do tamanho, e que alívio foi. Mesmo assim as dores que senti quando tive a apendicite e o sofrimento que tenho em provas mais longas ultrapassa as dores que senti na colonoscopia, é nestas alturas que percebo realmente, por comparação, que o sofrimento de uma prova pode ser superior ao sofrimento de um exame que normalmente é feito com anestesia.

Durante a hora seguinte ao exame nem me lembrei da fome ainda estava com cólicas que só aliviavam comforme ia libertando o ar que ainda tinha no intestino (termo técnico para peidar). Agora é só voltar a regular o intestino, estou hoje a tomar Imodium, apesar do médico dizer que não era necessário que ia voltar à normalidade progressivamente mas hoje precisava de vir trabalhar, por isso não podia passar a vida na casa de banho como passei ainda esta noite. Vamos então esperar pelos resultados à biopsia ao pólipo.

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Duatlo das Lezírias

Lembrava-me de há uns anos atrás ter visto umas fotos do Henrique Coelho durante o Duatlo das Lezírias em que ele estava totalmente coberto de lama, e se nos últimos anos não tenho conseguido ir a este duatlo este ano estava planeado logo desde o início porque tinha alguma curiosidade.

Apesar de não andar a treinar regularmente, devido a dores abdominais, achei que era mais uma prova e que bem ou mal lá a iria concluir. Quando chego ao local da prova vi logo que a coisa não ia ser assim tão fácil, chuva forte e pior que isso rajadas de vento que se fosse enfrentado de frente não ia ser brincadeira.

A primeira parte da corrida nem foi mau de todo, apesar das dores constantes fiz os 6km em cerca de 26 minutos, não é dos meus melhores tempos mas nada que me envergonha. Neste pequeno circuito apercebi-me logo que no regresso o vento estava realmente forte e tentei sempre abrigar-me num grupo de atletas para poupar um pouco.

Começa a bicicleta e ainda consegui sair relativamente cedo do parque. Os primeiros quilómetros eram sempre feitos contra o vento com uma chuva chata e constante, nessa altura consegui mais uma vez apanhar diversos grupos para me ir abrigando do vento. Mas o vento era tanto que quando invertíamos a direcção a velocidade chegava a duplicar, só pelo facto de deixarmos de estar contra o vento.

Entramos então na malfadada zona de lama, não sei precisar com exactidão mas deveriam ser 4 kms a andar em lama tão funda que às vezes até os pedais roçavam no chão, poças que chegavam aos pés, e a chuva continuava...um verdadeiro tormento.

Conclui a 1ª volta (15km) com 55 minutos, nessa altura pensei pela primeira vez em desistir, se a prova acabasse ali até tinha dado para disfarçar as minhas debilidades físicas, pode parecer muito tempo para 15kms mas até não tinha sido nada mau dadas as condições climatéricas.

Começo a apanhar um fortíssimo vento de frente, e sem estar em grupo não conseguia andar a mais de 8-10km/h, até desejei chegar à zona da lama onde apanhava o vento pelas costas. Nesta altura estive mesmo por um fio de dar meia volta e acabar ali a prova, sentia-me vazio, cheio de fome porque não ia preparado para uma prova tão dura e tão longa, e as dores abdominais cada vez me atormentavam mais, mas mais vale partir que vergar e enquanto não caísse para o chão o caminho era em frente.

Ao dar uma curva a 90º vejo o Pre a aproximar-se decidi esperar por ele a ver se apanhava a 'boleia'. Ele chega ao pé de mim e durante 1-2 minutos ainda tenta puxar por mim e eu tento seguir com ele, mas acabei por lhe dizer para ir em frente que eu estava demasiado debilitado e ia só dar cabo da prova dele.

Novamente na zona de lama, parecia que tinha descido ao inferno, tive de apear umas quantas vezes e ir a 'correr' ao lado da bicicleta, com lama pelos tornozelos, estava tão cansado que não conseguia manter o equilibrio em cima de bicicleta e ia caíndo umas quantas vezes. Acabei a 2ª volta com 1h30m para se ter a noção da quebra física que tive.

Finalmente a parte da corrida outra vez, agora já não ia desitir, por muito cansado que tivesse, já sentia fortes dores também nos joelhos devido ao esforço (ainda hoje sinto), tinha de me arrastar até ao à meta. Se os primeiros 6kms fiz em 26 minutos estes 3kms fiz em 21 minutos, o meu cansaço era mais que evidente.

Tenho de dar os meus parabéns ao Pre pela brilhante prova que fez, e apesar de não lhe ter dito o facto de ele ter chegado ao pé de mim foi um dos motivos que ajudou a que eu não desistisse da prova, porque se ele ia conseguir concluir a prova eu também iria conseguir nem que tivesse de arrastar o meu cadáver até à linha de meta. Os resultados finais podem ser vistos aqui.


segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Aldeia de Monsanto

Este fim-de-semana fiz uma incursão pela Beira Baixa na qual acabei por visitar a aldeia de Monsanto. Para mim Monsanto era o parque de Lisboa, nem sabia que existia uma aldeia de Monsanto, e como eu muita gente deve pensar o mesmo. Quando digo que o nosso país é pequenininho mas tem muita coisa interessante e bela para conhecer, Monsanto incluí-se num desses locais.



Monsanto é uma aldeia medieval, perdida no topo de um monte, o que possibilita uma vista fenomenal sobre toda a região. Chegar ao topo também pode ser um desafio para os menos preparados, o carro tem de ficar a alguma distância e o caminho até ao castelo tem de ser feito a pé. Reparei que havia um trilho que percorria a zona do castelo, o trilho Penedos Juntos, e como sei que os trilhos têm como objectivo mostrar os locais mais interessantes, sugeri seguirmos o trilho.


Uma coisa que achei curiosa é que haviam mais turistas espanhóis que portugueses, estamos a umas dezenas de quilómetros da fronteira e os espanhóis acabam por vir desfrutar das belezas do nosso país muito mais que nós próprios. Para quem puder dar um saltinho, pois não é uma viagem que fique assim tão barata, portagens e combustível, aconselho vivamente a uma visita.