segunda-feira, agosto 29, 2011

As férias dos trilhos

Estas férias foram um pouco diferentes das férias tradicionais de praia e mais praia. Visto morar encostado à praia não sinto a necessidade que a maior parte das pessoas tem de ir para Algarve e destinos tipicamente de praia.

Este ano as minhas férias dividiram-se entre Vila de Rei e o Gerês, com o objectivo de conhecer as zonas fazendo trilhos pedestre e depois se houvesse o impulso de ir por o corpo dentro de água aproveitar as praias fluviais, poços, albufeiras e outros locais onde se pudesse por o corpo de molho.

Na zona de Vila de Rei acabámos por fazer 4 trilhos, um deles só tínhamos uma rota no mapa, tentámos fazer na mesma apesar de na parte final termos cortado caminho e não termos conseguido fazer o trilho na sua totalidade. Os outros 3 foram trilhos assinalados: Rota das Conheiras, Rota do Bostelim e Trilho das Bufareiras.

No Gerês fizemos 5 trilhos, um dos quais não era mais uma vez um trilho marcado, mas neste caso tínhamos o trilho em formato GPS e as indicações da "Revista Itinerante". Acabou por correr às mil maravilhas e foi dos trilhos mais fáceis de se fazer a nível de orientação (este foi o trilho mais longo que fizemos até agora numa extensão de 17,5km).

Os outros trilhos foram marcados e dos 4, tirando o do Megalitismo, ou outros 3 tinham uma beleza fenomenal e sinceramente não consigo escolher o que mais gostei. Os trilhos foram: Trilho dos Moinhos de Parada, Trilho do Megalitismo de Britelo, Trilho da Preguiça e Trilho Pertinho do Céu.

No final percorremos quase 100km a pé no total de 9 trilhos durante estas férias. Um dos meus companheiros de aventuras também deixou no seu blog algumas informações sobre os trilhos que podem ser consultadas aqui.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Daelim Roadwin FI VS Honda CBR 125

Já tenho a minha Honda CBR 125 faz hoje uma semana por isso já consigo compara-la com a minha ex-mota a Daelim Roadwin FI. Comecemos pelo motivo porque troquei de mota, a fiabilidade, ou falta dela...

A Daelim Roadwin deu-me diversos problemas: luz traseira constantemente a fundir, pneu traseiro que abriu rachas ao fim de 6000km, ferrugem generalizada, de inverno custava a pegar, necessidade de mudar a corrente também com poucos quilómetros, dificuldades em arranjar material para a mota. Acrescentando a isto o facto da marca fugir sempre às suas responsabilidades, alegava sempre que era material de desgaste ou má manutenção da mota.

Comecemos pelos pontos em que as 2 motas de tocam, consumo se a Roadwin gastava cerca de 2,7l/100, a CBR consegue gastar um pouco menos 2,5l/100 mas é muito idêntico, manobrabilidade excelente nos dois casos, motas perfeitas para o trânsito, mas aqui acabam as semelhanças.

Vantagens da Roadwin: estrutura maior, não aparentando ser uma 125, pneus grandes (apesar de serem medidas não standard e por isso dificílimos de arranjar), depósito grande para uma grande autonomia, pouco distúrbio com vento lateral visto ser uma naked.

Vantagens da CBR: fiabilidade, potência, conforto de condução, iluminação, qualidade geral dos materiais e acabamentos.

quarta-feira, agosto 10, 2011

A minha nova burra

Ao final de 1 ano e meio com a minha Daelim Roadwin, apercebi-me que necessitava de uma mota mais fiável pois estou a fazer mais de 1000km por mês. Apresento aqui a minha nova burrinha, uma Honda CBR 125, esta mota em particular fez competição o que faz com que esteja um pouco alterada em comparação com uma CBR original.

Em breve farei uma comparação entre a Daelim Roadwin e a Honda CBR 125, só quero fazer mais uns quilómetros nesta para ter um ponto melhor de comparação.

quinta-feira, agosto 04, 2011

Tróia-Lagos de bicicleta (4/4)

4ª Etapa - Vila do Bispo-Lagos - "A consagração"

Bem esta etapa mal se pode chamar de etapa visto o curto caminho que foi feito, por isso para mim foi como a última etapa de uma grande volta, a consagração. O dia começou na espreguiçadeira frente à piscina, visto que um dos meus amigos roncava como a trovoada do dia anterior, fui deitar-me na espreguiçadeira a ler um livro.

Seguimos descontraidamente até Lagos na amena cavaqueira para apanharmos o comboio que nos traria de volta a Lisboa. Uma das coisas boas nas nossas linhas ferroviárias é que tirando os Alfas e os Intercidades, as bicicletas podem viajar nos comboios havendo inclusive sítio onde as colocar.

Apanhámos o comboio em Lagos às 12:51, indo até Tunes, em Tunes apanhámos o Inter-regional que nos trouxe até Setúbal, de Setúbal apanhámos o comboio da Fertagus até Lisboa, onde chegámos ao final da tarde.

Grande aventura, uma das melhores experiências que tive na vida, algo sem dúvida a repetir. O meu muito obrigado aos meus amigos de viagem por me acompanharem nesta viagem inesquecível.


Gastos do dia:
Transportes:20,6€
Comida: 5,5€
Total: 26,1€

Tempo a pedalar: 1h29m55s
Distância percorrida aproximada: 24,5km

Gastos Totais:
Transportes:28,65€
Comida: 100€
Alojamento: 70€
Total: 198,65€

Tempo total a pedalar: 16h15m35s
Distância total percorrida aproximada: 257,5km


←Link para a 3ª Etapa

Tróia-Lagos de bicicleta (3/4)

3ª Etapa - Praia de Odeceixe-Vila do Bispo - "Banho e mais banho"

Acordo e quando vou à janela penso - "Aqueles gajos da meteorologia estão sempre a enganar-se, mas desta vez não se enganaram está mesmo de chuva!!!". Lá fomos comer o pequeno almoço e fazer um bocadinho de tempo a ver se melhorava. Quando saímos de Odeceixe já o dia parecia que estava a abrir e talvez tivéssemos sorte...não podia estar mais enganado.

Um pouco de trilhos, uma descida alucinante e estávamos em Aljezur, o tempo estava mesmo a ficar com má cara mas decidimos seguir. Logo à saída de Aljezur o céu desata a cair, chuva, trovões, relâmpagos. Um bocado contrariado acabei por alinhar com os meus amigos de viagem e parámos lá debaixo de umas árvores que mal nos abrigavam. Pessoalmente preferia ter seguido pois estava a ficar molhado na mesma e estava a ficar com frio porque estava parado. Lição do dia: É preferível levar um impermeável em vez de uma sweatshirt uma vez que ocupam mais ou menos o mesmo espaço e caso chova o impermeável dá mais jeito.

Apanhámos uma aberta passados praí 30 minutos e lá voltámos a andar, sol de pouca dura, passados 2-3 quilómetros voltámos a parar, mas agora numa paragem de autocarro, um abrigo decente.

Quando parou de chover conseguimos finalmente seguir caminho sem contratempos até à Carrapateira. Ainda parámos pelo caminho para nos empanturrar com umas amoras que estavam mesmo com um aspecto a pedir para serem comidas. Mais uma descida alucinante, e um pouco técnica devido às curvas apertadas e estávamos na Carrapateira.

Na Carrapateira comemos a melhor refeição de toda a viagem no restaurante Sítio do Rio. Não esquecendo entretanto que tive a minha queda do dia, mais uma vez esqueci-me dos pedais de encaixe e pimba quando ia a parar parei mas foi no chão. Uns perceves como petisco para a entrada, uma massada de peixe fenomenal e para acabar bem umas sobremesas mesmo à maneira.

Acabada a refeição já tinha voltado a chover, quentinhos e de barriga cheia não apetecia mesmo nada voltar a pedalar à chuva. Esperámos um bocado e lá melhorou, além disso o que vinha a seguir fez-me rapidamente esquecer o mau tempo, juntamente com o trilho do Cabo Sardão este foi a melhor parte de toda a viagem. A fotografia panorâmica que está aqui fala por si, simplesmente belíssimo.

Ainda voltámos a parar porque a chuva voltou em força e como tínhamos um sítio abrigado aproveitámos para parar. De seguida fomos dar à praia a qual tinha uma escarpa onde tivemos de fazer o caminho mais difícil de toda a viagem, ao ponto de termos de percorrer primeiro o caminho a pé para verificar se era possível passar com a bicicleta às costas.

Um pouco mais de trilhos, uma picadela de abelha na cabeça de um dos meus amigos e voltámos ao alcatrão, cansados porque o trilho tinha sido algo agreste. Então tomámos uma decisão, como tínhamos parado muito tempo devido à chuva e estava a ficar tarde, irmos até Vila do Bispo, arranjar um sítio para dormir (ao contrário do que estava planeado inicialmente de ir dormir a Lagos), deixar as coisas e ir sem peso até Sagres. E assim fizemos, conseguimos um quarto triplo no Hotel Mira Sagres, que curiosamente acabou por ser a noite mais barata das 3...e foi num hotel.

Fomos então até Sagres, fazer a vontade a mim pois era o único que não conhecia Sagres. Estivemos ao pé do forte e de seguida fomos sentar-nos numa esplanada de praia, e quem diria, depois do dia que esteve, aquele final de tarde estava perfeito, céu limpo, nem se sentia o vento e um calorzinho bem agradável.

Voltamos para Vila do Bispo e fomos jantar à Tasca do Careca mesmo frente ao hotel. Este restaurante entra na minha categoria dos restaurantes BBB (Bom, Bastante e Barato), recomendo vivamente.

Gastos do dia:
Comida: 34€
Alojamento: 20€
Total: 54€

Tempo a pedalar: 4h26m25s
Distância percorrida aproximada: 78km

←Link para a 2ª Etapa

quarta-feira, agosto 03, 2011

Tróia-Lagos de bicicleta (2/4)

2ª Etapa - Porto Covo-Praia de Odeceixe - "Trilhos, pó e areia"

No início do 2º dia a minha maior preocupação eram as dores no rabo devido às muitas horas sentado em cima do selim (aliás esta era a minha maior preocupação quando pensei em entrar nesta viagem), e se as primeiras sensações davam razão à minha preocupação estranhamente ao longo do dia não piorou.


A primeira parte do percurso foi das mais divertidas e únicas da viagem, aproveitando a maré baixa conseguimos fazer alguns quilómetros a pedalar junto à água, o que para quem tinha pneus de estrada é uma tarefa hercúlea pois as rodas estão constantemente a enterrar na areia.

De seguida foram praticamente só trilhos até Vila Nova de Mil Fontes, e mais uma queda, desta vez porque me esqueci que estava com pedais de encaixe quando ia a parar não consegui por os pés no chão rapidamente. Numa parte deste percurso tivemos de andar com as bicicletas à mão devido à quantidade de areia solta que havia que nos impossibilitava de andar montados, e devo dizer, uma das coisas que mais me irrita quando ando de bicicleta é andar a empurrar a bicicleta.

A seguir a Vila Nova de Mil Fontes foi um misto entre alcatrão e trilhos e aqui a lição do dia foi: O GPS com trilhos para bicicleta valeu ouro nesta situação em que não conhecíamos os caminhos e tínhamos de decidir por que trilho seguir, e um GPS convencional não tem informação sobre estradas que não sejam para carros.

O almoço foi em Almograve num restaurante chamado "Sabores e Mar", aconselho vivamente as saladas, muito boas. Ao contrário do dia anterior que tínhamos feito muitos quilómetros até ao almoço, neste dia da parte da tarde tínhamos de fazer mais quilómetros. Ainda estávamos longe de Aljezur que era o nosso objectivo para o segundo dia.

Uma das partes que gostei mais na viagem foi o trilho entre o Cabo Sardão e o Porto das Barcas, simplesmente divinal, sempre junto à falésia numa vista magnífica, mais uma vez era algo que nunca veria numa viagem de carro.

A viagem seguiu com a passagem pela Zambujeira do Mar onde já se notavam os preparativos para o festival. Entrávamos agora numa das partes mais acidentadas do percurso a nível de altímetria, com a serra que divide o Alentejo do Algarve.

Como já estava a ficar tarde, e já tínhamos ultrapassado parte da serra e já não estávamos longe do destino final que era Lagos, decidimos ir passar a noite à Praia de Odeceixe, e diga-se de passagem que foi a melhor decisão que tivemos, pois como vim a verificar no dia seguinte não achei piada nenhuma a Aljezur ao contrário da Praia de Odeceixe que considero um bom sítio para se passar férias.

Tivemos sorte e conseguimos arranjar 2 quartos por cima do restaurante Dorita, que era o único sítio ali que alugava quartos, caso contrário teríamos de voltar uns quilómetros para trás para Odeceixe. Apesar de já serem 18 horas ainda consegui dar um mergulho e uma corrida pela praia antes do jantar no Dorita. Esta foi a pior refeição que fizemos em toda a viagem e curiosamente a mais cara, por isso não recomendo o restaurante.

Gastos do dia:
Comida: 31€
Alojamento: 23,5€
Total: 54,5€

Tempo a pedalar: 5h40m35s
Distância percorrida aproximada: 72km


Tróia-Lagos de bicicleta (1/4)

1ª Etapa - Tróia-Porto Covo - "Comer alcatrão"

A ideia desta viagem seria fazer Tróia-Lagos de bicicleta no espaço de 3 dias. O dia começou com um sprint até ao ferry em Setúbal visto já estarmos atrasados, mas lá conseguimos apanhar o ferry das 7:55.

A verdadeira aventura começou à chegada a Tróia por volta das 8:30, aí começámos efectivamente a comer alcatrão, este foi o único dia que só fizemos alcatrão e onde as médias de velocidade foram mais elevadas. Descontraidamente percorremos aquela planície cheia de belas paisagens que nunca tinha conseguido efectivamente apreciar quando percorri aquele caminho de carro.

Passado mais ou menos 1 hora de caminho a 1ª paragem para o pequeno almoço, e logo de seguida a 1ª queda, distraí-me e meti a roda da frente na valeta, apanhei um monte de areia e lá fui eu ao chão.

Seguimos caminho a bom ritmo e quando se aproximava o meio dia, e visto estarmos perto de Santo André, sugeri irmos almoçar a uma pizzaria em Santo André que tinha ido lá há uns anos atrás. A Pizzaria Vera Itália para mim tem das melhores pizzas que já comi, são feitas em forno a lenha o que as torna super saborosas. Infelizmente a pizzaria deixou de ter uns mega gelados que tinha antigamente, tivemos que nos contentar com as sobremesas tradicionais.

O caminho que se seguiu para mim foi o menos interessante de toda a viagem, apanhámos uma via rápida com duas faixas e muito movimento, a sorte foi uma das faixas estar em obras, então tivemos uma faixa dedicada para nós até Sines.

À chegada a São Torpes a 2ª queda do dia, entrámos num parque de estacionamento em terra batida e areia, numa zona onde a areia era mais funda lá perdi o controlo da bicicleta e fui outra vez ao chão. Lição do dia: os pneus de estrada de 1,5cm de espessura e poucos sulcos, apesar de se adaptarem à terra batida, no que toca a areia têm um péssimo comportamento.

O caminho que se seguiu até Porto Covo apesar de ser bastante bonito sempre à beira mar, acabou por se revelar um pouco stressante pois a estrada era estreita, sem bermas e aquela hora havia imensos carros de pessoas que iam para a praia. Por volta das 15:30 chegámos a Porto Covo e com alguma dificuldade lá conseguimos arranjar um apartamento para dormir e onde podíamos guardar as bicicletas.


Como ainda era bastante cedo ainda conseguimos aproveitar o resto da tarde para descansarmos na praia e dar um mergulho. Ao jantar fomos comer uma feijoada de búzio num dos restaurantes da praça central de Porto Covo.

Gastos do dia:
Transportes: 8.05€
Alojamento: 26.5€
Comida: 29.5€
Total: 64.05€

Tempo a pedalar: 4h38m40s
Distância percorrida aproximada: 83km