Ontem à noite enquanto jantava estive a ler um artigo na Deco Proteste de Outubro (sim estou um bocado desactualizado), com o título de Mobilidade Sustentável. O foco principal do artigo era, qual seria a forma menos poluente de nos deslocarmos para o trabalho e ao mesmo tempo mais económica. Na minha opinião acabam ambos os objectivos por se complementar, e se formos a ver a maior parte das pessoas claro que se preocupa com a poluição, mas não vamos ser hipócritas, a maior parte das pessoas pensa primeiro em poupar algum dinheiro.
Claro que nesta análise temos de contar com alguns condicionalismos, como por exemplo se tiverem filhos e os tiverem de ir por à escola, como se não viverem numa metrópole os transportes públicos escasseiam, entre outros.
A pé:
Nesta análise esta é a única forma que nunca utilizei, porque nunca tive a felicidade de ter um trabalho assim tão ao pé de casa. Económica, saudável, relaxante, são algumas das vantagens de nos deslocarmos a pé, a maior desvantagem será mesmo o mau tempo.
De bicicleta:
Já o fiz algumas vezes e devo dizer que é espectacular. As vantagens e desvantagens são basicamente as mesmas de ir a pé, com a vantagem adicional de conseguirmos cobrir uma distância maior caso necessário, e ainda pouparmos no ginásio. Mas vamos ser claros esta não é uma opção válida para todas as pessoas, porque muitas pessoas não têm a preparação física para o fazer, porque por exemplo Lisboa é uma cidade extremamente acidentada, ou porque como eu agora teria de fazer 100km de bicicleta por dia. Mesmo assim agora vão aparecendo cada vez mais ciclovias que facilitam a deslocação, diminuindo o perigo de andar no meio do transito. Contudo chegar ao trabalho de bicicleta estando minimamente suado ou sujo é uma arte. A nível de custo podemos contar com a revisão da bicicleta, mas claramente ao fim de um ano estamos a falar de um custo marginal.
De transportes públicos:
Se tivermos uma boa rede de transportes públicos entre casa e o trabalho é uma opção mais que válida. As vantagens é que continua a ser um meio de transporte relativamente barato, podemos tornar o tempo das viagens em tempo útil, lendo ou fazendo algo de interessante e quanto a mim é um meio confortável. As desvantagens são por exemplo as greves constantes, lembro-me a última vez que comprei o passe mais ao menos à 3 anos atrás, nesse mês houve pelo menos 4 greves, mas creio que foram mais, foi um mês e desisti, voltei à mota. O transbordo entre transportes também pode atrasar bastante a viagem especialmente se não tivermos sorte com o tempo de espera entre ligações.
De Mota (125cc):
Este é o meu meio de transporte de eleição desde à 4 anos para cá. A nível de custos é ligeiramente superior aos transportes públicos, mas sem dúvida que tem inúmeras vantagens. No meu caso actual se viesse de transportes demoraria de certeza mais de 2h, teria de apanhar no mínimo 3 transportes, ao contrário demoro 45-50 minutos. Adeus transito, adeus stress, adeus problemas de estacionamento, sem dúvida estas são as grandes vantagens. Se tivermos várias deslocações durante o dia, nada traz mais mobilidade que uma mota, então se for no centro da cidade nada é comparável. A maior desvantagem é mesmo o risco de queda, que aumenta ainda mais com mau tempo. O chuva em si nem é grande problema, nada que um impermeável médio não resolva, o problema é que a condução se torna muito mais difícil. Além disto a mota ainda tem a desvantagem de não ter bagageira, não será algo que seja necessário frequentemente nas deslocações para o trabalho, mas quando for é um ponto negativo da mota.
De carro:
Sem dúvida que a nível de conforto que bate qualquer dos outros, mas será que esse conforto compensa o stress do trânsito, os problemas de estacionamento e o custo muito mais elevado? Claro se tiverem filhos não há muita volta a dar, claro que se nenhuma das opções anteriores servir o único remédio é mesmo a utilização do carro.
Car sharing:
Ainda existe uma 6º opção, a partilha de carro. Quem anda no trânsito nota que no mínimo 90% dos carros leva só uma pessoa, se cada carro levasse 2 pessoas o que isso diminuiria o trânsito e o que simplificaria o estacionamento perto do trabalho? Pessoalmente utilizei esta opção no final de 2006 início de 2007, os custos eram reduzidos para metade porque éramos 2, como a distância não era muito longa e o gasóleo até estava barato, acabava quase por ficar ao mesmo custo que andar de transportes públicos. A grande desvantagem eram os horários, frequentemente um de nós tinha de estar à espera do outro, nos dias em que um de nós não ia logo para casa a seguir ao trabalho também tínhamos de levar 2 carros. Esta solução parece-me ideal especialmente para colegas universitários, que normalmente até fazem trabalhos de grupo juntos, têm as mesmas cadeiras, o que facilita a conciliação de horários.